Epílogo I — The King is Alive
A Floresta estava calma, até certo ponto. Os Vivillon faziam a dança do acasalamento pelo ar, os machos tentando cortejar as fêmeas; os Fletchlings e Fletchinders tentavam acompanhar o líder do bando, Talonflame em uma migração temporária para o outro lado do campo magnético do Mundo Pokémon; os insetos rapidamente construíam suas pupas com fios pegajosos de seda e entravam em uma hibernação evolutiva; outros, porém, ainda se abasteciam de folhas e de outras coisas que a floresta podia oferecer; os tipo Grass e os tipo Normal saíam de seus ninhos enquanto os tipo Dark e Ghost finalmente voltavam pra suas tocas depois de uma estressante noite de caça; e os pokémons aquáticos acordavam direto em sua rotina diária de ir para a sanga que cortava o bosque.
Mas algo ou alguém parecia inquieto e o velho "Rei" pressentiu que nada estava bem. Muito pelo contrário. Ele sabia que estava prestes a receber uma grande notícia, mas não sabia o que era ainda. Usando roupas muito velhas, sujas e rasgadas, amuletos antigos, uma mochila surrada e sua cabeleira grisalha ao vento, o treinador conhecido como AZ ficou parado aonde estava, em um bosque qualquer em Shalour City, região de Kalos. Seria mais fácil para seu mensageiro o encontrar.
Pressentiu a vinda daquele que estava lhe trazendo a grande notícia. Durante anos o velho de 3 metros de altura tinha desenvolvido o dom de falar com Pokémons, bem como prever a aparição de amigos de longa data. E (Graças, a Deus, ele pensou) desta vez não foi diferente, pois a sensação em seu coração era de pura angústia, sofrimento. Estava preocupado. O que poderia ter acontecido?
Nisso, um pequeno pokémon gosmento, flutuando rapidamente se aproximava pelas costas do velho AZ. Era um diminuto Solosis, que arfava, mas mesmo assim, com tanta dificuldade em respirar, voava apressado pra bem longe de onde vinha vindo.
— Solosis? É você? — Perguntou o velho, sem se virar para encarar o Pokémon. Ele também sentiu quem era que vinha em sua direção sem precisar estar vendo pra acreditar.
— Solo! Solosis! Solo! Solo, sis, solo, sis, solo-lo-lo! — O pequeno pokémon parecia atropelar as palavras, assustado, com medo, mas mesmo assim, o ermitão da floresta parecia ter entendido a mensagem.
— O que? Aqui na Floresta?
— Solo! Sis-solo! Sis, so-so! Lo, Sis, So! Solo, solo, solo! — A criatura parecia estar terrivelmente assustada, falando cada vez mais rápido e mais alto. Com medo, presumiu o eremita.
— Calma, calma! Eu estou aqui, amiguinho! — Ele segurou Solosis em seu colo e fez carinho em sua cabeça gelatinosa. — Vamos, conte-me melhor o que aconteceu. Não precisa ter medo, eu estou bem aqui do seu lado, ouviu?
Solosis pareceu respirar bem fundo e então as palavras saíram mais vagarosamente de sua boca invisível.
— Loso! Losis, Sosis! Solo! Sis, Solo, Sis, Solo-lo-lo! Sis-solo! So-so, loso, sosis!
— QUÊ? — O velho se assustou com a gravidade do que ouvira. — Fique aqui Solosis! Eu vou resolver isso! — Ele disse, deixando o pokémon de lado e retirando três pokébolas de seus bolsos esfiapados.
— Solo! Sis, Solo! — Mas Solosis parecia preocupado demais pra ficar ali parado esperando por respostas.
— Tudo bem, Solosis! Se acha que está seguro, pode ir! Avise sua família, seus amigos da floresta! Avise que aqueles vilões estão aqui novamente, mas não os assuste. Conte a eles um último detalhe...
O homem lançou as pokébolas para o alto revelando um velho Torkoal tipo Fogo, seguido de Golurk, um Fantasma feito de Pedra e Sigilyph, uma misteriosa ave desenhada em hieroglifo.
O que fez em seguida foi montar em Golurk enquanto seu Torkoal trepava nas costas de Sigilyph, e começaram a levantar voo.
— Diga a eles para não se preocuparem com esses Flares vigaristas, pois O Rei Está Vivo e o dever de um Rei é proteger o seu reino, todo o seu reino.
Fim do Epílogo I.
Epílogo II — Trouble Girl
Em alguma parte do mapa logo abaixo de Geosenge Town, uma grande perturbação acontecia e o grupo conhecido como Team Flare não sabia como proceder sob tais condições. Há poucos minutos, cerca de vinte cinco, todo um plano maligno (como de costume) foi-se por água abaixo com o surgimento inesperado de um lendário pokémon que eles não puderam derrotar e isso estava frustrando o velho mestre Lysandre, o cabeça da organização secreta.
— Droga, Mable! — Ele deu um soco à mesa do trabalho com o punho fechado. — E agora, o que vamos fazer? Eu não vou mais tolerar essa pirralha atrapalhando nossos planos!
— E-eu prometo... — disse a mulher de cabelos azuis com a voz trêmula sentada em frente à seu líder. Era uma reunião de duas pessoas. O resto dos administradores estavam todos fora, encarregados de missões mais importantes, provavelmente furtando Mega Pedras e/ou assaltando bancos para financiar o projeto, o que tornava aquela conversa ainda mais difícil. — Eu prometo que resolvo tudo! — Ela continuou. — Mas por favor... Não machuca ela!
— Faltam exatos dois meses e quinze dias para que nosso plano se concretize! Você tem exatamente um mês para convencê-la a se juntar a nós, não mais do que isso! Contando a partir de hoje. Se essa data for violada, você sabe o que vai acontecer a ela... Então é bom que seja eficiente, Mable! Muito eficiente!
— E-eu... Eu vou tentar, Senhor!
— Só tentar é muito pouco, Mable! Tente e CONSIGA! — O homem falou em um tom de voz ameaçador.
— Certo! Tentar e Conseguir! — Ela repetiu mais pra si mesma do que pro chefe.
— O que está esperando? — Perguntou o homem grosseiramente. — Vá! Vá atrás dela!
— Mas... Mas eu não tenho transporte, meu senhor! — Ela falou com muito medo.
— Arranje uma motocicleta com Xerosic. Mas APENAS uma moto. Os jipes estão todos sendo úteis para obter Mega Pedras e como você não está colaborando em nada quanto a isso, não tem o direito de conseguir um jipe só pra você.
— Mas... — Ela levantou o dedo pra protestar.
— Prefere ir à pé? O tempo está passando, Mable!
— Tudo bem, senhor! Como o senhor quiser! — a mulher foi retirando-se lentamente da sala do seu superior, derrotada. — Se o senhor me permite... Estou saindo atrás dela. Vai valer a pena! Eu lhe garanto, senhor!
— Arceus lhe ouça, mulher! Cuide dessa sua Garota-Encrenca! — O homem, pela primeira vez naquela reunião não falou arrogantemente. Agora sua voz tinha notas de esperança.
Nisso, um homem de uniforme completamente laranja e cabelo com formato de chamas bateu na porta, apressando-se em entrar na sala mesmo sem permissão.
— Senhor... — disse ele. — É oficial! Diantha acaba de cair em batalha! E agora? O que faremos?
— É hora de bater em retirada. — concluiu Lysandre. — Mas diga a seus colegas para não se preocuparem com nada. Eu mesmo vou rebocar a Campeãzinha de M*rda!
— T-tudo bem! — E o subordinado saiu.
— Está tudo certo, senhor? — Mable continuava na sala, agora preocupada com a reação de seu superior. — Precisa de ajuda?
— Não, eu vou sozinho. — disse ele por fim se levantando do trono e seguindo em direção a uma enorme placa verde cintilante no chão da sala. — E tenho que agir rápido! Retirar Diantha de lá antes que a gente perca mais um membro!
E o homem pisou no mecanismo, fazendo com que ele se ativasse automaticamente. Em um segundo o homem estava na sala, no outro não. Mable sabia exatamente pra onde ele tinha se teletransportado: pra escola de Shalour, e tinha medo no que isso podia dar, mas rezou com todas as suas forças para que nada de ruim acontecesse e que ele só retirasse Diantha de lá, sem causar nenhum estrago, mas o seu coração de mãe doía, e ela pressentia de que muita coisa estava pra acontecer...
Fim do Epílogo II.
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