Pokémon Laços: XY - Capítulo 05: VS Kirlia

     O dia havia começado super bem. Estávamos com muita disposição e pretendíamos treinar até o entardecer. Y e eu nos acordamos cedo. Descemos as escadas do Centro Pokémon e fomos buscar nossos pokés no atendimento médico, que ficava no térreo. Assim que conseguimos pegar os pokémons, saímos rumo ao sul da cidade. Y queria tomar um café da manhã de qualidade, então eu me ofereci para pagar tudo... Logo achamos uma praça de alimentação e era ali que iríamos comer...

Capítulo 5

VS Kirlia

     Aquele lugar não era como o café onde a Y costumava trabalhar. Não. Era bem mais ao ar livre e bem maior. As mesas e as cadeiras estavam espalhadas pela calçada, enquanto que dentro da loja ficava o balcão e a cozinha,onde preparavam os lanches.
     Como nossos pokémons já haviam sido alimentados pela Enfermeira do Centro Pokémon, só precisaríamos nos preocupar com nós mesmos, então não hesitei em pagar tudo. Eu ainda tinha todo o dinheiro que minha mãe me deu quando eu saí de casa para iniciar minha jornada e não seria muito difícil de arranjar mais e é claro que eu não ia poupar grana e ficar com fome, não é mesmo? Eu não sou desses. Sou daqueles que comem e repetem duas vezes. Coisa de pobre, mas me satisfaz muito.
     Assim que nos sentamos, Y abriu sua bolsa e retirou um caderno. Ela começou a rabiscar uma bela roupa ao estilo Sylveon. Pela primeira vez, eu pude notar dons artísticos nela. Y era mesmo uma estilista e vivia da arte, ou melhor, de suas obras. Nisso, um garoto de aproximadamente dezenove anos deixa um menu em cima da mesa. Abri o "folheto" e comecei a analisar os preços, não que eu me importasse em pagar o mais caro.
     Levantei-me e fui até o balcão, para pedir o meu prato. Y parecia estar tão concentrada em sua criação que nem deu muita bola pra comida. Ela me pediu um cappuccino e eu repassei o pedido para a garçonete. Eu queria comer algo mais refinado, que enchesse o meu estômago. Tava em dúvida, mas logo o meu pedido surgiu em minha cabeça, como uma ideia...
     – Um Croissant acompanhado com um Petit Gateau de doce-de-leite, no capricho! E para beber, eu quero um refrigerante geladinho! Ah, e um cappuccino de chocolate pra minha amiga.
     – Tudo bem... Vai demorar uns quinze minutos, ok?
     – Certo!
     Sentei-me e continuei a observar a Y desenhando sua roupa. Ela rabiscava com cuidado os traços de um mulher e logo após, ela desenhava uma roupa por cima daquele corpo. O primeiro look que ela fez foi uma rouba baseada na Sylveon com uma gravata borboleta feminina e um echarpe cor-de-rosa. Era algo tão... tão... Mágico. Ela mal riscava na folha e um lindo desenho formava. Quando eu tentava fazer algo assim, só saiam palitinhos,mas com Y era diferente. Ela tinha o dom, coisa que nem todos tem.
     – X, o que você acha?
     – Está perfeito, Y! Você é uma artista!
     – Obrigado! Pediu o meu café?
     – Pedi.
     – Valeu, X. Sabe... Onde vamos treinar hoje? Estou louca pra ver o tal Mienfoo.
     – Se você quiser, podemos visitar a plantação de trigo, que fica há alguns quilômetros daqui. Podemos pegar o bondinho e irmos pra lá. Dizem que algumas marcas estranhas  com o formato de alguns desenhos como uma caveira, um Woobat, uma abóbora, apareceram na plantação. Talvez eu seja interessante pra minha carreira como detetive!
     – Você quer treinar ou resolver casos alienígenas em que a polícia ou até mesmo o exército deveria estar cuidando?
     – Os dois. Aliás, você está com medo?
     – Claro que não. Os Elgyem's são inofensivos, X. Além do mais, eu tenho o Fennekin pra me defender!
     – Elgyem? Ah, eu acho que já ouvi falar. Elgyem e sua evolução, Beheeyem, são pokémons alienígenas que apareceram no deserto há algum tempo... Talvez eles estejam queimando a plantação...
     – Que seja. Vamos pra lá assim que acabarmos por aqui.
     – Tudo bem, então! Próxima parada: Wheat Ville!
     Horas mais tarde, saímos do café e fomos para a Vila do Trigo, uma grande plantação próxima a cidade. Na verdade, era uma vila onde todos os habitantes eram responsáveis pela grande safra. Como o combinado, pegamos um bondinho que cortava a cidade e fomos até o local desejado. A cena era linda. Uma grande plantação amarela como um tapete "natural" que cobria o chão. O sol batia em todo aquele trigo e refletia a luz pra cima, como se fosse neve. Era verdadeiramente lindo e inspirador. Se eu fosse um desenhista como a Y, eu já estaria desenhando a uma hora dessas...
     – Ah, isso aqui é lindo! X, como foi que você descobriu isso aqui?
     – E estava assistindo o jornal quando a apresentadora falou desses estranhos acontecimentos. Aí eu olhei num mapa e vi que estávamos pertinho daqui...
     – Ah, o Fennekin precisa ver isso. Saia, Fennekin!
     A pokébola foi lançada ao alto e dela sai um brilho azul que vai descendo até o chão, onde se expande e se desfaz em brilhosinhos menores, revelando a forma do pokémon-raposa, Fennekin.
     – Fen!
     – Olha, Fennekin! Que lugar lindo!
     – Fen, fen! – Fennekin começa a correr pela estrada de chão, indo em direção a um grande celeiro, perto dali.
     – Ei, Fennekin! Não haja como um filhote! Volte aqui!
     – Calma, Y! O Fennekin só quer se divertir! Deixa ele!
     – Da última vez em que fiquei longe do Fennekin, ele desapareceu por horas! Não posso deixar que isso aconteça de novo!
     Era verdade. Da última vez, Fennekin fugiu de dois ladrões e foi chamar a polícia, na outra cidade. Ele atravessou uma rota inteira e ainda conseguiu chamar ajuda, mas pelo menos, ele fez a coisa certa...
     – Vamos falar com o fazendeiro-chefe! Ele pode nos explicar um pouco mais sobre essas "marcas" na plantação... Dizem que elas começam a aparecer durante a noite, mas não vamos ficar aqui para vivenciar isso!
      – "Aliás, você está com medo?"
      – Sim, eu estou. E sou homem o suficiente para admitir isso!
      – Ai, que machista! Seu bobo!
      – Vamos! O Fennekin está na direção correta!
      – Ele deve ter sentido o cheiro do inimigo! S-será que são os Elgyem's? Os Beheeyem's?
      – Estes pokémons não são tão comuns em Parisia, Y. Talvez tenhamos um inimigo mais conhecido, um oponente que a gente já conheça. Eu duvido que sejam mesmo alienígenas.
      – Ei, Fennekin! Espera a gente! Eu não posso correr de salto alto!
      – Fen, fen!
      – Ei! Crianças? O que estão fazendo em minha propriedade?
      – Quem é você?
      – Eu sou o fazendeiro-chefe, Edmond. Em que posso ajudá-los? – Edmond era um velho com sotaque caipira. Ele Usava um chapéu de palha, um macacão jeans e botas  de couro. Seu cabelo era um loiro invejável e seus olhos eram azuis como o céu.
      – Ah, senhor Edmond! Estávamos a sua procura! O senhor poderia nos dizer algo a respeito das marcas que estão aparecendo na plantação? É que eu quero ser um detetive e para eu ficar conhecido, eu preciso resolver muitos casos!
     – Lamento, mas eu não posso falar nada! Não é da conta de vocês!
     – Eita, ml-educado! – Mesmo sendo uma gracinha, a Y não tinha papas na língua (até hoje). Isso só desagradou mais o caipira,que mandou a gente sumir dali.
     – Deem o fora da minha propriedade! O que acontece ou não nessa plantação é assunto meu!
      – Mas senhor, só queremos algumas informações!
      – Não interessa! A polícia já está resolvendo tudo! Não vou deixar que vândalos entrem em minha fazenda e detonem a minha plantação!
       – Mas nós...
       – Nada de "mais", senhorita! Eu sei quem vocês são! São daqueles pirralhos skatistas que vieram esses dias aqui e destruíram o meu silo com aqueles pokémons malditos!
       – Skatistas?
       – É! Aquele bando de "aborrescentes" com cabelo encarnado e jaqueta de couro, cheios de tatuagem e fumando cigarro! – Com certeza não eram o Matthew e o Zack. Eram adolescentes rebeldes e de mal com a vida.
        – E por acaso a gente se parece com eles?
        – Sim! Principalmente você, o garoto! Agora deem o fora daqui!
        – Mas...
        – Agora!!
      Resolvemos sair dali e voltar mais tarde. Aquele velho era um hipócrita. Ele não podia nos recepcionar daquele jeito, especialmente porque poderíamos resolver o caso das "manchas" na plantação, que já estava aparecendo até na TV. Resolvi ficar treinando com o Mienfoo, o Fennekin e o Froakie a tarde toda em frente a fazenda, próximo à cidade, até que a noite caiu, aproximadamente umas sete horas e meia depois que fomos expulsos daquelas terras. Esperamos muito, muito tempo, mas sabíamos que não podíamos invadir a propriedade do senhor Edmond... Não podíamos invadir se ele ficasse sabendo, mas se ele não ficasse, podíamos fazer uma visitinha e à noite isso seria perfeito...
      Assim que a noite caiu, compramos alguns equipamentos em uma loja nos distritos da cidade. Pegamos um kit completo com cordas, lanternas, chapéus de operários, com faróis  iluminadores e luvas. Depois disso, eu já não tinha muito dinheiro, mas sabia que conseguiria recuperar tudo em apenas um dia e ainda podia contar com a Y, que ganhou tanto dinheiro com suas roupas que chegou a ficar rica.
      Nove horas da noite. Jantamos alguns biscoitos que eu tinha de reserva em minha bolsa, acompanhados com sanduíches ricos em presunto e alface e comemos alguns Petit Gateaus que sobraram como sobremesa. Nove e meia. Adentramos na propriedade do senhor Edmond, escondidos no meio do milho. Era arriscado atravessarmos a estrada de chão, embora soubéssemos que gente da roça dorme cedo.
      – X, o que estamos fazendo é certo?
      – Não, mas podemos ajudar muitas pessoas resolvendo este caso! Agora deixa de papo furado e vamos!
      – Minha pele vai ficar toda irritada com esse trigo... Ainda bem que eu trouxe uma pomada dermatologicamente correta.
      – Psiu! Fica quieta! Estou vendo alguns movimentos perto do celeiro. Ah, lá está. É... Uma garotinha? E está se aproximando do silo. O que será que ela quer?
      – Vamos lá ver!
      Nos arrastamos pelo trigo durante uns cinco minutos até que conseguimos chegar perto da sede da fazenda, onde ficava o silo e também o celeiro, obviamente. Wheat Ville era e é a maior produtora de pão de croissant do mundo. Não podíamos ficar parados e ver a plantação  ser arruinada. Tínhamos que fazer algo e a primeira a coisa a se fazer era investigar aquela menina estranha que passou por ali...
     – A-alguém aí? – Falei baixinho para que o senhor Edmond não acordasse. Estávamos bem próximos da janela do quarto dele, então sabíamos que ele podia ouvir tudo. Nada nem ninguém me respondeu, maseu podia ouvir um barulho metálico, como latas sendo reviradas por ali. Pude ver uma espécie de porão, com uma portinha de madeira fina, dentro do celeiro, ao lado do silo.
     – X...
     – Psiu! Não podemos acordar o caipira!
     – Mas, X...
     – Y, eu já... – De repente eu congelei. Nossos pés estavam cobertos por uma névoa misteriosa. Uma fumaça que brotava no chão e ficava mais intensa e mais alta a cada segundo. Com certeza aquilo era um poltergeist, um fenômeno sobrenatural que a ciência não consegue explicar. Tentei ficar calmo. Se eu ficasse calmo, a Y também não se preocuparia e aí não nos incomodaríamos com a presença do senhor Edmond.
      – Mysterieuse! Está ficando tarde então é bem provável que o frio daqui crie esta névoa! Seria uma cerração? Um neblina louca, talvez?
      – Acho melhor darmos o fora daqui, X!
      – Calma, não precisamos nos preocupar! Vamos seguindo em frente e--
      A frase ficou no ar. Pudemos ver chamas azuis sendo lançadas contra a plantação e uma garotinha misteriosa com um vestido branco, flutuando sobre o trigo.
      – Isso... Não é um evento alienígena! É um evento sobrenatural! X, vamos sair daqui agora!
       – Não! Calma! Tem que ter uma explicação lógica pra tudo isso!
       – Vamos, X! Antes que ela nos veja! Vamos! Vamos!
       – Calma, Y! Se você quer ir, vai sozinha! Eu não vou sair daqui antes que tudo seja resolvido.
       – Ei! O que estão fazendo aqui? Eu já não disse para saírem daqui?
       Com certeza essa era a visão do Inferno. Vimos o senhor Edmond com uma regata branca, ceroula e meia, calçando chinelos de borracha. Sem o seu chapéu de palha, dava pra notar que ele estava quase que careca. Só tinha cabelos dos lados da cabeça. E aquele narigão era pior do que o de uma Bruxa. Se eu não tivesse intrigado com aquele estranha menina sobrevoando a plantação e queimando tudo, eu com certeza teria morrido do coração.
      – Senhor Edmond! Está vendo aquilo?
      – Essa não! Ela voltou! – O senhor Edmond arregalou os olhos e abriu a boca, com uma cara assutada.
      – Ela? Q-quem? – Y já estava quase chorando, agarrada no meu braço.
      – Kirlia. – Ao pronunciar aquela palavra, tudo pareceu claro para mim. Kirlia é um pokémon humanoide, semelhante à uma menina praticando Ballet.
      – Kirlia? Mas então... é um pokémon que está causando tudo isso!
      – Sim... Eu... Eu sempre soube que Kirlia morava em minhas terras, desde que eu comprei isto aqui, mas nunca pensei que era ela quem estava destruindo minhas plantação.
      – Precisamos descobrir o porque. Ah, e senhor Edmond... Desculpe-nos por entrarmos no seu "pátio"! Agora o senhor sabe que não fomos nós que destruíamos a sua plantação.
      – Eu é que tenho que me desculpar! Me desculpem por minha estupidez. Isso não vai se repetir!
       – E agora? Como vamos parar a Kirlia? Aquele movimento que ela está usando é o "Will-O-Wisp", certo?
       – Eu tenho uma ideia! Embora Kirlia seja um tipo Psíquico, o Will-O-Wisp é tipo fogo. Usa o Froakie para apagar as chamas que ela está produzindo!
     – Você tem razão! Vai Froakie!
     Assim que Froakie sai da Pokébola, eu posso reparar que não posso reparar ele. A névoa mística que Kirlia havia levantado para encobertar a sua "chacina de trigo" já ultrapassava as minhas pernas,sendo impossível eu enxergar o meu próprio pokémon.
      – Froakie! Use o Tackle para correr! Vá para em direção àquelas bolas de fogo e use o Water Gun para apagá-las!
      – Froa!
      Froakie se foi como um raio, cortando a névoa e penetrando plantação a dentro. Pouco depois ouvimos o barulho de água e pudemos ver as bolhas de fogo se apagando. O meu plano deu certo...
      – Kir!
      – Lá está a Kirlia!
      Kirlia desceu dos céus pela primeira vez e assim, pudemos identificar sua forma por completo. Se estivéssemos um metro mais pra frente conseguiríamos notar o seu cabelo e pernas verdes, que a diferenciam de uma garotinha comum.
      – Vai, Froakie! Use o Water Gun na Kirlia!
      – Kir!
      Kirlia posiciona seus braços na frente de sua barriga, disparando uma onda psíquica que acerta o jato de água cuspido por Froakie e passa a controlar o movimento do líquido, fazendo o golpe voltar contra Froakie.
      – Isso foi um "Psychic"!
      – Froakie, corra de volta pra cá!
      – Froa!
      – Kir! Lia!
      Kirlia começa a "volitar" atrás de Froakie, ou seja, o seu espírito é lançado na forma astral contra Froakie. A alma de Kirlia sai de seu corpo e vai flutuando, levitando atrás do inicial de água. Era como se o seu espírito estivesse saindo de seu corpo enquanto ela dormia.
      – Kirlia é um ser místico! Não deixe que ela pegue o Froakie!
      O senhor Edmond tentou nos alertar, mas já era tarde demais, Kirlia atingiu Froakie e com isso, ela conseguiu acessar os laços que eu e meu pokémon tínhamos um pelo outro, acessando minha mente ao mesmo tempo em que sua forma astral encostou nas costas de Froakie.
     De repente, pude me ver em outra dimensão. Um lugar onde tudo tinha tom de cinza. Era preto e branco. Acho que aquilo era a minha mente, minhas lembranças, porque pude reconhecer minha casa, que ficava há quilômetros de distância dali. Mas ela estava muito diferente. Ainda era praticamente toda de madeira e só tinha um andar. O chão estava completamente branco e fofinho. Era neve.
     Entrei em minha casa e logo fechei a porta. Pude ver uma criança chorando e minha  mãe correndo feito uma louca para me acalmar. Eu devia ter uns cinco ou seis anos. Minhas pernas e braços eram curtinhos e eu ainda usava aquelas roupinhas ridículas que os pais escolhem para seus filhos. Mas parecia que eles não me viam. Minha mãe e eu (criança) não enxergavam eu (adolescente). Eu estava como um intruso na cena, mas não podia ser percebido por ninguém. Era muito, muito atordoante. Acreditem.
     O telefone residencial (naquela época era difícil as pessoas terem celulares) começa a tocar e minha atende. Depois de alguns segundos com ele no ouvido, ela o deixa cair com tudo no chão e começa a chorar. Vi minha "forma-criança" correr e abraçar minha mãe, perguntando desesperada para saber o que era. Quando ela abre a boca e tenta falar, mas não sai. Ela me aperta e muitas lágrimas escorrem de seu rosto. Ela então cria coragem e consegue me dizer...
     – O vovô... foi pro céu...
     Aquele foi o dia mais triste da minha vida e a infeliz da Kirlia tinha que me lembrar duma desgraça dessas. Agora ia demorar um tempão até eu "me recuperar" de novo. Eu já tinha me esquecido, mas as lembranças vieram à tona mias uma vez.

...

     – O-o que está acontecendo com eles?
     – Estão se lembrando do passado! Todos os acontecimentos que lhes marcaram estão sendo relembrados! Kirlia está vasculhando a mente deles com uma variação do movimento "Dream Eater"! Temos que parar a Kirlia antes que eles surtem!
     –  Mas como?
     – Você está vendo aquela luz azul ofuscante que sai do corpo da Kirlia? É o espírito dela invadindo o corpo dos dois. Temos que derrotar a própria Kirlia para que o espírito dela se afaste deles e retorne para o seu corpo, mas se atacarmos a luz que representa o espírito dela, os dois podem sentir isso na pele.
     – Ou seja... Temos que atacar o corpo da Kirlia pra fazer ela retornar?
     – Exatamente!
     – Acho que o Fennekin dá um jeito... Vai--
     – Não! Eu cuido disto! Vai, Snorlax!
     O Senhor Edmond lança a pokébola para o outro lado da janela, acordando um monstro gigante, um urso faminto e sonolento.
     – S-snorlax? Não é uma boa hora para olhar na pokédex...
     – Vai, Snorlax! Ataque a Kirlia com o seu Ice Punch!
     Snorlax cerra seus punhos e começa a soprar um vento gelado, formando uma fina crosta glacial sobre eles. Em seguida, o gigante se levanta e avança até Kirlia, desferindo dois socos muito potentes.
     – Não funcionou! A energia psíquica continua fluindo de Kirlia!
     – Isso significa que temos que atacar mais e mais! Snorlax, use Crunch!
     Snorlax avança e dá uma mordida no braço de Kirlia, fazendo a "transfusão mental" parar e o espírito do pokémon psíquico voltar para o seu corpo.
     – Kir... @-@!
     Kirlia desmaia, caindo desacordada no chão.
     – Acabou?
     – Sim.
     – E agora?
     – Temos que ligar para a polícia.
     – Eu só não entendo uma coisa...
     – Uma? Quer dizer... O que?
     – Porque a Kirlia estava queimando a plantação? Não faz sentido!
     – Eu... Acho que sei... Ultimamente nós andamos "explorando" uma parte da nossa propriedade que ainda era puramente selvagem. Derrubamos todas as árvores. Pretendíamos criar um estábulo. Acho que nós destruímos a casa da Kirlia...
     – Ah, não... E porque o senhor não a captura e passa a cuidar dela como o seu próprio pokémon?
     – Sabe, você tem razão... E é isso o que eu vou fazer! Vai, Pokébola!
     O velho atira uma pokébola pela janela, acertando a cabeça de Kirlia, com isso, o pokémon é capturado, estando totalmente à mercê da pokébola, sem ter como se defender.
     – Acredite, Kirlia... Vai ser melhor pra nós dois!
     – Y?
     – X! Ah, que bom que você acordou!
     – Onde eu estou? Cadê o Froakie?
     – Calma, tudo acabou! Tudo acabou...

     Naquela noite fomos convidados a dormir na casa do senhor Edmond. Curamos e despertamos a Kirlia e convencemos ela de que era melhor ela morar como proprietário, ao lado de seu Snorlax. Não chamamos a polícia. Não precisava. Entendemos que as marcas que apareciam nas plantações era uma manifestação de Kirlia e que as formas que a gente via, como um Woobat,ou uma abóbora e até mesmo uma caveira, era pura interpretação da nossa mente e também entendemos que Kirlia só fez aquilo porque perdeu o seu lar. Perdoei ela pela invasão de minha mente e tudo acabou bem. Fizemos as pazes e no outro dia partimos dali, rumo à Rota 2...

Continua...

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