– Y, você é a única da turma que não tem a insígnia da Viola (exceto pelo Calem, mas o Calem é o Calem)! E se você não for hoje, o Ginásio estará fechado novamente para reformas!
– Mas Matthew...
– Nada de “mas”. Você TEM que ir e pronto!
– Matthew, o Braixen... Foi Meu primeiro Pokémon, eu não posso abandoná-lo!
– Deixa que eu me encarregue das buscas pelo Braixen. Agora sobe nesse ônibus e vai! É o certo a se fazer!
03 - #Insect
Eu odeio ter que admitir, mas Matthew estava certo. Braixen sabia que eu precisaria dele no ginásio de Santalune e mesmo assim ele fugiu. Claro que ele não imaginava que o ginásio iria ser fechado para novas reformas e provavelmente não imaginava que eu não precisava “apresentar” a evolução quando chegasse lá. Todos os dados de que Fennekin tinha evoluído – Enquanto eu estava matriculada na escola – estavam registrados em minha pokédex, o que é suficiente.
Fico imaginando se tudo isso foi uma veia “infantil” de Braixen, mas eu acho que não. Ele ficou zangado, e por alguma coisa. Talvez porque eu tenha sido dura com ele na luta contra Meowstic, ou... Bom, eu não sei qual o porquê. Mas o fato é que ele me abandonou justo quando eu precisava dele pra ir para o ginásio. Também fico imaginando se ele não se preocupou comigo, se ele não planeja mais voltar.
Mas eu já estava atrasada e só ficar pensando no Braixen não ia resolver nada. Embarquei no ônibus escolar e ele partiu rumo ao Centro de Kalos. Seria uma longa viagem de 2 horas sentada, mas iria valer a pena. Com uma insígnia em mãos, minha precisão de controle sobre os pokémons seria cada vez melhor, além de que eu estaria um passo a frente, rumo à Liga Pokémon.
Minha cabeça estava pulsando. Tal vez por causa da ansiedade de enfrentar uma Gym Leader pessoalmente, ou talvez pelo sentimento de culpa que apertava minha garganta, dizendo que eu deveria voltar e procurar por Braixen. Só que eu já estava a caminho, e agora, tinha de continuar...
Passado algum tempo, meus pés já tocavam o solo de Santalune, antiga Galatan City. A viagem durou 1 hora e 50 minutos e sempre que eu olhava para algum lugar, eu tinha recordações. Como quando X capturou Gligar, quando eu estava no hospital... Ah, e o Centro Pokémon, é claro... A grande loja na frente do Centro, a arena, os estádios e também o ginásio. Na época em que tivemos aqui, Snyder era o líder, mas o ginásio estava em reformas. E agora, sob a custódia da Gym Leader Viola, parece que ele vai entrar em reformas de novo. Não me admiro. A pintura do prédio é velha e desbotada, e a construção parece ser bem antiga.
– Bem... Aqui estou!
– Ei, Y! – Olhei para trás e era Louis, o motorista da escola, que sempre abria um sorriso grande quando me via e que sempre estava com a cabeça encoberta por um boné. Veio comigo até a porta do ginásio pra me desejar uma boa sorte. – Eu tenho certeza de que você vai vencer! É só não ficar nervosa demais e escolher os pokémons e movimentos certos! Quando terminar, é só me procurar no Centro Pokémon!
– Tudo bem. – Minha respiração ojá estava ofegante. Minhas mãos suavam, mas eu fui em frente e abri a porta do ginásio, entrando e me preparando para o grande desafio.
Para minha surpresa, o ginásio era escuro, com fotos penduradas em cordões por todo o teto. Parece que a líder tinha redecorado todo o lugar. No teto era possível ver vidraças de igreja, todas coloridas e perfeitamente desenhadas, com pokémons do tipo inseto. Era possível ver também mais à frente, algumas estatuetas de Pokémon pertencentes ao mesmo tipo. E no fundo, era possível ver uma mulher loira em um computador. Quando chego mais perto, percebo que ela está passando um Photoshop em uma fotografia.
– Com licença... Aqui é o ginásio?
– Ah, uma desafiante. Acompanhe-me, por favor.
A mulher se levanta e me leva para uma salinha ao lado, que acabava dando nos fundos do ginásio, em uma grande estufa, do tamanho da escola, mais ou menos. Dentro dessa grande estufa era possível ver uma variedade infinita de pokémons, a maioria do tipo inseto, mas vez ou outra era possível ver algum tipo grama ou voador.
Olhei para trás e a porta já havia se fechado. A “secretária” já não estava mais ali e eu tinha certeza de que se quisesse seguir em frente, teria de ser por conta própria, ainda que não fosse mais possível voltar atrás. A porta parecia trancada.
A verdade é que eu estava com medo, então deixei que Helioptile me guiasse pela “floresta”. Caminhamos bem devagarinho, pé por pé, até que encontramos o que parecia ser uma escada de madeira, que levava para uma ponte, mais acima. Decidimos subir, afinal a plaquinha na frente da escada dizia “Welcome”, bem-vindo.
Na medida em que íamos se afastando do chão, meu coração ia apertando. Mas aí lembrei o que Matthew me disse algum tempo antes de eu partir da escola em Shalour City. Concentre-se nas preliminares, pra só depois pensar no Gym Leader.
Automaticamente lembrei que haviam outras pessoas dentro do ginásio, para que desafiássemos antes do desafio final, com o líder. Seria uma ótima oportunidade de treinamento.
Assim, corremos pela ponte e chegamos ao que parecia ser uma “casa na árvore”. Entramos e não achamos nada, além de um item valioso no chão. Era como um CD, mas feito especialmente para os pokémons. O que os treinadores chamam de TM. Um TM tem o poder de “ensinar” a um Pokémon um movimento novo. Quando aplicamos o item o Pokémon automaticamente o devora e aprende o novo golpe. Este TM, em particular, ensinava o movimento de nº83, Infestation.
– Bom, não tem mais nada que possa nos ser útil aqui dentro!
– Heli! – Helioptile aponta para outra porta, em posição oposta à porta em que entramos.
– Vamos! É por aqui que vamos chegar à líder.
Abri a porta e tomei um susto. Não havia saída. Por um instante parei e pensei, mas eu tinha certeza de que estávamos no lugar certo porque sob a plataforma, do outro lado, encontrava-se um menino, provavelmente um membro do ginásio e o nosso primeiro desafiante. O único caminho que nos ligava era um fio branco bem fininho. Parecia ser o mesmo fio que vi na entrada do ginásio. Aquele que era usado para pendurar as fotos. Mas não tinha como eu “andar na corda bamba” pra eu chegar até o garoto e desafiá-lo para uma batalha.
– Hey! Tem alguma outra maneira de eu chegar até você? – Atrevo-me a perguntar para o garoto, que continuava parado, apenas observando. Mas o menino balança a cabeça, negando.
– Se você quer batalhar comigo, estou disponível para uma Sky Battle!
– Sky Battle?
Como eu poderia me esquecer? Já ouvi falar neste novo tipo de batalhas. Sky Battle é uma batalha aérea, onde apenas pokémons voadores ou que possuem a habilidade conhecida como Levitate podem participar. Mas eu realmente não tenho nenhum Pokémon dentro dessas condições. Tudo o que eu tenho é um Helioptile, um Dratini e um Meowstic.
– Eu não tenho nenhum Pokémon que possa participar de uma Sky Battle! E agora?
– E agora você vai ter que procurar outra área para batalhar com outros treinadores.
– Tudo bem então. Obrigada.
Refiz meu caminho. Passei pela casa na árvore, pela ponte e desci as escadas, voltando à floresta que me cercava. Com certeza eu teria de arranjar um Pokémon voador logo, afinal, não posso perder de competir em batalhas aéreas também. Mas decidi voltar o meu pensamento para a minha estratégia, de como eu iria derrotar a líder, de como eu iria fazer pra vencer as rodadas preliminares, com outros treinadores.
Estava tão distraída que levei um susto quando alguém levantou a voz, se dirigindo a mim.
– Ah, então é mais uma desafiante? Vamos ver se você é boa o bastante para me derrotar!
Uma garota parada ao meu lado me chama a atenção, puxando-me para uma batalha. Eu não digo sim ou não, mas mesmo assim, ela lança seu Pokémon pra fora da pokébola, me intimidando.
– Butterfree! – A borboleta púrpura de olhos vermelhos voava ao redor da cabeça de sua treinadora, liberando um pozinho brilhante sobre o cabelo dela.
– Helioptile, será com você!
A expressão de Helioptile representava medo, mas mesmo assim, insisti que ele fosse. Talvez Helioptile fosse um covarde mesmo, mas eu me sentia mais segura andando ao lado dele pela floresta do que sozinha, se é que me entende.
– Muito bem, você pode iniciar mocinha! – diz a treinadora, me passando a vez.
– Certo! Helioptile use o Parabolic Charge!
O pequeno Pokémon elétrico fechou os olhos e se concentrou. Suas “orelhas” se abriram, formando uma espécie de leque que logo se encheu de eletricidade, preenchendo completamente a cabeça de Heli. A eletricidade que aparentemente estava armazenada em sua cabeça se espalhou pelo corpo e através da ponta da cauda ele lançou uma rajada que avançou com tudo pra cima do inseto.
Butterfree não pode fazer nada para se desviar e levou os danos do golpe diretamente caindo no chão, um pouco tonta.
– Butterfree, a gente não pode perder! Use o Confusion!
Os olhos do Pokémon começaram a brilhar em um tom de roxo, fazendo com que meu pequeno covarde flutuasse, balançando bruscamente pra cima e pra baixo no ar, enquanto recebia os danos do ataque.
– Estamos quites, não? Mas esse seu Butterfree não vai durar tanto assim! Use Rock Slide! – Mal ordenei e Helioptile já começou a brilhar, invocando um grande portal acima de nossas cabeças. E em segundos, o portal se abriu por completo, lançando pedras e mais pedras sobre Butterfree.
– Butterfree, não!
Em segundos o Pokémon já havia sido soterrado, chegando assim a um fim definitivo... Ganhamos a batalha.
– É, parece que você me venceu. – Diz a treinadora, recolhendo o Pokémon de volta a pokébola. – Eu estou torcendo para que você derrote a líder.
– Obrigado. Eu vou vencer, pode ter certeza disso!
E virei às costas, indo em direção ao centro da estufa, quando avisto mais uma escada com uma plaquinha. Desta vez o que estava escrito era o seguinte: Challenge, “desafio”. Subi imediatamente e quando entrei lá dentro, pude perceber mais um treinador. Um garoto, dessa vez, extremamente semelhante ao que queria ter uma Sky Battle comigo. Um irmão, talvez.
– Quer uma batalha?
– Mas é claro!
– Então é com você, Beedrill! – O Garoto dispara a pokébola, revelando uma abelha gigante. Uma vespa, talvez. O Pokémon fazia um zumbidinho irritante quando batia suas asas, de tão rápido que era o movimento.
A essas alturas do campeonato, só fico pensando em como seria interessante ter o Braixen do meu lado nesse ginásio. Um tipo fogo tem uma vantagem clara sobre os tipos inseto, e ele facilmente conseguiria derrotar qualquer oponente. Mas eu não podia me esquecer de Helioptile, que também tinha uma excelente maneira de derrota-los: Usando as pedras do Rock Slide ou os seus golpes elétricos de sempre, como Parabolic Charge. Também tinha Dratini, que facilmente esmagaria qualquer um e por último, Meowstic, que não tem nenhuma vantagem em ser usado aqui, definitivamente. Mas como Braixen não estava presente, eu tinha que me contentar com o que estava disponível...
– Bee, Bee! – Por um momento havia me esquecido que estava em uma disputa, mas o barulhinho esquisito da Beedrill me fez voltar à realidade.
– Helioptile, vai!
– Heli! – O Pokémon estava com medo, mas não hesitou. Sabia que poderia esmagar Beedrill como fez com Butterfree.
***
Mas enquanto isso, na escola, Matthew, que tinha um período desocupado, voltou seu tempo disponível para as buscas do meu precioso Fennekin evoluído.
– E aí, gente? Alguém encontrou algum vestígio? – Mas Shauna, Tierno e Trevor balançaram a cabeça, em negativa. – Mas será possível? Por que será que ele fugiu, afinal?
– Temos que “voltar no tempo” pra esclarecer os fatos. Calem estava junto. Com certeza deve saber qual o porquê.
– Mas não adianta! A Y disse que ele já tinha saído quando o Braixen fugiu! – explica Shauna.
– Então o jeito é fazermos uma procura mais “avançada”! Floette, precisamos de você! – Diz Matthew, ao mesmo tempo em que lança uma pokébola para o alto...
– Uma Floette? Mas como esse Pokémon poderá nos ajudar?
– Simples! Floette pode conversar com as plantas assim que as toca! Pode perguntar para alguma se viu Braixen por aqui ou por qualquer lugar que ele tenha passado...
– Neste caso o Pokémon que você pegou com o Professor Patrice também pode ser útil! – diz Tierno.
– Qual? O Swirlix?
– Exato. Ele pode detectar o cheiro do Braixen. Só precisamos de uma amostra...
– E como faríamos para achar essa amostra? – Matthew pergunta, mas um segundo depois ele mesmo responde. – Ah, a Y deixou a pokébola do Braixen, para caso encontrássemos. Deve ter o cheiro dele aqui, não é mesmo?
– Mas é claro. – diz Shauna.
– Então, Swirlix, nos acompanhe!
Os dois Pokémons fada, Swirlix e Floette começaram suas buscas naquele exato momento. Enquanto Swirlix farejava por restinhos de cheiro, Floette encostava sua patinha na grama, que parecia lhe transmitir uma boa energia, mas quando ela encostava nas flores, a energia parecia maior ainda e mais intensa. Foi quando se descobriu algo.
– Flo! Ette! – O Pokémon dá um grito ensurdecedor, chamando seu treinador para perto. O local: Próximo à Arena Pokémon da escola.
– Pessoal, a Floette achou alguma coisa!
A pequena fada que carregava um ramo de flor como arma, apontou sua mão na direção da arena, indicando com um olhar firme que tinha alguma coisa ali.
Todos correram em direção ao campo de batalhas e quando entraram, perceberam não a presença de Braixen, quem estavam procurando, mas a de uma estranha mulher, que os encarava com um sorriso maléfico no rosto...
– O que estão procurando? – perguntou.
– Estamos atrás de um Pokémon desaparecido.
– Um Pokémon desaparecido? Nossa, que coincidência! Eu também! – respondeu a mulher, que estampava um sorriso debochado no rosto, com um ar de superioridade. – E por acaso... Que Pokémon seria este? Eu posso ter visto!
– Acho que não, mas não custa nada tentar. – diz Matthew com um pouco de receio. – Um Braixen!
– Ah, um tipo Fogo! Minha especialidade! Tenho uma boa e uma má notícia para vocês: a boa é que eu vi um Braixen e a má é que eu estou atrás dele também!
– Mas o que...
– Muito prazer, criançada! O Meu nome é Malva e eu sou um dos Membros da Team Flare! Preparem-se para lutar, porque isso aqui está ficando quente! – A mulher, ou melhor, Malva, lançou uma pokébola para cima e logo exibiu seu pokémon, chamando Matthew, que estava mais na frente para um duelo.
– Muito bem... Pelo seu Pokémon... É uma especialista no tipo fogo, não?
O enorme Charizard parado na frente de Matthew apenas bufou uma brisa chamuscada, confirmando o que já era de se esperar.
– Eu tenho certeza de que já ouvi o nome “Malva” em algum lugar, mas agora não estou lembrada... – Shauna, como sempre, não ajuda em nada. Ainda que tenha pensando em já ter ouvido o nome, não se lembrava de onde.
– Talvez tenha sido na lista de procurados. – Murmurou Tierno.
– E aí, “garoto azul”? Vai escolher o seu Pokémon?
Matthew não respondeu. Simplesmente recolheu Floette e Swirlix de volta para a pokébola e lançou outra para os céus, revelando outro Pokémon, mais forte e mais capaz de combater Charizard do que os anteriores. Talvez aparentasse ser frágil, mas não era. Nem de perto.
– Ah, então o espertinho aí é um especialista em tipos Fairy, do mesmo jeito que eu sou em tipos fogo?
A mulher riu em alto e bom tom, caçoando de Gardevoir, que estava ali parada apenas encarando o dragão de fogo na sua frente.
– Gar...
– Muito bem, Gardevoir. Vamos deixar que eles ataquem primeiro! Será melhor para descobrirmos sua técnica!
– Tudo bem, então. Se é assim... Charizard, Flamethrower!
O Dragão rugiu e soltou uma rajada de chamas vermelhas e ardentes na direção de Gardevoir, que se teletransportou no último segundo com o golpe Teleport, evitando o contato direto com o golpe.
– Gar! – Gardevoir aparece atrás de malva, exibindo o mesmo sorriso maléfico da mulher no rosto.
– Gardevoir, use Psybeam!
O Pokémon simplesmente abriu as mãos, formando uma esfera de luz multicolorida que logo foi lançada na forma de um raio nas costas de Charizard. O dragão, desprevenido, recebeu todos os danos do golpe e foi direto ao chão, ferido.
– Mexeu com a pessoa errada, bonitinho! Charizard levante-se!
Um segundo depois e Charizard já tinha reunido forças para voar e se colocar de pé de novo.
– Está na hora de uma “mudança”! – A mulher propõe a Charizard, que começa a brilhar em um tom intensamente púrpuro.
Em seguida, a mulher exibe uma espécie de relógio que mais se parece um anel no pulso e aperta um botão no centro dele, desencadeando um efeito colateral em Charizard, que começa a ficar negro...
O Dragão se levantou em um rugido, totalmente revigorado e com as chamas mais claras do que nunca, brilhando em um tom de azul que chegava a assustar.
– O que aconteceu? – Shauna e Tierno ficam assustados, mas Matthew e Trevor pareciam ter a resposta na ponta da língua.
– Ele Mega evoluiu. – diz Matthew. – Está dez vezes mais forte do que antes!
– Isso significa que... Gardevoir está com uma tremenda desvantagem, não é não?
– Não. Acho que a Malva andou facilitando pra gente! Gardevoir é tipo Fairy, mas quando Charizard megaevoluiu, ganhou o tipo Dragon, o que significa que ainda temos alguma vantagem, de uma forma ou de outra. A má notícia é que ele vai atacar.
Mega Charizard levanta voo e sopra um jato de chamas azuis contra Gardevoir, que voa longe com a força da explosão.
– Gardevoir, você está bem?
– Isso foi um DragonBreath. – Explica Trevor. – É um golpe tipo Dragon, o que tecnicamente não foi muito efetivo contra Gardevoir, um tipo Fairy.
– Nós podemos dar um jeitinho nisso, não é, Charizard? – O Pokémon ruge, confirmando o pensamento de sua treinadora.
– Não. Nossa vez. – Matthew se mete na frente. – Gardevoir, use o Fairy Wind!
Gardevoir fica envolta por uma névoa fininha que logo se torna um redemoinho de vento prateado, que gira, gira e gira, até atingir Charizard com tudo.
– Charizard, revide com o Dragon Tail!
A cauda do dragão torna-se iluminada por um brilho verde, e em seguida, ela é direcionada para cima de Gardevoir, que é prensada contra a parede da arena.
– Gardevoir, não!
– Agora, Charizard! Termine com o Flamethrower!
E as chamas emanaram como um raio da boca do dragão, atingindo Gardevoir em cheio, já que ela estava imobilizada na parede pela cauda do mesmo. A força do golpe é tão grande que nocauteou o tipo fada na hora...
– @-@!
– Gardevoir, você foi ótima! – Matthew faz o Pokémon retornar à pokébola, recolhendo-o.
– E só para o conhecimento de vocês, – começa a mulher. – eu sou Malva da Elite dos Quatro. Já fui sim um Membro do Team Flare, mas hoje faço parte da Liga Pokémon e do governo da Região de Kalos.
A expressão de Shauna se abriu como se dissesse: “eu sabia”.
– E eu vi o Braixen de vocês. Está lutando há horas no bosque atrás da escola. Sugiro que vocês tomem cuidado, porque quando eu me aproximei, ele me jogou um graveto na cara. E quanto a você, menino dos cabelos azuis, demonstrou ter muita coragem, portanto, vou dar isso para você.
Malva retira o relógio do pulso e entrega para Matthew.
– Nós da Elite dos Quatro não precisamos de Mega Evoluções para demonstrar que somos fortes. – Ela pisca e dá um sorrisinho no canto da boca, saindo de fininho dali, junto do dragão, que tinha retornado à forma original, alaranjado.
– Há... Dá pra acreditar? Ela é uma Elite Four! E... Deu-me isto! – Matthew encara o relógio por um instante. – Só que eu acho que ainda não estou preparado para usá-lo! Mas eu conheço alguém que vai recebê-lo com o maior prazer do mundo...
***
Enquanto isso, eu, Y, já tinha derrotado todos os treinadores no ginásio da Viola, quando finalmente me aproximei de uma grande cabana que mais parecia um estúdio de tirar fotos. Olhei pela janela que tinha o vidro incrivelmente sujo e pude perceber holofotes, câmeras digitais por todos os lados, um belo divã vermelho e fotografias e mais fotografias penduradas por prendedores em mais daqueles fios.
– Helioptile, acho que é aqui! Vamos entrar!
Bati na porta.
– Pode entrar! – Respondeu uma voz feminina que vinha lá de dentro.
Abri a porta devagarinho e bem na minha frente estava uma mulher loira, jovial e com um lindo sorriso no rosto. Reconheci-a na hora. Era com certeza a nova líder do ginásio que tinham anunciado na TV quando Snyder renegou: Viola.
– Então, como é o seu nome? – Ela me pergunta.
– Natalie, mas eu prefiro que me chame de “Y”!
– Muito bem, “Uai”! Eu sou Violeta, mas me chame apenas de “Viola”, a líder desta belezinha de ginásio. Gostaria de tirar uma foto sua e do seu Pokémon, de recordação. Importa-se?
– Não. De maneira alguma!
A líder apanhou uma câmera profissional e tirou uma foto minha e de Helioptile, que saiu da máquina na hora. Logo, ela pegou um prendedor e adicionou a nova foto no fio, acima de sua cabeça. Agora tudo fazia sentido: todas aquelas fotos penduradas eram de seus desafiantes: do primeiro ao último. Talvez lhe trouxesse boas recordações olhar para aquelas fotos.
– Muito bem, está preparada para o desafio?
– Mas é claro! Vim aqui só pra isso!
– Vamos lá?
Viola se põe atrás de uma pokébola desenhada no chão, indicando com a cabeça para eu ir atrás da outra pokébola, alguns metros à frente. Posicionei-me e logo uma disputa se iniciou.
Viola, a líder, disparou sua pokébola na primeira oportunidade que teve, revelando uma pequena aranhinha azul que ficava piscando os olhos a cada instante: um Surskit.
– Muito bem... Braixen é com você!
Mas de dentro de minha pokébola saiu não Braixen, mas sim Dratini. Havia me esquecido que estava sem o meu precioso detonador de tipos inseto.
Mas logo me alegrei porque Dratini não era assim tão ruim. Na verdade, era um dos pokémons mais treinados que eu tinha ali comigo.
– Tini!
– Muito bem, as regras são básicas: Será uma batalha de um contra um, mas cada treinadora tem direito a utilizar dois pokés por rodada. A primeira que derrotar os dois pokémons da outra será considerada vitoriosa. Substituições não são permitidas para a líder, ou seja, para mim não, apenas para a desafiante: você. A utilização de itens durante a batalha está liberada para os dois lados, portanto, tanto eu quanto você poderemos utilizar tais apetrechos. Entendido?
Acenei com a cabeça para dizer que tinha entendido e assim, ela concluiu seu papo:
– Como você é a desafiante, poderá e deverá atacar primeiro. E que comece a batalha!
Não pensei duas vezes: Ordenei Dratini a atacar o mais depressa o possível.
– Dratini, use Slam!
A pequena serpente-dragão dá um salto e cai na frente de Surskit, envolvendo-o com a sua cauda, que é usada para lançar o tipo inseto para longe.
– Nossa, o seu Dratini é veloz, hein? Mas não tão quanto o meu Surskit! Use Double Team!
Surskit, antes de cair no chão, começa a se multiplicar, formando uma barreira de “cópias”, que protegem o original de bater no solo.
– Ah, mas eu vou dar um fim nisso é agora! Use Dragon Rage!
– Surskit, use o Bubble!
Dratini começa a carregar uma luz por todo o seu corpo, enquanto Surskit começa a fabricar uma rajada de bolhas que avança rapidamente sobre o dragão. As bolhas chegam antes que Dratini focalize seu movimento e o atingem com tudo, formando uma leve explosão que o joga a alguns metros.
– Dratini, você está bem?
– Tini!
O Pokémon confirma.
– Use Dragon Rage, agora!
Dratini libera uma nuvem de chamas que variam de um tom verde a um tom azul sobre o campo de batalhas, acertando Surskit em cheio. Felizmente, o golpe é vital e o inseto tomba de primeira.
– @-@!
– Surskit, volte! Você fez um ótimo trabalho! – Viola retorna seu Surskit à pokébola e logo lança sua próxima, revelando um Pokémon já conhecido, mas com uma cor diferente...
– Vivillon? – Pergunto, admirada.
– Sim, algum problema?
– Ah, então você conheceu Snyder? Bom, vou ter que admitir que os Vivillon possuem diversas formas. Suas asas podem ser tão brancas quanto o sol e até tão radiantes quanto o sol. Depende do lugar de onde vieram. A minha, por exemplo, veio dos jardins mais floridos da região.
– Interessante. Eu não sabia.
– Enfim, como você derrotou meu Surskit, é a minha vez de atacar. – Pisco um olho, confirmando. – Vivillon, use o Poison Powder!
As asas de Vivillon começam a se agitar, liberando micropartículas de pozinho púrpuro, que logo tomam conta do campo de batalhas. Dratini logo começa a se contorcer, indicando o que eu mais temia: envenenamento.
– Droga! Dratini use o Twister!
A pequena serpente deu um salto e contorceu-se no ar, formando uma onda vertiginosa de vento que avançou contra o corpo de Vivillon, empurrando-a contra a parede da grande estufa.
– Vivillon!
Viola correu até o seu Pokémon, que parecia estar com alguns probleminhas para se erguer de novo e seguir batalhando...
– Isso ainda não acabou! Vivillon use Gust!
A mariposa ergueu suas asas e voou pra bem alto, de onde podia enxergar o campo inteiro.
– Gust! Gust!
E as asas de Vivillon se agitaram, formando um redemoinho de vento tão poderoso quanto o Twister de Dratini. A força do golpe era tanta que as folhas das árvores começaram a se desprender dos galhos mais altos até atingirem com violência e ao mesmo tempo suavidade, o chão.
– Dratini, não podemos deixar que o Vivillon continue com essas rajadas de vento! Use o Slam!
Com um salto, Dratini voou até Vivillon e o prendeu com sua cauda, forçando o corpo da borboleta a partir em direção ao chão.
– Termine com o Dragon Rage!
Eu confiava em Dratini. Tinha certeza de que o seu level era muito, mas muito mais elevado que o da Vivillon da líder. Pra começar, esse era um ginásio de iniciantes e meus pokés beiravam o nível 40. Depois, Dratini tinha adquirido muita experiência em batalha nos últimos meses, uma vez que eu só treinava com ele enquanto Fennekin tentava manipular o Psybeam.
E foi naquele instante que Dratini deixou de ser um Pokémon tímido e quieto para despertar suas chamas interiores em um jato de luz verde que incinerou as árvores ao seu redor, atingindo Vivillon pelas costas e o empurrando com uma força destrutiva para o chão, indicando assim a nossa vitória.
– Nunca foi tão fácil.
– Vivillon! – A líder correu até o Pokémon de asas cintilantes e o segurou nos braços. A expressão estampada no rosto de Vivillon indicava cansaço, destruição e derrota. Apesar da minha bem-sucedida vitória, olhar para aquele ser tão puro e colorido com uma aparência tão vazia tocou meu coração.
– Aqui.
Entreguei a Viola um spray cor-de-rosa conhecido como Hyper Potion, uma poção ultra tecnológica criada por gênios cientistas que recupera uma boa parte do HP – ou Hit Points, a energia vital do Pokémon – em segundos.
– Por que está me dando isso?
– Pra você usar na Vivillon! Ela parece tão vazia... Tão... Distante.
– Mas quem foi que disse que a batalha acabou?
– O que? Como assim? Eu a derrotei, não derrotei?
– Mais ou menos. Com o seu último ataque, restou apenas um ponto de energia em Vivillon. Sabe o que é um ponto de energia? É quando a sirene da emergência está quase explodindo de tanto tocar em nossas mentes. E pra isso eu mesma devo aplicar um item sobre o meu Pokémon.
– Oh, God! Ainda estamos lutando?
– Tudo acaba quando estiver acabado. Vivillon, coma isto!
A fruta azul conhecida como Oran Berry reluziu quando a luz do sol a atingiu. Foi então que percebi que Viola tinha razão. Um Pokémon debilitado não poderia se recuperar utilizando uma Berry, mas Vivillon devorava a fruta com todas as suas forças, provando que de fato, eu apenas tinha causado grandes estragos, mas não tinha conquistado uma vitória completa.
– Viih...
O Pokémon emergiu, tomando altitude ao bater suas asas em um ritmo cada vez mais forte.
– Dratini, eu acho que ainda não acabamos...
– Tini.
Mas o olhar de Dratini não era o mesmo. Ele parecia estar enfurecido, querendo derrotar Vivillon nem que isso custasse sua vida. Ele sabia o quanto essa batalha era importante para mim. Não sei como, mas ele sabia. Só que eu não podia me arriscar a perdê-lo agora...
– Dratini, eu quero que você retorne.
– Tini? – O Pokémon parecia desapontado, mas por um instante parece que ele refletiu sobre o assunto e concordou, voltando imediatamente para a pokébola, que emanava um laser vermelho, sugando-o para dentro.
– Vai fazer uma substituição? Agora?
– Vou.
– E quem é que você vai usar? Helioptile?
– Não. Eu... Pensei que Dratini realmente tinha derrotado Vivillon, mas pelo visto, eu estava enganada. – Senti meu rosto ficar mais quente a cada segundo que se passava. – Só que agora, eu tenho um novo plano em mente e isso envolve muito mais do que só atacar a Vivillon diretamente. Isso envolve uma estratégia. É uma tática antiga que aprendi com meu pai há muito, muito tempo, mas que só agora terei a oportunidade de usá-la.
– Pois bem... Pode mandar o que você tiver de mandar, nós encaramos!
A pokébola do Pokémon albino voou para cima, atravessando o campo de batalhas e revelando a verdadeira beleza atrás de um olhar inocente e fofinho.
Eevee sorriu e começou a lamber a patinha, como se nem estivesse em uma batalha. Na real eu tinha mentido para o Matthew dizendo que a deixaria na escola. Eu precisava de Eevee ou mesmo de Meowstic, já que Braixen tinha escapado. Precisaria do máximo de forças que eu conseguisse reunir, então, trouxe a pokébola dela junto.
– Eevee, eu preciso muito de você! Acha que pode utilizar alguns movimentos contra esse Vivillon?
A raposinha ergueu a pata, como se tentasse pegar Vivillon no ar. Sem sucesso.
– Ok, vamos tentar! Eevee, use Sand-Attack!
O Pokémon rapidamente saiu de sua posição confortável e começou a escavar o chão, jorrando muita areia nas asas ofuscantes de Vivillon, que de repente ficaram sujas e sem nenhum brilho.
– Ah, então está tentando diminuir nossa precisão? Pois tenho uma notícia pra você: Não vai conseguir sua espertinha! Vivillon, Sleep Powder!
– Viih!
As asas de Vivillon tornaram a agitar-se, liberando uma rajada de pólen branco, que avançou contra o tipo normal em segundos.
– Eevee, isso vai te fazer dormir, mas não podemos hesitar! Tail Whip!
Antes que a névoa brilhante atingisse Eevee, a cauda do Pokémon Shiny balançou e balançou no ar, diminuindo automaticamente as estatísticas de defesa de Vivillon. Neste exato momento, Eevee tombou, caindo de sono por causa do Sleep Powder, e assim retornou à pokébola...
– Eevee, você foi ótima. Agora descanse minha pequena!
– E aí? Fez o que queria? Reduziu nossa defesa e nossa precisão, não é? Mas lembre-se de que você também está em uma situação crítica! Dratini está envenenado e Eevee está dormindo. Qualquer um dos seus pokémons agora pode ser derrotado facilmente por Vivillon. Qualquer um...
A pokébola de Dratini voou e o Pokémon saiu divando de dentro da pokébola, exibindo o seu novo olhar, de autoconfiança e até desprezo para Vivillon.
– Isso ainda não acabou... – Sussurrei para Viola e ao mesmo tempo, algo incrível começa a acontecer no meio da luta. Dratini se tornou envolto por uma luz ofuscante, que girava em torno de seu corpo, revelando um novo ser, um Novo Pokémon que abara de se materializar bem ali na minha frente: Dragonair.
Dratini tinha crescido bastante e agora era maior do que eu. A Serpente aparentemente tinha obtido muito, muito poder e tal poder era expresso através de sua confiança, cada vez mais presente em seu olhar.
– Um Dragonair?
– Sabe o que isso significa, Viola? – Ela fez uma cara de desentendimento. – Que meu Dratini evoluiu e agora tem o poder de acompanhar o seu Vivillon no ar.
Dito isso, Dragonair começou a flutuar bem na minha frente, as asas em sua cabeça batendo e o impulsionando para cima.
– Um golpe. – Ela diz. – Um golpe e eu derroto seu Dragonair. Ele ainda está fraco, com pouco HP e ainda está envenenado. Por outro lado, um golpe. Um golpe e minha Vivillon estará fora da luta.
– Que vença a melhor!! – Falamos ao mesmo tempo.
– Vivillon, use Infestation!
– Dragonair, use Dragon Rage!
Os pokémons prepararam suas bazucas e atiraram. De um lado uma infestação de pequenos insetinhos, do outro, um mar de chamas verde azuladas que avançavam no formato de uma cabeça de dragão.
“Booom!” – Só foi possível ouvir uma explosão quando os golpes colidiram no ar e uma cortina de fumaça branca se estendeu por todo o campo, bloqueando qualquer visão a menos de dois centímetros à minha frente.
– E aí? Viola? O que aconteceu?
– “Cof, cof”! Eu não sei... – Respondeu ela. – Não dá pra ver nada daqui.
– Vivillon? – Perguntei, mas ninguém respondeu. – Dragonair? – Nenhuma resposta...
– E agora?
– Eu... Cof, cof... Não sei...
Neste exato momento houve um estrondo e uma enorme massa irrompeu da névoa branca, quebrando por completo a barreira de fumaça que nos cercava. Olhei para cima e pude perceber quem realmente era o vencedor.
– Dragonair!
Corri até o Pokémon, que se abaixou e deixou que eu me abraçasse nele.
– Nós vencemos, Dragonair! Nós vencemos!
– Meus parabéns. – Olhei para trás e Viola estava ali parada, com a pokébola de Vivillon na mão esquerda. Na direita carregava um pequeno objeto brilhante e bastante reluzente na luz do sol.
– O que é?
– É a Insígnia do Inseto, a prova de que vocês venceram no ginásio de Santalune!
A líder ergue a medalha, que parece brilhar mais e mais, entregando-a a mim.
– Yeah, eu ganhei... A Insígnia do Inseto! – Ergui o item para cima e Dragonair soltou um gritinho de vitória.
– E sabe o que mais vocês merecem? Isso aqui.
Viola entrega um CD para mim.
– Uma Tecnical Machine?
– Não. Uma Hidden Machine. Tecnicamente mais importante que uma Tecnical Machine. É o HM01 – Cut. Serve para cortar alguns tipos de árvores que vocês provavelmente vão encontrar em seus desafios e pode ser muito útil contra alguns oponentes. Utilizem com sabedoria.
– Muito obrigado. Foi uma ótima luta!
– Ah, e antes de vocês irem... – ela aponta sua máquina fotográfica para mim. Respondo com um “Ah, não”, mas ela insiste. – Só mais uma.
– Tudo bem, então.
Com um clique, Viola conseguiu capturar eu, Helioptile, Eevee e Dragonair na mais perfeita pose de vitória, juntos de nossa primeira insígnia oficial da Liga de Kalos. E assim, finalmente a líder se aproximou para que nos despedíssemos antes de eu partir de volta à escola, em Shalour City.
Mas algo nos interrompeu. Uma canção a todo volume e que aparentemente saía de meu bolso. Meu celular.
– Alô?
– Y? Achamos o seu Braixen.
Continua...
Pokémon XY Adventures || Forever and Always (Season 2) – Originalmente publicado em Outubro de 2013 / Republicado em Setembro de 2014 – A cópia ou distribuição desse material é totalmente proibida.
Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo. A(s) personagem (ns) – Matthew– foi (ram) criado(s) por "#Kevin_", portanto é proibida a cópia ou o uso sem a autorização do mesmo.
~ Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos.
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