Aquela manhã fazia muito frio. Era cedo. Sete horas, mais ou menos. Tínhamos que ir trabalhar. Riley conseguiu colocar a gente em um cargo temporário na "polícia" e agora nós devíamos seguir todas as ordens. Nossa primeira "missão" era investigar uma casa, em Lumiose City, minha cidade natal e para isso, tínhamos o busão cedo, para chegarmos antes do meio-dia...
Capítulo 12
VS Fletchling
Nove e Meia. Desembarcamos. Das mais diversas estradas que davam em Lumiose, pegamos uma estrada de chão. A pior de todas. Mas pelo menos chegamos inteiros lá, a não ser pela Y ter ficado um pouquinho enjoada, mas agora tudo ia ficar bem.
– Enfim, Lumiose City!
– Será que o meu "café" ainda está aberto?
– Não sei, vamos lá ver?
– Calma, "crianças". Primeiro temos que descobrir o que está acontecendo de ruim aqui!
– É, você tem razão! O trabalho em primeiro lugar!
Eu já não estava aguentando. Queria ir pra casa, tomar um bom banho, almoçar a comida da minha mãe e me atirar na minha caminha, mas eu não podia. Eu tinha que ficar ali e me concentrar na investigação.
– Aff, isso é muito chato, Riley! Deixa a gente ir pra casa!
– O que é isso, X? Eu pensei que você queria ser detetive!
– É que... Ultimamente tem sido tão bom ser treinador que eu nem penso mais em investigações...
– Você queria, agora você vai ter. Não pode mais voltar atrás.
– Aff, tudo bem!
– X... Y... Vamos para a torre!
Começamos a caminhar, do norte da cidade descendo para o sul, de onde era possível enxergar a grande torre, centralizada no meio da metrópole.
– Ei! Aqui!
– O que foi?
– Foi bem aqui que eu encontrei o Zack, pela primeira vez!
– E olha lá para aquela casa! Morei ali durante meus 5 primeiros anos!
– Crianças, vamos parar com esses "flashbacks", por favor?
– Riley, cala-a-boca! Deixa a gente ser feliz! Pelo menos estamos mantando a descrição, bem ao contrário de você!
– Como ousa--
– Ei, garotos! Não vão começar a brigar, né?
Eu já estava por um fio, mas eu tinha que me controlar. A investigação mal começara e eu já queria sair. Era demais pra mim. Eu queria ser treinador. Acho que esse meu sonho de detetive está se comprometendo cada vez mais com o avanço de minha jornada...
Continuamos sem dar nenhum pio até que chegamos à grande Torre. Nada suspeito por ali. Haviam crianças, como sempre. Munchlax tentando escalar a torre e casais deitados na grama. Jovens ouvindo música. Pikachu correndo pra lá e pra cá. Tudo normal como sempre foi e como sempre será.
Nos sentamos no banco da praça e mandamos o Riley ir pastar. Estávamos alertas, de olho em tudo o que estava acontecendo. Nisso, me surge uma ideia na cabeça, eu tinha um ótimo observador em minha equipe. Não podia deixar essa passar, né?
– Vai, Froakie!
– Froa!
Froakie saiu alegra da pokébola. Embora ele parece ser meio "desligado", é natural que Froakie's sempre fiquem de olho em tudo ao seu redor, não deixando nada passar despercebido.
– Froakie, fique atento! Estamos "investigando".
– Fro!
– Mas não tem nada aqui! O que o Riley pretende com isso?
– Não sei, mas talvez possamos nos divertir um pouquinho.
– O que quer dizer. Ah, não! X, seu pervertido!
– Ei, eu não tava falando disso! Você é que é uma pervertida, hein? Ora, eu estava falando de capturar pokémons! O que acha?
– Capturar eu não sei. Só se vê Pikachu e Munchlax perto dessa torre. Que tal se a gente batalhasse contra algum treinador?
– É uma boa. Vamos,m Froakie! Ali tem uma menina!
A batalha entre e a "Lass" e eu tinha oficialmente iniciado. Y tinha achado um menino para batalhar e eu ali, com uma menina. Anna iniciou disparando sua pokébola para o alto e de dentro dela surge um pokémon peculiar, mas ao mesmo tempo comum. Era um Zigzagoon.
– Eu vou usar o Froakie! Você tem o primeiro movimento!
– Muito Obrigada! "Zigger"? Use o Pin Missile!
– Zig, za, goon!
Zigzagoon começa a girar seu corpo, disparando uma chuva de espinhos contra Froakie, que salta muito alto, desviando-se facilmente.
– De fato, eu ouvi dizer que os tais Froakie's podem saltar a uma altura de um prédio de 3 andares, e agora, estou confirmando essa informação...
– É, mas o meu Froakie não é como qualquer um, não!
– Froa!
– Ele é melhor!
– Froa! Kie!
O pokémon começa a cuspir um jato de bolhas "explosivas" contra Zigzagoon, que é atingido em cheio pelas bolhas, levando algum dano.
– Bubble? É, parece que você tem um novo movimento em mãos, agora!
– Froa!
– isso não é nada comparado ao meu Zigzagoon! Vai lá! Use o Headbutt!
– Zig!
O pokémon se levanta com tudo, vindo mais que rapidamente pra cima de Froakie e acertando-lhe uma cabeçada descomunal...
– Froakie, não desista! Use o Quick Attack seguido de Water Gun!
Froakie salta e avança pra cima de Zigzagoon, acertando-lhe uma cabeçada poderosa, e em seguida, lhe joga longe com um jato de água pressurizada.
– Zig--
O pokémon do tipo normal cai com tudo no chão, esgotando suas últimas lascas de HP.
– @-@!
– Ah, não! Zigger!
– Bom, parece que eu venci! De novo!
– Ah, é? Mas desse você não vai vencer...
Enquanto isso, se a gente tivesse prestado atenção, veríamos que tinha coisa estranha acontecendo por ali, só que muito bem disfarçada. Mais um beco sem saída. Mais um caso da Equipe Rocket...
Desta vez não tinha ninguém. Não era uma pessoa, não era um pokémon. Se observássemos bem, na entrada do beco estavam instalados aparelhos tecnológicos. Aparentemente câmeras, sensores de movimento e assim, eles podiam ver tudo o que estava acontecendo. Mas eis a questão: Onde eles querem chegar?
– Mas o que é que está acontecendo por aqui?
Riley analisava as câmeras, que no momento gravavam a minha batalha contra a Anna. Elas tinham algo de estranho. Porque estaria ali, em um beco, sendo que ninguém mora daquele "lado"?
– Isso é muito estranho... Será que... Não...
"Essas são as últimas!"
A voz ecoou pela cabeça do detetive e as câmeras explodiram, criando um grande estrondo...
– Mas o que--
A figura misteriosa apareceu e sumiu ao mesmo tempo. Em uma fração de segundo foi possível ver a silhueta de uma criatura mística, aparentemente do tamanho de uma pessoa, só que a fisionomia era diferente.
– Um... P-Pokémon?
– Riley! Tá tudo bem? Ouvi um barulho e vim aqui ver o que era!
– Está tudo bem, Y. Eu acho que... Vi o causador destas "micro explosões"... Mas não tenho certeza de quem foi. De repente... Ficou invisível. Despareceu.
– Calma. Se está tudo bem, porque está tão abalado?
– Por que eu... Olhei... Eu... Olhei nos olhos dele!
Uma lágrima correu pelo olho do detetive. Uma essência maligna corroía seu peito, dilacerando seu coração. Era como se o olhar tivesse deixado marcas de destruição em sua cabeça.
– Riley... Você está me deixando nervosa!
– Tudo vai ficar bem. Eu prometo.
O detetive fechou os olhos e de repente, a sensação ruim evaporou, como se nunca tivesse existido. Sumiu. Desapareceu. Rápida e passageira como aquele que a tinha causado.
– É, tá tudo bem...
Mas enquanto isso, minha batalha seguia acirrada. Eu queria vencer, mas estava difícil e tudo por causa de Fletchling, a arma secreta de Anna.
– Bom, parece que eu venci! De novo!
– Ah, é? Mas desse você não vai vencer... Vai, Fletchling!
Um pokémon minúsculo brota de dentro da pokébola. Uma ave "mínima", pouco maior que o pé de sua treinadora... Mas algo chamava atenção nele... A coloração das penas em sua cabeça, que demonstrava exatamente a sua personalidade: quente.
– Froakie, continuamos no jogo!
– Froa!
– Vai, Fletchling! Use Quick Attack!
– Fletch!
O pokémon começa a voar em alta-velocidade, avançando rapidamente pra cima de Froakie.
– Quick Attack você também.
Froakie avança rapidamente e colide com Fletchling. Nenhum dos pokémons desiste e continuam se empurrando, cabeça com cabeça...
– Desista, Fletchling!
O pokémon pássaro voa para o lado, livrando-se de Froakie, que avança com tudo para a frente, caindo de cara no chão...
– Ei! Isso é truque sujo! Tadinho do Froakie!
– É uma pena mesmo ter que fazer isso! Desça!
Fletchling mergulha dos céus, avançando contra Froakie.
– Bubble!
O pokémon aquático cospe uma rajada de bolhas contra o pássaro, mas este voa e se desvia facilmente, continuando a descer com tudo...
– Peck!
O bico do passarinho se enchia de poder e assim, ele acertava uma bicada em Froakie, que levava todo o dano, ficando com sua energia totalmente esmigalhada...
– Froakie, não!
– Termine com o Flame Charge!
– Fletch!
O fogo toma conta das penas de Fletchling e então, ele avança em uma investida impactante, colidindo suas chamas contra o pokémon-sapo, Froakie, levando-o assim à um final trágico...
– Froa-- @-@!
Froakie já conseguia mais se levantar. Fora derrotado, nocauteado.
– Ah, é? Mas este foi apenas o meu primeiro pokémon! Espera até você conhecer o Mien--
– X! Para tudo o que você está fazendo!
A voz de Y pode ser ouvida há quilômetros de distância. Ela vinha aí, e correndo. Alguma coisa tinha acontecido...
– Hã? Y?
– Precisamos investigar tudo corretamente! Parece que tem alguma coisa estranha nessa cidade!
– Espere! Calma! O que que houve?
– Eu posso explicar tudo, X. Durante sua ausência, eu fiquei em apuros, e sua namorada foi me ajudar! Armadilha dos Rocket's? Não sei, mas então um encapuzado saiu correndo na direção do deserto e não deu notícias, ou seja, temos que ir atrás dele imediatamente, portanto deixe de lado essa sua batalha e trate de trabalhar, infeliz!
– Ei! Mas e eu e o Fletchling? – Anna fica preocupada.
– Um dia, quem sabe?
Acenei e dei adeus. Fomos correndo então, em direção à oeste do mapa de Parisia. Gostaria de ter acabado minha batalha e de ter vencido aquele Fletchling poderoso, mas não pude. Quem sabe um dia?
– Ei, Fletchling? Parece que fomos abandonados ...
– Fletch...
Mas enquanto isso, mais pra frente, o encapuzado corria sem parar, e nós corríamos atrás. Era mesmo um membro do Team Rocket e com certeza estava envolvido no "atentado" contra Riley. Não podíamos deixar essa passar, não mesmo.
– Você não vai fugir por muito tempo!
– É o que veremos!
Ele parou de correr. Virou-se para nós e revelou sua face. Seus olhos verdes estonteantes nos encaravam como se nós fossemos os bandidos aqui. A risada diabólica não demorou para escapar e assim, o confronto teve início...
– Quem é você? O que você quer?
– Huh... Eu? Eu sou apenas um "mensageiro". Minha missão aqui está oficialmente em jogo e não vou deixar que vocês atrapalhem!
Calou-se e continuou, em direção ao deserto, mas dessa vez não correu. Deixou que o seguíssemos e o pegássemos facilmente. Aliás, fácil de mais.
– Soltem-me.
– Você está preso! Não tem para onde onde!
Riley prendeu ele, colocando suas mãos para trás...
– E se eu disser que tenho?
O encapuzado puxa Riley para cima, antes que ele possa colocar as algemas e o joga no chão, provocando um desmaio no detetive...
– Riley!
– Quem é o próximo?
O sobretudo se abre, revelando uma grande tatuagem no peito do homem. Um grande "R" vermelho. Equipe Rocket.
– Y... Sujou!
– Huh... Vocês nunca me pegarão aqui!
O homem atravessa o portão da cidade e dá de cara em uma planície morta, coberta pela quente areia desértica. Ao redor, uma vasta área de laboratórios e o horizonte. Mais nada.
– X, o que a gente faz?
– Tenta acordar o Riley que eu vou atrás dele! Nenhum bandido pode sair impune!
...
Mas longe dali, ainda em Lumiose City, uma manifestação maior ainda acontecia, sem que ninguém soubesse de nada... Alguém estava desafiando os melhores treinadores!
"Vamos, mocinha! Ataque!"
A criatura estranha se posicionava bem na frente da treinadora, encarando-a com olhos furiosos, forçando-a a atacar.
– T-tudo bem... Fletchling, use o Flame Charge!
Anna estava assustada. Seu pokémon avançara com tudo e não fizera nem cócegas naquela estranha criatura. O que estava acontecendo? E porque ela estava ali? O que ela queria?
"O teste acabou! Você vem comigo!"
Nas mãos da criatura surge um cristal azul pontiagudo, que liberava uma espécie de fumaça, como se estivesse gelado. Em uma fração de segundo o cristal fora lançado, acertando o peito da menina que era tragada junto com seu pokémon para outra dimensão...
A criatura então abre um portal, rasgando o tecido do espaço-tempo e o atravessa. Desde então, ela nunca mais foi vista...
Continua...
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