Capumon Adventures — Capítulo 02

Anteriormente em Pokémon Adventures: Red, Green e Blue são crianças que foram chantageadas pela Equipe Rocket para participarem de um experimento científico que envolvia o uso de estranhos itens criados em laboratório que produzem efeitos extraordinários, nunca antes vistos, nos Pokémon. Em um desencontro nada amigável com a Elite 4, Red acaba usando um dos cristais que seu amigo Blue o emprestou, para se proteger da terrível ameaça ao qual estava enfrentando: o Cristal da Consciência, que transportou todos para um espaço entre dimensões chamado Glitch City... Menos Red. Red conseguiu quebrar a barreira e ser efetivamente transportado para a dimensão mais próxima, onde encontrou o corpo de uma garota chamada Beta e a usou como receptáculo para uma nova e ambiciosa missão...

Anteriormente em Capumon Adventures: Com os médicos constatando não haver problema nenhum em Beta após seu repentino e inexplicável coma, eles a autorizam a ter alta no dia seguinte, sem saber que na realidade, a alma que ali se encontrava, não era a da garota, mas de um viajante interdimensional. Red acaba descobrindo (pela mulher de branco) que está ali por uma razão: ele precisa encontrar e derrotar a si mesmo, ou seja, encontrar o Red daquela dimensão e derrotá-lo. Isto porque, aqui neste mundo, onde não existem Pokémon, mas Capumon, seres que inclusive são capazes de falar, Red é um treinador cruel e totalmente fora dos parâmetros do considerado moralmente aceitável.

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Capumon Adventures em:

VS Buhii, Papyoo & Kabiin

Na tarde seguinte à sua chegada ao Mundo Capumon, Red teve alta. Ou melhor... Foi a Beta quem teve. Com auxílio do irmão, Alpha, Red pode finalmente experimentar o ar fresco do lado de fora. Aquela era Kanto, com o qual Red já estava familiarizado. Tudo era extremamente igual ao que ele sempre vira... As casas eram iguais, as cidades eram iguais... Tudo era exatamente do jeitinho que o garoto conhecia. Simples, oriental, com pouco movimento... Uma região pequena.

O Hospital onde Red estivera internado ficava em Celadon City e era feito completamente de vidro e pilares brancos, na rua Tangela. Red se surpreendeu com a beleza do prédio. Queria morar em um lugar assim, no futuro.

Alpha explicou a Red (ainda pensando tratar-se de sua irmã mais velha, sem memória) que o primeiro lugar para o qual deveriam ir para adentrar na Liga Nacional era "Silent Hill", uma cidade pequena vizinha de Kanto, conectada ao condado de "Prince" e também ao "Mt. Fuji". Contudo, antes de ir, Red pediu um favor:

— Alpha... Você... Poderia me ajudar com uma coisa? — Perguntou Red.

— Claro! Com o que, Beta? — Alpha estava sendo muito prestativo, o que normalmente não era de ele fazer. Só estava assim porque sua irmã esteve em coma. Talvez isso tenha o assustado.

— Eu... Quero explorar um pouquinho mais de Kanto antes de irmos para Silent. Talvez... Talvez eu deve pegar mais uns Poké... Quer dizer... Mais uns Capumon antes de adentrarmos em outra região!

— É, você pode ter razão! O meu sonho era conseguir completar a Capudex de Kanto, mas eu nunca consegui! E talvez nunca consigamos! Surge um novo Capumon a cada dia... Mas podemos tentar achar algo novo, o que acha?

— É exatamente isso o que eu tenho em mente! — disse Red, animado com a possibilidade de entrar em um matinho e encontrar algo extremamente exótico para seus olhos interdimensionais.

E assim, os dois saíram de Celadon e foram para uma rota qualquer, coisa que parece ter reduzido, uma vez que Kanto estava mais uma grande cidade do que para várias interligadas...

— Você está pronta? — Perguntou Alpha.

— Estou! — disse Red prontamente, mas então se lembrou de que ele não fazia ideia de como se manuseava uma cápsula de monstros, pois apenas havia visto a enfermeira desativando algumas em sua frente, para liberar os Capumon presos dentro delas. Aliás, nem sequer sabia como funcionava a mecânica de capturas neste mundo... — Mas... Alpha... Acho que esta está para você! Quem sabe... Você não faz as honras, maninho?

Red empurrou Alpha em direção ao matinho, que se mexia. Alguma coisa se escondia atrás da grama alta, e muito rapidamente, de lá saltou uma criatura serpentina, com garras e presas afiadíssimas, placas ósseas nas costas, chifres e uma aparência dracônica, de botar medo.

Os olhinhos de Alpha brilharam ao avistar o Capumon.

— Beta, você está sendo muito generosa comigo! — Agradeceu o irmão. — Honooguma, vai!

 

— Então você ficou com o inicial de fogo? — Captou Red, observando sua desvantagem de tipos em relação ao irmão, afinal, ele escolheu Happa, do tipo planta, que perde para fogo.

—  Mas é claro! Afinal, seremos rivais, não seremos? — Riu Alpha. — Honooguma, use Scratch!

Honooguma tentou, mas não conseguia competir com as garras do Capumon rival (o qual Red não quis perguntar o nome, pois achou que seria burrice demais para Beta não saber o nome de criaturas com o qual convive [basicamente] todos os dias).

— Ember! — Gritou Alpha.

Honooguma cuspiu pequenas brasas contra o Capumon rival, e por sorte, conseguiu atingi-lo dentro de sua boca, queimando-o de dentro para fora e conseguindo aplicar uma condição de status. Alpha então pegou a Cápsula ao qual chamou de Capuball, clicou no botão em sua superfície superior, de cor branca, e lançou no Capumon, fazendo sua captura imediatamente.

— Essa foi moleza! — disse o garoto, abaixando-se para pegar a Capuball com a nova captura. — Sua vez, Beta! O que será que você vai encontrar?

— Vamos ver... — disse Red, que nem sequer imaginava o que poderia sair daquela aventura... Então, teve uma ideia... Se os Capumon eram capazes de falar com seus treinadores, então queria dizer que algum dos de Beta poderia ajudar a identificar o inimigo... Red primeiramente pensou em Gyaoon, mas lembrou-se de que ele era Pika, que também vinha da mesma dimensão que ele, então não adiantava. Escolheu então o mordomo elegante francês, Deer.

          

— Em que posso ajudar? — Perguntou Deer com seu jeito todo cortez ao sair da Capuball.

— Ele não pode te ouvir, não é? — Perguntou Red ao Capumon.

— Ele? — Perguntou Deer, direcionando um olhar esnobe a Alpha. — Ele não pode me ouvir, mas ainda pode ouvir você, bobão.

— Ah, é verdade! — disse Red, tapando a boca ao perceber que seu irmão não podia escutar a voz do Capumon, mas a sua, sim.

— Alguma coisa errada, Beta? — Perguntou Alpha.

— N-não, nada! — Disfarçou Red. — Deer, eu quero que me ajude em uma batalha, O.K.?

— Ah, lá vamos nós de novo! — disse Deer, revirando os olhos. — Quem eu devo derrotar?

Com muita má vontade, Deer adentrou no matinho e um Capumon adversário apareceu...

— Um Buhi? Nós vamos capturar um Buhii? Fala sério?! Você só pode estar de brincadeira! — Reclamou Deer.

— Por quê? — Perguntou Red.

— Olha para ele! Que cara de retardado! Tem inúmeros Capumon selvagem para você capturar, Red, e você vai escolher justo esse? — Esnobou Deer.

Buhii miou.

— Vamos, que ataques você sabe...? — Perguntou Red, depois remendando, para seu "irmão" não perceber — Digo... Eu, não me lembro direito.

— O que você acha? — Ironizou Deer. — Olha para essas galhadas na minha cabeça!

— Como você é abusado! — Devolveu Red.

— O que ele disse? O que ele disse? — Perguntou Alpha, curioso, afinal, só o treinador era capaz de entender a fala de seu Capumon.

— Nada, não. Esquece. Deer... Use Horn Attack!

— Ataque de Chifres? C'mon, bebê. Você sabe que eu sou muito melhor do que isso! — Se achou Deer.

— Ah, é? Então que tal um Megahorn! Está bom para você ou quer mais?

— Perfect, Mon Amour! — E pela primeira vez, Deer decidiu colaborar, executando um poderoso ataque tipo inseto, o Megahorn, que aumentava o tamanho de seus chifres e os energiazava, para golpear o oponente.

O ataque causou muito dano no pequenino Buhii, que miou alto.

— Capuball... — Red já ia lançar a capuball, quando se lembrou que primeiro, tinha de apertar no botão de cima. — Ah, é. Capuball... Vaaaaai!

E lançou a capuball no Capumon adversário, que foi engolido de uma só vez e tragado para o interior da esfera.

— YEAAAAH! Eu peguei o meu primeiro Cap--- Quer dizer... Eu peguei mais um Capumon!! — Comemorou Red.

— Deus, me mate! Como é que ninguém percebeu ainda que você não é ela? — Revirou os olhos novamente, Deer.

— Quer saber de uma coisa? Acho que não vou usá-lo na Liga Nacional, Deer. Vou te deixar com o vovô Carvalho por um bom tempo, para aprender a ser mais educado!

— O QUE?! — Deer regalhou os olhos. — NÃÃÃOOO!

E gritou ao ser colocado de volta em sua cápsula. Red tinha certeza de que de uma pessoa antipática assim, já bastava Blue. Ele não precisava de outro pé no saco para atrapalhar.

— Bem... Onde nós estávamos? Aah, sim! Eu estava capturando Capumon! — Recordou-se Red. — Desta vez vou usar Happa! Vamos ver do que ela é capaz! Vaaai!

O Capumon saiu feliz da vida de dentro da cápsula, celebrando o verde no qual estava.

— Vamos ver o que temos por aqui... — disse Red, que adentrou no matinho para procurar mais um Capumon. Foi então que avistou o solo se rachando e uma criatura de aparência do tipo inseto, sair de lá.

— Mas é um Trapinch! — Exclamou Red.

— O nome dele é Papyoo e ele quer ser meu amiguinho! — disse Happa, se aproximando sorridente do Capumon recém-descoberto.

— NÃO! NÃO VÁ ATÉ ELE! — Alertou Red, mas foi tarde demais. A formiga mordeu a folha no topo da cabeça de Happa e começou a mastigá-la, sem dó.

— Dói, dói, dói! — Grita a inocente Happa, em desespero. Ela chorava de desapontamento, por Papyoo tê-la enganado. Ele não queria que ela fosse sua amiga. Queria que ela fosse sua lombriga. — Ele vai me comer! Ele vai me comer!

— Não! — Bravo, Red lançou uma Capuball na cabeça de Papyoo, só para fazê-lo largar Happa.

Papyoo imediatamente adentrou para debaixo da terra, e por lá ficou...

— É um Dig... Esse ataque não é muito efetivo nos tipos Planta... Mas os ataques de planta de Chikorita... Quer dizer... De Happa, não devem fazer muito efeito em um tipo inseto como Papyoo... — Disse Red baixinho, mais para si mesmo, do que para qualquer outra pessoa.

— E por que você não usa suas insígnias? — Perguntou Alpha.

— Usar minhas insígnias? — Questionou Red, intrigado.

— É. Você tem 8 delas, não tem? Use-as! — Sugeriu Alpha, sem sequer ter ideia de que Red não sabia do que ele estava falando.

Red abriu a mochila de Beta e não achou nenhum estojo de insígnias, mas elas estavam ali. As oito de Kanto, que Red já conhecia, e muito bem, porém visivelmente diferentes. Com bordas redondas e espalhadas junto a um monte de outros itens que Red nunca vira...

Red então olhou para a Boulder Badge, recompensa dada no ginásio tipo Pedra, da cidade de Pewter, e pensou... Se insígnias podem ser usadas em batalhas, então uma insígnia de pedra terá vantagem contra um tipo inseto!

E assim foi, quando Papyoo apareceu debaixo de Happa, empurrando-a para cima e atacando com o Dig, Red pegou a insígnia na mão e apontou-a para o Capumon, que foi bombardeado por rochas pontiagudas, oriundas da medalha que Red carregava.

— WTF?! — Red não conseguiu atuar e deixou que a surpresa se espalhasse por seu semblante.

Papyoo caiu durinho no chão e não havia outra chance senão aquela.

— Capuball, vaaaai!

Red lançou a cápsula e em dois segundos, Papyoo já estava capturado. Mais um para o time de Beta.

— Muito bem, maninha! — Aproximou-se Alpha. — Já chega? Vamos para Silent agora?

— Ah, por favor! Só mais um! — Insistiu Red.

— Tudo bem! Mas vai ficar tarde, e não vamos conseguir sair de Kanto! Teremos de nos hospedar! — Avisou Alpha, prevendo a chegada da noite.

— Tudo bem, a gente acha algum Centro Poké... Quer dizer... Um Centro Capumon por aí! — disse Red, tão inocente quanto sua Happa bobinha.

— Por que você ficaria em um Centro Capumon, Beta, se há hotéis por toda a região? — Perguntou Alpha, indicando que os Centro Capumon, ao contrário dos Centro Pokémon, só serviam para hospedar monstrinhos, e não os treinadores também.

 

— Ah! Tem razão! Estou loqueando! — E deu uma risadinha, para disfarçar.

— Acho que você não deveria ter saído do hospital! — Falou Alpha.

— Eu estou bem! Relaxa! É só um lapso de... UAAAI! OLHA LÁ!

Red se impressionou. Aquele era o Capumon mais sem noção que ele tinha visto até então: UM MEGA FUCKING ROSTO HUMANO COM BRACINHOS E PERNINHAS FOFAS, PULANDO DE UM LADO PARA O OUTRO!!!

— WHAT THE HELL! — Exclamou o treinador no corpo da menina, que vagamente conseguia encontrar alguma semelhança entre aquele bicho (ou devo dizer... gente?) e Snorlax (que Red inclusive tinha um, em sua dimensão natal).

— Um Kabiin! Que fofinho! — Brilhou Happa. — Ei, Kabiin! Você quer ser meu amiguinho?

— Happa, não! — Ralhou Red. — Ele não quer ser seu amigo até que eu tenha o capturado! Fique aqui e lute comigo, ou vai voltar para a Capuball!

— Ahn... Você... Você não quer ser minha amiguinha? — Os olhos de Happa enxeram-se d'água. Red havia sido duro demais com uma criaturinha tão inocente quanto aquela.

— Escuta... Só execute as minhas ordens, beleza? E então eu prometo que aquele Kabiin e até o Papyoo serão seus amigos, tudo bem?

— T-tá bom! — Happa se convenceu, abrindo um sorriso de novo, louca para ter novas amizades.

— Então use... Hmm... Que ataques você tem? — Perguntou Red.

— Eu tenho... Leech Seed, Tackle e Serene! — Respondeu Happa.

— Serene? — Perguntou Red, que nunca havia ouvido falar de um ataque como aquele. — Use-o! Use Serene!

Tendo o primeiro movimento, Happa liberou uma pequena fração de pé de sua folha na cabeça, enquanto cantava uma doce canção. Imediatamente, Kabiin começou a ficar tranquilizado, esquecendo-se de estar participando de uma batalha.

— Então é como um Sweet Scent? — Comparou Red. — Bom, então use o Leech Seed!

Aproveitando o momento de distração de Cabiin, Red pediu que Happa usasse o Leech Seed, movimento que drenava a vida do alvo de volta para o usuário, recuperando assim, os danos causados por Papyoo em Happa.

Mas Kabiin não ia deixar assim. Ele atacou com seu próprio corpo, rolando para cima de Happa.

— Desvie! — Ordenou Red, fazendo com que Happa pulasse e se esquivasse completamente do rolo compressor de Kabiin.

Red então pegou mais uma insígnia em sua bolsa e desta vez, tirou de lá a Cascade Badge, recompensa entregue no ginásio do tipo água, da cidade de Cerulean.

— Vaaaaai!

Red apontou a insígnia na direção de Kabiin (cujas raízes do Leech Seed continuavam drenando energia e mandando de volta para Happa) e um jato d'água esguichou da insígnia, atingindo Kabiin e deixando-o impossibilitado de continuar com a batalha.

— Capuball, vaaaai! 

E lá estava. Mais um Capumon para a lista de criaturas horrendas de Red. Bizarro.

Mas, como Alpha previra, já estava ficando tarde, e eles não teriam como sair de noite, especialmente com o fato de Beta estar (aparentemente) esquecida das coisas e não muito... "normal" depois do coma repentino. Era melhor posar em uma cidade, disse Alpha, pois assim, era mais fácil chegar a um hospital, caso preciso fosse.

Chegando ao centro de Celadon, porém, Red encontrou algo que não havia no mundo de onde viera... Uma lojinha de... VENDA CAPUMON! no lugar do habitual Poké Mart!

— O que diabos é isso?! — disse Red com total aversão à ideia de vender Capumons, como se fossem simples objetos da ambição humana. Red lembrou-se de sua luta com Giovanni e como ele havia feito isso com o próprio Pokémon inicial... Era... Nojento. Completamente revoltante.

Red entrou loja a dentro, um sininho tocando, para anunciar sua chegada.

A visão daquele local era terrível. Além de venderem pokébolas capubolas e itens que normalmente treinadores precisariam em suas jornadas, eles também tinham Capumon atrofiados em pequenas gaiolas, vidros com fetos e é claro, um recepcionista gordão sem o mínimo interesse em levantar a bunda e fazer alguma coisa para parar o sofrimento daquelas criaturas.

Beta era a Campeã da Liga Regional de Kanto, mas Red não sabia onde ela guardava seu dinheiro. Se pudesse, ele compraria todos aqueles Capumon, só para liberá-los de volta na natureza.

Mas então, eis que dentro da loja, aparece um treinador que fez com que o coração de Red batesse mais rápido. Não por se apaixonar, mas por se assustar. Afinal, é terrível enxergar a si mesmo, do lado de fora do corpo.

Red viu o Red da dimensão Capumon entrando na loja ao lado do que parecia ser um Rhydon, carregando alguns ovos em seus braços, inclusive com uns já eclodindo.

Red

Ovos Capumon

— Ora, ora, Red! O que temos aqui? — Perguntou o vendedor, com bafo, voz e tosse de cigarro.

— Alguns ovíparos, Joe! — disse Red, tranquilamente. — O que você me oferece por eles?

Joe, o vendedor olhou, olhou e por fim, fez pouco caso:

— Nah, leve umas dez Capubolas. Você consegue pegar algo melhor da próxima vez! — E pegou os ovos das mãos de Red, trocando-os por Capubolas novinhas em folha.

— Valeu! — disse Red, saindo da loja contentado com o escambo de vidas por objetos-prisão. Aquilo não poderia estar certo.

O Red no corpo de Beta então gritou:

— EI! VOCÊ! 

O Red de fora se virou.

— Hum?

— Eu me chamo Beta, e estou participando da Liga Nacional! Eu gostaria de uma batalha!

O Red de fora sorriu, puxando uma Capubola e imediatamente soltando seu Capumon no meio da loja. Era uma criatura extremamente deformada pelo tamanho e peso da flor em suas costas.

O Red dentro de Beta, totalmente boquiaberto, pensou: "Isso era pra ser um Venusaur?"

O Red dentro de Beta não pensou direito e escolheu, por impulso, a pequena Happa.

— Olha lá! Um Protosaur! Será que ele quer ser meu amigo?

— Happa, agora não! — Advertiu seu treinador. — Use Serene!

Mas O Red deste mundo foi mais rápido e ordenou:

— Protosaur, Vine Whip!

Inúmeros chicotes de cipó brotaram da planta nas costas de Protosaur e esbofetearam Happa, jogando-a longe...

— Take Down! — Ordenou o treinador de Protossaur.

E mais um ataque é executado com perfeição, deixando o Red de dentro de Beta, no chinelo.

— HAPPA! Use Tackle! — Ordenou Red.

Mas enquanto Happa tentava se levantar, o Red daqui  já estava atacando novamente.

— Razor Leaf!

E o Protossaur bruta-montes deu uma saraivada de folhas afiadas direto em Happa, que caiu toda machucada, dos pés à cabeça.

— HAPPA! — Gritou seu treinador.

— Tá... Tá doendo! — Happa começou a choramingar, algumas lágrimas brotando no canto dos olhinhos doces e meigos.

E então, o fabuloso fenômeno que conectava os mundos Pokémon e Capumon a uma mesma linha de raciocínio começou a acontecer: a Evolução. O corpo de Happa começou a brilhar e mudar, tornando-se curiosamente menor do que sua forma anterior.

Happa agora era Hanamogura, uma espécie de casulo de flor, que abrigava em seu interior, uma criatura semelhante a uma lagarta ou algo do tipo. Totalmente diferente de Happa.

 

— Que isso? — Estranhou Red/Beta.

— Dê-me comida! — Exigiu com agressividade Hanamogura, cuja voz fofa e de criança que tinha quando Happa, mudou bruscamente para algo parecido como a de uma megera,  vilã de alguma história da Disney.

— Protosaur, ela só mudou de forma! Não se assuste! — Disse o Red de fora. — Ataque-a como se nada tivesse acontecido! Take Down!

— Serene! — Ordenou o treinador de Hanamogura.

Mas Hanamogura não foi rápida o suficiente, e seu pozinho calmante foi ao léu quando Protossaur arrancou seus últimos pontos de vida com uma investida fatal.

— @-@!

— HANAMOGURA! — Exclamou Red/Beta.

Mas era tarde. Seu Capumon jazia derrotado no chão, sem condições de continuar.

— É esse o nível de treinadores que a Liga Nacional está aceitando? Então eu também vou participar, porque para derrotar fracotes assim, é muito fácil. — Avacalhou o Red adversário, subjugando sua oponente. E saiu da loja, deixando o Red de dentro do corpo de Beta arrasado, sentindo-se julgado mais uma vez só por ser uma menina...