M02: Shining Legends - Capítulo 04

Pokémon XY Adventures 2
Shining Legends

Aquela foi a atitude mais imprudente que já tomamos, mas ao invés de voltarmos e ajudarmos Riley e o diretor Chevalier, decidimos seguir a Team Flare, que carregava uma árvore gigante em um helicóptero mais do que moderno e mais do que potente. Talvez a melhor escolha fosse retornar pra perto dos outros estudantes, mas eu estava intrigada. Quem era aquele ruivo maldito? O que ele queria? E por que parecia tão diferente dos demais Flares?
        — Shauna, a gente não devia estar aqui! — Trevor já estava apavorado, com as perninhas de saracura tremendo de medo.
        — Sossega, criatura! Não estamos fazendo nada mais nada menos do que nossa obrigação! — Na verdade não era bem assim, mas era melhor que ele pensasse dessa maneira.
        — Eles vão ficar preocupados... — Continuou a resmungar Trevor. — Eu vou Voltar!
        E o anãozinho saiu correndo de volta para às luzes da cidade, refazendo nossa trilha pela floresta.
        — Ah, mas aonde você pensa que vai? — Peguei uma pokébola no bolso e a lancei pra cima. Vamos ver se eu não ia resolver aquele problema. — Inkay, vá!
        Inkay era uma espécie de água-viva vivendo fora d'água. Utilizava de seus poderes psíquicos para flutuar e ainda tinha uma grande capacidade de hipnose. Mas eu não ia usar nada disso pra trazer Trevor de volta.
        — Inkay, use o Psybeam!
        — SHAUNA! O QUE ESTÁ FAZENDO? — Tierno se assustou e prontamente colocou-se na frente de Inkay, impedindo que o pokémon atacasse.
        — Calma, Tierno! Inkay... Mire naquelas árvores, bem lá na frente! — Eu disse, apontando para três enormes plantas, um pouco distantes de nós. E o pokémon começou a brilhar, disparando uma rajada energética mais do que poderosa.
        — AAAARRGH! — Gritou Trevor, ao ver que as três enormes árvores à sua frente haviam explodido e caído ao seus pés, bloqueando a passagem.
        — Vai a algum lugar? — perguntei, aproximando-me do garoto, que parecia um pouco tonto.
        — Shauna, o que está fazendo? ESTÁ FICANDO LOUCA? — Trevor me empurrou pra trás com força e já estava pegando sua pokébola quando Tierno interveio, pondo-se bem na nossa frente.
        — Já chega! Querem um bom motivo pra não brigar? Podemos atrair a atenção dos Flares. Querem um bom motivo pra ficarmos todos juntos? Já está escuro. Se algum de nós se perder, provavelmente não nos encontraremos até que seja dia outra vez! E querem um bom motivo para colaborarmos um com o outro? Juntos somos três, portanto temos três times de pokémon, o que eleva nossa estatística de conseguir vencer qualquer Flare que venha a parecer pelo caminho. Agora vamos todos juntos, quietinhos em silêncio e vamos fazer o que temos que fazer! Quem estiver de acordo, levante a mão AGORA!
        Prontamente levantei minha mão. Afinal, o plano original de seguir os Flares era meu. Agora com Trevor querendo ir embora, a situação fugiu um pouco do controle.
        — Shauna, recolha seu Inkay! — Aconselhou-me Tierno.
        — Tudo bem. Inkay, volte! — Apontei minha pokébola para Inkay, que o capturou em um raio laser, levando-o pra dentro do objeto minúsculo e minha mão.
        — Ok... O que vamos fazer agora? — Perguntou Trevor, que ainda estava emburrado. Não o culpo, se eu fosse sã da cabeça, eu também estaria louca de medo e não inventaria modinha de última hora, mas como eu sou eu, eu só quero simplesmente agitar. — Como vamos saber onde estão os Flares?
        — Eu utilizaria um pokémon para rastreá-los, mas queremos ser mais discretos. — Tierno então acenou com a cabeça para andarmos mais um pouco. E andamos. Uns dez, quinze, vinte minutos. O diretor já devia estar em prantos, buscando por seus alunos perdidos. Mas voltar agora não tinha mais nenhuma viabilidade, uma vez que estava escuro, difícil de identificar o caminho e nós precisávamos fazer isso, senão aquele ruivo do capeta iria querer perseguir a gente por toda a vida por termos visto ele batalhando contra aquela garota de roupa ninja.
        Mas nós não sabíamos de nada que poderia nos aguardar futuramente. Talvez fossem armas apontadas para nossas cabeças, ou pokémons de altíssimo nível formando círculos de fogo ao nosso redor... Ou pior: Talvez tenham mais pokémons lendários envolvidos na história e os mesmos queiram nos aniquilar. Mas nada disso aconteceu. Bem, em partes. O tivemos foi a sorte grande de, enquanto silenciosamente caminhávamos pela floresta, ouvir um barulho suspeito.
        "CRAC"
        — O que foi isso? — Sussurrei.
        — Eu não sei. — Respondeu Tierno. — Façam silêncio. Vamos escutar.
        À princípio, tudo parecia tão silencioso. Olhei pra cima, pra baixo... Por todos os lados. Não vimos nada. Talvez aquele fosse um pokémon selvagem aprontando alguma, ou talvez fosse os galhos das árvores se quebrando por causa do vento forte daquela noite.
        Mas foi só quando Trevor espiou por trás de enormes arbustos que pudemos ver com clareza o que havíamos ouvido e pela primeira vez desde que pisamos naquela floresta, tivemos a sensação não estarmos sozinhos.
        De outro lado da mata fechada havia uma clareira, onde  três flares, com três jipes de rodas gigantescas arrumavam alguns equipamentos em bolsas e etc. Dois utilizavam um uniforme básico, daqueles que sempre aprecem na TV. O outro era um dos caras que andava com as garotas quando a árvore começou a ser arrancada. Meio-careca, meio-ruivo e muito esquisito.
        — E agora? — Cochichou Trevor.
        Apenas coloquei meu dedo indicador na frente da boca e o garoto entendeu o recado. Não podíamos mais nem nos mover. O mínimo barulho poderia chamar a atenção dos Flares e com certeza estaríamos ferrados. Mas eu tive uma ideia. Peguei a primeira pokébola que apareceu em meu bolso e a joguei pelo chão, de modo que rolasse lentamente pelas folhas, sem fazer muito barulho. Tierno e Trevor fizeram o mesmo, mas para nosso aparente azar, Trevor lançou a sua com muita força, o que fez com que a bola girasse até bater no sapato do esquisitão, distraído até então. Até então.
        — Ah! Olhe! Forem vocês dois que deixaram essas pokébolas aqui? — Ele perguntou para os outros dois Flares, que arrumavam os jipes para partirem dali. Aparentemente, eles tinham um enorme ovo chocando lá dentro e olhar para aquilo dava arrepios. Os dois outros Flares, que pareciam ser de menor importância, responderam "Não, Senhor" ao mesmo tempo. Foi então que o velhote começou a suspeitar, ativando seu óculos infra-vermelho e procurando ao redor pra ver se não tinha ninguém por ali. Antes que ele pudesse nos detectar, soltei um berro que com certeza todo o continente ouviu.
        — ABSOL, ATACAR!
        E minha pokébola aos pés do Flare se abriu, soltando uma criatura grande, feroz e ágil: Absol. Imediatamente, as outras pokébolas se ativaram e de lá saíram Roserade e Dedenne, de Tierno e Trevor respectivamente.
  
        — Droga! — Gritou o meio-careca. — Abortar plano inicial, Grunts! Iniciar operação Z-X Code H! — O que era uma operação ZX Code H nós não sabíamos, mas os capangas pareciam que sim, pois vieram pra cima da gente, pegando suas pokébolas e nós sabíamos que eles não seriam nem um pouco gentis.
        Assim, saí detrás do arbusto e gritei:
        — Absol, use MEGA HORN!
        E o Pokémon de feições caninas avançou com um chifre energizado, dando um rápido e brutal fim nos Flares. Antes que tais treinadores medíocres pudessem reagir, lançando suas pokébolas, Absol os golpeava na cabeça, fazendo-os ficarem inconscientes e deixando assim, o velhote meio-careca sozinho.
        — Droga, seus inúteis! — Reclamou, mas era tarde, pois seus companheiros "Grunts" estavam fora de si. E foi então que meus coleguinhas camaradas entraram em ação, enviando seus dois poderosos pokémons para atacar o velhote.
        — Roserade, use o Energy Ball agora!
        — Tackle ou Nuzzle?... Ai! Dedenne, use... Nuzzle! É isso aí! Nuzzle!
 
        A Pokémon Vegetal Roserade não deixou barato e disparou uma esfera energética muito poderosa contra o homem, enquanto Dedenne corria do outro lado, esfregando suas bochechas para produzir eletricidade.
        — Hahahahah! — O Flare começou a rir debochando da gente. — Isso não é nada pra mim!
        E quando o Energy Ball estava perto o suficiente para explodir, o vovô deu um enorme salto no ar, fazendo com com que a esfera passasse por ele e explodisse em uma árvore logo atrás. Dedenne então veio com tudo em seu Nuzzle, mas o Flare o pegou pela cauda, girou no ar e arremessou o tipo elétrico contra o pokémon de Tierno, Roserade.
        — O que é isso? — Indagou Tierno, apavorado.
        — Dedenne, você está bem? — Trevor correu para seu pokémon, que aparentemente havia eletrocutado Roserade com o simples toque das bochechas em sua superfície.
        — Dene! — Respondeu o Pokémon.
        — Agora vocês estão encrencados, pirralhos!
        Se nós éramos pirralhos, ele era um velho pelancudo. Mas eu tenho a impressão de que o carrasco só disse aquilo porque estava lançando suas pokébolas (nossa, que frase estranha) pra cima, tipo uma sentença de efeito.
        — Garchomp! Abomasnow! É hora da briga!
        E os dois pokémons que surgiram não eram do tipo fogo, como era de se esperar de um Flare, mas um dragão tipo solo e uma árvore-yeti meio gelo, meio planta.
  
        — Gar!
        — Now!
        — Vamos lá, Absol! Use o Night Slash! — Ataquei primeiro. Era nossa única chance.
        — Roserade: Magical Leaf!
        — Dedenne: Thunder Shock!
  
        Absol criou um vórtice de energia sombria, lançando-o no ar, enquanto Roserade disparava folhas magicamente energizadas e Dedenne disparava choques para todos os lados. Os ataques foram em velocidade máxima contra os oponentes e atingiram os pokémons do velhote em cheio.
        — Isso não foi nada! E não é nem uma parcela do que nós podemos fazer com vocês! Mega Shinka! Supere a Evolução!
        O Flare arremangou seu punho direito, revelando um relógio com duas Key Stones, o suficientemente bom para que ambos os seus pokémons, Garchomp e Abomasnow mega evoluíssem na mesma hora e na mesma batalha!
        — Ei! Isso é trapaça! — Comentei.
        — Usar três pokémons contra dois também é! — Retrucou o Flare.
        Mas não havia mais nada a se fazer. Tanto Garchomp quanto Abomasnow já estavam pulsando energias totalmente novas e seus poderes já tinham se elevado ao máximo.
 
        — Ai-Meu-Deus! — Exclamou Trevor. — Como é que vamos vencer esses dois aí?
        — É simples, ruivinho! Vocês não vão! — O velhote ira da nossa cara, debochando da gente e ainda mandando que seus mega ultrapoderosos pokémons nos atacassem. — Garchomp, Dual Chop! Abomasnow, Blizzard!
        E em uma tentativa desesperada de evasiva, Tierno interveio antes dos pokémons atacarem:
        — CORRAM PARA TODOS OS LADOS!
 
        Os Mega Pokémon atacaram com tudo, mostrando todo o poder de uma mega evolução. Mas Dedenne, Roserade e Absol foram ágeis o suficientes para correr por toda a clareira. Sem que percebessem, ambos os Mega Shinka já tinham atingido os jipes da Team Flare e metade das árvores ao seu redor.
        — PAREM! O que estão fazendo? — O carrasco interveio.
        — Absol, ensina a eles quem é que manda! Dedenne, você vem comigo?
        — Dene!
        — Water Pulse! Tackle! — Gritei e os pokémons imediatamente atenderam ao meu chamado, incluindo Dedenne, que entrou perfeitamente em sincronia com Absol.
 
        O pokémon noturno estava agora envolto por uma onda de água gelada e Dedenne se escondia no meio do líquido. Quando a força da correnteza chegou perto dos megas (o que demorou menos de 1 segundo), Dedenne saltou de dentro da onda, atingindo os dois pokémons da Team Flare, que ao mesmo tempo eram banhados pela ondulação impactante.
        — Garchomp! Abomasnow! ARGH! Pirralhos infelizes! Garchomp use Dragon Rush na Roserade!
        — Ah, é? — Tierno de repente revoltou-se pela preferência de atacar Roserade. — Use Poison Sting!
 
        No momento em que o dragão veio com sua carga corporal, Roserade saltou atrás dele, cuspindo espinhos altamente venenosos. O resultado foi que Garchomp acabou acertando novamente um dos jipes da Team Flare, abrindo um enorme (quando eu digo enorme, é porque é grande mesmo) buraco na lataria e Roserade arrematou disparando seus espinhos, que agora estavam ou cravados na pele do mega ou por toda a estrutura do carro.
        — Olha o que vocês fizeram! — Reclamou o velhote, como se tivesse alguma razão ali.
        — Gente! Tem alguma coisa se mexendo naquele carro! — Trevor apontou pra dentro do jipe e realmente algo de muito estranho estava acontecendo lá dentro.
        Não demorou e o carro explodiu, atingindo os megas do Flare e elevando chamas altíssimas pela clareira. Atiramo-nos todos ao chão para nos protegermos quando o pio de uma ave (como uma águia) explodiu, deixando-nos meio que surdos temporariamente.
        — Essa não! — O Flare agora retornava suas mega evoluções à pokébola.
        — Eu não acredito no que eu tô vendo! — Tierno ficara boquiaberto com o que saíra do carro. E não era pra menos. Aquilo era algo de ser ver uma única vez na vida e olhe lá.
        — Eu preciso ver isso! — Tierno puxou sua pokédex do bolso e registrou o momento, porque a criatura parada à nossa frente não bastava ser lendária, como também em sua coloração Shiny.
        — Yveltal — Anunciou a voz mecânica da Pokédex. —, o Pokémon Destruição. Quando sua própria vida está chegando ao fim, ele absorve a energia de todas as coisas vivas e se transforma em um casulo novamente.
        — Aquele... Aquele ovo que tinha dentro do carro! Era um casulo de Yveltal! — Trevor anunciou o que todos nós já havíamos deduzido.
        — Olhe! O que é aquilo? — Tierno apontou para a enorme ave, que agora parecia lançar um brilho vermelho para os céus.
        — Essa agora... O chefe vai me matar! — O velhote reclamou mais uma vez, mas dessa vez pareceu estar com medo.
        — Está espalhando isso por tudo que é lugar! — Observei, pois agora metade do céu já deixara de ser o azul escuro de uma noite comum, mas um vermelho vivo, bem como o brilho que Yveltal lançava pra cima. Era como se sua aura estivesse sendo enviada aos céus, ou então como um aviso, uma mensagem, um sinalizador.
        — Chefe, estou com problemas! — O Flare agora falava desesperadamente em um rádio tipo aqueles da polícia. A voz no outro lado da linha era alta e clara. Estava falando com o ruivo de terno cinza, aquele que nos colocara dentro de uma roda de chamas com seu Pyroar. — Aqueles pirralhos idiotas nos seguiram e detonaram com o jipe! Dentro dele estava o casulo e--
        — Não me diga que... — Pela voz, o chefão estava preocupado.
        — Sim! Yveltal foi liberado, e agora esta irradiando uma aura esquisita no céu! O que que eu faço?
        — Por enquanto nada! Até que foi bom isso acontecer! — O ruivo então deu uma risada de maníaco. — Vamos ver agora se a árvore reage aos estímulos!
        — Ufa! — O velhote desligou o radiosinho e então ficou parado, contemplando Yveltal, enquanto este irradiava a aurora da destruição na atmosfera.
        — E agora, Shauna?
        — Agora a gente ataca! Absol, use o Psycho Cut! Dedenne, Thunder Shock!
 
        Mais uma vez Dedenne responde a meus comandos, disparando uma onda de choque em conjunto com a onda psíquica de Absol. O contanto dos golpes com o chão foi o suficiente para formar um baque explosivo, que atingiu o velho Flare em cheio, empurrando-o contra uma árvore próxima. Caiu duro no chão assim como os outros dois capangas. Vivo? Claro, e ia acordar logo logo. Tínhamos que correr dali o mais rápido o possível.
        — Vamos, gente! Antes que ele abra uma buraco no chão e sugue a gente pra dentro! — Tierno e Trevor vieram a meu encontro, chamaram seus pokémons de volta e todos saímos correndo pela floresta, agora iluminada por um brilho vermelho.


***
Dois minutos depois já estávamos bastante longe da clareira, rumo à direção em que os outros Flares tomaram, com a árvore-voadora. Não sabíamos o que poderia acontecer depois daquilo, mas decidimos que se já estávamos encrencados, "encrencados e meio" não faria diferença alguma.
        Foi quando ouvimos o barulho de novos jipes se aproximando. Abaixamo-nos atrás de um arbusto e as quatro garotas de anteriormente passaram dentro dele indo em direção ao velho das mega evoluções.
        — E agora? — Sussurrei para Tierno.
        — Eles não devem estar longe! 1 Ele falou. — Vamos em frente!
        — VOCÊS NÃO VÃO A LUGAR ALGUM!
        Uma voz atrás da gente surgiu de repente, fazendo com que nossas espinhas gelassem.
        — AARRGH! Quem é você-- Ah! Essentia?
        A garota ninja que batalhava contra o chefe da Equipe Flare há algumas horas estava ali novamente, com suas roupas negras, o capacete/máscara escondendo o rosto e uma pokébola em mãos. Atrás dela, uma enorme Mega Shinka. Definitivamente eu nunca tinha visto um tão de perto, mas eu tinha certeza de que sabia que pokémon era aquele... um Mega Gallade!
        — Vocês não deviam estar se metendo nisso! — Disse ela. — A Team Flare é uma equipe de criminosos a nível de Mega Evolução! Eles roubaram cerca de 20 Mega Stones durante o último mês. Houve relatos de várias pessoas contestando que suas pedras foram roubadas! Agora eles estão praticamente invencíveis! Não podem combater sozinhos todas essas Megas!
        — Sozinhos não, mas se você vir com a gente, será tudo mais fácil! — Imediatamente rebati. Quem aquela menina pensava que era pra querer mandar na gente? De qualquer forma, não fui rude com ela, apenas a fiz um convite de "paz".
        — Ei! Estão ouvindo isso? — Ela abaixou-se atrás dos arbustos e nós fizemos o mesmo. Alguém vinha se aproximando. Ou melhor, algo.
        A criatura que vinha passando pela gente com passos leves e saltitantes era especial, e irradiava uma luz azul, em contraste com a vermelha de Yveltal. Só que este era menor e aparentemente menos agressivo. Lendário? Lendário. Shiny? Shiny. Aquele era um Xerneas único e eu tenho certeza de que esse momento duplicou em questão de raridade.
        — Eu não posso perder essa! — Trevor apontou sua pokédex, escaneando o pokémon na hora.
        — Xerneas, o Pokémon Vida. Lendas dizem que ele pode compartilhar a Vida Eterna. Dizem ainda que dormiu por cerca de 1000 anos na forma de uma árvore antes de reviver.
        — Então Xerneas... — Deixei a frase solta e Essentia completou-a:
        — Exato. Aquela árvore que eles roubaram. A velha árvore-mãe de Laverre City. Ela é Xerneas e Xerneas é ela. E se não estou enganada, isso significa que agora ele irá lutar contra o Yveltal até a destruição total da floresta e dos arredores, antes dos dois voltarem a dormir na forma de um casulo e uma grande árvore.
        — Ei! Vem vindo mais alguém aí! — Tierno nos chamou a atenção e bem na hora, pois à passos apressados vinha o chefe da Team Flare, seguindo o rastro etéreo de Xerneas.
        — Gallade, X-Scissor!
 
        E o tipo Psíquico saiu de trás das árvores ao comando de Essentia, avançando com as lâminas energizadas de fogo tipo inseto. O chefão então assustou-se, mas desviou-se com a mesma velocidade que o velhote escapara dos golpes de Roserade e Dedenne.
        — Ah! Então aí estão vocês! E vejam só quem está junto... — Ele deu uma risada cruel. — Se não é aquela ninja de última categoria!
        — Vão embora! — Disse-nos Essentia. — Essa luta não é de vocês!
        E então falei a primeira coisa que veio à minha mente.
        — Desde que este homem nos fez de reféns, essa luta passou pro nosso nome!

Continua...

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