Z-II



 Ato II 
— Estava realmente muito bom! — disse eu, me sentindo cinco quilos mais pesado, mais incrivelmente contente após a refeição.
— Querem se deitar? — Perguntou Lucy.
Matthew fez que não com a cabeça. Pra quem se acabara de se acordar, estava descansado o suficiente por ora.
— Eu vou pra pesquisa agora à tarde, se vocês quiserem ir comigo... — Então anunciou a irmã de Y, vestindo um jaleco branquíssimo combinado a um óculos redondo que a faziam envelhecer uns 10 anos.
— Mas é claro! Quero ver o que você descobriu! — Imediatamente eu disse, pronto para ver a famosa "nova espécie" que Lucy encontrara.
— Ah, eu sabia que você se interessaria! — falou Lucy, levando-nos por um estreito corredor nos fundos de sua casa que levava a espécie de micro-laboratório, onde ela desenvolvia suas pesquisas de forma autônoma. Estudava Pokémon havia algum tempo, e agora se aprofundava cada vez mais no assunto, trabalhando meio-turno como assistente laboratorial na Corporação Devon, cuja filial mais recente abriu há 6 meses, em Lumiose, no local onde ficava o Café de Lysandre, após o atentado da Team Flare. Agora, ela desenvolvia pesquisas para a melhoria do uso de itens e pokébolas, além de contribuir para a criação de vacinas e anticorpos que ajudem a prevenir doenças tanto em humanos quanto em pokémons. E o melhor de tudo isso, é que Lucy não precisava sair de casa para isso. Usava os fundos de sua residência, local de uma antiga lavanderia, para realizar seus experimentos. — Venham, é por aqui! — disse ela, abrindo a porta que dava em seu cantinho especial.
O laboratório era extremamente alvo, assim como o jaleco de sua proprietária. Com certeza, a vigilância sanitária se orgulharia daquele lugar, pois tudo era impecavelmente limpo. Havia uma prateleira cheia de aparatos que eu desconhecia, uma só de pokébolas e uma mesa central onde um notebook já ligado fazia o download de informações.
— Uau. — Exclamei.
— É um pouco apertado, mas serve. — disse Lucy. — Estamos tentando desenvolver uma nova forma de Pokédex,  para uso doméstico, mas o projeto ainda não saiu do papel.
— E então...? Onde está a sua descoberta? — Perguntei, esperando para ver o que Lucy escondia naquele cubículo.
— Eu o chamo de "Geleca". — Lucy referia-se à criatura ao qual descobrira. — Nenhum outro pesquisador soube dizer o que ele era, mas ainda é cedo para afirmar se é mesmo uma espécie nova. Todos estão noticiando como se fosse. Jornais, televisão, rádio... Eu meio que me tornei "famosa" aqui na cidade.
— Eu bem que notei aquele tanto de cartas na sua caixinha de correspondência. — disse eu, lembrando-me do pórtico de entrada da casa nº 13.
— Pois é. — disse Lucy, se abaixando e nos conduzindo a uma mini-estufa que brilhava com uma luz verde, parecendo alimentar o que quer que houvesse lá dentro. Geleca era uma criatura fascinante, feito de uma borracha verde e escorregadia. Não possuía pés ou braços, mas uma pequena saliência como uma cauda que lhe servia de sustentação. A cabeça era enorme e um olho apresentava-se maior do que o outro, de forma desigual. Chegava a ser fofinho até. Ou melhor... Fofinhos.
— São... CINCO! — Exclamei ao ver todos os pokémon que haviam ali dentro.
— Não, há apenas um aí dentro! — Afirmou Lucy. — Eu também pensava que eram 5, mas se você observar bem, o verdadeiro possui um polígono vermelho na barriga.
— Ah! É mesmo! — Exclamei, ao ver que o do meio era o único a possuir um polígono de cor diferente. Os outros todos eram verdes e pareciam mais flácidos, não se movendo a menos que a criatura de látex do meio também se movesse, uma fração de segundo antes.
— O que são essas... "Lesminhas"? — Perguntei.
— Não sei. Ninguém sabe explicar. Mas ao que tudo indica, o do meio é o "cérebro"de todos os outros 4! Tudo o que ele faz, os outros também fazem. Além disso, os mais "flácidos" parecem ficar invisíveis quando o cérebro dorme.
— E eles se alimentam de luz solar! — afirmou Matt.
— Ah, tem isso também! — Continuou Lucy. — Essa luz verde na nossa estufa possui os mesmos nutrientes que a luz solar, portanto, isso basta para alimentá-los!
— E por que estão nesse caixote? — Perguntei, observando o tamanho do espaço onde os pokémon se encontravam confinados.
— Estão passando por testes laboratoriais. Quando a experiência acabar, serão soltos novamente na natureza!
— Bom, se é assim... — Disse eu, concordando com a ideia. Então perguntei: — Como você os encontrou?
— Foi logo após o... Bom, você sabe. Eu achei essa criatura e peguei para mim. Mas, por alguma razão, ninguém sabia o que era. Eu o levei à vários especialistas, mas ninguém soube explicar o que era. Então, acabei ficando famosa, e me ofereceram uma bolsa integral na UXL (Universidade Xernoasista de Lumiose). para estudar Pokémon. Óbvio que eu aceitei.
— Caramba! Isso é Incrível!
— E não é? Eu perdi uma mãe e uma irmã... Mas a vida me presenteou com isto. — Ela apontou para o vidro. — A vida me deu o Geleca!

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