Pokémon Laços: LEGENDS — Hisui XXX: Lendas São Sobre Heróis do Passado, Profecias, Sobre Heróis do Futuro!

Hisui XXX: Lendas São Sobre Heróis do Passado, Profecias, Sobre Heróis do Futuro!


"A maldade do homem se multiplicara sobre a terra" (Gênesis 6:5)

"Porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem aumentado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo." Gênesis 19:13

"⁶ Também condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, tornando-as exemplo do que acontecerá aos ímpios;
⁷ mas livrou Ló, homem justo, que se afligia com o procedimento libertino dos que não tinham princípios morais
⁸ ( Pois, vivendo entre eles, todos os dias aquele justo se atormentava em sua alma justa por causa das maldades que via e ouvia)". 

2 Pedro 2:6-8

²⁴ Então o Senhor fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra;
²⁵ E destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra.
²⁶ E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.
²⁷ E Abraão levantou-se aquela mesma manhã, de madrugada, e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do Senhor;
²⁸ E olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a terra da campina; e viu, e eis que a fumaça da terra subia, como a fumaça de uma fornalha. 

Gênesis 19:24-28

"Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz." (Gênesis 7:4)

"E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregador da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;" (2 Pedro 2:5)

Meses atrás...

Na Biblioteca de Canalave, a Treinadora mais forte do Mundo Pokémon folheia páginas de uma revista, em suas habituais pesquisas arqueológicas, uma passatempo que ela jamais deixou para trás, mesmo após ter sua filha e as obrigações como Campeã, que nunca cessam...


 "A Civilização que desafiou os deuses e foi apagada da história..."

Cynthia lê as páginas com uma descrença que só aumenta a cada parágrafo...

A CIVILIZAÇÃO QUE DESAFIOU OS DEUSES E FOI APAGADA DA HISTÓRIA

Por que ninguém quer que você fale sobre os Celestica, a primeira grande civilização humana a cooperar com os Pokémon?

Eles estavam aqui bem antes de nós.
Antes até mesmo de Hisui se consolidar como uma colônia no território que hoje compreende Sinnoh.

E talvez eles estivessem até mesmo à nossa frente...
O Povo Celestica que desapareceu misteriosamente sem deixar nenhum vestígio não é apenas mais um mito antigo enterrado sob ruínas e poeira acadêmica, como tenta abafar a Campeã Cynthia Planet. A cada nova escavação em Sinnoh, cada fragmento encontrado próximo ao Monte Coronet, grita uma verdade incômoda: os Celestica dominavam tecnologias que não podemos compreender. Ela sabe disso. A Elite 4 sabe disso. E além deles, apenas você, caro leitor, porque aqui, não temos medo de mostrar a verdade. Eles podem até tentar nos silenciar, mas jamais conseguirão nos calar.

UMA SOCIEDADE ALÉM DO SEU TEMPO

Enquanto o mundo atual ainda luta para entender a energia natural que cria e mantém os Pokémon, os Celestica a moldavam. Relatos antigos convenientemente ignorados por manuais oficiais descrevem estruturas capazes de canalizar forças dimensionais, interagir com entidades como Dialga, Palkia e Giratina... E sobreviver.

Não como servos.
Mas como iguais.

Eles eram tão próximos dos Pokémon quanto somos hoje. Os capturavam e treinavam. Tratavam como membros da família.. Conforme os antigos murais, essa relação se estendia para além do imaginário de que os povos antigos temiam e evitavam os Pokémon. Muito pelo contrário, os Celestica eram exímios treinadores e treinadoras, e até realizavam seus próprios torneios esportivos, algo que se perdeu no tempo e precisou ser reconstruído vagarosamente à medida que os Celestica sumiram, a proximidade entre humanos e Pokémon esfriou e Sinnoh precisou ser "reabitada" por diferentes clãs séculos depois sob o nome de Hisui. Mas você deve estar se perguntando: Como, já que as pokébolas foram criadas muito tempo depois, por volta dos anos 1800...? Será mesmo? Será que não é isso que eles querem que você pense?

Tabletes de pedra fragmentados encontrados um em Celestic e outro em Solaceon Town falam de mecanismos de controle temporal. Artefatos sugerem viagens espaciais rudimentares. Símbolos recorrentes indicam uma compreensão profunda dos Humanos com superpoderes, da Aura, da Matéria e de algo ainda mais perturbador: o equilíbrio do Universo.

Eles não veneravam deuses cegamente.
Eles negociavam.
Eram os Deuses Astronautas?
Talvez nunca saberemos, porque eles não querem que você saiba a verdade! 
A pergunta que resta não é se o Povo Celestica era ou não era avançado… Mas QUEM se beneficia com o silêncio absoluto.
TECNOLOGIA PERDIDA… OU OCULTADA?

Aqui está a pergunta que ninguém no topo quer responder:

👉 Essa tecnologia se perdeu... Ou foi deliberadamente apagada?

Alguns artefatos simplesmente desaparecem após serem catalogados. Pesquisadores mudam de área subitamente. Outros, como o próprio Professor Cozmo, o maior nome na arqueologia ultimamente, somem. Coincidência? Ou estamos diante de um padrão clássico de silenciamento?

Se os Celestica realmente possuíam meios de alterar tempo, espaço e causalidade... Quem decide que o mundo atual não pode ter acesso a isso?

E mais importante:
Quem herdou esse poder?

O FIM QUE NÃO FOI UM FIM

A versão oficial diz que a Civilização Celestica “entrou em declínio”. Talvez por uma doença que dizimou a população. Talvez por escassez de recursos ou causas naturais.
Vago. Confortável. Seguro.

Mas inscrições mais antigas contam outra história. Falam de uma civilização que, antes de entrar em “desequilíbrio”, prosperou por mais de 2 mil anos, até que algo que veio do céu... Ou de dentro do próprio mundo. E aí eu lhe pergunto, caro leitor. Isso não te lembra nada? Não parece com os Pokémon Paradoxo que até pouco tempo atrás eram considerados lendas e toda e qualquer informação sobre eles era tratada com escárnio e descrença? Aquele papo que reduziu a reputação da nossa revista ao

O que sabemos é que o fim do Povo Celestica foi um colapso não apenas físico, mas existencial.

E se eles não foram destruídos?
E se eles se removeram do fluxo do tempo?

Ou pior...
E se foram removidos?
POR QUE ISSO IMPORTA AGORA?

Em meio ao A-Poké-Lipse de que nossa redação tem alertado há mais de duas décadas, com distorções no espaço-tempo, planetas que os cientistas tentam esconder, se aproximando da Terra, e entidades antigas despertando, uma coisa fica clara:

👉 Os Celestica sabiam.
👉 Eles previram.
👉 Eles tentaram impedir.

E falharam.

Ou talvez...
Tenham sido impedidos de tentar novamente.

A VERDADE INCÔMODA

Talvez o maior pecado cometido pela Civilização Celestica tenha sido ser uma civilização mais avançada que a nossa. Eles podem ter se autodestruído e suas histórias e tecnologias, completamente apagadas pela severidade do tempo.
Então...
Será que nós não estamos repetindo exatamente os mesmos erros?

E desta vez,
Sejamos nós a sermos apagados da História? Fica a reflexão. E você, como nosso bom leitor, já deve saber: sempre duvide. Os desavisados são sempre os primeiros a morrerem...

 (Transbordando desdém) Tsc. Essa Occulture inventa cada coisa...



Hoje, 18 de Novembro de 2022...

O Dilúvio se espalhou por toda a Terra.

Por todos os cantos, só se ouvia os estalos dos raios. E vinham do céu. E vinham da Terra. A própria crosta terrestre parecia gemer num ato de desespero.

O mundo acima das nuvens era real para todos.

E estava se aproximando... Cada vez mais depressa...

Alguns apontavam e diziam: "É Hercólubus!"

Outros clamavam: "Não, é Nibiru!"

Mas uma coisa era unânime: O medo e a ciência de que o mundo estava prestes a acabar.

O mar avançava sem pedir licença, rugindo com Tsunamis jamais antes vistos. As cidades costeiras foram engolidas primeiro. Depois as outras. Uma a uma. Como se o planeta tivesse decidido "lavar a própria pele".

Sirenas gritavam.
Depois se afogavam no próprio som.

Satélites caíam do céu como se tivessem cansado de orbitar.
As telas ficaram pretas.
A comunicação morreu antes das pessoas

E o mais assustador...
Não era a chuva.

Era o silêncio entre um trovão e outro.
Aquele intervalo curto.
Tempo suficiente para entender.
Tempo demais para aceitar.

Em alguns lugares, pessoas juraram ver sombras gigantescas se movendo sob as nuvens.
Outras falaram em olhos.
Olhos observando.

Os relógios enlouqueceram.
Alguns avançavam horas em segundos.
Outros pararam de vez.

E havia fogo também.
Porque o mundo nunca acaba de um jeito só.

Florestas ardiam enquanto chovia.
O oceano fervia em pontos isolados.
A Física... já não concordava consigo mesma.

Em Paldea, o céu assumiu um tom esverdeado doentio.
Em Kanto, o dia virou noite ao meio-dia.
Em Sinnoh, montanhas tremeram e deslizaram como se estivessem acordando de um pesadelo antigo.

E em algum lugar que ninguém conseguia localizar no mapa...
Um espelho crescia no céu.

Não refletia nada.
Absorvia.

Era ali que tudo convergia.
Era ali que o mundo estava sendo decidido.

E enquanto a humanidade corria, rezava ou simplesmente gritava…

...algo muito maior observava.

Paciente.
Antigo.
E absolutamente certo de que aquele era o momento certo.

O momento certo para acabar com TUDO.


O mundo não era mais uma arena esportiva. Batalhas Pokémon não eram mais diversão: Eram questão de sobrevivência.

Em Kanto, os antigos Ginásios viraram abrigos improvisados.
Estádios... Ilhas cercadas por água por todos os lados.
A glória das batalhas ficou pequena diante da urgência de manter pessoas e Pokémon respirando.




 Eu não posso morrer! Não agora! Não ASSIM!
 Se for para morrermos, que seja então como HERÓIS!

Líderes que antes gritavam ordens agora sussurravam consolo.
Campeões carregavam idosos no colo.
Treinadores lendários TREMIAM.

Porque pela primeira vez...
Não havia contra quem vencer.





Se o clima das Ilhas Laranja já era severo, agora a austeridade quintuplicou.
Drake corria para todos os lados, tentando estancar o magma que vazava pelas rachaduras.
Mas não havia coagulação.
O planeta estava morrendo.



As folhas laranja de Ecruteak, em Johto, ganharam um novo significado.
Precisavam ser apagadas, antes que a floresta inteira virasse cinzas.

 Que inferno! Isso não acaba nunca!
 Apenas... Continue!


No Planalto Índigo...


Lance voava baixo, pegando pessoas dos telhados.
Uma por uma.
As mãos tremiam… Mas não largavam.

 Aguenta firme! Te peguei!



Karen mantinha crianças calmas em um corredor escuro.
Com um sorriso forçado, tentando fingir que estava tudo bem, mas seus olhos cansados a entregando.



Em Hoenn, Kabu presenciara a antiga casa onde cresceu sendo devastada.
Não havia sobrado nada do que um dia fora seu lar.

 Monstros não são o problema... Eu já enfrentei bicho muito maior!

O problema (realmente) era outro!
Não era como enfrentar um Pokémon Dinamax descontrolado ou uma Batalha a Nível de Campeão no Estádio Wyndon. Era como enfrentar a própria Mãe Natureza e dar-se por conta do quão pequenos e insignificantes eram...


Wallace chorava em silêncio ao ver o mar ultrapassar limites antigos.
Ele entendia a água.
E ela não o reconhecia mais.




 Isso... Não está certo! A Beleza está m0rt@! Só sobrou LUTO...


Os Cérebros da Fronteira perderam o título.
Ganharam outro.

Protetores.

Anabel tremia, sentindo tudo.
Mentes humanas, animais e Pokémon em pânico.
Pokémon enlouquecendo.
O mundo gritando em colapso total.



Nas Regiões da Ranger Union, não estava diferente.
Não adiantou fechar as fronteiras. A desgraçava pingava do céu.
E diante do corpo sem vida de um outrora tirano Professor Hastings, os Patrulheiros de Elite lutavam para resgatar uma população soterrada por deslizes de terra e a queda de pinheiros centenários sobre suas casas e carros.




Na fria Região de Sinnoh, o vento fustigava...
E a neve caía sem precedentes, numa velocidade inigualável,
enterrando ruas, bairros e até mesmo cidades inteiras sob camadas de gelo.




 Vai pro Inferno! Isso aqui não é vida!
 Pode ter certeza que não, garoto! Mas nós podemos lutar para que seja! Não por mim, nem por você. Mas pelos OUTROS.



Paul, na posição de Campeão da Liga Sinnoh, após o desaparecimento de Cynthia, comandava a Elite dos Quatro.

Sem discursos.
Sem símbolos.

Só ordens curtas e urgentes.

Eles dividiram Sinnoh em quadrantes, pondo os civis em prioridade absoluta.
  Se um Pokémon cair... Não o deixe para trás!


Paul observava do topo de uma torre parcialmente submersa.
Braços cruzados.
Rosto impassível.

Mas por dentro...
Por dentro, um nó.

Ele lembrava de Cynthia.
Do silêncio que ela deixara.
E do peso que agora era dele.


A Battle Zone não era mais uma zona de desafios.

Era uma ilha sitiada.

O mar avançava por todos os lados, violento, pesado, como se quisesse engolir a terra de uma vez.
As estruturas metálicas gemiam.
Pontes quebravam.
O céu não tinha cor definida.

Palmer estava no centro da Torre da Batalha.
Ciente de que aquele dia chegaria, não era surpresa alguma para ele.

A surpresa maior era ver o olhar de desespero das pessoas.
Argenta, que sempre foi séria e posturada, estava agora inconsolável.
Ele não estava preparado para aquilo.
Não porque não sabia consolar, mas porque ver todo mundo em pânico também o deixava.



Em Kitakami,
A Oni Mountain rangia, como se um espírito maligno em seu interior tivesse se libertado e agora, ela estava viva!
A Equipe da Liga Pokémon, há anos estudando o Fenômeno Terastal, estudava agora formas de sobreviver em uma região cercada por todos os lados, e com a enchente na altura do umbigo.




Em Unova, Elesa desligava as próprias luzes da Cidade Nimbasa para evitar incêndios (e pessoas eletrocutadas por cabos de energia rompidos).
O brilho agora era só o necessário.
A passarela ficou em último lugar na lista de prioridades.

 Corram... Agora! Não olhem pra trás!


Clay abriu a terra para drenar a água.
Mas ela não obedecia mais às regras.
Voltava. Sempre voltava.

 P0rr@...... Até o chão desistiu!



A Elite 4 não comandava ataques:
Liderava evacuações.




E seus Pokémon abriam caminho para uma infinitude de pessoas aflitas, buscando refúgio.




Nas Ilhas Decolore, outrora coloridas e cheias de vida, a atividade vulcânica atingia picos que ultrapassavam a do La Garita há 2,1 milhões de anos atrás.
O mar estava revolto. Os Pokémon fugiam em bandos, como que migrando fora de época.
Os Pokémon Voadores e os de Tipo Aço, que se guiavam pelo campo magnético da Terra, eram de longe os que mais sofriam, pois não o enxergavam mais em linhas, e sim num emaranhado sem sentido.




Em Kalos não foi diferente.
A Liga Pokémon era uma Brigada.
O Mega Poder fluía por todos os buracos. Megaevoluir um time inteiro de uma só vez não era problema. Difícil mesmo era conter a monção, que não só deixava vítimas.
Deixava também os céticos desesperançosos.
 Fu*eu!


Mesmo aqueles que um dia se envolveram com coisas erradas agora trabalhavam juntos, em prol de um bem maior.
Mas um bem maior que ninguém sabia se seria alcançado.
 O que nós não podemos é deixar de tentar!



Em Kalos do Sul, as Battle Chatelaines abriram a Mansão a todes.
Agora era hospital.
Refúgio.
Última esperança.




 Nada de rankings...
 ...Só sobreviventes.
 Entrem todos!
 Rápido... Antes que a água suba mais.

E subia.
Subia muito.


Lumiose, já devastada pelos Malamar, agora era ruínas. Não havia mais ninguém na cidade, a não ser aqueles que não tinham nenhum outro lugar para ir.
E do jeito que as coisas estavam indo...
Nem ali eles poderiam mais ficar.



A Crise no Ramo de Hotelaria atingiu um novo ápice:
Em Carmonte, o que outrora fora um destino turístico de luxo, agora parecia a boca do inferno,


Nenhuma instalação cinco estrelas tinha alicerce suficiente para aguentar toneladas de água salgada das ondas gigantes trazidas pelo maremoto.



Alola,
Um mundo outrora dominado pela paz e pela calmaria...
Agora era um oceano de preocupação.
De todas as calamidades recentes que atingiram a região, aquela era de longe a PIOR.
Nenhuma das ilhas era segura.
A não ser que os humanos de uma hora para outra aprendessem a respirar debaixo d'água.




Mesmo no ponto mais alto,
A situação não parecia favorável a ninguém.
A Elite dos Quatro se virava em trinta para proteger o máximo de pessoas e Pokémon que encontravam pelo caminho, mas todo esforço parecia insuficiente.
Era gente demais para proteger.
E tempo de menos para realizar.




A Wild Area se expandiu para 100% do território de Galar.
Os Pontos de Energia explodiam fora de controle, como gêiseres de Partículas de Galar, mas não para batalhas, e sim, como feridas abertas na terra.
Raios caíam sobre Hammerlocke sem parar. A água subia pelos campos selvagens. Pokémon gigantes vagavam, desnorteados, não mais agressivos, mas apavorados. O risco de morr3r pisoteado era REAL.




Na zona urbana, o choro vinha de todas as partes.
Já a Tundra da Coroa estava silenciosa. Tudo havia virado gelo.
Enquanto na Ilha da Armadura, o completo oposto.
Todas as plantas secaram e o solo rachou, sem uma gota de umidade no ar! E as florestas desapareceram da noite para o dia, perecendo sob o calor extremo.


E diante de tantas adversidades,
A única coisa bonita que se podia ver era os dois Clãs, teimosos rivais, cooperando de mãos dadas (literalmente).



 Se nós morrermos aqui... Pelo menos vamos descobrir a verdade!
 Hã?
 Como a Toda-Poderosa Sinnoh realmente se parece!
 Não diga besteiras, Irida! Nós não vamos morrer! VOSMECÊ não vai morrer! Eu não vou deixar!


Em Aeos, Raihan estava com os pés dentro d’água até os joelhos.
O vento rasgava Shivre City como se a brisa carregasse consigo navalhas invisíveis.

 Se o céu cair... A gente segura!

Ele mentia para si mesmo, como se fosse tão fácil quanto andar para a frente. A verdade é que nem mesmo ele, um dos mais bravos treinadores que esse mundo já viu, tinha coragem para enfrentar o que estava enfrentando.



Seus Pokémon seguravam prédios com o corpo.
Eles lutavam não um contra os outros, mas para sustentar o teso de toneladas sobre suas costas.
O peso do céu para Atlas nem se comparava.



Em Paldea, o fulgor da Terastalização havia sido substituído pela escuridão dos céus.
A tempestade rugia como um Pyroar faminto, prestes a devorar quem quer que estivesse em seu caminho.


Poppy, proibida de ir para a Área Zero, lutava ao lado dos Líderes de Ginásio, sem sequer imaginar que os demais membros da Elite dos Quatro ou estavam mortos, ou estavam gravemente feridos.

Já em Mesagoza, a escadaria para a Academia Pokémon deixou de ser um fardo e se tornou sinônimo de salvação. A infinitude de degraus era agora um refúgio das ondas gigantescas que quebravam em Cabo Poco e engoliam todo o caminho até a cidade.


E os participantes da Liga,
Treinadores e Coordenadores,
Estudantes e Motoristas de Aplicativo,
Pesquisadores e Encrenqueiros...
Todos eles lutavam juntos para abrigar a população detrás dos muros da escola.


Mas esta não era uma tarefa simples.
Os civis se escondiam dentro de suas casas. Então, era preciso arrombar para fazer o resgate.


A Grande Cratera murmurava gemidos das almas congeladas por Terapagos lá embaixo. Ao invés de deixar a chuva cair no buraco sem fim, agora a água batia nos Cristais Terastal erguidos por Riko e Amethio, e escoava pelas bordas.


O Portão Zero era lar de Campeões, que não sabendo o que mais fazer, atiravam para cima, tentando destruir a cidade que estava prestes a colidir com a sua.





Ao mesmo tempo, contraditoriamente fora do tempo e do espaço, no Hall da Origem...


A Batalha prosseguia e a Associação e a Sociedade Pokémon, incapacitada de se mover, apenas observava, sem conseguir compreender a profundidade do impacto daquilo.
















(((Reconstituição feita pelo canal Biochao, You Tube)))

Cada estocada de Arceus e Aus era uma apunhalada no Planeta Terra do passado e do presente.


Os ataques ali, no plano dos céus, faziam cócegas na terra que se abria e esparrava magma em terremotos que a Escala Richter simplesmente não conseguia classificar.

Os gritos eram os ecos que empurravam as ondas em enormes tsunamis. As investidas, o vento que soprava em Galar, formando furacões em Kitakami.

Cada arremetida, cada passo, cada simples gesto, tinha uma consequência para o mundo como conhecemos. Fosse em 2022... 1840... Um Bilhão de anos para trás ou para frente. O tempo e o espaço estavam deixando de existir. Se aniquilando um ao outro, como se a antimatéria finalmente tivesse vencido.

Não havia o que fazer.
Não havia para quem rezar.

Os Deuses estavam determinados. A palavra deles era soberana e final.


(((Reconstituição feita pelo canal Tavi, You Tube)))
 Eu me lembro... Me lembro do que a Professora Marina me contou. Eram lendas obscuras, similares às nossas, mas de certo modo... Diferentes. Era mais ou menos assim...

No começo, houve uma onda de caos.
Tudo se misturou lentamente, e tudo ficou vago.
Em um ponto, um ovo gigante apareceu lá dentro. Por um longo tempo, o ovo tremeu ali.
Um tempo ainda maior se passou. Em algum momento, a onda cessou, e o ovo caiu e quebrou.
A divindade absoluta Aus nasceu.
Os fragmentos espalhados da casca se transformaram em titãs. Um após o outro, eles atacaram Aus, que mal havia nascido.
No entanto, Aus começou a crescer diante de seus olhos e os derrotou sucessivamente.
Uma batalha feroz aconteceu, mas, finalmente, Aus esmagou todos os titãs.
O ferido Aus então criou ramificações de si mesmo.
As metades direita e esquerda do corpo de Aus diferiam, então ele construiu duas ramificações.
Aus reuniu as cascas dos titãs derrotados e derramou seu próprio sangue.
A luz brilhava do ramo que lembrava sua metade esquerda, então Aus o chamou de Ia, o deus da luz.
A escuridão surgiu do ramo que lembrava sua metade direita, então Aus o chamou de Ea, o deus da escuridão.
Aus ordenou que os dois preenchessem todos os lugares com seus parentes e caíram em um sono profundo.

Ia e Ea diferiam em forma, mas se amavam e se comunicavam e conceberam muitos filhos.
No entanto, ainda não havia nenhum lugar lá que pudessem chamar de mundo. Essas crianças frágeis, sem ter para onde ir, morreram uma após a outra.

Ia e Ea, perdidos em desespero, sonhavam em criar um mundo onde todas as coisas pudessem viver com saúde e abundância.

Eles convocaram seus filhos: o deus dos olhos, Rei, o deus do coração, Ai, e o deus da voz, Hai.

Quando Rei acordou, todas as coisas apareceram. Cores e contornos nasceram.
Quando Ai desejou, todas as coisas foram sentidas. Uma sensação de calma irradiava para fora.
Quando Hai gritou, todas as coisas tremeram. Um tom alegre começou a reverberar.
  
Ia e Ea concederam aos três a semente da vida e ordenaram que a cultivassem.

Quando os três formaram um anel e ofereceram suas preces, a semente da vida começou a brotar.

O broto amadureceu diante de seus olhos e se tornou uma árvore gigante da vida.
No entanto, a árvore da vida, que continuou a crescer em todos os lugares, finalmente preencheu cada canto e fenda, e ninguém mais conseguiu se mover.
Os três pediram ajuda ao pai, Ia, e à mãe, Ea.

Ia e Ea se comunicaram mais uma vez e conceberam três filhos.
O deus do céu, Taikūn, o deus da terra, Groudon, e o deus do oceano, Kaioun nasceram.
Taikūn enrolou seu corpo ao redor da árvore da vida.
Groudon e Kaioun usaram seus próprios corpos para derrubá-la.

Por fim, a árvore da vida foi derrotada e partida em três.

Rei, Ai e Hai ficaram tristes com a árvore encontrando seu fim assim e ofereceram suas preces.
Ao fazer isso, a árvore da vida despedaçada se transformou no céu, na terra e no oceano.

Taikūn se transformou em um pilar coroado pelos céus.
Sua sombra, ascendendo ao céu, se transformou em Dragallant, Snorlax e Emagotar, os três deuses que sustentavam os céus.
A atmosfera envolveu os céus, e as estrelas e planetas brilharam.
Groudon se transformou na rocha sólida que cobria o solo.
O rugido estrondoso que passou pelo solo se transformou em Dāb, Sān e Gōdon, os três deuses que sustentavam a terra.
A terra se acelerou, e as montanhas se contorceram.
Kaioun se transformou nas hidrovias que sustentavam o oceano.
As ondulações que desapareceram no grande mar se transformaram em Eruhōku, Goukīn e Latios, os três deuses que sustentavam o oceano.
O oceano se encheu de água, e as ondas murmuraram.
Dessa maneira, o mundo nasceu.

Ia e Ea e os outros deuses ficaram muito satisfeitos com isso, e enviaram seus descendentes para viver nele.

Este mundo pacífico era o paraíso para os filhos dos deuses.

Estas crianças divinas continuaram a se multiplicar.

Alterando seus poderes e fala pouco a pouco o tempo todo.

Em algum momento, os deuses começaram a chamar aqueles que viviam no mundo por dois nomes.

As crianças divinas que se assemelhavam ao Grande Pai, Ia, eram chamadas de "Pokémon". As crianças divinas que se assemelhavam à Grande Mãe, Ea, eram chamadas de "pessoas".

Quando a divindade absoluta, Aus, havia despertado finalmente, olhou para o mundo cheio de seus descendentes, ele prometeu uma terra ainda mais fértil e prosperidade.

  Mas essa é apenas a versão hinduísta védica / purânica da história! Há muitas versões mais...
De fato, o Mundo Beta era tão repleto de crenças, cosmogonias e cosmologias quanto o Alfa e, por mais que as versões diferissem, todas elas tinham algo em comum: a curiosidade humana e sua busca constante por respostas, em especial, àquilo que não pode ser explicado pela ciência ou pela .

Marina podia citar "n" versões do Mito da Criação...

A versão zoroastrista...

Esta foi uma época em que o mundo não tinha uma forma definida.
Esta foi uma época em que os limites entre deuses, pessoas e Pokémon eram confusos.

O deus absoluto Aus deu à luz o gigante, que compartilhou seu poder furioso, para criar o mundo supremo.
O gigante tinha o poder de destruir, consumir e purificar tudo.
Por meio do poder do gigante, todas as paredes foram quebradas e o mundo se expandiu.

Havia um homem.
Um dia, na terra onde o homem vivia, havia uma mulher ferida deitada no chão.
O homem levou a mulher para casa e cuidou dela.
Em pouco tempo, os dois se apaixonaram e, quando a mulher estava completamente curada, engravidou de dois filhos.
Depois de um tempo, ela deu à luz gêmeos.
Então, a mulher se transformou em uma figura divina e começou a falar.

Eu sou o Deus chamado Aus.
Eu vivi em um lugar diferente daqui.
Mas fui expulso daquele lugar pelo gigante.
Como o gigante é uma parte de mim, não posso matá-lo.
O gigante destrói e devora tudo, e eventualmente descerá sobre este mundo.
Até esse dia, quero que você cuide dessas crianças.
Os únicos que podem matar o gigante são aqueles que têm o mesmo poder que eu, ou seja, essas crianças que têm o poder de Deus: Pessoas e Pokémon.

Quando Aus terminou de falar, ele desapareceu diante dos olhos do homem.

O homem nomeou os gêmeos. Ele os nomeou com as palavras que sentiu quando viu a verdadeira forma de Aus.
Ia, a palavra para luz, e Ea, a palavra para Tempo.
Com o amor de seu pai, os gêmeos continuaram a crescer saudavelmente.
Quando os gêmeos estavam quase da altura de seu pai, eles falaram essas palavras a ele em uníssono.

O gigante chegou.

Cor, som e paz desapareceram da área.
Pessoas e Pokémon desapareceram.
Além do nada, o gigante uivou.

Quando o gigante avistou os gêmeos, ele os atacou em fúria.
Sem pensar, o pai pulou para fora. Sacrificando-se para proteger seus filhos do gigante, o pai usou toda a sua força.

Então, os corpos de Ia e Ea começaram a mudar.
O corpo humano de Ia se abriu e quatro membros fortes se esticaram. Seu braço superior brilhava como um diamante.
O corpo humano de Ea se abriu e dois membros flexíveis cresceram. Seus ombros e costas estavam cobertos por uma esfera semelhante a uma pérola.
Ia e Ea, cujos corpos se transformaram em uma grande figura semelhante a um dragão, saltaram sobre o gigante.
Após uma longa batalha, o gigante caiu diante de Ia e Ea.

Ia e Ea correram até o cadáver de seu pai e uivaram alto.
Lá, o deus absoluto Aus desceu e disse estas palavras:

Embora o corpo tenha perecido, sua alma não perecerá.

Três luzes transbordaram do corpo do pai.
Essas luzes se tornaram Rei, o deus da visão, Ai, o deus do coração, e Hai, o deus da voz.

Aus disse isso aos três deuses.

Encarnações do amor, trazem bênçãos a este mundo.

Quando Rei despertou, tudo apareceu lá. Cores e características nasceram.
Quando Ai fez um pedido, tudo foi sentido ali. Uma sensação de calma se espalhou por toda a terra.
Quando Hai gritou, tudo tremeu ali. Sons de felicidade começaram a reverberar por toda a terra.
Os três deuses correram por todos os lugares, espalhando suas bênçãos divinas.

A felicidade encheu o mundo.

Aus ofereceu uma prece ao corpo do gigante. O corpo se transformou em uma montanha gigante.

Aus disse isso a Ia e Ea.

Vocês dois, cuidem deste mundo daqui, que é o lugar mais alto de todos. Derramem sua luz e libertem o tempo.

Aus então ascendeu aos céus.

Ia e Ea soltaram um grito alto e desapareceram na montanha gigante.
A Versão judaísta bíblica / cristã medieval:

Naquela época, o mundo ainda era um único continente.

Pessoas, Pokémon, o vento correndo pelas colinas, o orvalho da manhã caindo das folhas, todas as coisas eram iguais,
todas as coisas no mundo eram amigáveis, eram comida, eram família.

Mas depois de muito tempo, as pessoas esqueceram pouco a pouco seu respeito pelos deuses e pela natureza, e sua amizade com os Pokémon.
Eventualmente, buscando glória e riquezas, lutaram entre si e começaram guerras.

Eles derrubaram árvores e cavaram montanhas. Eles rasparam pedras e construíram armas. Eles sujaram a água para lavar suas lâminas ensanguentadas.

Pokémon fracos perderam seus lugares para viver e morreram um após o outro.
Pokémon fortes morreram usados ​​como ferramentas para a guerra.

Vendo isso, a divindade absoluta, Aus, ficou muito irritada e triste.

Os gritos de Aus se tornaram trovões e derrubaram prédios.
O deus do céu desapareceu.
Os passos apressados ​​de Aus se tornaram terremotos e rasgaram a terra.
O deus da terra desapareceu.
As lágrimas correntes de Aus se tornaram tsunamis e varreram muitos.
O deus do oceano desapareceu.

Tendo perdido o que o sustentava, o mundo estava à beira de retornar ao nada.

As pessoas restantes rezaram para acalmar o deus.
Eles se desculparam com a natureza por sua extravagância. Eles se desculparam com os Pokémon por seus pecados.

Ao fazer isso, dois deuses desceram na frente deles.

Partes de Aus. O deus da luz, Ia. O deus do tempo, Ea.

Os altos grunhidos de Ia e Ea pararam os desastres naturais.

Aus envolveu seu corpo em um ovo e foi dormir.
Ia e Ea galoparam ao redor do mundo em ruínas.
O brilho se espalhou por onde Ia passava, iluminando suavemente o lugar.
As árvores reviveram e o tempo clareou.
O tempo começou por onde Ea passou e muitas coisas começaram a se mover.
O vento se agitou e a água fluiu mais uma vez.

Ia e Ea trouxeram o mundo de volta.

Mas eles deixaram a terra dividida como estava, para que as pessoas não esquecessem a raiva e a tristeza de Aus.

Uma vez que o mundo foi preenchido com luz e tempo, os deuses que sustentavam o céu, a terra, o mar e tudo mais retornaram.

O mundo pôde respirar novamente.

Ia e Ea chamaram o deus da visão, Ry, o deus do coração, Ai, e o deus da voz, Hy, e ordenaram que protegessem este mundo.
Assim, os 2 deuses desapareceram nas montanhas mais altas.

Ry observa cada detalhe do mundo com seus olhos.
Ai percebe presenças ameaçadoras com seu coração.
Hy seleciona os sons de rangidos do mundo com seus ouvidos.

Os três deuses observam o mundo de três lugares.

Talvez eles chamem Aus, caso as pessoas repitam os mesmos erros novamente.
Talvez eles chamem Ia e Ea, caso um desastre aconteça no mundo.

Ry está observando. Ai está lá. Hy está ouvindo.

Os três deuses se tornaram um aviso e protetores para o povo.

Com isso, as pessoas começaram a reverenciar os deuses, amar a natureza e viver ao lado dos Pokémon como amigos, como nos velhos tempos.
E a versão xintoísta / Ainu / Emishi:

Havia duas tribos no mundo.

O povo da floresta vivia viajando pela floresta e pelos mares com Pokémon.
A natureza abundante era protegida pela deusa do tempo, Ea, que vivia na lua.
Para expressar sua gratidão a Ea, os humanos e Pokémon ofereciam joias redondas e belas coletadas do mar.

O povo da vila vivia cultivando a terra com pedras polidas e cultivando plantações.
O brilho que lhes trazia uma boa colheita era protegido pelo deus da luz, Ia, que vivia no sol.
Para expressar sua gratidão a Ia, o povo oferecia joias duras e brilhantes extraídas do solo.

Ao longo dos muitos dias de paz, o povo da vila continuou a crescer em número.
Por fim, eles cortaram a floresta e cavaram a montanha para expandir a vila e cultivar mais plantações.

Aconteceu um dia. Um Pokémon se perdeu e encontrou o caminho até o povo da vila.
Morrendo de fome, ele correu selvagemente pelos campos e atacou um aldeão.
Ao descobrir isso, o povo oriental matou o Pokémon e o enviou de volta para o povo da floresta.

O Pokémon morto era a esposa de alguém da floresta.
Os humanos e Pokémon da floresta seguravam as joias redondas e lindas enquanto lamentavam.
As formas das joias brilhavam e se curvavam, e do céu noturno com estrelas cintilantes Ea apareceu.
Era um Pokémon Dragão gigante.
Com duas pernas flexíveis de pele tão translúcida quanto água. Coberto por uma esfera semelhante a uma pérola pendurada sobre suas costas a partir de seus ombros.
Ea lamentou com uma voz extremamente triste, e o céu oriental ficou escuro e frio como a noite.
Rios congelaram, e campos apodreceram em um piscar de olhos. Muitas pessoas morreram por causa do frio e da fome.
As pessoas da vila seguravam as joias duras e brilhantes, furiosas.
A luz das pedras desapareceu como se sugada, e dos raios solares brilhantes Ia apareceu.
Era um Pokémon Dragão gigante.
Com quatro pernas grossas e resistentes de pele como aço. Seus braços brilhavam como diamantes.
Ia rugiu com uma voz assustadora, e cobriu o céu ocidental com um sol gigante.
Sua luz escaldante iluminou a área, incendiou as montanhas e secou a água. Perdendo suas casas, pessoas e Pokémon morreram de calor e fome.
Os dois Pokémon Dragão continuaram a gritar.
O mundo desmoronou.

Os sobreviventes discutiram o assunto e buscaram conselhos do deus que vivia na montanha mais alta.
O deus disse a eles para trazerem o corpo do Pokémon morto.
As pessoas procuraram pelo corpo e o encontraram, mas tudo além dos olhos, voz e coração já havia apodrecido.

Quando o deus tocou os olhos, coração e garganta, eles renasceram como três Pokémon nunca vistos antes.
O deus chamou o primeiro de Ry.
O deus ordenou que ele fosse para o lugar mais claro do mundo e rezasse.

O deus chamou o segundo de Ai.
O deus ordenou que ele fosse para o lugar mais bonito do mundo e rezasse.

O deus chamou o terceiro de Hy.
O deus ordenou que ele fosse para o lugar mais gentil do mundo e orasse.
Enquanto os três oravam, um som pacífico reverberou pela área.
As pessoas, os Pokémon, as árvores e os minerais começaram a orar junto com eles.
Os gritos raivosos e tristes foram abafados pelos sons pacíficos da oração.

Os dois Pokémon Dragão partiram para as profundezas da montanha mais alta.

As árvores reviveram e o tempo clareou.
O vento soprou e os rios murmuraram mais uma vez.
O mundo se tornou abundante novamente.

As pessoas agradeceram ao deus e a Ry, Ai e Hy.
E para não esquecer o som daquela oração, eles a transformaram em uma música que continuaram cantando.
Qual delas era correta? A com que seu coração melhor se identificar... Mas aquelas não eram apenas lendas ou mitos.

Aus estava ali, diante dos olhos da Sociedade, tal como Arceus estava para a Associação. Algum fundo de verdade, todas elas tinham.

E em todas essas histórias...
O mundo nunca acabava. Pelo contrário, o equilíbrio sempre era restaurado e as pessoas e Pokémon voltavam a viver em harmonia. Por que desta vez seria diferente?

A mente hiperativa da Professora Marina logo formulou uma teoria. E se aquela não fosse a destruição total do mundo, mas uma reconstrução? Um recomeço? Um reinício? Mas não deu tempo de falar aos seus colegas.

Isso por que...

 O que está acontecendo?!
 Estão... Parando?!

A batalha entre Arceus e Aus cessa. O silêncio reina novamente.
Os dois Pokémon Míticos se viram para sua Criação, humanos e Pokémon, e de repente...

 Está feito.
 O Mundo como vós conheceis está morto.
 NÃO!!!!
 Espere! Mas... Nós continuamos vivendo! Continuamos respirando!
 Então como pode?
 Eu nunca disse que vós deixaríeis de respirar.
Dia e Pearl se olham, confusos.
 O quê?!
 Como assim???
 Disse-vos eu que o mundo como conhecem chegaria a um fim...
 Mas não disse que a vida deixaria de existir...!!
 Precisamente. E vocês, símbolos da justiça, poupados da passagem foram e como testemunha da Grande Mudança, atuaram. Mas agora... É chegado seu destino. Tomai ciência de vossa virtude e descei à Terra para cumprir seu propósito.

A fala de Arceus retumbou na cabeça de cada um e cada uma.

E então, tudo ficou branco.
Uma explosão de luz que empurrava com uma força equivalente ao impacto de uma bomba atômica.

Não havia como resistir.
O máximo que dava para fazer era fechar os olhos para não ser queimado enquanto Arceus assumia sua verdadeira forma.


E assim, um por um, os treinadores e treinadoras foram perdendo sua consciência, até que tudo ficou no mais absoluto silêncio.
O tipo de silêncio que não se pode conhecer em vida, apenas no vazio da morte.
 Ó vós, Sociedade e Associação dos Pokémon... Sentenciados estais. Não ao aniquilamento vulgar, mas a um destino que pesa mais que a própria extinção: o fardo do porvir.
 ...Sentenciados, sim: A erigir a mais vasta, opulenta e resplandecente civilização que jamais pisou sob o firmamento. Não vos será dado contemplar o Novo Mundo fundido, tecido nas cordas do tempo vindouro; sereis, contudo, seus arautos primordiais, seus profetas velados, pressentindo-o não no amanhã, mas nas sombras do ontem.
 Habitareis, cada qual, o seio de vosso mundo ancestral, Alfa e Beta, e ali reerguereis a glória e o poder há muito soterrados pelo esquecimento. Aqueles que primeiro despertaram... E aqueles cujo legado, ainda hoje, ecoa mais alto que todos os outros.
 Akari... Acurada foste desde o princípio. Não foste tu quem gravaste tais pergaminhos de metal conjurados por Platinum. AINDA. Para tal... Repousarás nas entranhas do tempo, onde a paz e a quietude que tanto almejaste enfim se farão carne. E ali, somente ali, no âmago da bonança, em vasto mar de sossego, lograrás engendrar a profecia derradeira, dividida em cento e cinquenta e uma partes, para advertir a civilização futura acerca da iminente colisão dos astros... Aquela que unirá dois mundos em um só.
 Agora, ide. Ide, e florescei.
 E que até os filhos dos filhos de vossos filhos sejam abençoados, enquanto o tempo ainda ousar seguir adiante.




Quando Platinum abriu os olhos, ela ainda era criança. Akari estava deitada ao seu lado. Mas não só ela... Todos os seus colegas, alguns outrora mortos, estão ao seu lado, de mãos dadas, respirando uma vez mais... 

Mal dava para enxergar qualquer coisa. Era muita luz que irradiava. Suas córneas estavam demorando a se adaptarem.

Arceus e Aus desapareceram.
A Sociedade também.

Havia apenas eles e...


Aquele lugar. Onde quer que eles estivessem.

Girando a cabeça (ainda tonta) e tentando observar a natureza ao redor, ela percebe que há um rio por perto. O som da água é reconfortante. O céu está azul e límpido. As árvores balançam conforme uma brisa leve e morna agita suas folhas.

Os Pokémon selvagem habitam tranquilamente o que parecia ser uma pacata e abundante floresta.


 Que lugar... Lindo!
 É o céu? Nós morremos?
 Oh, por favor, não!
 Eu não pareço estar morta! Eu me sinto é VIVA! Muito viva! E até onde eu sei... *inspirando profundamente* Espíritos não precisam de ar para respirar!
 Mas que Giratinas de lugar é esse?!
 É a Floresta Eterna.
 Esta área de Hisui está coberta de neve, por isso eu não reconheci de imediato...
 Floresta Eterna? Então quer dizer que...
 Voltamos para o Presente?
 Mas... Tem alguma coisa ERRADA. Aqui não deveria estar cheio de treinadores?!
Então, as nuvens acima, mal visíveis devido às copas das árvores, abrem-se e raios de luz por elas passam. A voz de Arceus ecoa no horizonte:
 Eis, pois, diante de vossos olhos, o vosso mundo, o Mundo Alfa, tal qual era antes que todas as coisas viessem a ruir e a se refazer no crisol do destino.
Aqui vos será concedida a paz que por eras vos foi negada, paz esta que tanto merecestes, e nela podereis permanecer conforme vossos espíritos assim o desejarem... Como infantes, como jovens púberes, como seres humanos maduros, na idade que melhor acolha vossa essência.

Todavia, não vos iludais.
Um mundo imerso em paz não é, nem jamais foi, um mundo isento de provações.

Tudo quanto aqui existe deverá ser erguido novamente, pedra sobre pedra, vontade sobre vontade, pois o recomeço exige mãos firmes e corações resolutos. O que foi perdido não retornará por si; será reconstruído pelo labor, pelo erro, pela persistência.

E agora, enfim, sabeis aquilo que outrora vos escapava:
Que a felicidade não reside no término da jornada,
mas manifesta-se ao longo dos próprios caminhos que se trilham,
nas escolhas feitas, nos passos dados,
e no ato contínuo de seguir adiante,
mesmo quando o destino permanece incerto.

 Ao termo último de todas as eras, quando o pó do tempo se assenta sobre a memória dos mundos, subsiste uma verdade que nem nós, deuses, ousamos negar: Todo ser humano, ainda que o refute com os lábios, abriga no âmago da alma o anelo por um mundo mais justo... Mesmo aquele que, por cansaço ou temor, proclama não crer na mudança.
 Um mundo onde a tenra idade não seja precocemente ceifada, mas onde os infantes logrem existir na plenitude da alegria, da fantasia e da inocência...
 Um mundo onde o divergente não se mova à exclusão, mas seja tido por sinal de abastança e objeto de veneração e respeito...


 Um mundo em que os povos caminhem em concórdia com a Natura, que em seu ventre, os concebeu...
 Um mundo liberto da sombra do crime, onde a violência não mais dite as leis do convívio...
 Um mundo em que os lares sejam sacrários de abrigo e acolhimento, e não terreiro de dores ou de amargas rupturas...
 Um mundo no qual não haja distinção entre “pertencente ao homem” e “pertencente à mulher”, pois tais fronteiras jamais foram traçadas pela essência, mas pela conveniência e interesses daqueles que detém o poder...
 Um mundo onde todos possam transitar e peregrinar sob o mesmo céu, sem o sobressalto da perseguição, do ódio ou da caça acobertada...
 Um mundo purificado das chagas da carne e das vicissitudes invisíveis que corroem o espírito...
 Um mundo em que cada alma busque, com devoção e modéstia, a mais excelsa versão de si mesma...


 Um mundo fecundo em amizades leais, tecido por vínculos que resistem ao tempo e à adversidade da fortuna...

 ...e pleno de afetos legítimos, não impostos nem simulados, mas vividos em sua inteireza, ancorados aos ensinamentos que as emoções carregam consigo.
 Um mundo sem mácula ou, quando menos, onde os erros não sejam sentenças de eterna condenação... E que haja o perdão a todo aquele que se arrepender.

 Um mundo no qual Humanos e Pokémon coexistam não por precisão, mas por livre e mútua vontade...
 Um mundo onde o amor se declare sem receio, e os votos se reafirmem com fidelidade, segundo os acordos de cada par de aliançados...
 Um mundo em que o saber seja buscado como a mais alta virtude, registrado com zelo, e transmitido às gerações vindouras como herança imperecível...
 Um mundo no qual se saiba ceder lugar àquele que padece de maior necessidade, compreendendo que alma nenhuma faz jornada desacompanhada...
 Um mundo onde a ira e o despeito não governem os corações, mas sejam discernidos, compreendidos... E superados!
 Um mundo repleto de mistérios dignos de investigação, e de horizontes ainda por desbravar...
 Um mundo abundante em jornadas compartilhadas, onde as companhias se unam e sigam lado a lado, mesmo quando a vereda se mostra sombria por forças que o braço humano não pode governar...
 Um mundo que celebre a diversidade do amor, das identidades e das distintas formas de fazer-se existir...

 Um mundo assentado na igualdade e amparado pela Justiça de Direito...
 Um mundo em que a vida se faça leve, e o descanso não seja privilégio, mas prerrogativa de todos...
 Um mundo onde os erros do próximo sejam perdoados com a mesma clemência com que se aprende a perdoar a si próprio...
 Um mundo em que os povos se levantem por causas maiores que si, pugnando não só pelo que lhes cabe, mas pelo direito de seu semelhante...
 Um mundo livre do peso da melancolia e do silêncio pela lugubridade imposto...

 Um mundo onde ninguém permaneça alienado à sombra de outrem...
 Um mundo no qual até aqueles de ideais opostos encontrem, na cooperação, um caminho comum...
 Todavia, não me é dado prometer-vos tal mundo. 
O livre-arbítrio, dom supremo e fardo inevitável,
concede aos humanos a escolha de seus próprios rumos,
ainda que escolham errar.

Mas isto, sim, posso conceder:

Uma nova oportunidade.
Um retorno à juventude do corpo... e da esperança.
Um reinício do percurso.

Não como absolvição do passado,
mas como convite ao porvir.

Que possais viver outra vez.
Que possais escolher outra vez.
E que, enfim... RECOMECEIS.

E se calou.
Para sempre.
Aquela foi a última vez que tiveram notícias do Pokémon Alfa. De resto, eles precisaram concordar com Arceus. Tiveram de reconstruir suas moradias, suas artes, seus alimentos, seus sistemas. E a vida nunca mais foi a mesma.




19 de Novembro de 2022...

Dot abriu os olhos. Estava deitada de costas na grama enxarcada. Ela olhou de relance para o sol, que brilhava como se chuva nenhuma jamais tivesse existido e constatou:


 O Mundo não acabou! Nós... C-c-conseguimos!
Ela apoia as mãos no chão para se levantar e quando o faz, quase que retorna a ele!
Seu coração acelerou.
Suas mãos suaram.
Ela palpitou.
Sentiu os joelhos tremendo, mas se afirmou com muita força de vontade.
Quase teve um treco.
Quase.
 Q-q-quem é você...?!
O espanto todo não foi em ver Friede acompanhado de um demoníaco Mega Starmie da altura dele, mas sim, uma versão alternativa sua usando VESTIDO!
  
 E cor-de-rosa, ainda por cima!!!!!




Nisso...


...um arco-íris se projeta sobre a Grande Cratera à medida que dois treinadores IRROMPEM do meio dos cristais que tampavam a Área Zero, separando-a do mundo exterior.


Um deles no lombo de Ho-Oh, o outro no de... LATIAS?! Ou Blaziken? Bom, o que quer que fosse...

(((Reconstituição Fan Made - Autor Não-Identificado - Fonte: Dr. Lava (Twitter))))

  Finalmente...! Depois de todos esses anos...
 É, você foi reconhecido... É o Legítimo Treinador de Ho-Oh!
 Pi-Pikachu!
 Chaa!


 Engraçado...
 O que foi?
 Eu sempre pensei que... Depois que eu capturasse Ho-Oh, minha jornada se daria por encerrada... Mas agora eu vejo. Ainda há infinitos caminhos à nossa frente.




Dois Anos Depois...
Em uma área reservada na periferia da Cidade Jubilife...

Havia uma lápide de mármore na praça com uma extensa lista de nomes de indivíduos agora considerados legalmente mortos.

 O memorial ficou lindo!
 Claro! Foi a minha irmã que organizou!
 Ah, tá! Você fala como se eu fosse boa nisso...
 Mas você é! Ficou incrível!
 Não. Incrível mesmo seria se não tivéssemos que fazer isso...
 Eu sei... É uma m3rd@!
 Será que algum dia eles vão voltar?
 Se não voltaram até agora...
 Não seja tão pessimista, Kamon!
 Eu nunca vou deixar de acreditar!
 O que eu não consigo entender é... Por que nós? nós...
 Vocês nunca ouviram aquele ditado? Deus escreve certo por linhas tortas...
 Ou, nesse caso, deusES, no plural!
 Eu só queria que ele(s) fosse(m) um pouquinho mais objetivo(s) dessa vez...
 Pra mim está mais do que claro...
 Hã? Summer?!
 Temos uma missão aqui! A de reconstruir esse mundo!
 Ôxi! Essa miserávi tá cerrrta!
 Dialga e Palkia sustentam este planeta... Duas vezes maior...


 Com dezenas de vezes mais abundância em recursos naturais...











 E centenas, senão milhares, ou quiçá até milhões de vezes mais diversidade de espécies...


 É o nosso Novo/Antigo Lar! E nós temos que ajudar a reconstruir o que foi perdido. Um dia, tivemos dificuldade em conviver com os diferentes. Agora, nosso desafio é aprender a conviver com os nossos iguais!
 Falou pouco, mas falou bonito, Summer!
 Você está certa! Não poderia estar mais!
 Cheguei até a me emocionar...
 Ah, corta essa! O que é que não te deixa choroso, James?!
 Bom, nisso vocês são iguaizinhos! James Ⲁ e 𝛃...
 Só que você não está de licença da Associação!
 Ei, e falando nele... Eu me surpreendo até hoje que aquele lá gosta de mulher...
 Não só você........ 😅
 Eu só espero que o outro Persian não perca uma de suas nove vidas cheirando fralda suja!
 Sete.
 Hã?
 Sete vidas. Para eles, não são nove, são sete.
 Bom, então agora que somos um só, são sete mais nove = dezesseis!
 Dá pra se arriscar bastante, Persian!
 É vida que não acaba mais!



Jubilife Village...
1847


Sob a alaranjada luz da fogueira, no centro da pacata aldeia em plena reconstrução, está Cyllene e seus agora vassalos, os dez Guardiões dos Pokémon Nobres, que desde o incidente com Giratina, nunca mais entraram em frenesi.


Mas não eram apenas eles. Havia muitos convidados, incluindo breves visitantes...


...e aqueles que jamais puderam se sentar à mesa.


 (Erguendo um chifre de Stantler oco, feito de copo, com shochu) Um brinde à última noite que vocês trajarão estas vestes!
 Um brinde ao fim dos clãs!
 Um brinde à Jubilife TOWN!




Alola
2022


A chuva caía fina em Melemele.
Fina, contudo contínua o suficiente para fazer enxarcar o chão do campo-santo.


Ela não era violenta...
Mas cruel na sua delicadeza.

 ***
***

Enquanto a pequena Ansha acompanhada de Zinnia observavam à distância, em silêncio absoluto em sinal de respeito,
Debruçada sobre uma das lápides, estava ela,
Desejando com todas as forças que jamais tivesse encontrado a lucidez.


O choro veio sem aviso. Não era elegante. Não era digno. Era o pranto de uma mãe despida de qualquer título, qualquer glória, qualquer eternidade.



O tempo havia partido Cynthia, ou Cogita, como todos aprenderam a chamá-la, em duas.
Mas nada nesse mundo a havia preparado para tamanho cisma.
Nem mesmo quando ela se encontrara sozinha, sem memórias, sentindo-se abandonada e por todos, rejeitada, amaldiçoada. Nada daquilo parecia importar agora. Nada daquilo tinha relevância diante do nome gravado no sepulcro.

Suas mãos enluvadas tremiam. Não de frio. NUNCA de frio.

Cogita encostou a testa na pedra.
E ali ficou.

Respirando com dificuldade.
Como se o ar tivesse decidido puni-la também.

 Eu falhei...

A voz saiu rouca. Quebrada. Pequena demais para alguém que já olhou no fundo do olho de deuses e ousara enfrentá-los.
Ela apertou a terra úmida com os dedos, como se pudesse arrancar o tempo do chão.

 Eu vi muitos futuros. Eu vi mundos acabarem. Eu vi a morte me rondando diversas vezes...

Silêncio.

 ...mas eu não vi você partir.

Ela bateu a mão contra a lápide.

Uma vez.
Duas.
Três.

 Deveria ter sido eu! EU!

A floresta ao redor parecia encolher. Até os Pokémon fantasmas que volta e meia se enveredavam entre os túmulos se mantinham afastados, como se soubessem que aquele luto não aceitava testemunhas.

A ex-Campeã de Sinnoh caiu sentada. Os cabelos agora prateados colados ao rosto murchado pelo tempo. Os olhos outrora cheios de vida, agora inchados. Perdidos em um abismo de vazio, do tipo que não se encontra em vida.

 Eu te ensinei tudo... Menos a ficar.

As memórias, tão desejadas, agora preenchiam seu cérebro como lâminas.
O que ela tanto quis, durante todos esses anos que ficou em espera, havia se tornado seu maior pesadelo.
E o que mais doía...
É que mesmo depois de todos esses anos...
Parecia ter sido ontem.
Parecia ter sido ontem a primeira vez que ela a chamou de“mãe”. Não Cynthia, não Cogita. Mãe.

Cogita apertou o peito.

Ali.
Exatamente ali.

 Eu esperei tanto tempo... Tempo demais...

Ela riu. Um riso doente. Desesperado.

"Engraçado.
A campeã.
A sábia.
A guardiã das eras.

Reduzida a isso."
pensou.

Uma mulher impotente diante de uma pedra.
Ciente de sua própria mortalidade.
Implorando para que o universo devolvesse o indevolvível.

 Me leva junto...

A frase saiu em sussurro. Perigosa. Honesta demais.

Mas o mundo não respondeu.
Ele NUNCA respondia.
Ao invés disso...
A chuva apenas continuou caindo...
A lápide permaneceu imóvel...
E Cynthia, pela primeira vez, experienciou uma dor maior que a do parto: A de perder sua razão de existir.



Em algum lugar, em lugar nenhum...



 Como passam teus progênitos?
 Habitam em suma ventura nas plagas primordiais, em meus domínios, eras antes do grande ajuntamento. E os vossos, que novas deles tendes?
 De igual modo procedem, em minhas fortalezas.
 Poderemos, pois, cessar nossa lida e abster-nos de intervir no fado dos mortais?
 Nequaquam. Ainda resta-nos mourejar. Mister se faz socorrer a casta humana quando passadas forem miríades de milênios após o ponto de colisão, quando o Astro-Rei, em sua soberba, expandir-se para além de seu território e devorar o recém parido orbe terrestre...
 ...e as rodas de estrelas do firmamento se desposarem em um só e terrível abraço.
 Assim, antes que tomemos o nosso justo e bem ganho sono, havemos de nos trasladar aos tempos venturos, Arceus?
 Não temais, Aus. Do ponto em que nos achamos, o futuro não é senão um breve suspiro.



Leste Asiático
No que seria a data de
27 de fevereiro de 2026






Em meio a um matagal, uma dupla infame de jornalistas e seus Pokémon tagarelas se preparam para uma transmissão ao vivo.



 No ar em 3... 2...
                CLACK!

 Quase quatro anos se passaram desde os desastres globais e hoje, no International Pokémon Day, foi aprovado o Novo Calendário, que põe o evento de convergência como marco zero.
 E bem... Estamos aqui com o jovem Wayne, que está iniciando sua jornada hoje. Wayne, diga para nós, qual a sensação de estar se aventurando no Mundo Pokémon pela primeira vez em uma data tão especial?
 É... Indescritível, Gillian!
 Desde que eu e minha vizinha, Wendy, ficamos sabendo da maratona de Poké-sobrevivência na selva, ficamos muito interessados em participar do programa. Mas nós nunca imaginaríamos que depois de ganharmos uma viagem de férias com tudo pago em um sorteio, nos encontraríamos com o Professor responsável pelo projeto e por ele seríamos pessoalmente selecionados. Tampouco, que iniciaríamos essa aventura na exata data de reset do calendário mundial!
 Eu acredito que nada nessa vida é por coincidência.
 Sabe... Depois disso, eu também passei a acreditar!!
 E quais são as suas expectativas para essa nova e empolgante jornada enquanto os cientistas ainda se desdobram para desvendar as novas Físicas deste novo e maravilhoso mundo?
 A expectativa é a mesma que tem todo garoto da minha idade:

SER.

UM.

MESTRE.


[FIM]

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