
Portões de Jubilife Village, Hisui. A neve é constante e o frio, cortante. Kamado vinha logo atrás empunhando sua espada, apontando para os dois irmãos. Os Aldeões observavam por frestas, os mais curiosos ainda acompanhavam a procissão, com rostos fechados. O rosto de Akari está vermelho... Uma mistura de raiva e VERGONHA. Vergonha por ter desafiado e perdido. Vergonha por ter pensado que, por um breve instante, seria perdoada e que teria um lugar entre a sociedade. Ela foi burra! Muito Burra! E agora estava pagando por isso!!
Mas o que mais deixava a garota embaraçada era como ela podia saber TUDO sobre a vida de TODOS (pessoas que ela nem sequer conhecia, e que nem viviam no mesmo tempo e espaço que ela), mas não havia conseguido prever que isso aconteceria a ela e o irmão? Como isso nunca se passou em um de seus sonhos premonitórios ou em suas visões proféticas? Ela não escolheu o seu dom, mas já que ela o tinha, por que não podia usá-lo a seu favor? Por que a vida era assim? Tão injusta?
E o pior de tudo: ela percebeu que havia sido ARROGANTE, porque ela se deixou levar pelo fato que tinha muito conhecimento sobre o futuro, mas não sabia nada sobre o presente. Foi um tapa na cara! E um tapa gelado...

Auroras púrpuras cintilavam, refletindo o portal no Monte Coronet.

Rei empalidece. Akari o puxa pelo braço.

Quando Akari pôs o primeiro pé para fora do arco, de repente uma voz gritou:


Ela não podia acreditar. Irida e Adaman, Líderes dos Clãs Pérola e Diamante (respectivamente) estavam intercedendo por ela! E juntos!!

Kamado faz um sinal. Guardas avançam com lanças cruzadas. Irida e Adaman trocam um olhar e se adiantam.

Ela se aproxima e estende a mão para Akari.







Rei olha para a irmã, percebendo que se ele fosse para o Clã Diamante com Adaman, ficaria distante dela, que foi convidada para o Clã Pérola por Irida.

Akari não respondeu, ela apenas olhou para baixo e ficou em silêncio. Rei entendeu a mensagem:


Ela o puxa num abraço. Rei enterra o rosto em seu ombro, ombros sacudindo de soluços. Akari não chora, mas seu olhar não tem mais o brilho que costumava cintilar, o brilho da esperança. Seus dedos apertam o manto de Rei como se fosse a última âncora em mar revolto.

Rei ri entre lágrimas, puxando-se para trás. Irida coloca uma mão no ombro de Akari. Adaman acena para Rei seguir.




Akari então se vira sem olhar para trás. Segue Irida rumo às planícies geladas do norte. Rei observa até sua silhueta sumir na nevasca, então segue Adaman para as montanhas do sul. Kamado fecha os portões com um estrondo final, selando Jubilife Village. O vento uiva, apagando as últimas pegadas. Neve cobre o sangue, as lágrimas, a história.

O Mundo Distorcido... 2022?
Volo Possesso flutua sobre um lago de antigravidade, no qual a água corre para cima (muito embora lá fosse difícil dizer o que é embaixo e o que é em cima). Seus Pokémon corrompidos em versões Alfa formavam um círculo mortal. Dia, Pearl, Plat e os Cérebros lutam contra a gravidade caótica.
Ele ergue as mãos. Seus Pokémon avançam, envoltos em aura negra enquanto seus olhos brilham em um vermelho intenso ao executarem movimentos desumanos.




Mas antes que eles pudessem dar um só passo, a Gabite de Volo solta um uivo. Tentáculos de luz envolvem seu corpo, quebrando suas escamas, alongando suas garras. Ela EVOLUI ali mesmo, mas não para uma simples Garchomp... e sim, para uma aberração em cólera:


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Garchomp avança em Estilo Forte torando no Máximo. Seu alvo: Pearl.
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Mas é tarde. A garra distorcida do monstro atinge o ombro esquerdo de Pearl com um CRUNCH metálico. Sangue jorra. O braço é cruelmente ARRANCADO do corpo, arremessado no abismo anti-gravitacional.

Ele cai de joelhos, um jato sanguíneo pintando os torrões de pedra que flutuavam naquela imensidão azul. Dia corre até ele, seu braço sobrevivente esquentando ao contato com o sangue do amigo.

Ele toca o coto de Diamond com sua mão direita trêmula. Diamond segura seu ombro sangrando... Dois amigos, dois cotos, dois lados do mesmo sacrifício. Parecia até poético, não? Diamond sem o direito, Pearl sem o esquerdo.
Palmer corre até o filho, desesperado, e chama dois de seus melhores Pokémon...

Heatran, para cauterizar a ferida.


Cresselia, para curá-la de dentro para fora.
Esta última se sacrifica, mas não em vão: consegue curar completamente a ferida, fechando-a. Mas enquanto todos os olhares se voltavam para o humano, o demônio em forma de Pokémon ainda estava dando suas cartadas:
O Garchomp em fúria ergue a garra para o golpe final...

Platinum então corre e se põe na frente de seus amigos enquanto Looker gritava, ao longe "Eu falei para vocês não virem!", como se adiantasse de alguma coisa...

Seu grito ecoa no vazio, quando de repente...


As pokébolas se abrem sozinhas! Os Pokémon iniciais tomam a linha de frente...
Os ataques ferem e perfuram Garchomp, mas isso só aumenta a fúria dela!!!

Os Cérebros restantes, que não tiveram seus Pokémon aniquilados pelos Alfas — Palmer, Darach e Caitlin — avançam para o sacrifício final enquanto o lago de anti-matéria abaixo deles fervilha, faminto.







Volo/Giratina então ergue a mão. Seu exército de sombras fecha o cerco.
Os Pokémon iniciais e Farejador e Croagunk de Looker se colocam na frente, levando todo o impacto.









Uma expressão de choque percorre a face de Diamond, Pearl e Platinum, mas esta última cerra os dentes e responde:


Looker se surpreende pelos três estarem de acordo em cometer 4ss4ss1n4t0, mas aquela era uma questão de vida ou morte, para eles, e para mais 8 bilhões de pessoas vivendo no Mundo Pokémon atualmente.

Os Cérebros da Fronteira explodem em ação:
Uma única Explosão Tera e jatos pressurizados arrancam a perna direita de Volo. Osso esfarela, carne se desfaz em tiras.
Argenta ativa Dinamax em Skarmory, o que surpreendentemente funciona, talvez pelo portal que conectava Sinnoh ao Mundo Distorcido ainda estar aberto, e por esta Região agora conter meteoritos com fragmentos de Wishing Stars.
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De qualquer forma, a máquina de artilharia alada agora gigante desfere Espinho de Aço Max — uma tempestade de protuberâncias que irrompem do chão e esfolia o peito de Volo, expondo costelas quebradas e pulmões pulsando.
Caitlin invoca Gothitelle, que Terastaliza para o tipo de sua especialidade. Chamas psíquicas irrompem da joia em formato de olho sobre sua cabeça e derretem o braço esquerdo de Volo do cotovelo para baixo. Gordura borbulha, tendões encolhem como plástico queimado.



Dahlia surfa na onda que Argenta usa a Dinamax em seu Togekiss. Corrente Aérea Max produz um vento supersônico que arranca a pele dos ossos, perfurando o abdômen de Volo, e rasgando seus intestinos que flutuam como cobras rubras.

Thorton ordena o Movimento Z "Batedor Criogênico" de seu Kantonian Articuno. Uma lança de gelo de 20 metros empala Volo pela boca, estilhaçando dentes, perfurando a nuca. Sangue congela no instante, formando cristais escarlates.

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Darach, ao mesmo tempo, transforma Entei no Tipo Tera Estelar para executar o Fogo Sagrado, que dá a última facada, incinerando o corpo de Volo e apagando-o para sempre...












É aí que uma fumaça preta, com um fedor muito característico de enxofre e amônia se materializa.
Giratina reaparece desprendido do cadáver. Afinal, de Volo não havia restado nem os ossos. Ferido, o Pokémon Lendário em fúria solta um rugido que racha cristais.



Platinum percebeu algo estranho. Ela se aproxima corajosamente da criatura vil, que agora serpenteava pelos céus azul escuro de sua morada, em um frenesi.


Mas antes que os Cérebros da Fronteira pudessem verificar, Giratina rugiu.

Em modo defensivo, Giratina afasta-se daqueles que quase o levaram de arrasta junto ao corpo humano que dominava.
E então... Vários portais como aquele que havia trazido Volo ao Mundo Distorcido se abrem. As distorções engolem os seis Pokémon que Volo que estavam estarrecidos diante da morte de seu Mestre, o brilho vermelho dos olhos de Alfa agora transformado em lágrimas.
Um a um, os Pokémon são mandados de volta a diferentes pontos selvagens do espaço-tempo que compreende Hisui, mostrando que mesmo o mais diabólico ser que já pisou neste planeta ainda tem um pouco de misericórdia...
Garchomp Alfa já encontrou com Akari (e Liko) há algum tempo... E os outros... Permanecem por aí, vagando nas florestas gélidas do norte do Japão.
Com um batimento de asas (ou o que quer que fossem aquelas protuberâncias ósseas nesta forma), Giratina abre uma distorção espaço-temporal e mergulha nela, voltando para Hisui.
Através do portal, antes que ele se fechasse, Dia e Pearl enxergam neve, montanhas, pinheiros e uma paisagem natural, como deveria ser, afinal, cidade não era lugar para um Pokémon Lendário daquele porte...


Looker se aproxima de onde o corpo de Volo foi desintegrado. Ele junta o que restou do Arc Phone, agora uma pilha de destroços sem pé nem cabeça de tal forma que nem mesmo Thorton poderia remontá-lo.

No Galaxy Hall, em Jubilife Village, Hisui...
Tuli e Ginter arfam, cobertos de neve enquanto um raio corta o céu da noite no horizonte, o trovão ribombando nas janelas do prédio. Kamado observa mapas caóticos, as auroras púrpuras refletindo em seus olhos frios.

Mas eles não responderam. Sequer entenderam a pergunta.






Enquanto isso, Adaman e Irida estão escoltando Rei e Akari para seus respectivos clãs, cortando caminho por Shrouded Ruins em Crimson Mirelands.

A estrada é longa e com a noite chegando, eles precisavam acampar o mais breve o possível para evitar Pokémon Alfa selvagens... Além disso, Rei agora manuseava mais uma das placas de Arceus. A Dread Plate...







Akari fica em silêncio. O clima é pesado. Ninguém além deles dois conversa, dá para ouvir apenas o barulho dos sapatos pisando nas folhas e quebrando galhos por onde passam.

Havia algo, no entanto, que estava incomodando Akari. E se algo a incomodava, Arceus bem sabe, ela botava para FORA, não ficava guardando para si...






Adaman apenas enviou um olhar para Irida com uma cara de que estava escondendo algo.









Entretanto, antes que pudesse terminar a frase, um raio corta os céus e desce à terra bem à sua frente.

A garota salta para trás, de susto e cai ao chão, quando uma imensa nuvem negra se manifesta e uma distorção do espaço-tempo se forma, preenchendo o céu de púrpura.
A figura negra da sombra de Giratina tremeluziu no epicentro da Tempestade, enquanto urrava seu som muito, muito, MUITO característico, um pequeno fragmento vermelho cravado em seu torso.

Akari, cujo olho era o mais afiado de todos, imediatamente reconheceu o objeto que Platinum foi incapaz de descrever com precisão no presente...

A Draco Plate estava nitidamente deixando Giratina desconfortável... Então ele não estava sendo perseguido como previu a Associação Pokémon, seus ferimentos foram tentando remover o objeto que por alguma razão, havia ficado preso em sua casca! E o casamento entre um mercante ambicioso e um Pokémon em agonia era a receita para o desastre...
Então, Giratina, ainda com muita dor e confuso, assim como os Pokémon Nobres que entraram em contato com as malditas Placas de Arceus, faz o que sabe fazer de melhor: ataca.
Com um sopro em direção aos céus, liberou a fúria de uma chuva de meteoros, que começaram a destruir as Shrouded Ruins. Mas os líderes dos Clãs eram líderes por um motivo...

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Giratina contorceu-se, em ainda mais dor!


O coração de Rei parecia que ia sair pela boca. Ele nunca havia ficado cara a cara com um bicho tão grande e feio. Ele nem pensou duas vezes. Começou a correr para onde Adaman ia. Akari, por sua vez, levantou-se depressa, o joelho ralado, e foi na direção CONTRÁRIA!






Akari era a única que parecia entender. Todos, mesmo os treinadores mais experientes do presente, viram o monstro e o atacaram de todas as formas imagináveis. Mas ela... Ela não. Ela enxergou o problema logo de cara e foi tratando de consertá-lo.



Com um cântico antigo, o Pokémon Bruxa ergueu-se nos céus e Akari segurou-se em suas duas "mangas" enquanto ele flutuava em direção a Giratina, tal e qual Platinum, do presente, segurava-se à seu Ditto transformado em Drifblim.


A explosão criou uma cortina de luz azul cintilante, o mesmo azul profundo que podia ser visto nas entranhas do Distortion World. O desespero toma conta quando Akari desaparece atrás das chamas...



Mas antes que pudessem dar meia volta e fugir dali, eis que ela surge, a roupa envolta em fuligem, segurando-se a Mismagius com uma das mãos e com a outra, em posse da Draco Plate.






Giratina guincha uma última vez. Akari solta-se de Mismagius e com a mão agora livre, arremessa uma Bola Gigaton.
CRACCCK!
A proximidade com o Pokémon Lendário facilitou a arremetida. O corpo monstruoso de Giratina padeceu num raio vermelho e adentrou nos miolos da bola, que se fechou num audível clique.


Silêncio.
O portal se fecha. Só restam Akari e Rei na neve vermelha, o colar de Irida e o brinco de Adaman esmagados sob seus pés.

Akari olha para os arredores. Nem sinal de Irida. Nem sinal de Adaman. Tampouco de seus Pokémon. Apenas um persistente trovão rasgando os céus junto à chuva que começava a cair pesada.











Rei abraça a irmã, encharcados pela tempestade.


Então, Rei se lembra de algo importante...




Akari se abaixa e junta a pokébola agora úmida de Giratina. Nisso, um pequeno fio de miasma ousa escapar pelo orifício acima da pokébola e começa a se envolver em seu braço espiralando como uma Seviper que tenta quebrar os ossos da vítima. Os olhos de Rei se arregalam, Akari grita, assustada. Giratina está a um passo possuir Akari, assim como fez com Volo!!
Mas Spiritomb sai por conta própria e com seus 108 espíritos...
...envolve a Bola Gigaton de Giratina, contendo o avanço do Dragão Fantasma. Akari o afasta, erguendo a Bola Gigaton. Giratina pulsava dentro, um deus prisioneiro de uma pária.

Complexo Hospitalar de Veilstone, 2022.
5:45h da manhã.
Luzes fluorescentes, cheiro de antisséptico e silêncio cortado pelo zumbido de máquinas. Diamond acorda primeiro. Em seu braço direito, havia agora uma prótese mecânica de última geração, cortesia da Polícia Internacional, apesar da gentileza de Thorton.
Ele vira a cabeça. Pearl está ao seu lado, o braço esquerdo arrancado abaixo do ombro, agora também substituído por uma prótese metálica.
Platinum, a menos ferida, dorme numa cadeira. E mesmo flutuando distante, é possível perceber seu rosto marcado pela exaustão.

O filho de Palmer para o seu novo equipamento, depois para o braço metálico de Diamond. Um sorriso torto surge.

Diamond estende a mão esquerda (a de carne), tocando o ombro ferido de Pearl. Seu braço mecânico emite um clique suave, um som que já virara parte dele.



É nessa hora que Platinum acorda, sobressaltada. Seus olhos avermelhados percorrem os dois, aliviados e doloridos.


Pearl ergue a nova mão robótica, examinando os dedos. Diamond faz o mesmo com sua mão de carne. As pontas se tocam: quente e fria, carne e metal, vida e artifício.




Pearl suspira fundo, deixando a cabeça recuar no travesseiro. Diamond ativa suavemente os dedos mecânicos, brincando para se distrair desenhando uma estrela invisível no ar.
Do lado de fora, a primeira neve do inverno começa a cair, branca e limpa, como um véu sobre as cicatrizes da guerra. Lá fora, vários Pokémon entravam em Modo Dinamax espontaneamente, tanto em Sinnoh como em Galar, trazendo destruição e mortes em massa por onde quer que passem...






Eles ainda não se deram por conta, mas esta é uma luta pela sobrevivência! De um lado, os seres humanos, do outro, a vida selvagem!
E a novidade, que ainda não lhes foi contada por Looker (ou Cheren), mas já, já seria, é que as distorções do espaço-tempo de Giratina agora são globais. E com elas veio também uma leva de Pokémon ESTRANHOS, idênticos aos nossos, porém... Nem tanto. Iniciou-se à força uma guerra entre criaturas muito semelhantes por espaço em um mesmo nicho ecológico.
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E até mesmo criaturas nunca antes vistas começaram a ocupar o espaço que era de monstrinhos muito bem conhecidos e estudados...


Reconstituições feitas pelo canal Tavi, You Tube
Apesar de não saberem de tudo o que acontecia lá fora, Dia, Plat e Pearl não eram ingênuos.
Muito pelo contrário.
Eles tinham plena ciência de que a batalha estava longe do fim... Mas por ora, apenas respiravam.
Epílogo:
Hisui
Entre as Colunas de Pedra do Antigo Templo de Sinnoh antes de virar o atual Pilar da Lança, no Cume do Monte Coronet...




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