Naquela manhã acordei com dor de cabeça. Parecia ressaca, mas não era. Meu corpo estava cansado. depois de tantas lutas pela causa. E para piorar eu ainda tinha uma dúvida enorme dentro de meu peito: será que eu deveria seguir os meus sonhos ou continuar com o meu amor? Uma coisa era certa: eu precisava aliviar a tensão, espairecer a cabeça. Então, resolvi ir tomar um café bem gostoso na cafeteria na entrada do Centro Pokémon, que ficava aberta 24 horas por dia, ainda que fosse umas nove da manhã...
Capítulo 23
VS Inkay
Sentei-me e pedi um "croc monsieur" no capricho. Fiquei assistindo ao jornal matinal, que ainda passava na TV, dentro do Centro Pokémon. Minha visão era ampla. Podia ver e escutar tudo com perfeição, afinal, minha mesa era na frente da porta do Centro. Não havia outro assunto. Tudo me lembrava a maldita guerra.
Notei quando a moça do noticiário disse:
"Os membros da quadrilha conhecida como 'Os oito' foram presos em flagrante. Nenhum deles encontra-se foragido. Quanto aos demais membros da equipe, todos foram punidos e agora cumprem com serviço comunitário."
– Eles mereciam ir todos para a prisão! Vê se pode...
"Depois da grande rebelião que chocou o mundo inteiro, agora o congresso da região de Parisia elege um novo nome para a região. Segundo eles, isso foi como uma revolução e que agora o sistema da região será uma espécie de 'república', organizada e sem conflitos."
– Um novo nome?
"Extra! Extra! Acabou de vazar o novo nome da república. Parisia agora se chamará 'República Federativa de Kalos.'"
De repente uma voz feminina surge atrás de mim, puxando uma cadeira para se sentar:
De repente uma voz feminina surge atrás de mim, puxando uma cadeira para se sentar:
– Kalos? Hmm... Interessante! quer dizer que mudaram o nome da região só por causa da rebelião! Bom, com licença senhor... "X", eu sou Alexa da revista "Patas" e gostaria de fazer uma entrevista com você!
– E-entrevista?
– Sim, afinal você foi quem liderou a guerra e quem derrubou o exército dos Rocket's!
– Mas-- Tudo bem, eu aceito!
– Muito bem, todas as perguntas foram feitas por leitores da revista através do "Spacebook"! Vamos à primeira... "Como você se sentiu ao liderar a rebelião?"
– Bom, pra começar, eu perdi todos os meus medos. Foi como se uma coragem infinita tivesse entrado no meu coração. Eu fiz o que tinha de ser feito. O Certo.
A moça anotou tudo em um bloquinho, escrevendo rapidamente o que eu ia dizendo.
– Muito bem, a próxima... "Você tem planos para se tornar um detetive profissional?"
– Eu... Não posso responder à essa questão!
– O que acha de pular para a terceira?
– Certo.
– Lá vai: "Você participa da investigação por trás da Equipe Rocket há quanto tempo?"
– Caramba. Será que não entendem? Eu não quero falar sobre "detetive" ou "investigação"! Eu preciso de um tempo pra tudo "processar" na minha cabeça! Agora se me der licença.
Levantei-me e dei as costas para a moça. Realmente, as pessoas não entendiam. Eu não havia divulgado pro mundo inteiro sobre minha batalha com Riley e a promessa de Detetive-Sênior. Estava confuso. Não sabia que decisão tomar, e pra onde eu ia, tudo me fazia lembrar da maldita questão.
– Ei, mocinho! Sua mãe não te ensinou que é feio deixar uma mulher falando sozinha?
– Não, e se ensinou, eu não dei ouvidos!
– Que revolta toda é essa? São só perguntas!
– Só perguntas? Eu-- Aff, talvez você tenha razão. Vou responder à todas. De volta à nº2!
Ficamos conversando ali por aproximadamente meia-hora, depois fomos comer croc monsieur com bastante molho. Respondi à 12 perguntas, todas elas eram sobre a guerra e sobre mim. Parece que eu realmente virei uma pessoa importante. Eu era só um treinador determinado a investigar tudo o que aparecia pela frente, mas agora, eu era uma celebridade. E estava realmente começando a gostar de tudo isso.
– Mas e aí? E essa sua namorada? Quem é ela?
– O nome dela é... "Y". Ei! Já que você falou... Eu só conheço ela por Y, não sei o verdadeiro nome dela até hoje! E... Eu nem tinha me dado por conta disso!
– Nossa, que namorado, hein?
– É que a gente não tem muito tempo pra conversar! Com as investigações tudo era muito complicado. Levantávamos cedo e íamos dormir tarde... Era muita coisa pra fazer. Riley nos fazia criar relatórios de tudo, anotar pistas ou suspeitos, coletar objetos, destroços... Nossa, muita coisa.
– Entendo. Mas que tal... Relaxar um pouco? Vamos batalhar?
– B-batalhar?
– É claro! Eu tenho aqui um pokémon que provavelmente irá "drenar" todas as suas tentativas de derrotá-lo. Vai, Inkay!
– In! Kay!
Era uma moça estilosa. Cabelo arrumado, roupa mais ajeitada. Ela utilizava uma espécie de "Cinto de Utilidades", onde carregava qualquer coisa útil para fazer uma entrevista, como cadernos, câmeras, gravadores, e um notebook. Suas botas eram adaptadas para qualquer tipo de ambiente, não contendo um salto muito alto. Logo notei que era algo mesmo importante. Uma repórter profissional. Mas ela queria uma entrevista. Será que eu... Virei um "Astro"?
– Sim, afinal você foi quem liderou a guerra e quem derrubou o exército dos Rocket's!
– Mas-- Tudo bem, eu aceito!
– Muito bem, todas as perguntas foram feitas por leitores da revista através do "Spacebook"! Vamos à primeira... "Como você se sentiu ao liderar a rebelião?"
– Bom, pra começar, eu perdi todos os meus medos. Foi como se uma coragem infinita tivesse entrado no meu coração. Eu fiz o que tinha de ser feito. O Certo.
A moça anotou tudo em um bloquinho, escrevendo rapidamente o que eu ia dizendo.
– Muito bem, a próxima... "Você tem planos para se tornar um detetive profissional?"
– Eu... Não posso responder à essa questão!
– O que acha de pular para a terceira?
– Certo.
– Lá vai: "Você participa da investigação por trás da Equipe Rocket há quanto tempo?"
– Caramba. Será que não entendem? Eu não quero falar sobre "detetive" ou "investigação"! Eu preciso de um tempo pra tudo "processar" na minha cabeça! Agora se me der licença.
Levantei-me e dei as costas para a moça. Realmente, as pessoas não entendiam. Eu não havia divulgado pro mundo inteiro sobre minha batalha com Riley e a promessa de Detetive-Sênior. Estava confuso. Não sabia que decisão tomar, e pra onde eu ia, tudo me fazia lembrar da maldita questão.
– Ei, mocinho! Sua mãe não te ensinou que é feio deixar uma mulher falando sozinha?
– Não, e se ensinou, eu não dei ouvidos!
– Que revolta toda é essa? São só perguntas!
– Só perguntas? Eu-- Aff, talvez você tenha razão. Vou responder à todas. De volta à nº2!
Ficamos conversando ali por aproximadamente meia-hora, depois fomos comer croc monsieur com bastante molho. Respondi à 12 perguntas, todas elas eram sobre a guerra e sobre mim. Parece que eu realmente virei uma pessoa importante. Eu era só um treinador determinado a investigar tudo o que aparecia pela frente, mas agora, eu era uma celebridade. E estava realmente começando a gostar de tudo isso.
– Mas e aí? E essa sua namorada? Quem é ela?
– O nome dela é... "Y". Ei! Já que você falou... Eu só conheço ela por Y, não sei o verdadeiro nome dela até hoje! E... Eu nem tinha me dado por conta disso!
– Nossa, que namorado, hein?
– É que a gente não tem muito tempo pra conversar! Com as investigações tudo era muito complicado. Levantávamos cedo e íamos dormir tarde... Era muita coisa pra fazer. Riley nos fazia criar relatórios de tudo, anotar pistas ou suspeitos, coletar objetos, destroços... Nossa, muita coisa.
– Entendo. Mas que tal... Relaxar um pouco? Vamos batalhar?
– B-batalhar?
– É claro! Eu tenho aqui um pokémon que provavelmente irá "drenar" todas as suas tentativas de derrotá-lo. Vai, Inkay!
– In! Kay!
– Que amor! Deixa eu ver...
Peguei a pokédex para escanear o pokémon, que era tão fofinho!
Pokédex: Inkay, o pokémon reverso. As antenas que Inkay tem por cima dos olhos são utilizadas para se comunicar com pokémons do mesmo gênero. Sua habilidade, Contrary, faz com que qualquer movimento que diminuiria suas estatísticas, aumente-as.
– Nossa, quanta informação! Mas vejo que será um pouco difícil de derrotá-lo!
– Um pouco? Há! Você nunca vai derrubar Inkay!
– Veremos. Mienfoo, é com você! Vai!
Mienfoo sai de sua pokébola furioso. Como sempre. Estava com raiva de ter ficado muito tempo sem batalhar, mas agora, ele iria saciar seu desejo assassino de dar uns golpes de kung-fu.
– Mi! Foo!
– Calminha aí, Mienfoo! Vamos deixar que ela ataque primeiro!
– Sábia escolha, agora eu tenho a chance de virar o jogo mais facilmente! Inkay, Topsy-Turvy!
– To-- o que?
Inkay vira de ponta-cabeça, disparando uma onda energética que atinge o corpo de Mienfoo, deixando-o "estranho".
– O que você fez?
– Fiz com que Mienfoo tenha as estatísticas revertidas toda vez que tentar aumentar/diminuí-las!
– Mas... Mienfoo, use o seu melhor golpe, agora!
Mienfoo começa a girar, disparando um chute no ar, que logo se transforma em uma pegada de energia, avançando pra cima de Inkay.
– Inkay, esquive-se!
Mas o golpe é mais rápido e atinge Inkay com tudo.
– "Low Kick". Muito esperto, X, mas daqui não passa! Use Psychic!
Os olhos de Inkay começam a brilhar, fazendo Mienfoo flutuar.
– Mi!
– Mienfoo, calma! Use... Focus Blast!
Mienfoo cria esferas de energia em suas mãos, disparando o golpe contra ele mesmo e assim, anulando os efeitos do Psychic. No entanto, o golpe fora longe de mais e lhe causara danos-duplos.
– Nossa, o Mienfoo tem um jeitinho único de batalhar, não é mesmo?
– É. Até hoje eu não consegui "domar" ele. Parece que quanto mais eu mando ele atacar, menos ele faz. E quando ataca, ele joga a sua vida em risco.
– Eu entendo. Inkay e eu já passamos por isso. Mas enfim, vamos voltar à batalha?
– É claro! Use Quick Guard, Mienfoo!
– Ahá! Te peguei!
Mienfoo abre um escudo em sua frente, ampliando a Defense de toda a equipe.
– Como assim? Funcionou!
– Não exatamente! Olhe à sua volta!
– Mi... – Mienfoo parecia tonto.
– Topsy-Turvy inverteu suas estatísticas. Você usou um golpe para aumentar a Defense, mas como tudo foi invertido, ela só diminuiu. E da equipe inteira.
– Essa não!
– E ainda vai piorar! Inkay, use o Assurance!
Inkay começa a brilhar, disparando uma espécie de "mão-de-energia" contra Mienfoo. A mão prensa o corpo de Mienfoo, mas logo ela o solta, explodindo em brilhosinhos ofuscantes, causando danos em Mienfoo.
– Golpes tipo Dark não tem tanto efeito com o Mienfoo, sabia?
– Não, mas a sua defesa está "em falta", lembra?
– Droga, isso significa...
– O Golpe de Inkay pode ter tipo uma porcentagem de dano maior do que realmente causaria.
– Merd-- Mienfoo, vamos mostrar quem é que manda! Use Grass Knot!
Os olhos de Mienfoo começam a brilhar, invocando a grama, que forma uma espécie de laço, prendendo Inkay.
– O golpe tem mais poder quanto mais pesado for o adversário, mas como o Inkay parece ser leve como uma folha, isso vai nos funcionar de outra forma. Mienfoo, use Focus Blast!
Mienfoo, salta, rapidamente formando esferas energéticas em suas mãos, lançando-as para cima de Inkay, que permanecia "preso" pelo Grass Knot.
As esferas entram em contato com o pokémon tipo Psychic, explodindo e causando dano duplo.
– Vai, Mienfoo! Termine com o Low Kick!
Mienfoo salta, disparando uma "pegada" que avança com tudo, em meio à fumaça das explosões anteriores, formando uma nova, desta vez com muito mais poeira e muito mais "brilho". O golpe atinge Inkay com tudo. Não havia como ele escapar, e assim, a batalha chega ao fim...
– Inkay! Não!
A fumaça abaixa e o pokémon parecia incapacitado...
– @-@!
– Ah, volte á sua pokébola. Você lutou muito bem!
Alexa faz o pokémon retornar.
– E você, batalhou muito bem, para um "novato"! Nem acredito que você não tem nenhuma insígnia!
– Ei, Alexa! As Insígnias não definem quem eu sou, tá legal?
– É, mas elas interferem na "obediência" dos seus pokémons, sabia? Talvez seja por isso que o Mienfoo não te obedece sempre, porque ele não vê você como um treinador que mereça tê-lo como pokémon!
– Será?
– É claro. Eu posso te recomendar o ginásio da minha irmã. Fica em Galatan-- quer dizer, depois da guerra, a cidade trocou de nome. Agora é Santalune City. Isso. Santalune.
– Santalune? Galatan?
– Toma esse cartão! Pensa nisso, ok? Eu tenho de ir.
Alexa pega suas coisas e parte. Enquanto isso, eu analiso o cartãozinho que ela me entregou.
"Ginásio Santalune... Será que... Se eu for pra lá e batalhar... E gostar, acima de tudo, eu possa escolher continuar como um treinador pokémon e ficar do lado da Y? Não. Não é isso o que eu quero. Eu tracei uma meta desde que tinha uns 9, 10 anos, e não vou quebrá-la tão fácil. É o meu sonho que está em risco."
– Certo, Mienfoo, retorne!
Mienfoo é puxado pra dentro da pokébola com um raio laser, que o suga pra dentro...
– Voltando à estaca zero... E agora?
– Ei, X! Me dá um autógrafo? – Uma criancinha chega me chamando pelo nome e pedindo um autógrafo.
– Eu... Nunca dei uma autógrafo antes!
Peguei o caderninho dela, a caneta e escrevi "Com amor, X". Não foi muito criativo da minha parte, mas eu pude ver a menininha sorrindo.
"Família. Eu gosto tanto de crianças. Será que eu devo ficar e começar uma família ao lado da Y?"
– Droga, tá tudo muito confuso.
Peguei minhas coisas, deixei o dinheiro na mesa, pagando pelos sanduíches e logo fui para o Centro pokémon, meditar, pensar sobre o que deveria ou não fazer... Chegando no saguão do Centro, sou surpreendido por uma conhecida...
– Ei, X!
– Enfermeira?
– O que foi? Parece tão triste!
– É que eu... Preciso fazer uma escolha difícil e não sei qual decisão tomar.
– Não esquenta. Tudo o que você precisa é uma boa batalha que te inspire!
– Eu acabei de batalhar. E... Sei lá, tudo parece o mesmo.
– Se abrir com um amigo talvez seja o ideal. Vá conversar com a Y, ou com o Zack, o Matthew... Todos estão aí.
– É, você pode ter razão. Qual é o quarto dos meninos mesmo?
– 404, o primeiro à direita, no segundo piso!
– Obrigado, eu vou lá chamar eles.
– Suba as escadas com cuidado, hein? Não vai querer cair!
– Eu não vou.
Subi as escadas correndo. Quando chego na porta, vou bater, mas meu corpo de repente paralisa. Vou bater na porta, mas não consigo. Tenho medo de contar isso para alguém. Faz eu compartilhar esse sentimento esquisito, não é isso o que eu quero.
– X? O que faz por aqui? Por acaso tava tentando nos espionar?
– Não, eu... Eu, preciso conversar com alguém.
De repente o desespero toma conta de meu corpo e eu começo a chorar desenfreadamente.
– Calma, calma. O que que aconteceu? Vem aqui, senta.
Zack se senta no corredor, próximo à parede. Eu me abaixo e sento do lado dele, ainda muito nervoso com tudo o que estava acontecendo.
– Z, eu... Preciso te contar uma coisa.
– Fale-me. Não precisa ficar nervoso. Eu sou seu amigo e estou aqui para ajudar.
– O Riley, ele... me convidou para batalhar contra ele. Se eu ganhar, o que com certeza vai acontecer, eu vou me tornar um Detetive-Sênior.
– Uau! Isso não é ótimo?
– Não, porque se eu me tornar um detetive sênior, eu vou ter que viajar com o Riley para Sinnoh e Unova praticamente todo dia. Resolver casos fora do país. Isso significa... Me afastar da Y. Mas... Eu não quero. Só que é o meu sonho. Talvez eu não tenha mais a chance de realizá-lo.
– Não se desespere. Vem cá. Me abraça.
Z me dá um abraço de Beartic. Bem forte. Naquele momento, senti que meus problemas poderiam ser compartilhados com meus amigos, que iriam sempre me apoiar, assim como eu deveria apoiar a eles.
– X, agora eu preciso te contar uma coisa...
– O que?
– Eu... Sou Gay!
Fiquei sem palavras. Era estranho tudo isso. Ele podia ter me abraçado pra aproveitar de meu momento fraco. Logo, recuei.
– E... Eu tô namorando com o Matthew.
Uma lágrima escorre pelo rosto de Zack. Ele realmente não gostava de ter contado aquilo.
– Z, eu... Não sei o que dizer! Eu não entendo muito dessas coisas, mas eu acho que você ainda vai sofrer muito preconceito. Bullying, discriminação. Não acha que deve tentar namorar com garotas?
– Não, eu... Não sinto atração por meninas, X. Nunca. Desde pequeno. Eu posso até achá-las lindas, ou me apaixonar, mas eu não consigo ficar excitado quando eu vejo-- aquilo.
– Z, se você acha que é o certo, faça. Se é o que você gosta e o que vai te fazer feliz, vá.
– X, você percebeu que... Você chegou aqui com um problema maior que o meu, e agora tá me dando conselhos... Tudo o que você me disse vale o mesmo pra você. Se o seu sonho é se tornar um detetive, vai lá. Você pode namorar com a Y através da internet, visitá-la nos finais de semana, nos feriados... Você pode resolver isso dessa forma. Tão simples. Siga o seu sonho, mas não deixe de amar.
Emocionados, nós dois começamos a chorar. Eu tinha um grande problema em minhas mãos e eu precisava acabar com isso de uma vez por todas. Eu precisava fazer a melhor escolha, mas não era fácil. Agora com o conselho do Z, parece que... Tudo mudou. Parece que uma luz se acendeu no fim do túnel e um novo caminho foi iluminado.
Ao mesmo tempo, Zack se sentiu seguro pra me contar um grande segredo e que com certeza, seria preservado por mim até o dia em que Z resolvesse contar pra todos. Senti-me seguro ao lado dele depois de ele me contar tudo. Era um dos meus melhores amigos e agora, estávamos finalmente entrando em sintonia.
– Z, posso te falar uma coisa?
– O que?
– Você é muito bonito. Mesmo. O Matt te merece em ter você como namorado.
(Risos)
– Seu bobo. Só você pra me fazer rir. Eu não sou bonito não. Meu cabelo é uma droga. Mas enfim, a Y também merece ter você como namorado.
– É, mas... Eu temo que a nossa relação não dure.
– X, se você ama a Y e se ela te ama, o que vocês tiveram nunca poderá ser esquecido! Tenha a certeza disso. Agora, se me der licença, eu preciso ir curar meus pokémons, tive uma batalha agora a pouco e... já viu, né? 'Té mais, X. E vê se se cuida.
– Ei, Z? O que que cê acha de batalhar comigo? Tipo, uma batalha pra "selar" nossas decisões, pra que isso fique marcado pra sempre, pra ficar só entre a gente?
– Eu topo! Mas eu só preciso recuperar meus pokés, antes. Tudo bem pra você?
– Mas é claro.
Enxuguei minhas lágrimas e desci com Z. Fomos recuperar nossos pokés e logo saímos do Centro indo para a arena atrás dele. Lá, nossa disputa iniciava, silenciosa, sem ninguém por perto.
– Dois contra dois?
– Por mim tudo bem!
– Então, lá vai! Clauncher, é com você!
– Eu topo! Mas eu só preciso recuperar meus pokés, antes. Tudo bem pra você?
– Mas é claro.
Enxuguei minhas lágrimas e desci com Z. Fomos recuperar nossos pokés e logo saímos do Centro indo para a arena atrás dele. Lá, nossa disputa iniciava, silenciosa, sem ninguém por perto.
– Dois contra dois?
– Por mim tudo bem!
– Então, lá vai! Clauncher, é com você!
Clauncher, o pokémon de personalidade assustadora, surge da pokébola, exibindo sua grande pinça, que fazia o barulho de uma tesoura afiada.
– Bom, eu não treinei muito esse pokémon, mas eu tenho certeza de que ele estará pronto para o que der e vier! Vai, Vivillon!
Vivillon surge da pokébola sorrindo, confiante.
– Sabe, Z, eu aprendi muitas coisas novas hoje: que estamos vivendo em "Kalos", que Galatan agora é "Santalune", que eu agora sou famoso, que o Inkay é fofo, mas é poderoso, que eu preciso de Insígnias pro Mienfoo obedecer completamente... Enfim, mas o mais importante é que eu descobri que tenho um amigo. Um amigo em quem eu posso confiar e chamar de irmão.
– O Froakie?
– Não, bobinho! É você!
– É, mas esse seu discurso não vai me desviar da batalha não! Clauncher, Swords Dance!
Clauncher começa a brilhar, aumentando suas estatísticas.
– Ei, foi como na batalha contra o Inkay hoje cedo! Trata-se de uma questão de "Status".
– Hã?
– Eu já sei o que fazer! Vivillon, voe sobre o Clauncher!
– Viih...
O pokémon-borboleta sobrevoa o outro.
– Use String Shot!
Vivillon cuspe um jato de seda, que forma um fio apertado, prendendo Clauncher e assim, abaixando as estatísticas do pokémon arrepiante.
– Mas o que... X! Está tentando deixar o Clauncher mais fraco? Não vai conseguir! Use Crabhammer!
Clauncher energiza sua pinça, cortando o fio como se fosse uma tesoura.
– Agora é a hora, Vivillon! Use o Struggle Bug combinado com o Silver Wind!
Vivillon cria uma onda de vento prateado, emanando também uma rajada energética verde, que se misturava à rajada de vento, formando ondas cortantes, com um poder maciço, altamente poderoso.
As ondas de vento energizadas atingiam a Clauncher rapidamente. O tipo água, é empurrado contra a parede pela força do vento e a rajada de energia vinha com tudo, atingindo-o por todo o corpo.
– Tem uma coisa que você também precisa saber sobre mim, Z... Eu "Evoluí".
– Claun-- @-@!
Clauncher desmaia. Estava nocauteado.
– Volte, Clauncher, você lutou bem. Agora, Chespin! Tome a frente!
Chespin sai de sua pokébola com um olhar desafiador. Me encarando. Foi como no primeiro dia em que eu vi ele...
– Use Rollout, força máxima!
Chespin se enrola, avançando com tudo pra cima de Vivillon, que é tomado por uma investida giratória, levando-o à derrota...
– Viiih-- @-@!
– Volte, Vivillon, você batalhou bem. É, Z, vejo que o seu Chespin andou malhando ultimamente. O treino parece ter sido pesado...
– É, teve bons resultados.
– Mas nada se compara ao meu Froakie! Vai!
Froakie sai animado da pokébola. Ele não via aquele Chespin em uma batalha havia um tempão e estava louco para ter uma revanche. Ele sabia que iria ter, só não sabia quando.
– Froakie-Froa!
– Ches! Pin!
– Muito bem, Froakie! Use o Bubble!
Froakie salta, cuspindo uma rajada de bolhas contra Chespin, que parece não se importar muito com o ataque.
– Chespin, Aerial Ace!
Chespin salta e começa a voar em direção à Froakie, dando-lhe uma investida aérea.
– Froa--
– Chespin tem uma variedade de movimentos e tanto hein? Pode aprender o Rollout, Aerial Ace... Mas cá entre nós, o Froakie também pode aprender um movimento de tipo diferente! Use Bounce!
Froakie dá um grande salto, realizando um novo movimento...
– Chespin, use Energy Ball!
O tipo grama cria uma esfera de energia, lançando-a contra Froakie, no entanto, Froakie estava tão alto que o golpe não o atingiu...
– Agora, Bounce!
Froakie desce com tudo, desferindo um poderoso golpe na cara de Chespin, que recua, sofrendo muitos danos.
– E aí? O que me diz? O tipo "Flying" tem vantagem sobre o tipo "Grass", sendo assim, Bounce foi super efetivo.
– É, mas esse será o último! Use o Vine Whip!
Chespin amplia chicotes de vinha, que se estendem, atacando Froakie.
– Salte!
Froakie se desvia do primeiro golpe, mas é atingido pelo segundo.
– Agora, Froakie! Quick Attack!
Froakie começa a correr, acertando Chespin.
– Aproveite que ele está perto e use Energy Ball!
Energy Ball acerta Froakie com tudo. A colisão da esfera energética com o corpo de Froakie cria uma enorme explosão, que atinge os dois pokémons.
– Froakie, não!
– Chespin, saia já daí!
Mas a explosão era grande e a fumaça encobria todo o campo.
– Froa! Kie!
Froakie consegue se livrar de mais danos, pulando pra fora...
– Chespin! Chespin! Onde está você?
– Ches...
O pokémon não conseguia sair de lá.
– Vai, Froakie! Ajude-o!
Froakie salta no meio da fumaça e busca o pokémon, resgatando-o.
– Ches...
– Agora podemos retomar?
– Mas é claro! Chespin, use Rollout!
– Não, não! Bounce!
Chespin se enrola e começa a girar, enquanto Froakie salta, prevenindo-se de mais danos.
– Droga.
Froakie volta com tudo, no entanto, Chespin continuava "girando", então, desviou-se facilmente dos danos causados pelo Bounce.
– Water Gun, rápido!
Froakie cuspe um jato de água pressurizada contra Chespin, mas o pokémon não leva muitos danos.
– Chespin, Vine Whip de novo! E em seguida o Aerial Ace!
– Não! Quick Attack!
Froakie passa pelas vinhas de Chespin, acertando-lhe uma poderosa investida.
– Ches...
– Agora, Froakie! Bubble!
Froakie cuspe mais e mais bolhas na cara de Chespin. Com isso, os últimos pontos de HP do pokémon de grama se vão por água abaixo...
– Ches-- @-@!
– Chespin, não! – disse Z, retornando o pokémon à pokébola.
– Froakie? Eu... Não acredito! Nós vencemos!! Pela primeira vez, a gente venceu o Z!
– É, mas sorte de vocês que eu não usei o Noivern, senão seria picadinho de Froakie!
– Aham... Acredito. Mas enfim, Zack... Muito obrigado por tudo, companheiro. Eu irei pensar no que vou fazer. Ainda estou indeciso, mas... Pelo menos não estou mais tão nervoso como eu estava antes. Obrigado.
Nos abraçamos e assim, aquela manhã tornou-se eterna, ficando pra sempre na minha memória. Eu nunca poderia encontrar um parceiro tão parceiro quanto o Z e eu sabia que ele também pensava o mesmo de mim. Eu sabia que tinha um caminho longo a percorrer, só não sabia como, e o Z me ajudou a ver isso com outros olhos, de um jeito em que eu pudesse me adaptar à uma vida nova... Ele me deu forças para encarar o que tinha de ser feito, mesmo que eu não tivesse escolhido ainda o que fazer. E foi naquele dia que eu percebi o quanto é importante a gente ter amigo que te entenda, que te escute, que te ajude. Eu nunca tinha desabafado com ninguém antes e mesmo que isso tenha sido com um menino, eu me sentia seguro. Sabia que podia confiar nele... Sabia que a nossa amizade era verdadeira...
Continua...
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