VS Spritzee
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sol ardia na pele. A brisa dava uma leve sensação de “peso” no ar. Com certeza o tempo estava abafado e não seria nada interessante para treinar, mas X estava determinado a mostrar para o mundo quem ele era e porque ele estava ali. O jovem treinador apanhou suas pokébolas sobre a mesa no Centro Pokémon e seguiu em direção à rua, onde suas novas táticas de treinamento começariam.
– Muito bem, pessoal, todos para fora! – gritou animado, com esperança de que seus pokémons também estivessem se sentindo confortáveis em se levantarem cedo para treinar, mas não era o que acontecia. – Froakie? Gligar? Mienfoo?
As três criaturinhas paradas em sua frente pareciam com sono. Froakie, o sapo pula-pula puxava um ronco, sentado na calçada. Mienfoo, o mais esquentadinho, parecia meditar, com os olhos fechados e os braços cruzados, não se importando com ninguém além dele mesmo. Enquanto isso, Gligar, o morcego-escorpião planava pelos ares, louco por um pouco de liberdade.
– Ei, pessoal! Vamos treinar!
Mas nenhum dos pokémons parecia interessado nisso. Só queriam estar livres para fazer o que queriam.
– O que é que está acontecendo?
Uma voz fininha surge por trás do trinador, que se vira e dá de cara com sua companheira de jornada, Y, uma menina “da moda”, com lindos cabelos ruivos, que não eram cor-de-fogo, mas também não eram loiros.
– Y? Já está acordada? Ah, que bom. Puxa vida, eu tava tentando treinar, mas parece que essas crianças só querem brincar.
– Tem certeza? Parece que o Mienfoo está a fim de batalhar sim!
– Hã? Será?
X se abaixou e viu seu Pokémon, que o encarava com uma expressão séria nos olhos. Ele estava a fim de batalhar, para colocar toda a sua raiva e estresse interior para fora.
– Muito bem, vocês dois! Voltem para as suas pokébolas!
O treinador puxou de seu bolso duas bolas vermelhas, que disparavam uma rajada rubra nos monstrinhos, que automaticamente eram transportados para uma dimensão alternativa, dentro do objeto. Sendo assim, só Mienfoo, o Pokémon que queria batalhar, ficou do lado de fora.
– Agora temos que achar alguém com quem batalhar!
Neste exato instante ouviu-se um gritinho fino que penetrava nos ouvidos de qualquer um. Com o susto, os dois treinadores olharam para o lado e viram uma menina de cabelos castanhos e lindos olhos esmeralda correndo em direção à Y. A garota avançou com tudo e a abraçou. Y a reconhece imediatamente, abraçando-a também.
– Shauna! Há quanto tempo?
– Não te vejo desde o aniversário da Soraya!
– Pois é. Como você cresceu! Olha só pro seu cabelo, que lindo! E essas roupas? Com certeza comprou na E-bules, né?
– Mas é claro. Estou utilizando o dinheiro que eu ganho com batalhas pokémon para comprar as mais diversas roupas. Comprei também um relógio e já estou pensando em investir em uma tatuagem.
– Ah, você é treinadora também?
– Mas é claro. Eu não te contei?
– Não, nunca mais te achei online no Spacebook! Por onde andas?
– Bom, eu tenho utilizado outras redes sociais e tal, mas enfim, depois de tanto tempo, que tal uma batalha, amiga?
– Ah, desculpa, eu não estou no clima hoje, mas o meu amigo aqui, o X estava procurando alguém, não é, X? – Y por um momento tinha se esquecido de X, que continuava ali, ouvindo toda a conversa das duas amigas de longa data.
– É sim. – Respondeu o garoto.
– Ekss? Que diabos de mãe põe o nome num filho de Ekss?
– Shauna, menos. – Adverte Y.
– Não é um nome. É um codinome, exatamente para as pessoas não descobrirem o meu verdadeiro nome. Mas e aí? Vamos batalhar ou não?
– Mas é claro. Mas primeiro, vamos para a saída da cidade. Lá não há o perigo de acertarmos o vidro de algum carro ou destruirmos a parede de um carro.
Todos concordam e assim os treinadores se retiram do local, indo para uma parte mais reservada, onde o verde prevalecia. Ao longe era possível ver pokémons selvagens correndo pelas graminhas altas da Rota. A brisa dali era mais fresca, o sol não pegava neles diretamente. Era como se de repente eles tivessem saído de um forno e ido para um lugar totalmente agradável. Não era pra menos, foram para um lugar que não fora alterado pelo homem, o que está ficando raro nos dias de hoje.
– Então, a minha escolha é o Mienfoo!
X joga a pokébolas para cima e de dentro dela surge um pequeno Pokémon-furão com expressão demoníaca no olhar. Estava esperando pela sua batalha fazia uns vinte minutos.
– É? Pois então eu escolho o Spritzee! Vai!
De dentro da pokébolas da menina surge um Pokémon pássaro com uma grande máscara teatral ao redor do rosto, iluminando seu pelo cor-de-rosa, que era fofinho e aparentemente quentinho.
– Muito bem, eu serei a árbitra da partida! – Y se posiciona entre X e Shauna, levantando duas bandeirinhas, uma vermelha e outra verde, com o apito segurado pelos lábios carnudos. – Vão!
E assim é dada a partida. Os pokémons em campo vão pra cima um do outro utilizando de sua força física e espiritual para atingir o oponente.
– Mienfoo, use o Jump Kick!
O Pokémon deu um salto no ar e chutou o pequeno Spritzee para longe.
– Essa não, Spritzee! Use o seu pó-de-fada!
Spritzee se levantou e começou a girar no ar, produzindo uma poderosa onda de vento que se arrastou pelo campo de batalhas a uma velocidade incrível, atingindo Mienfoo com tudo e empurrando-o para longe.
– Mienfoo!
X correu até seu Pokémon, que foi empurrado até uma árvore pelo movimento de Spritzee.
– Isso foi um... Foi um poderoso Fairy Wind! Já ouvi falar de movimentos do tipo fada, mas nunca tinha visto um tão de perto... Spritzee é mesmo incrível.
– Foo! – Mienfoo resmungou no colo de X, pulando para continuar a luta. O Pokémon logo se posicionou de volta na frente da pequena fada e voltou a encará-la com sua expressão cheia de fúria.
– Vai, Mienfoo! Drain Punch!
– Use Aromatherapy! – Revida Shauna.
Spritzee começa a exalar um pó cor-de-rosa, que voa pra cima de Mienfoo, e, ao invés de causar-lhe danos, acaba curando o Pokémon, que avança com tudo e dá um soco na fada, jogando-a longe.
– Ih, errei. – Shauna fica vermelha ao perceber que tinha errado na escolha dos movimentos e faz seu Pokémon retornar á pokébolas, afinal, ele já estava bastante ferido.
– Eu também errava os movimentos dos meus pokémons quando eu estava nas primeiras semanas de minha jornada. É normal, mas depois de um tempo se acostuma.
– Bom, eu estou em minha jornada um pouquinho, ou melhor, há muito mais tempo que isso! – Shauna fica roxa de tanta vergonha, mas não ligava, afinal ela sabia que tinha pouca experiência com batalhas e com todo o lance de treinamento e criação Pokémon.
– Ei, que tal pararmos a batalha para irmos pegar alguns pokémons? Por trás daquelas árvores provavelmente há um bilhão de opções para a gente escolher!
– Tem razão. Vamos lá. Talvez eu consiga mais um bom poké para o meu time. Y, você vem com a gente?
– Mas é claro! Já estou indo!
Eles passaram pela graminha alta, que estava quase se tornando um brejo e entraram na floresta, que parecia estar repleta de folhas secas pelo chão e é claro, cheia de vida selvagem no seu interior.
Lá dentro o sol não entrava tão facilmente e a sombra parecia tão gostosa que tinha levado eles e suas roupas quentes ao paraíso. Mienfoo, que continuava fora de sua pokébola, ficava olhando para o topo dos enormes eucaliptos e procurando por algum oponente.
– Mienfoo, encontrou alguma coisa?
Mas o Pokémon não havia encontrado nada, ou melhor, ninguém, respondendo ao balançar a cabeça para os lados.
Shauna e Y entraram por uma passagem por entre as árvores enquanto X examinava umas flores exóticas que cresciam próximas às árvores. E quando todos pareciam distraídos os suficiente para não perceber o que acontecia ao seu redor CABUM! Um enorme estrondo pega todos de surpresa.
– O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
– Calma.
X espiou por entre as árvores na parte mais fechada da floresta e percebeu uma nuvem de poeira grossa somada a um monte de folhas se levantando. Não soava como uma explosão, mas como o impacto de algo muito pesado que tivesse batido no chão. E esse algo com certeza não parecia ser amigável. X levantou a cabeça e avançou mata à dentro para ver mais de perto o que estava acontecendo quando de repente de um pulo para trás, levando um susto com a cena... Um enorme Pokémon azul com os chifres pegando fogo. Estava se contorcendo de dor no chão, dentro de uma cratera que marcava o lugar onde ele tinha batido e criado aquela nuvem de fumaça.
– Mas não pode ser... Esse é o...
Capítulo 02
VS Mawile
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Pokémon-cervo estremecia no chão, sentindo muita dor. As chamas negras em seus chifres coloridos estavam ficando cada vez maiores e mais densas. Ele lutou com suas últimas forças e se levantou, ainda em chamas, e deu um rugido muito alto, que fez com que se ouvissem asas batendo, com certeza pokémons-pássaros fugindo de toda a sua imponência.
– Mas não pode ser... Esse é o...
– Xerneas! – Y completou a frase de X.
O Pokémon, que estava com o corpo todo ferido bateu seus chifres contra uma grande árvore eucalipto na sua frente, tentando apagar o fogo. Na tentativa desesperada de se livrar das chamas, ele conseguiu derrubar a árvore, só com a força dos chifres, mas pelo menos o fogo negro se extinguira.
– Xerneas? Ah, meu Arceus! É um Xerneas, o Pokémon Lendário!
O Pokémon ouviu os gritos de Shauna e voltou seu olhar para ela, assustado com a reação da menina.
“Desculpe, mas vocês não podem interferir.” – Uma voz surgiu na cabeça dos três treinadores ao mesmo tempo. Era o Pokémon lendário se comunicando por telepatia. No mesmo instante ouviu-se outro rugido, desta vez um mais fino e extremamente delicado. Era um Mawile – um Pokémon com o corpo humanoide que possuía no lugar dos cabelos, uma grande boca, repleta de dentes metálicos muito, mas muito afiados – que passava por ali quando ouviu o barulho de Xerneas.
“E Você vem comigo!” – Xerneas olhou para Mawile, que teve seu corpo contornado por uma luz rosa-púrpura. Nisso, a estrutura de suas moléculas começam a se alterar e se reorganizar entre si, e Mawile fica maior e mais forte. A única mandíbula que pendia de sua cabeça se multiplicara por duas, com o dobro do tamanho da original e seu corpo pequeno e frágil agora estava maior e com uma coloração diferente.
Quando os três olharam para Xerneas de novo, ele já havia aparecido. Tornaram a olhar para o Mawile e o Pokémon continuava com o brilho rosa, mas desta vez em seus olhos. Estava sendo controlado pelo lendário, e controlado para atacar.
– Essa não! Xerneas está manipulando a mente de Mawile pra nos atacar!
– Mas que droga! Não temos como derrotar Mawile enquanto ela estiver em sua Megaevolução! Temos que trazê-la para o estado em que era antes de Xerneas alterá-la, quando ainda era um Pokémon praticamente inofensivo. – X corre e lança sua pokébola para cima, desta vez, trazendo Froakie para fora.
– Froa!
Mienfoo pula em posição de combate, pondo-se do lado do Pokémon-sapo, que agora não estava mais tão sonolento.
– Wile!
Mawile avança pra cima de Froakie, utilizando as mandíbulas em suas costas para atacar o Pokémon com um poderoso Crunch.
– Froakie! Não!
Froakie sofre todos os danos pelo ataque, sendo jogado bruscamente contra o chão. Mienfoo então dá um salto, atacando Mawile com um poderoso chute no rosto.
– Mienfoo, continues! Use Drain Punch!
Mienfoo, ainda no ar, dá uma bofetada na cara do Pokémon metálico, que avançava para trás, tentando recuar de mais socos.
– Vai, Froakie! Use o Water Gun!
Froakie respira fundo e dispara uma rajada de água com muita pressão, empurrando Mawile ainda mais para longe.
– X, eu acho que li em algum lugar que as Megaevoluções só revertem no final das batalhas, ou seja, você vai ter que derrotar a Mawile do jeito que ela tá agora, com duas mandíbulas para ela poder voltar a ser aquele Pokémon que era antes.
– Mas que droga! Froakie, você derruba! Mienfoo, você bate! Estão prontos?
Os pokémons balançam com a cabeça para baixo, afirmando que sim.
– Vai, Froakie! Use o Water Gun mais uma vez! – Froakie lança seu jato de água pressurizada nas pernas de Mawile, que cai novamente, sem poder atacar com seu Crunch. – Mienfoo, use Double Kick!
Mas Mienfoo desobedece e utiliza outro ataque, o qual julgou mais correto: Drain Punch. O Pokémon pulou em cima de Mawile e começou a espanca-la com força no rosto, enquanto suas energias iam sendo restauradas pouco à pouco.
– X, ela vai atacar!
Mawile abre suas enormes mandíbulas “traseiras” e aperta Froakie com uma mordida dolorosa e realmente quente. Dos dentes de metal que prendiam Mienfoo surgiram chamas que engoliram o corpo do pokémon inteiro em questão de segundos, causando graves queimaduras.
– Mienfoo, use o Jump Kick!
Mas Mienfoo torna a desobedecer, desta vez criando uma barreira de luz vermelha que era forçada contra as mandíbulas de Mawile, libertando o Pokémon. Assim, Mienfoo reutiliza sua barreira de luz apertando-a contra o corpo de Mega Mawile, que é prensada no chão duro da floresta, sem piedade.
– Mienfoo, para com isso!
O Pokémon lutador estava realmente machucando Mawile, que estava indefesa.
– Froakie, tira o Mienfoo de lá! Use o seu Quick Attack!
O sapo ninja deu um salto e avançou contra seu colega Mienfoo, retirando-o de cima de Mawile, que a estas Alturas do campeonato, já tinha recuperado a consciência e deixado de ser controlada pelo maligno Xerneas.
– Ma… Wile…
Mawile se levanta rapidamente e seu corpo volta à estrutura original, menor e com uma única mandíbula de ferro. Assim, o Pokémon foge pela floresta, preferindo ficar longe do instinto assassino de Mienfoo.
– Mawile fugiu!
– Não é para menos! Mienfoo, você quase matou o Pokémon! Você não tem um pingo de amor ao próximo dentro desse seu coração? – X mira a pokébola em Mienfoo, liberando um raio de luz vermelha que suga o Pokémon pra dentro do objeto.
– Froakie, você vai ser o “vigia” agora.
– Espere, X. Não acha que tem algo estranho nessa história toda?
Y fica curiosa com tudo que estava acontecendo e decide procurar em sua pokédex mais sobre Xerneas.
– Ah, aquí está: “Xerneas, o pokémon Vida. Os chifres de Xerneas possuem pedras precisam que guardam dentro delas o fascinante poder da vida. Assim, Xerneas pode trazer de volta à vida tudo o que já morreu”.
– É estranho, Xerneas costuma ser um Pokémon da vida, um Pokémon “bom”. – Lembra Shauna.
– É mesmo. Porque será que ele nos atacou?
– Talvez ele tenha medo de humanos. – Supôs Y, que continuava intrigada. – Talvez alguns humanos tenham tentado dominar o poder da vida, tentando prender ele e agora ele tenha medo de todos nós.
– Talvez tenha se assustado com os seus gritos, Shauna.
– Ei!
– Parem de brigar vocês dois! Eu não quero ter que começar uma discussão!
– Y está certa. Temos que nos concentrar em resolver esse caso do Xerneas por enquanto. – X arregala bem os olhos, como se uma lâmpada tivesse surgido sobre sua cabeça. – Ei! Lembra aquela voz? Disse que não podíamos interferir, ou seja, Xerneas está em uma batalha e não quer que ninguém o interrompa! Isso explica o fogo, aquele estrondo que ouvimos e porque ele controlou Mawile para nos atacar. Ele queria que a gente ficasse longe.
– Talvez longe do perigo. – Y receia que a batalha de Xerneas esteja acontecendo próximo a eles.
– É, mas pra onde ele foi? – Shauna também começa a ficar preocupada. Tanto que seu cabelo estava todo desarrumado e ela nem reparara.
– Eu não sei. Quando eu olhei para o lado vi Xerneas ficar transparente e de repente ele desapareceu, como se fosse um fantasma. Será que Mienfoo não teve uma visão melhor do que aconteceu? Se bem que é melhor não arriscar tirar ele da pokébola. Deve estar furioso comigo.
– Ei, pessoal! Não olhem agora, mas é melhor sairmos daqui! – Y aponta para o céu e todos espremem os olhos para tentar enxergar por entre a copa das árvores, quando de repente percebem que o céu estava negro.
– Vai chover.
– Mas como? Não faz nem dez minutos que entramos aqui na floresta e estava um dia ensolarado!
– Eu não sei, Shauna, mas o que quer que esteja acontecendo, com certeza tem alguma relação com Xerneas.
Capítulo 03
VS Charizard, Venusaur & Blastoise
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dia foi trocado pela noite. Os céus escureceram completamente de uma hora para a outra e a cidade parecia distante demais para que eles chegassem antes da chuva despencar. Estariam mais seguros de tomar um banho se entrassem na floresta e se abrigassem debaixo das enormes árvores brancas que tinham uns dez metros de altura cada.
– X, eu não estou gostando nada disso! Vamos embora?
– Não dá mais, Y! Ou a gente toma um belo de um banho e estraga as nossas pokédexes e consequentemente perdemos todas as informações dos pokémons que temos até agora, ou a gente fica aqui e procura uma caverna.
– Ele está certo, Y. Não é hora de amarelar.
– Ah, Shauna. Não fale besteiras! Vamos em frente.
Caminharam, caminharam e caminharam. Durante vintes minutos eles ficaram correndo de um lado para o outro, se protegendo da chuva debaixo de galhos enquanto avançavam floresta à dentro, até que acharam uma grande caverna.
Os treinadores entraram correndo dentro dela quando eles perceberam que aquela não era uma caverna comum. Dentro dela havia um brilho surreal, que vinha de cristais enormes que pendiam do teto da caverna e de outros que brotavam do chão, próximo às rochas.
– Mas o que é que é isso?
De repente ouviu-se uma voz humana. Havia mais alguém naquela caverna e eles decidiram ver quem era. Caminharam mais alguns metros e puderam ver, por trás de uma grande rocha, uma mulher ruiva, com cabelos extremamente laranja e com uma roupa de arqueóloga ou qualquer profissão que definisse aquele tom bege e um homem de cabelos e barba grisalha, que também usava uma roupa do tipo. Os dois estavam admirados, observando a formação rochosa com o qual todos estavam admirados.
– Ah, visitantes. Prazer, meu nome é Trish!
– O meu nome é Thompsom, Dr. Thompsom.
– Prazer. Eu sou o X, essa é a Shauna e essa é a Y.
– Mas o que estão fazendo por aqui?
– Estávamos nos abrigando da chuva quando encontramos essa caverna.
– Chuva? Mas como? Entramos aqui não faz nem cinco minutos e não estava chovendo! Ah, e só uma curiosidade... A julgar pelo sotaque, você é a região de Parisia, certo? Fala Francês? Eu tenho uma grande admiração por gente que vem de lá!
– Como assim? – X fica vermelho e ao mesmo tempo confuso.
– Já faz um bocado de tempo que eu não vou à Parisia. Escuta filho, quanto está uma passagem de avião pra lá?
– Do que você está falando? A gente está em Parisia!
– O que?
O vovô deixou seu chapéu com lanterna cair. Estava tudo muito confuso.
– Trish, me diz que ele está pirando!
– Não, não está! Nós estávamos em Kanto explorando a área da Liga Pokémon quando encontramos essa caverna!
– Mas Kanto nem sequer está conectada á Parisia! Pelo menos não diretamente! O que está acontecendo aqui?
– Isso está muito estranho. Primeiro vemos Xerneas, que nos ataca, provavelmente tentando nos livrar de algum perigo, com o qual ele estava combatendo. Depois vem essa caverna misteriosa, toda cristalizada no interior e vocês me dizem que quando entraram na caverna estavam em Kanto? Mas o que é isso?
– Eu não sei, mas eu vou explorar mais isso aqui. Vamos, Froakie!
O pequeno Pokémon sapo saiu de trás das pernas de X e foi em frente, entrando mais ainda mais pro interior da caverna.
– Fascinante! Mas que espécie de animal é este? Um sapo? Uma rã? Quem sabe uma perereca? Mas tem traços de Salamandra! É mesmo um anfíbio? Doutor, o senhor viu? O senhor viu?
– Eu não sei Trish, mas é realmente muito fascinante! Talvez seja uma espécie de rãs peçonhentas encontradas em Parisia...
– Do que vocês estão falando?
– O que é que tem o Froakie?
– Frôuqui? É esse o nome dele?
– Assim como o nome de todos os outros Pokémons dessa espécie!
– Pokémon? O que é isso? – O doutor fica admirado.
– Como assim o que é isso?
– Pokémon? Eu nunca ouvi falar dessa espécie de sapos!
– Pokémons não são sapos! São fantasmas, dragões, fadas... Em que mundo você esteve?
– Há, deixem de brincadeira, crianças! Fantasmas, dragões e fadas não existem!
– Como não existem? – Shauna se revolta, como sempre.
– Tudo não passa de uma história contada pra assustar/iludir as crianças. O que os seus pais andam te ensinando? – O doutor estava muito convicto de tudo o que falava. Até onde ele sabia o mundo estava cheio de animais. Não existiam criaturas mágicas e voadoras. Ele nem ao menos tinha ouvido o termo “Pokémon” na vida dele.
– Doutor...
– O que foi Trish?
– Acho que... Tem alguma coisa muito errada aqui. Olhe.
Trish aponta para o túnel por onde X, Y e Shauna entraram na caverna, e do lado de fora era possível ver os pokémons na mata, tentando se abrigar da tempestade, que fazia um rio na beira das rochas.
– Mas o que-- – O doutor fica sem falas. Nunca vira criaturas tão surreais na vida. Parecia ficção científica.
– Olhe! São pokémons! Tem um Skiddo, um Bunnelby... Tem um Dedenne e até Fletchlings!
– Não é possível! Um bode com o corpo coberto de folhas, como se fosse uma árvore. E... Os pássaros estão pegando fogo! Ah, meu Deus! Isso não pode estar acontecendo... Trish acho que...
– Estamos em outra dimensão! – Trish e o Doutor Thompsom falaram ao mesmo tempo, tornando suas vozes únicas, ecoando pela caverna.
– Como assim “estamos em outra dimensão”? – Shauna fica intrigada.
– De que planeta você são?
– Pokémon... World? – X, confuso, arrisca a resposta.
– Está vendo! Estamos certos! Essa caverna é um portal para outra dimensão! Filho, eu e Trish moramos no planeta Terra, onde não existem esses tais “Pokémons” ou nada do tipo “fantasma”, “dragão”, ou “fada”, ao menos nada “real”.
– Tem algo muito, muito errado nessa história. Vou chegar minha Pokédex de novo!
Y meche na bolsa e retira de dentro dela sua pokédex, que por pouco não havia sido molhada na chuva.
– Tem que ter alguma coisa a ver com Xerneas...
Y fuçou rapidamente em alguns botões e voltou a ver a “biografia” de Xerneas no aparelho eletrônico.
– Aqui! “Xerneas e Yveltal, os dois grandes lendários de Parisia criaram uma grande árvore, com metros e metros de altura, atingindo até a parte mais alta do céu. Tal árvore passou a ser o seu lar, de onde governaram a região durante milhares de anos até a chegada dos humanos. Dizem que a árvore é a entrada para as demais dimensões no universo.”
– É... Yggdrasil, a árvore da Vida. Minha mãe queria que eu engolisse a tal “Teoria Moderna” da Religião, que fala que Xerneas e Yveltal, o Pokémon da vida e da destruição, respectivamente, criaram essa tal árvore e que eles juntos construíram Parisia.
– Eu nunca engoli a teoria moderna. Sempre fui Xernoassista! – Y assume suas crenças religiosas, contrariando a teoria científica atual que conta como surgiu o universo Pokémon.
– E eu sempre fui Yvelgreassista! – X se impõe contra Y, revelando outra crença religiosa.
– Ih, isso ainda vai dar em briga. É melhor nos concentrarmos no Pokémon Xerneas em si e não na religião que ele representa. – Essa era a primeira vez que Shauna tinha razão de alguma coisa, então, os outros dois se calaram.
– Aquelas chamas nos chifres de Xerneas... Lembra? Quando ele nos viu! Eram chamas negras! Somente um Pokémon poderia produzir tais chamas!
– Ah não, X... Só pode estar de brincadeira!
– Não. Não estou.
– O que foi gente? Eu não estou entendendo mais nada! – Nem Trish, nem o Doutor Thompsom e nem a própria Shauna, que faz parte do mesmo mundo que eles captaram a mensagem.
– Shauna... Xerneas, o Pokémon da vida está batalhando contra Yveltal, o Pokémon da destruição. Isso significa que a árvore da vida, a Yggdrasil, entrou em crise, ou seja, ela não obedece mais nenhum dos dois pokémons, portanto, as dimensões estão se fundindo, e... Isso pode resultar numa catástrofe tão grande quanto o Apocalipse!
– Ah, meu Deus! Estamos fritos! Torrado! Assados! Queimados!
– Cala a boca, Shauna! Não fala besteira! Temos que achar um jeito de encontrar Xerneas novamente! E pra isso, vamos ter que voltar ao único “mundo” onde ele existe! No Mundo Pokémon!
– Parece que vamos ter que voltar para a chuva! Vocês nos acompanham?
– Se é pro nosso bem, vamos.
Os três treinadores e os “humanos de outro mundo” então saíram em direção à chuva, que agora mais parecia uma tempestade.
– Tenho a impressão de que a nossa resposta está em cima dessa caverna! Vamos caminhar por cima dela! Rápido! Subam!
X se agarra nos cristais e começa a escalar, na tentativa de subir na parte de cima da caverna, tentando achar Xerneas, Yveltal ou a Yggdrasil. Subiu o mais alto que pode, tendo assim uma visão muito assustadora.
– Essa não!
– X, o que foi?
– A árvore... Yggdrasil. Ao longe deu pra ver. Ela... Está pegando fogo. E não é fogo comum. São chamas negras.
– Mas isso não faz sentido! Porque Yveltal atearia suas chamas negras na sua própria casa?
– Eu podia jurar que era a Yggdrasil. Era a mais alta de todas as árvores. Vem ver você mesmo, Shauna.
Shauna escalou a parede da caverna e ao ver a cena, quase caiu. A coisa era pior do que todos pensavam. Yggdrasil estava mesmo em chamas. A árvore mitológica, e que não era tão mitológica assim, estava ali, há mais ou menos um quilômetro de distância, envolta pelo fogo escuro, fruto do poder da destruição de Yveltal.
– GROAR!
Mas a pior notícia não estava dada. Mais três pokémons envoltos pelo brilho rosa de Xerneas aparecem do nada, derrubando X de cima da rocha.
– X!
Y vai até o garoto, que estava inconsciente.
– Droga!
– D-Doutor, que coisas são essas?
– Parece... Um Dragão... E... E um Dinossauro! E uma Tartaruga Gigante!
– Charizard, Venusaur e Blastoise, os três iniciais de Kanto totalmente evoluídos e em suas Mega formas. Estamos encrencados. – As pernas de Shauna começam a tremer.
– Gente, o X não tá acordando!
– Deixe-me ver!
Trish encosta a cabeça no peito de X e pode ouvir seu coração batendo. Estava apenas desmaiado.
– Y! Ajuda-me aqui!
Y olha para o lado e vê Shauna correndo do enorme dragão de fogo que a perseguia, cuspindo chamas enquanto dava um rasante atrás da menina.
– Charizard! Essa não... Froakie?
– Froa! – O Pokémon ainda estava fora da pokébola, junto com todos eles e podia muito bem batalhar. Com isso, o Pokémon lançava um jato e água fria no corpo de Shauna ao mesmo tempo em que apagava as chamas de Charizard.
– Venu... Saur!
Venusaur – o dinossauro com uma palmeira nas costas – surge atrás de Trish, criando um tornado de pétalas cor-de-rosa que empurra a garota pra longe.
– Blas! Toise!
E por último, Blastoise, a tartaruga gigante surge apontando seus três canhões para X – caído no chão –, disparando uma rajada de água violenta, que empurra o corpo do menino.
– Já chega disso! De volta pra caverna! Todos!
Trish, Shauna e o Doutor entram na caverna. Enquanto isso, X e Froakie empurram o corpo de X para as rochas rapidamente antes que os três tiranos voltassem a atacar.
– GROAR!
Charizard berra do lado de fora da caverna, mas parece que não pode entrar dentro dela. Parece que ele não consegue. Não por falta de espaço, mas por medo ou algo do tipo... Assim, os três iniciais se afastam e tudo estabiliza.
Capítulo 04
VS Pangoro
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udo estava muito confuso. Em questão de alguns minutos o universo ao redor de nossos heróis mudou completamente. O céu negro, realmente negro, tão negro quanto piche, jorrava pancadas violentas de chuva, formando um pequeno lago sob a terra. Os pokémons do lado de fora iam e viam, correndo, desesperados.
– Alguma coisa muito estranha está acontecendo aqui!
– E se a achar outra saída dessa caverna idiota? – Shauna estava tão nervosa que só queria saber em sair daquela situação.
– É a nossa única solução. Vamos. – O Doutor puxa Shauna e Trish pela mão, levando-as rumo ao desconhecido...
– Esperem! O X ainda não acordou!
– Tem razão... Mas... É, pode dar certo. Y lembra que o Spritzee ainda não havia sido derrotado quando eu o retornei para a pokébola?
– É, lembro.
– Então... Ele pode nos ajudar com o Aromatherapy!
– Shauna, você é um gênio!
E assim, foi. A garota de cabelos castanhos lançou sua pokébola para cima e de dentro dela surge a pequena bolinha-de-pelo conhecida como Spritzee. Trish e o Doutor ficaram espantados com aquela criatura. Não se parecia com nenhum animal que eles estavam acostumados a ver, mas não interromperam a ação, ficaram só observando. De repente a caverna encheu-se de um pó colorido que penetrava nas entranhas e X, inesperadamente, se levantou.
– Ai, Y! Você está bem?
– Mais ou menos. Eu... Estou tonto.
Y abraça X bem forte, com medo de que o menino estivesse em um estado crítico. Enquanto isso, Shauna faz com que Spritzee volte para a pokébola.
– Bem, acho que já podemos ir. – Trish indica a X fazendo um sinal com a cabeça para dentro da caverna. E assim, todos foram.
Caminharam lentamente se segurando nas paredes, porque a luminosidade se tornava menor a cada passo que davam. Passaram por um corredor extremamente estreito e depois por uma ladeira que levava á parte mais funda da caverna. Mal eles sabiam que essa parte funda onde estavam agora era como um labirinto de pedras e teriam que ter muito, mas muito cuidado na hora de atravessar.
– Ai!
– O que foi Y?
– Pingou água na minha cabeça. Acho que a tempestade está bem em cima da nossa cabeça.
– GROOOOAAARRRR!
E então a caverna encheu-se com um ronco, rugido ou grunhido que aterrorizou a todos. Mais alguém estava ali além deles...
– Ai, meu Arceus!
– Fica Quieta, Shauna!
– Ai, meu Arceus de novo!
Na frente de Shauna estava parada uma criatura enorme, mas ninguém podia ver porque estava muito escuro.
– Temos que sair daqui! E depressa! Y use o Fennekin pra iluminar o caminho!
– Ok!
E a pokébola de Y voou para o alto, liberando uma luz branca azulada que logo tomou a forma de uma pequena raposa de fogo.
As orelhas do pequeno Fennekin começaram a ficar cada vez mais vermelhas, irradiando uma luz que agora iluminava um pouco mais da caverna.
– S-sumiu! Eu podia jurar que tinha alguém parado aqui na minha frente!
– Essa não! Fennekin, vamos iluminar ainda mais! Use o Flamethrower! – X toma as rédeas da situação e passa a ordenar Fennekin, mesmo que o Pokémon não fosse seu.
Fennekin cuspiu um jato de chamas vermelhas para cima, iluminando todo o local onde eles estavam. Os treinadores olharam ao seu redor e puderam observar um vulto se escondendo atrás de uma pedra. Agora tinham certeza de que não estavam mais sozinhos.
– Ali está. Vamos ter que atacar... Gligar? É com você!
– Gli! Gar! – X seleciona Gligar, o morcego-escorpião, que sempre saia dançando de sua pokébola. Desta vez, o Pokémon dera cambalhotas no ar, muito contente em ter sido escolhido.
– Vai, use o Swift naqueles cristais!
Gligar começa a girar no ar disparando uma rajada de lâminas com o formato de estrelas na direção em que X apontava. As lâminas caiam sobre os finos pedaços de vidro e explodiam, formando assim pequenas explosões em conjunto. Explosões o suficiente para fazer com que a barreira que escondia o vulto desmoronasse, revelando assim o verdadeiro ser por trás daquele rugido.
– Não pode ser! É um... Pangoro!
Um enorme urso panda com um capim na boca estava encolhido, com as patas dianteiras sobre os olhos e as traseiras escondendo a maior parte de sua barriga. Estava com medo. Com medo daqueles humanos.
– Pangoro?
Shauna chegou perto do Pokémon e ele disparou, correndo assustado para longe.
– Calma. Eu sou sua amiga. Olha, o meu nome é Shauna. Não precisa ter medo!
Eu não vou te machucar.
– Não vai?
Todos paralisaram com o que ouviram. Pangoro, um Pokémon, estava ali, parado na frente deles falando, como se fosse uma pessoa. Normalmente os pokémons rugiam, gritavam ou eles ficavam repetindo o seu próprio nome, na forma de outra linguagem que só eles entendiam, mas este não. Pangoro podia falar a língua dos humanos e isso era realmente muito estranho, mesmo para os pesquisadores que faziam parte de um mundo onde não havia tais criaturas.
– Você fala? – Shauna ficou completamente branca ao ouvir a voz do Pokémon.
– Há! Mas é claro que eu falo! Eu é que nunca vi humanos falando! Sabe... Na minha cidade os pokémons costumam treinar as pessoas, mas com vocês parece que é o contrário! – um silêncio absurdo atingiu toda a caverna. – Que foi?
– É que... Bom, Nós não estamos muito acostumados com pokémons que falam, muito menos com pokémons que treinam pessoas!
– Bom, a gente costuma classificar os humanos por “rótulos”... Gordo, magro, alto, baixo, ruivo, moreno, negro, loiro, bronzeado, forte, fraco... Mas é realmente muito interessante notar que dentro dessa caverna de vidro existem pessoas que fizeram o contrário e acabaram treinando os pokémons e... E parece que aqui as pessoas é que falam e não os pokémons, não é?
– Pois é. Estamos passando por uns probleminhas com Xerneas e Yveltal. – No mesmo instante Pangoro interrompeu X, com uma expressão medonha de espanto na cara.
– Xerneas e Yveltal?
– O que foi? O que foi?
– Xerneas e Yveltal... Xerneas e Yveltal... Está tudo explicado agora! Eu... Vim parar em uma dimensão diferente. E, e... E Xerneas... Eu... Bom, um pouco antes de eu encontrar essa caverna eu vi Xerneas. Ele parecia em apuros, mas jogou um bando de pokémons pra cima de mim. Dá pra acreditar? Ele começou a controlar a mente de Bunnelbies que me roeram todo!
– Ah, não! A História se repete! Pangoro, quando eu estava vindo pra cá, Xerneas apareceu com chamas negras envolvendo seus chifres. Eu tentei ajudar, mas ele me lançou uma Mawile que do nada Mega Evoluiu e veio nos atacar.
– Suponho que tenhamos que nos unir para combater este mal...
Pangoro estava certo. Se eles não se unissem, não teria como vencer este presságio de fim do mundo. Eles tinham que parar Xerneas e estabilizar a árvore que liga os mundos...
– Eu conheço uma saída! – Pangoro falou como se morasse naquela caverna há anos. – Me sigam!
E todos seguiram Pangoro, que os levou para um beco sem saída.
– Ué... Mas aqui não tem saída nenhuma!
– Essa não! Ele vai querer nos capturar! Corre todo mundo! Pras montanhas! Pras montanhas! – Shauna estava quase, mas só QUASE surtando com aquilo tudo.
– Não é nada disso, menina do cabelo de rosquinha! A saída está bem aqui!
O braço de Pangoro se iluminou, ganhando um brilho laranja avermelhado e assim, ao dar um potente soco na parede, o Pokémon desmoronou uma pilha de cristal, abrindo passagem para outro lado...
Capítulo 05
Xerneas VS Yveltal I
Q |
uando os cristais caíram no chão, uma fumaça branca subiu pelos pés e uma leve brisa empurrou os cabelos para trás. Estavam em um lugar incrivelmente mágico. Olharam ao redor e parecia que estavam caminhando sob as nuvens, em um vasto e infinito céu negro, de onde vinham relâmpagos e trovões cada vez mais intensos.
– Pangoro! Onde estamos?
– Eu não sei. Quando eu estive aqui, há uns 20 minutos, o lugar não era assim!
– O que o senhor tem a dizer sobre isso, Doutor?
– Bom, é provável que as dimensões tenham se alterado novamente... Ou é possível que agora estejamos em cima da árvore que você falou.
– Em cima da árvore?
– É. Eu imagino que uma árvore dessas não deva ser pequena. E estamos acima das nuvens, então...
X olhou com cuidado para baixo e pode ver que todos estavam caminhando sobre enormes galhos. O Doutor estava certo.
– Gente. Fiquem onde estão. Um passo em falso e podem cair. Estamos mesmo em cima da árvore. Na verdade. Estamos em um dos galhos! Temos que subir ao topo...
No exato instante, o fogo negro de Yveltal começou a se alastrar pelo chão.
– São eles!
E do céu surgiu uma criatura enorme, uma ave vermelha com chifres e uma cauda comprida de onde saía uma terceira “mão”. A ave tinha olhos claros e não aparentava ter penas e sim pelos. Suas asas enormes batiam a todo o momento formando uma onda de vento por onde passavam.
No mesmo instante surge correndo um cervo com pedras brilhantes encrustadas nos chifres e um pelo azul que brilhava de longe. Suas patas delicadas, mas poderosas faziam um barulho de cascos pelos galhos por onde ele corria.
Xerneas e Yveltal se encararam por um segundo e em seguida investiram um contra o outro, jogando o peso seus corpos um sobre o outro.
– Estão brigando! Xerneas provavelmente deve estar defendendo a Yggdrasil!
– Mas não faz sentido! Yveltal não colocaria fogo na árvore que ele mesmo construiu! É o mesmo que colocar fogo na própria casa!
– Y está certa! Ainda tem alguma coisa que não sabemos!
– Mas o que?
X olhou para trás e viu os pesquisadores, Trish e o Doutor Thompsom além de Pangoro imobilizados, presos por uma luz vermelha, que delineava seus corpos, prendendo-os às nuvens.
– O que aconteceu com eles?
E os três que estavam presos pela luz vermelha começaram a desaparecer, assim como a caverna atrás deles, que já tinha sumido e ninguém tinha reparado.
– Estão voltando para seus mundos, provavelmente! Xerneas não quer que interfiramos na batalha!
– E não vamos, Shauna. Tive uma ideia. Mas eu vou precisar da ajuda dos dois. X? Shauna? Venham comigo.
Y guiou os outros dois treinadores e os únicos a continuarem naquela dimensão para longe da luta entre Xerneas e Yveltal, indo em direção ao tronco da árvore gigante, que ardia em chamas negras.
– Devíamos ter voltado pra cidade, isso sim!
– Não reclama Shauna!
No mesmo instante, Shauna escorregou do galho que estava encoberto de nuvens e caiu árvore abaixo.
– SHAUNA!
Mas gritar não ia fazer diferença alguma. Y tinha que salvar sua amiga, que de uma hora para a outra se viu em perigo.
– X... O Froakie!
– Ah! Mas é claro. Vai, Froakie!
X jogou a pokébola para cima e de dentro dela surgiu Froakie, o sapo ninja, que pulou do galho e alcançou Shauna, segurando-a. Em seguida o Pokémon pulou em outro galho e voltou para cima, impulsionado como uma mola, trazendo a menina de volta.
– O-Obrigado!
– Recomponha-se, Shauna. Temos que ir.
E assim os três seguiram silenciosos pela árvore, distanciando-se cada vez mais da luta colossal entre Xerneas e Yveltal, os dois tiranos.
– Ah, acho que aqui já está bom. Estamos perto das chamas.
– Espera. Nós vamos simplesmente apagar o fogo?
– É a saída. Com o fogo apagado, Xerneas e Yveltal vão parar de brigar e a árvore vai voltar ao seu estado original.
– Acho que você tem razão, Y. Mas a gente caminha, caminha, caminha e parece que nunca chegamos ao tronco dessa árvore. Ela é grande demais! E, além disso, se o fogo estiver por quase toda a árvore, não tem como a gente apagar.
– Nada é impossível, Shauna! Vamos!
E assim eles caminharam mais um pouco, aproximando-se mais alguns metros das chamas e a verdadeira luta para a sobrevivência começou.
– Fennekin não via ajudar muito. Só sobrou você, Dratini!
A pokébola voou pelos ares, liberando o pequeno Pokémon dragão que dormia enrolado como uma serpente no chão...
– Dratini, acorda!
Mas o Pokémon parecia estar em um sono profundo.
– Droga! A Gente nunca vai conseguir fazer isso! A gente devia ter ficado na floresta! Porque tínhamos que entrar naquela droga daquela caverna? Porque tínhamos que dar ouvidos a um Pokémon Falante? Por que prestamos atenção nas besteiras daquelas pessoas que não sabiam nem ao menos o que era um Pokémon? – As lágrimas escorreram pelo rosto de Shauna, que, sem sombra de dúvidas, estava aterrorizada com tudo o que estava acontecendo. Ela só queria voltar pra casa e descansar.
– Calma.
Y a braça a menina e começa a chorar também.
– Está tudo saindo do controle! Porque não fomos mandados para nossa dimensão assim como Pangoro e os outros assim que entramos aqui?
– Talvez por que... Talvez porque esta seja a nossa dimensão!
– Y... Você tem razão! Se essa é a nossa dimensão! Tudo o que temos que fazer é “descer” e chamar ajuda a outras pessoas! A polícia talvez... Os bombeiros... Ou qualquer tipo de autoridade!
Nisso, uma rajada de luz multicolorida atravessou por entre X e Y, atingindo a árvore.
– Yveltal!
– Droga!
A grande ave vermelha, Yveltal se aproximou e começou a disparar intensas rajadas de luz, que atingiam a árvore. Todos se desviavam antes e serem atingidos pelos golpes e quem acabava sofrendo era Yggdrasil.
– Não! Yveltal, para!
A criatura vermelha coberta de nuvens escuras encarava as crianças com um olhar malévolo, que representava tanto desgosto quanto decepção, algo que não podia ser interpretado pelos treinadores. Talvez quisesse que os humanos não interferissem.
– X, ele tá nos encarando!
Xerneas surge na frente das crianças, protegendo-as de Yveltal. No mesmo instante, o Pokémon cervo cria um feixe de luz por entre seus chifres e a dispara contra a ave, que é empurrada pra longe.
– Temos que sair daqui, já! Nossos pokémons não passam do nível vinte e esses dois aí estão beirando o nível 70. Ainda somos principiantes X. Vamos. Vamos abandonar o navio.
– Espera.
A asa de Yveltal, de repente, torna-se delineada por um brilho roxo e o Pokémon avança pra cima de Xerneas. A asa atinge o galho da árvore, que começa a pegar fogo. Não o fogo preto que ainda consumia a madeira, mas sim um fogo roxo, o fogo característico do golpe Oblivion Wing de Yveltal.
Xerneas se levanta após receber o ataque e encara Yveltal, parando de atacar. Os olhares então se voltaram para os três adolescentes.
Capítulo 06
Xerneas VS Yveltal II
X |
ficava murmurando mentalmente que devia ter ido para a cidade e que a culpa de todos estarem ali naquele momento era dele. A batalha entre Xerneas e Yveltal havia parado de repente e os dois pokémons lendários e mitológicos voltaram seus olhares aflitos para os adolescentes. Xerneas parecia que ia atacar a qualquer instante e Yveltal parecia que não queria matá-los e sim, fazê-los sofrer.
– X, socorro!
– Fiquem calmas. Eu vou tentar ajudar.
O garoto se aproximou de Xerneas, destemido, esperando que aquilo que fosse fazer pudesse ajudar. Devagarinho ele chegou bem perto do Pokémon e encostou as mãos em seu pelo, subindo-as até seu rosto.
– X, não!
O coração de X começou a disparar rapidamente, superando duzentos batimentos cardíacos facilmente. Seu corpo tornou-se delineado por um brilho rosa, que também estava presente em Xerneas, sob a forma de uma aura magnética.
– Ah, meu Arceus! Ele vai matar o X!
As meninas estavam aterrorizadas com o que viam. X estava se contorcendo todo enquanto segurava o rosto de Xerneas, que parecia imóvel, golpeando o garoto com algum tipo de ataque.
– X!
Mas X não estava se sentindo desconfortável. Pelo contrário. Ao tocar o Pokémon Lendário, seu coração se inundou de alegria, adrenalina, emoção pura. Estava se sentindo no paraíso, como se nada nunca tivesse passado pelo seu caminho, esquecendo-se de todos os seus medos, de todos os seus traumas e de todas as suas preocupações. O pequeno detetive estava realmente Zen. Havia encontrado a paz interior.
– Shauna, o que é que ele tá fazendo? Vai matar o X!
– Y, por favor, se eu morrer hoje, me perdoa por tudo o que eu te fiz. Por tudo mesmo. Eu sei que eu não fui uma boa amiga, mas eu sempre vou me lembrar de você. Sempre. Porque foi você que me ensinou muita, muita coisa. Lembra quando a gente foi ao nosso primeiro baile do colégio? Ou quando roubamos os sapatos caros de sua mãe? E quando começamos a desenhar nossas roupas, que no final acabaram ficando famosíssimas?
As palavras de Shauna atravessavam o coração de Y, que encheu os olhos de água, abraçando a amiga, com medo de que aquele fosse o fim delas.
– Calma.
– Hã? – As duas olharam para trás e viram o corpo de X esfumaçado, brilhando em um tom de rosa cintilante, que irradiava brilhozinhos coloridos pelo céu, que ainda era preto.
– X? Você está bem?
– Estou. Xerneas me contou tudo o que aconteceu. E nós precisamos ir. Não podemos interferir no plano dos Deuses!
– Do que você está falando?
– Quando eu encostei minhas mãos em Xerneas... Bom, a gente teve uma “conexão” de amizade que fez com que o pensamento dele e o meu se unissem. Agora eu posso ver tudo o que está acontecendo, sentir a força da natureza ao meu redor...
– Esse é... O dom da vida... Eu... Já ouvi falar sobre isso. Alguns treinadores conseguiram se conectar com Xerneas através do dom e estes para sempre foram protegidos pelo espírito da vida. Mas, estes também tiveram seus pensamentos unidos com os de Xerneas, o que os fez cair pra sempre sobre seu controle mental.
– Então está dizendo que...
– X e Xerneas tiveram essa ligação e agora Xerneas está controlando X, assim como ele fez com Mawile, Venusaur, Charizard, Blastoise...
– Essa não, Y. O que faremos?
– Não temos mais o que fazer Shauna.
– Como assim?
– Ou a gente morre aqui, ou tentamos uma vida de novo lá em baixo. – Y terminou de falar e abriu seus braços, empurrando seu corpo para trás, pulando do que restou do galho em chamas...
– Y!
E Shauna pulou atrás da amiga.
– “Yveltal... Essas crianças de hoje em dia estão assistindo muita ficção científica.”
E a ave abriu suas asas descendo atrás das duas meninas, que achavam que se se atirassem poderiam encontrar o seu mundo novamente. E em questão de segundos Yveltal surgiu de baixo delas, aparando-as em suas costas.
– Elas voltaram!
X se aproximou de Yveltal, que carregava as meninas inconscientes em seu lombo e deu as mãos a elas.
– Vamos?
E Xerneas fez um gesto com a cabeça para Yveltal, que voltou a voar, desta vez levando os três de volta para o chão firme.
Epílogo I
A asa de Yveltal, de repente, torna-se delineada por um brilho roxo e o Pokémon avança pra cima de Xerneas. A asa atinge o galho da árvore, que começa a pegar fogo. Não o fogo preto que ainda consumia a madeira, mas sim um fogo roxo, o fogo característico do golpe Oblivion Wing de Yveltal.
“Yveltal... As chamas são diferentes... A Sua e as que incendeiam Yggdrasil... Não... Não foi você quem incendiou a árvore?”
“Não. Foi você, Xerneas! O que eu não consigo entender é por que! Por que se voltou contra mim?”
“Não, não fui eu. Eu pensei que fosse você que tinha colocado fogo na árvore. Mas se não foi nem eu, nem você, só pode ter sido o... Droga! Temos muita coisa pra resolver”.
“E essas crianças? O que vamos fazer com elas? Elas não podem ficar aqui!”
“Eu avisei para elas não interferirem, mas do mesmo jeito elas vieram. Temos que levá-las para casa. Mas antes... Este menino tem um coração muito bondoso. Talvez eu e ele possamos conectar nosso pensamento para que eu possa guiar eles pra longe daqui.”
Xerneas se levanta após receber o ataque e encara Yveltal, parando de atacar. Os olhares então se voltaram para os três adolescentes.
Epílogo II
O garoto abriu os olhos sem se lembrar de nada que tinha acontecido. Lembrava-se apenas de que tinha uma batalha não terminada contra Shauna. Sua cabeça doía e seu coração parecia estranho.
– Y? O que foi que aconteceu?
Ele olhou para os lados e viu a garota caída no chão, inconsciente ao lado da amiga.
– Y? Acorda, Y! Por favor!
– Humm... – Resmungou ela. – X? É você?
– O que foi que aconteceu aqui, Y?
– Eu... Não me lembro de nada.
– Isso é mesmo muito, muito estranho. Vamos. Vamos acordar a Shauna e voltar para a cidade!
Continua...
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