Pokémon Laços: XY - Capítulo 25: VS Rhyhorn

O que você perdeu em Pokémon Xy Adventures:
♥ X encontrou um professor moderninho chamado Sycamore, que diz para ele tomar cuidado com sua repentina fama e o desafia para uma inusitada batalha;
♥ Enquanto isso, Riley colocou na cabeça de X uma grande interrogação: Ele deve seguir adiante como um detetive ou continuar como um treinador pokémon,ao lado da Y?
♥ No final, Sycamore acaba revelando uma surpresinha para X: seu irmão mais novo...

Capítulo 25


    – Sean! – Gritei o mais alto que pude e corri para abraçar meu irmãozinho. Fazia um tempão que eu não via ele e com o pouco tempo que passei com mamãe antes da guerra, não pude conversar com ele.
    – Alex!
         O menino de cabelos espetados se aproximou de mim, levantando-se da cadeira onde estava repousando. Estava um verdadeiro malandro. Agora se vestia bem. Estava ficando com as estruturas do corpo mais definidas e parecia mais alto. Estava entrando na adolescência, com certeza.
    – Ei, Sean! Por favor, não diga meu nome na frente de outras pessoas! Você pode me chamar de X, tá bom? Alex nem pensar!
    – Ah, tudo bem! Ekss, né?
    – Não se preocupe, X. Eu não vou fazer nada. Pra falar a verdade, até sei o seu nome de cor... É Alexander Kim Xernoasis, não é mesmo?
     – C-como você sabe? Não disse pra mídia, disse?
     – Não. Eu não faria uma coisa dessas, e... Eu sei já faz algum tempo. Eu cuido você e Y em suas jornadas desde que as iniciaram. 
     – Mas eu-- Você não tem o direito de fazer isso com a gente!
     – Não, mas o que foi feito, já foi feito. Mas e aí? Não vai conversar com o seu irmão?
     – Conversar? Por que? Aconteceu alguma coisa com a mãe?
     – Não se preocupa, Alex. Ela tá bem. Depois do surto com o Mewtwo ela voltou a morar e a lecionar Francês na escola de Artes Pokémon em Shalour City!
      – Shalour City? Eu não acredito! Ela te deixou sozinho em casa? Mas você tem só 12 anos! Não pode se virar sozinho ainda e--
     – Ei! Quem disse que não posso?
     – Não o dia todo! Quem é que cuida da casa pra você? Quem é que prepara a comida? Quem te leva pra escola? Quem paga as contas? Ou melhor... Quem é que te protege?
      – Acho melhor eu sair daqui... – Sycamore dá as costas e sai de seu laboratório/escritório, deixando-nos a sós.
     – N-ninguém! Eu... Tenho me cuidado! Tenho feito todo o trabalho de casa, ido pra escola, tenho trancado a casa toda vez que escurece, tenho cuidado do Rhy...
      – Rhy? E ele, como está?
      – Bom, o Rhy... Ele... Nossa, acho que ele não tá muito bem ultimamente! Acho que seria bom você aparecer lá em casa e dar uma olhadinha nele!
     – Tá vendo? É por isso que você não pode ficar sozinho! Eu vou resolver esse lance com o Rhy e logo vamos falar com a mamãe! Onde é que já se viu uma mãe "abandonar" o filho em casa! Vamos!

      Saímos do escritório correndo e fomos logo para a parte mais calma da cidade, rumo á minha antiga casa, onde eu não pisava há um bom tempo. Logo de cara, percebi uma grande mudança: pintura nova, as flores estavam coloridas, todas abertas... A escadinha na porta da frente já estava com o corrimão concertado e reluzindo à tinta preta. O que quer que tivesse acontecido, parece que Sean estava dando conta.
     Mas segui em frente. A porta estava chaveada e Sean foi na frente, abrindo-a para que eu pudesse passar. A casa estava escura. Procurei o interruptor, e percebi que ele tinha mudado de lugar. O fogão estava limpinho, com a chapa metálica brilhando. As janelas da cozinha e da sala de estar estavam com persianas novas, e havia um grande sofá vermelho no meio da sala que não era meu conhecido.
     Procurei por todos os cantos e nada do Rhy. Com certeza aquele safadinho estava brincando, mas como Sean disse que ele estava doente, só pensei em um lugar: na lavanderia. O pokémon dormia em uma grande caixa de papelão que ficava no pequeno cubículo chamados pelos "habitantes" daquela mansão compacta de lavanderia.

     – Rhy?
     Sean chama pelo nosso tão querido pokémon de estimação. Por um segundo, tudo ficou em silêncio, mas logo um gemido estremeceu pela casa. A voz – que parecia um latido dentro de uma caverna de Ursarings – estava dolorida. Eu pude sentir que havia algo de errado.
      – Olha só quem eu trouxe! Tenho certeza que irá se animar!
      Aproximei-me pé-por-pé da lavanderia, tentando ser o mais discreto o possível. Queria que Rhy tivesse uma surpresa ao me ver.
      Sean puxa a porta basculante e de trás da máquina de lavar, era possível ver os olhinhos tristes de um pokémon que eu havia deixado há bastante tempo. A tristeza logo se transformou em surpresa e o pokémon correu pra cima de mim, pulando e me derrubando no chão, prensando-me com seu corpo pesado...
     – Rhyhorn! Há quanto tempo?
     O pokémon me lambia o rosto com aquela língua áspera, fria como uma pedra.
     – Que bom ver você amigão... Só que... Dava pra sair de cima de mim? Você é pesado!
     Rhyhorn se afasta, enchendo seus olhos de lágrimas. Ele estava muito contente pela minha volta, me queria por perto. Só por isso estava triste e desanimado, o que levou a Sean pensar que ele estava doente. No fundo eu sabia que não devia ter abandonado ele, mas Sean também não queria que o pokémon partisse.
      – Rhyhorn, eu tenho um lugar para você! Quer se juntar a mim e minha equipe de pokémons?

VS Rhyhorn

art by lord-phillock Deviantart

...

    Enquanto eu revia meu antigo pokémon, Rhyhorn, alguma coisa ruim, muito ruim, acontecia do outro lado da cidade. Era o Zack e o Matthew. Estavam tendo uma briga muito, muito feia, e eu tinha medo que isso acontecesse comigo e com a Y caso eu decidisse correr atrás de meus sonhos...
     – Matt, me desculpa!
     – Eu já disse pra não me chamar de Matt, #$**@!
     – Olha... Matthew, eu... Eu não sei mais o que eu estou sentindo! Me desculpe! Eu... Não posso controlar isso. Me desculpe. Mesmo... Eu... Ainda te amo, mas eu também amo ele e... Não sei. Eu estou muito confuso.
     – Vá se f$#&*! Desgraçado! Some da minha frente! Some da minha vida!
     – Matthew, não fala assim comigo!
     – E queria o que? Primeiro você diz que odeia ele, depois diz que está com ciúmes dele e agora vem com essa de que você ama ele? E eu? A gente passou os últimos três meses (quase quatro) juntos e isso não significou nada pra você? Eu tinha que cozinhar, eu tinha que arrumar as suas roupas. Eu tinha que fazer tudo, enquanto você dormia, seu filho da-- – Matthew se interrompe e deixa que o choro tome conta de seu corpo.
     – Matt, me desculpa, por favor! – Zack começa a chorar também. Ele não queria que isso chegasse a esse ponto. Não mesmo.
     – Desculpa, o escambau! Eu vou é me mudar! Adeus pra você, seu egoísta! Eu espero que queime no inferno!

     Matthew sai dali voando, às pressas. Não podia conter as lágrimas que escorriam pelo seu rosto e afrouxavam seu nariz. O cabelo recém-tingido perdeu todo o seu encanto com aquela expressão triste e devastadora.

     Enquanto isso, Zack se contorcia, chorando pelo que ele mesmo destruiu. Matthew perdeu totalmente a confiança em Zack e não iria voltar atrás, de maneira alguma...


     – Matt... Me desculpa...

...

     Mas mais distante que esses dois estava a garota dos meus sonhos. Ela também estava abalada, mas não pelo término dos dois pombinhos... Aliás, ela nem sabia disso, ignorando completamente as 34 mensagens de texto que foram enviadas por Matt, quer dizer, Matthew. Ela estava com medo. Com medo de eu partir, e eu sentia isso há quilômetros de distância.
     – O que eu faço?
     – Em primeiro lugar,calma. Ele vai escolher, com certeza seguir os seus sonhos e você não pode fazer nada para interferir. Esse era o objetivo dele desde o início de sua jornada, lembra?
     – Pois é... Eu sinto que se eu tirar essa oportunidade dele, eu vou estar sendo má... Vai ser como quebrar o coração de uma criancinha...
     – Natalie. Calma. Vamos com muita, muita calma nessa hora. Em primeiro lugar, temos que mudar o seu visual, para que o processo se torne um aprendizado e não um aperto no coração.
     – Mudar o meu visual? Tem certeza?
     – Funcionou quando a minha mãe rompeu o casamento dela com o papai! Além disso, se ele escolher ficar com você, você só vai estar mais bonita! Tem que pensar pelo lado positivo de todas as coisas, filha!
     – Então... Eu aceito o seu desafio, Shauna. Vamos cortar esse cabelo e mostrar quem é a verdadeira Y!


    – E então? Como vai ser, Senhorita Yvelgress? Eu conheço uma ótima cabeleireira!
    – Obrigado, Shauna, mas eu vou na de sempre. Você vem comigo?
    – Mas é claro. Amigas de infância não se separam assim no mais quando se encontram...

...

     – E então? Rhy?
     O pokémon sorri e balança a cabeça positivamente. Isso só podia significar uma coisa: Ele queria ir comigo em minha jornada. Ele não queria me abandonar, afinal, fui eu a primeira pessoa que ele viu quando saiu do ovo, ainda confuso com tanta luz em seus olhos. Rhy me considerava uma mãe, ou melhor, um pai, e eu não poderia desperdiçar essa oportunidade para incrementar meu time, afinal, eu teria que batalhar contra o Riley no dia seguinte...
     – Sean, se importa?
     Sean me alcança a pokébola antiga de Rhy, que estava novinha em folha, por quase nunca ter sido usada, uma vez que Rhy ficava solto dentro de casa, como um pokémon de estimação. Mas dessa vez era diferente. Eu iria levar ele em uma jornada e eu precisava ser transportado por ele, assim como ele precisava ser transportado por mim...
     Logo, eu pego a pokébola e encosto na testa de Rhy, que é sugado para dentro dela. Uma captura? Não. Ele apenas voltou para a pokébola que ele já tinha, mas para mim, aquele momento significou muito.
      – Muito obrigado, maninho. Eu sei que vai sentir saudades do Rhy, ainda mais morando sozinho, mas eu preciso e muito dele...
      – Eu sei. E... Alex? Eu me decidi. Você estava certo, eu não posso morar sozinho, ainda mais agora sem o Rhy. Eu... Vou me mudar para Shalour City e frequentar a academia de Artes.
      – Isso, Sean! Faça o que o seu irmãozão aqui não conseguiu fazer! Vai lá e mostra o que é um treinador pokémon de verdade!
      – Pode deixar. Eu vou...
      – É isso o que eu gosto de ouvir. Mas quando você vai?
      – Hoje. Ainda hoje, aproveitando que é Domingo e... Eu começo amanhã.
      – Já?
      – Sim, há uma semana atrás eu recebi um convite de lá para eu me integrar ao grupo, e que se eu quisesse, era só eu ir e que as aulas começariam na segunda e... Droga. Eu ainda tenho que comprar materiais novos, e cancelar o meu "contrato" com a escola antiga, daqui de Lumiose e... Argh... Você pode me ajudar?
      – Mas é claro. Vamos fazer isso juntos!
      – Yeah! Valeu, Alex! Você é i melhor irmão do mundo!
      – É? Espera até você se olhar no espelho...

     E assim, partimos em direção à antiga escola de Sean, em Lumiose. Em meia-hora consegui desmatricular o menino da antiga escola e em mais meia-hora, consegui afirmar o contrato com a academia de Shalour City. Agora era oficial, as aulas começavam na segunda, e esse seria um mundo totalmente novo para Sean. Um mundo que eu não consegui atingir quando eu era menor, e que talvez hoje eu também não consiga... Mas como um bom irmão eu vou torcer por ele, para que tudo dê certo. Afinal, é isso o que significa ter uma família, certo?

...

     – Ah, Matt! Atende, atende!
     E todas as ligações falhavam. Matthew estava recusando todas as chamadas de Zack. Estava realmente magoado com aquele que um dia chamou de amor.
      – Por favor... Não faz isso comigo... Por favor, atende.
      E a chamada caiu. Rejeitada novamente.
      – Uma mensagem você não pode simplesmente recusar, não é? Então, lá vai...
      Os dedos de Zack deslizavam pelo Smartphone, escrevendo uma nova mensagem em mais ou menos cinco segundos.

Matthew, por favor, fala comigo. Eu sei que tá doendo, mas não é fácil pra mim também.

     – Por favor, me responde...
     Zack esperou. Esperou. Mas a mensagem não veio.
     – Droga... O que foi que eu fiz? Coração, porque você sempre faz isso comigo?

...

     – Praga! Não para de me ligar! Não para de me mandar mensagens! mas que vá pro inferno! Por inferno! – As lágrimas não eram mais de tristeza, eram de raiva. O rosto de Matthew já estava vermelho de tanto gritar. Sua raiva era incontrolável. Foi como se uma bomba tivesse atingido seu coração e manipulado todos os seus movimentos...
      – VAI-PRO-IN-FER-NO!!
      E o garoto joga o celular no chão, pisoteando-o com muita força.

...

      – Por favor, Sarah! Repica todo o cabelo e depois reforça a cor das pontas com essa tinta!
      – Em um instante, senhorita Yvelgress!

...

     – Vá com Deus, maninho!
     – Eu te amo, Alex! Não se esqueça de me mandar cartas, ou melhor, e-mails!
     E assim, o voo para Shalour City parte, deixando apenas um garoto montado em seu Gogoat na pista...

...

     – Matthew, por favor, atende...

...

     – Argh! Vai pra P-- que te pariu!

...

     – Nossa, ficou mesmo lindo o seu cabelo, Natalie!
     – Obrigada, Shauna!

...

      – Vamos, Gogoat... Temos que voltar...
      – Goat!

Continua...

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[O novo penteado de Y - Imagem Original]

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