XY Adventures (Omega Project Book) 06

Agora equipados com um kit completo de Hack Poké Balls, Mega Braceletes novinhos em folha e uma High Tech Poké-Mega-Dex cada um, o grupo de oito pessoas saiu de Lumiose e partiu rumo ao Norte, saindo pela sombria Rota 14. Após um dia cheio de aventuras pela cidade-símbolo, onde cada um foi para um canto, agora que já tinha anoitecido eles precisavam seguir com sua missão de conseguir Mega Pedras antes de finalmente dormirem.
        Os Mega Braceletes que Clemont havia disponibilizado de coração para eles não parava de vibrar e emitir uma luz lilás que indicava que seu alvo estava próximo. A cada passo rumo à saída da Rota 14, o bracelete pulsava e brilhava mais e mais. Alguma Mega Pedra estava por ali e eles sabiam que achá-la não seria fácil. Mas era um esforço que valia a pena. Restava agora decidir quem é que ficaria com a Pedra depois que a pegassem...

POKÉMON XY ADVENTURES APRESENTA:

Season 3 — Capítulo 6
Ω Amigo e Inimigo: VS M-Sharpedo

Silenciosamente, a fim de não atrair pokémons selvagens indesejados, o grupo seguiu pé por pé atrás da Mega Pedra. Às vezes, Y ia para um lado e depois retornava, só pra ver se o Mega Bracelete brilhava mais naquela direção, mas todas as vezes que fazia isso, o brilho se apagava da pulseira e ela voltava correndo pra perto do grupo, que continuava seguindo pro Norte.
        — Está ficando mais intensa, Y! — Shauna olhava para seu Bracelete incrédula. Ele, que brilhava em um tom lilás, agora expelia uma luz roxa, exatamente como os golpes dos pokémons do tipo Venenoso.
        — Devemos estar chegando... — Comentou o pobre Matthew, que se coçava todo, picado pelos muitos mosquitos nas redondezas.
        — Silêncio! Tem alguma coisa se mexendo ali à frente! — Wood foi o primeiro a notar, fazendo com que todos ficassem imóveis, escondidos por um vasto arbusto. Alguma coisa estava muito próxima e eles sabiam que Pokémon Selvagem não era. Tinha voz de... Gente.
        — Matthew e eu podemos... — Ofereceu-se Zack em um sussurro mínimo.
        — Vão. — Acenou Y em uma aprovação.
        E os dois namorados saíram de trás do arbusto, correndo até a clareira com pokébolas às mãos.
        — Chesnaught!
        — Scizor!
        Um jato de luz azul se espalhou pela clareira, e no meio dos jorros prateados eis que surgem dois  pokémons monstruosos: um com uma grande casca espinhenta: Chesnaught, o Quilladin de Matthew, agora completamente evoluído e o outro um inseto baratudo com uma carapaça metálica fazendo barulho de pinças.
 
        — Veja Melina! São treinadores! E parece que querem batalhar! — Disse uma voz masculina do outro lado do arbusto, onde ninguém conseguia enxergar.
        — Nash, o que é que-- Ah! Oi, rapazes! Querem batalhar? — Uma garota de voz doce parecia ter entrado na cena, mas a vegetação à volta deixava Y impossibilitada de ver o que acontecia.
        — D-desculpa. — Ouviram a voz de Matt tremer. — Pensamos... Pensamos que fossem outras pessoas!
        — É... Não queríamos assustá-los... Nós... Olha, desculpa! Volte, Scizor! — Agora era Zack quem estava sem jeito. E parece que seu pokémon estava voltando à pokébola, pois o barulhinho do laser recolhedor percorreu a floresta inteira.
        — E aí? — Por fim perguntou Y quando viu Matthew e Zack voltarem vermelhos da clareira.
        — Não eram eles... Eram. Dois Rangers. Dois Pokémon Rangers... Eles...
        — Estavam se beijando. — Completou Zack ao ver que Matthew corara e não conseguia continuar a falar.
        — Seja como for... Tem alguma coisa estranha acontecendo! — Disse Trevor que esteve o tempo todo ali, espremidinho entre os galhos das árvores.
        — O que foi? — Perguntou Y, olhando nervosa para a cara de assustado de Trevor.
        — A luz... Aluz está ficando lilás de novo... E está muito mais fraca! — Informou o garoto, que olhava sem parar para seu Mega Bracelete. — É como se... Como se estivesse se locomovendo! A Pedra!
        — É mesmo... — Y olhou pro seu próprio Bracelete. — Será que esse negócio tá com defeito?
        — Não, Y! Todos estão assim. — Tierno confirmou mostrando o seu próprio bracelete, novinho em folha.
        — Será que... Será que eles... Será que eles pegaram a pedra? — Y de repente ficou branquinha, como papel.
        — Não podemos deixar isso acontecer! — Wood sacudiu a garota, que parecia agora absorta em pensamentos terríveis. — Eu tenho aqui algo que pode ajudar! Um chamariz!
        — Um Chamariz, Wood? — Shauna duvidava do que quer que fosse.
        — É. Se os Flares estão por aqui e estão atrás de Mega Stones, então se eles virem um Pokémon Mega Evoluído por aí...
        — ...Perseguirão ele! — Y completou a frase, captando a ideia de Wood.— É verdade. Mas que Pokémons podemos usar... Meu Banette não consegue flutuar muito alto e com certeza naquela escuridão eles não veriam o menor sinal da presença fantasma dele!
        — É por isso que eu vou usar esse aqui! — Wood retirou do bolso uma pokébola brilhando e atirou-a para cima.
        O brilho típico de sempre iluminou o céu e uma ave de lindas plumagens surgiu, exibindo um olhar imponente e superior, exatamente igual a seu treinador.
        — Um Pidgeot! — Trevor animou-se ao ver o pokémon pessoalmente. — Vamos ver como é que essa geringonça funciona! — E apontou a High Tech Poké-Mega-Dex pro Pokémon.
        A voz mecânica e singular da pokédex que todos conheciam foi substituída por uma voz masculina, calara, límpida e nada-virtual, aparentemente de um garoto jovem, que pôs-se a falar sobre o pokémon que voava ali à frente:
        — Pidgeot, um Pokémon pássaro. A última forma evoluída do Pidgey. Pode voar em duas vezes a velocidade do som em uma altitude próxima à uma milha.
        — É Clemont! — Calem reconheceu a voz na mesma hora. Como o líder de ginásio tinha produzido pessoalmente a Poké-Mega-Dex, era mais do que sensato que a própria voz dele fosse utilizada em seu projeto.
        — Pidgeot... — Então Wood voltou a atenção de todos para o Pokémon. — Supere a Evolução! Mega Shinka!
        O Garoto pressionou seu novíssimo Mega Bracelete, acionando a Key Stone e assim fazendo com que Pidgeot brilhasse e mudasse, passando de um pássaro com plumas lindas para uma ave com asas notavelmente maiores, mais poderosas e com um cocar de penas brilhantes e mágicas exibindo um padrão colorido incomum. 
        — Uau! — Shauna exclamou.
        — É realmente lindo! — Y observou o pokémon, que sobrevoava-os com graciosidade, deixando cair uma ou duas penas brilhantes em suas cabeças.
        — E esperamos que funcione! — disse friamente Tierno olhando para Wood com uma cara brava. Sabia que o treinador nunca foi um dos mais agradáveis. Sempre mesquinho e sarcástico. Por que os ajudaria numa hora dessas?
        — Vai funcionar, Tierno. — Wood lançou-lhe um olhar de advertência. — Não insulte minha inteligência, homem.
        — Vamos, Wood! — Matthew sacudiu o amigo enquanto olhava para seu próprio Bracelete, que agora exibia uma luzinha mínima, em um tom rosado fraquinho e sem vida. — O rastro está sumindo!
        — Pidgeot! — Ordenou Wood em um tom imponente. — Vá e mostre sua beleza por toda a redondeza! Siga para o Norte e se exiba o máximo o possível até avistar pessoas usando vestes a rigor em um tom laranja-berrante! Quando as vir, exiba-se ao máximo e então volte correndo pra cá!
        — Pidjo! — O Pokémon acenou com a cabeça, entendendo o recado e então voou para a escuridão, deixando todos sozinhos no meio da floresta.
        — Quantas Mega evoluções você tem, Wood? — Questionou Y.
        — Contando com essa? Três. E pretendo ficar com pelo menos umas 6, ainda mais agora que este bracelete me permite mega evoluir mais de um pokémon por vez!
        — Tudo isso graças ao Clemont! agradeçam a ele! — Y deu os devidos créditos ao criador daquele maravilhoso aparelho.
        — Gente, não é melhor irmos rumo ao norte? — Zack deu a ideia. — O Pidgeot pode nos encontrar facilmente onde quer que estejamos... E será mais fácil pros Flares nos encontrar se formos direto na direção deles. Isto é, se eles realmente estiverem com a Mega Pedra, é mais fácil encontrarmos eles de uma vez para tirarmos à força.
        Todos então murmuraram aprovação e o grupo seguiu pela Rota, rumo ao Norte e rumo a mais uma grande aventura.
        — E se... — Y então teve um vislumbre de ideia, como sempre lhe ocorre. — Mas e se não houver Flares? E se formos só nós e um Pokémon carregando a Pedra?
        — Pokémons Selvagens não são capazes de Mega Evoluir, Y. 1 Falou Wood como se entendesse tudo sobre mega Evoluções.
        — É, mas e se... Se o Pokémon não souber o que é uma Mega Pedra e simplesmente estiver carregando ela? Happinies carregam pedras.
        — A Happiny mais próxima daqui vive em Sinnoh, Y! Vamos, estamos perdendo nosso tempo conversando!
        E Wood dirigiu o grupo por uma estreita passagem até o extremo norte da rota. Passaram por um largo córrego (que tiveram que pular com a ajuda de seus pokémon), por árvores apertadas, crescendo uma bem pertinho da outra, por um enxame de mosquitos zangados que os devoraram vivos e por arbustos gigantes que bloqueavam a passagem de modo que o único jeito era usar a força pokémon para continuar a travessia.
 
        "Slurpuff: Energy Ball!"
        "Houndour: Flamethrower!"
        Os Pokés de Matthew e Calem, por sorte livraram os outros de fazerem o trabalho sujo e limparam, muito facilmente, o caminho, abrindo um rompo entre o arbusto, permitindo assim que todos passagem.
        Vez ou outra eles avistavam Pidgeot sobrevoando a floresta e soltando um brilho de suas penas que caía sobre a copa das árvores.
        Também tiveram que correr de uma feiticeira de cabelos maltratados e olhos vidrados que, ao lado de uma menininha muito sinistra usando um vestidinho cor-de-rosa, que mais parecia ser uma assombração.
        "Voltem aqui! Voltem aqui!"
        Passaram ainda por Pokémon Selvagens de todos os tipos. Shauna ficou encantada ao ver um Carnivine e um Skorupi lado a lado, mas Y a puxou por um braço, lembrando-a que ela não tinha tempo de capturar aqueles pokémon e que eles precisavam de bastante treinadores, todos unidos para batalharem caso aparecesse algum Flare indesejado.
 
        Chegaram inclusive a dar uma pausa para apanhar umas frutinhas silvestres que cresciam desordenadamente nas árvores, enchendo-as de amoras e blueberries doces e suculentas. E quando eles menos esperavam, um borrão alaranjado desceu voando do céu, caindo com um baque no chão.
        — Ai Meu Arceus!
        Como é que eles podiam ter esquecido?
        — Pidgeot! — Wood correu até o pokémon caído no chão, cheio de fuligem e com as penas completamente sujas e chamuscadas. Algo ou alguém com certeza havia atacado o pokémon, que agora parecia quase nocauteado. — Você... Você... Viu alguma coisa? Viu os caras de terno laranja!
        E Pidgeot aponta com uma das asas machucadas pro Norte. Eles estavam certos, afinal.
        — Volte! Muito obrigado por sua ajuda!
        E o pokémon retornou para a pokébola ainda em sua mega forma.
        — Vamos, pessoal! Esses canalhas vão me pagar pro ter ferido o Pidgeot!
        — Não podemos levar uma dessas frutinhas? — Tierno fez com que todos ali presentes olhassem pra ele com uma cara de incredulidade. — Que foi? Elas são altamente nutritivas e ajudam a emagrecer, inundando o organismo com fibras e--
        — Cala-a-boca, grandão! — Trevor dá um pulo pra alcançar Tierno e lhe dá um puxão de orelha daqueles.
        E todos seguiram apreensivos rumo ao norte, norte e norte. Nessas alturas do campeonato, a rota não parecia mais ter fim.
        — Olhe, está brilhando de novo! — Shauna apontou pro próprio bracelete e todos olhavam para os seus. As pulseiras brilhavam intensamente em um tom púrpura escuro e vibravam emitindo um barulhinho parecido com um despertador de relógio.
        — Estamos perto.
        Y observou o bracelete mais uma vez e viu que, acada passo dado, a luz se intensificava. E mais, e mais. Foi então que uma voz alta e grave fez com que todos congelassem aonde estavam, o coração bombeando a mil por hora.
        "Aquele Pidgeot não deve ter caído muito longe! Se levássemos pro chefe... Você sabe, né? Promoção na hora." — Dizia a voz que parecia ser de um homem bem másculo.
        "Ah, o que é isso? Você acha que o chefe vai ligar só porque levamos dois mega-pokémons? Todos os dias milhares de nós levamos caminhões e caminhões pra ele só de Mega-Pedras!" — Agora a voz aguda era notavelmente de uma mulher. Y deduziu que ambos fossem adultos e a julgar pelo tom, deviam ter de 30 anos pra cima.
        — Estão vindo. — Sussurrou a garota para o grupo ao perceber duas cabeças de fogo se aproximando.
        — S-são eles... — Calem parecia ter visto a mesma coisa que Y. Estavam perto. Muito perto.
        "Mas onde é que diabos aquele pokémon foi parar?"
        Três passos... Dois... Um...
        E então os olhos cintilantes por trás daqueles óculos vermelhos bateram em Y, que começou a tremer de raiva só de ver aquele uniforme laranja-avermelhado.
        — Ora, ora... O que temos aqui? Um grupo de adolescentes espertinhos! — O homem falou com desdém, olhando a todos pro cima dos óculos.
        — O que será que eles estavam fazendo? — A mulher pareceu pensar uma grande besteira e começou a rir imaginando coisas.
        — Y, o Bracelete! — Wood apontou para o seu próprio Mega Bracelete e agora a cor que ele exalava não era rosa, nem lilás e nem púrpura, mas uma mistura psicodélica de todas as cores do arco-íris, pulsando sem parar, como se fossem sair pra fora da pulseira. A mesma cor da Mega Evolução. Só podia ser. Eles estavam muito, muito próximos da pedra, e o bracelete acusava isso.
        — Então quer dizer que vocês estão capturando Mega Evoluções para seu chefe, hum? — Y falou em um tom imponente, muito divo.
        — Acho que eles estavam ouvindo nossa conversa! — Observou a Flare.
        — Seria uma pena se adolescentes muito preparados também estivessem atrás de Mega Stones. — Continuou Y, ignorando o comentário da marginal. — Rendam-se agora, ou irão sofrer as consequências.
        — Sofrer as Consequências? Mas que papinho é esse, pirralha? — O Flare masculino começou a rir da cara de Y. — Nós da Team Flare NUNCA vamos desistir! Camerupt, arrase!
        Uma criatura com as costas estranhamente transformadas em pedregulho saiu da pokébola expelindo chamas pelo nariz.
        — Vocês vão me pagar pelo que fizeram ao MEU Pidgeot! Blastoise, vai!
        — Blas! Toise!
        — Não precisamos de mais pirralhos incomodando! Camerupt, distraia-os!
        E antes que alguém pudesse fazer qualquer coisa, as costas de Camerupt já haviam explodido em magma, lançando sobre as árvores ao redor fagulhas que em segundos tomaram uma proporção ameaçadora em um frenesi maldito que vaporizava tudo ao seu redor, transformando em cinzas.
        — Essa não! — Shauna gritou ao ver as chamas rugindo e se espalhando rapidamente por onde devia ser o lar de milhares de pokémons selvagens.
        As chamas agora fustigavam as folhas e os troncos de várias das árvores próximas, mas o fogo, em compensação, proporcionava uma bela luz que deixava a clareira logo à frente bem mais visível para a batalha.
        — Todo mundo me escuta! — Y fala bem alto, tentando fazer com que todos ouvissem, mesmo com o fogo estalando às suas costas. — Wood e eu vamos batalhar contra os Flares! Vocês todos vão tentar apagar o fogo! Usem o máximo de pokémons que conseguirem! Não podemos nos dar ao luxo de cometer esse crime ambiental!
        — Ui, ui! Uma fanática pela natureza! — Zombou a Flare feminina. — Vamos ver o que acha deste Pokémon aqui! Vai... Sharpedo!
        — Shar!
        O pokémon-tubarão que saíra da pokébola da Flare parecia flutuar fora d'água e exibia ameaçadoramente seus enormes dentes.
        — Sozinhos eles não são problema, Y! — Wood tranquilizou a garota, que parecia tremer de fúria. — São como treinadores comuns! Só temos que derrotá-los!
        — Você tem razão, Wood! São só pessoas comuns! Delphox... Eu preciso de sua ajuda!
        E levemente a pokébola de Delphox caiu da mão de Y, materializando bem á sua frente um pokémon extremamente poderoso que estivera descansando desde a batalha de ginásio de Y em Lumiose.
        — Phox...
        — Vamos ver o que vocês acham disso! Blastoise: Supere a Evolução! Mega Shinka!
        — Ah, e não é que os pirralhos são poderosos mesmo? — A mulher apertou o Mega Ring em seu braço e Sharpedo começou a brilhar, revelando então a localização da Mega-Pedra que todos estavam procurando.
        De um lado, Sharpedo entrava em erupção, jorrando brilho pra todos os lados e revelando uma fita de DNA distorcida em tons multicoloridos como os que pulsavam no Mega Bracelete. Do outro, Blastoise fazia a mesma coisa, e em segundos, ambos os lados dos campos de batalha exibiam poderosas Mega Shinkas, exalando energia evolutiva pelos ares.
 
        — Blastoise, Hydro Cannon!
        — Delphox, Solar Beam!
        enquanto Delphox carregava uma esfera de energia acima de sua cabeça com a distante luz solar, Blastoise disparava um jato de água poderosíssimo contra Camerupt, que recuou, esquivando-se do golpe.
        — Corra! — Ordenou o Flare masculino, mas Camerupt era demasiado lento e, com uma guinada, Blastoise conseguiu redirecionar seu golpe, acertando o tipo fogo em cheio em um golpe muito efetivo.
        — Rupt--
        — Seu Pokémonzinho idiota! Levante-se! Mexa-se! Use Toxic!
        Camerupt, todo ferido ainda consegue se levantar dispara uma cortina de fumaça tóxica contra Delphox, que não podia se mexer enquanto carregava-se com energia solar.
        — Está envenenando-o, maldito! — Y guinchou e correu até seu pokémon, mas o fedor da fumaça parecia deixá-la tonta só de se aproximar alguns passos, então desistiu e recuou.
        — Não chame meu namorado de maldito, sua cadela! — A Flare feminina então se ofendeu e então deu ordens de ataque à Sharpedo. — Crunch nela!
        Mega Sharpedo avança, mas não contra Blastoise ou Delphox, e sim contra Y, que é empurrada pra trás enquanto o pokémon cravava-lhe os dentes no braço, tirando muito sangue.
        — Filha-da-P*ta, o que está fazendo? Blastoise, Dragon Pulse!
        .Blastoise passa seu ataque diretamente por Sharpedo e Camerupt, acertando os Flares, que, em uma explosão de raios coloridos, caem pra trás.
        — SOLAR BEAM! — Y, mesmo ferida, consegue ordenar Delphox e o pokémon, ainda que envenenado, consegue acertar Mega Sharpedo em uma explosão de muita luz, que se esvai pelo céu enquanto o pokémon-tubarão se sacode no chão.
        — Camerupt, Eruption!
        O Flare levantava a mulher desacordada ao seu lado enquanto mais ataques vinham pra cima dele. Camerupt não demorou muito e fez suas costas explodirem novamente, lançando pedaços de pedras flamejantes para todos os lados...
        — Blastoise, proteja a Y! — Grita Wood, fazendo com que Blastoise fosse imediatamente pra frente das pedras, protegendo a garota que segurava o braço ensanguentado com muita firmeza. Estava doendo, e muito.
        — Agora use o Power-Up Punch!
        Mega Sharpedo é atingido em cheio, sendo atirado pra longe.
        — Crunch! Crunch! — Grita o Flare, tetando esquivar-se de Delphox, que tentava lhe acertar a varinha mágica na cabeça.
        E Sharpedo avança pra cima da raposa de fogo, cravando-lhe os dentes e provocando um corte profundo.
        — Agora, Camerupt! Sandstorm!
        — Came-Came-Rupt!
        E com diversas batidas firmes das batas dianteiras no chão, Camerupt invoca uma poderosa tempestade de areia, que forma um tornado de terra cobrindo todo o campo.
        Não dava mais pra enxergar nada. As pequenas pedrinhas mastigadas batiam em todas as partes do corpo e a solução era deixar os olhos fechados. Pelos gritos dos pokémons, Y percebeu que Mega-Blastoise e Delphox haviam sido atingidos, mas que o próprio Mega-Sharpedo também havia sido ferido.
        — Blastoise, o Hydro Cannon!
        Ouviu-se o barulho de muita água atingindo algo ou alguma coisa, mas não pareica ter sido Camerupt, pois Wood gemeu em desagrado.
        — Acabe com eles de uma vez por todas! — Esta com certeza era a voz grave do maldito Falre. — Use Eruption mais uma vez!
        E no meio daquela chuva de areia era muito inviável que Y tentasse enxergar alguma coisa. Ela não via o ataque se aproximando, mas podia sentir o calor das chamas explodindo nas costas de Camerupt e diversas pedras enormes saírem voando em sua direção. Sentia o barulho delas no ar. Mas não conseguia abrir os olhos e correr. Estava sendo atacada diretamente pela tempestade de areia.
        — Y! — Calem gritou percebendo o que estava acontecendo na batalha.
        — Goomy, use Bide!
        — Arbok, Poison Sting!
        E eis então que duas vozes conhecidas surgem, embora Y não conseguisse identificar quem era. A garota abriu os olhos e viu dos pokémons diferentes protegendo-a como uma barreira. Um deles era uma pequena lesminha gosmenta, mas fofinha que servia de barreira, absorvendo todo o impacto dos golpes de Camerupt. O outro, uma cobra naja gigante, que cuspia espinhos venenosos contra Camerupt e Mega-Sharpedo.
        — Quem--?
        E então Y viu um homem muito alto, negro, ao lado de uma mocinha de cabelos loiros e uma boina característica. Usavam vestes avermelhadas, luvas e pequenos walkie-talkies. Quem eram eles, afinal?
        — Y! São eles! — Matthew chegou pro trás de Y tentou tirá-la da linha de fogo. Seu braço sangrava muito e ela parecia ter perdido a cor enquanto um frio descomunal atingia seu corpo. — Os dois que Zack e eu pensamos que eram os Flares lá no começo da Rota! Lembra? Eles vieram nos ajudar!
        — Ouvimos os seus gritos e então vimos o fogo! Viemos correndo ajudar! — Explica o Homem que Y lembrou chamar-se Nash.
        — Sabíamos que havia alguma atividade estranha nessa área! — Disse a mulher chamada Melina. — Por isso fomos enviados pra cá! Mas não fazíamos ideia do que podia ser! E a floresta parecia tão calma... Desculpem por não termos chegado antes.
        — Goomy! — Gritou Nash enquanto apontava para os Flares do outro lado da clareira. — Exploda esse Bide na cara deles!
        E Goomy dispara uma rajada de luz branca potente e veloz, que atinge Camerupt e Sharpedo em cheio, formando uma grande explosão que atira os pokémons e treinadores todos pra trás.
        — Y, o que você-- — Matthew surpreende-se quando Y se levanta começa a revirar sua bolsa, tirando de la´de dentro uma pequena bola azul.
        — Você não...
        — Ah, vou! Esses malditos me pagam!
        E a garota lançou a bolinha pra cima, com o braço ensanguentado mesmo, atirando-a na cabeça de Sharpedo, que agora retornara à forma natural, derrotado.
        Um anormal brilho negro então saiu de dentro da pokébola e recolheu Sharpedo pra dentro dela, ignorando o fato de já ter sido capturado anteriormente por outra pokébola.
        — Isso vai dar... um jeito... um jeito nele! Trevor! Sinta-se à vontade! — A garota, quase desmaiando pela perda de sangue e por todo o esforço que estava fazendo, não hesitou e acenou para Trevor o Camerupt ali caído.
        — Posso? — Ele perguntou, inseguro.
        — Deve.
        E então mais uma pokébola azul voou pelos ares, desta vez engolindo Camerupt, que automaticamente entrou para o time do pequeno Trevor, o único ali que ainda não tinha um time completo até o momento.
        — O fogo... O fogo... — Y olhava desesperada para as árvores carbonizadas ao redor e então seus olhos se apagaram. Ela caiu desacordada.
        — Está tudo bem, Y! Nós conseguimos! Conseguimos apagar! — Calem agora pegava a menina no colo, as lágrimas escorrendo por seus olhos. — Temos... Temos que levá-la pra algum hospital!
        — Phox!
        Mas Delphox puxou o garoto pela manga antes que ele desparecesse pela mata carregando Y no colo. E então, tudo ficou escuro, como se estivessem flutuando no espaço, as estrelas dançando ao seu redor. O chão onde Delphox estava foi marcado por estrelas que caíam e formavam um círculo, cravadas ao chão.
        Calem entregou a menina à Delphox, que segurou-a bem firme com seus braços de raposa e colocou-a onde estivera um segundo antes: dentro do círculo de estrelas brilhantes. Y então começou a exalar um brilho azul da pele e as feridas em seu braço começaram a sumir, não deixando uma única cicatriz. O sangue evaporou e em um instante depois, Y estava abrindo os olhos novamente, sã e salva.
        — O que... O que aconteceu?
        — Y! Você foi atacada pelo Sharpedo!
        — Ah! — Y pareceu lembrar-se de tudo de súbito e então pegou a pokébola azul caída no chão, levantando-se com bastante força nas pernas, como se nada tivesse acontecido. — Ah, Sharpedo...
        — Mas o que é que aconteceu aqui? — A Ranger Melina então se aproxima de Y com cara de autoritária. Aliás, ela era autoridade ali, não é verdade? E tanto o que os Flares quanto o que Y e Trevor fizeram foi ilegal. — Alguém pode me explicar o que é isso?
        — Delphox... — Y mal precisou se dirigir ao pokémon e ele já estava fazendo seu trabalho, espalhando uma névoa cor-de-rosa sobre os Rangers. Os olhos dos dois então começaram a girar e eles pareciam fora de si, mas ainda de pé. — É melhor darmos o fora daqui, antes que eles nos vejam!
        Todos entenderam o recado e saíram correndo, agora indo para o final da Rota, onde, há poucos metros daquela clareira havia uma cidade alaranjada que Shauna reconheceu imediatamente como Laverre.
        Ofegante, Y dirigiu-se aos amigos ali presentes, que pareciam demasiado assustados com tudo o que aconteceu...
        — Isso... Isso não é nem um terço do que eles podem fazer com a gente!
        — Y... — Wood ainda sentia-se culpado pelo que tinha acontecido.
        — Por isso... — Y continua, como se nem tivesse sido interrompida. Por isso eu volto a ressaltar o perigo dessa missão! Quem quiser ir embora, por favor, esse é o momento de se retirar! Só ficam comigo os mais corajosos e os que não tem medo desses desgraçados!
        Trevor parecia querer ir embora, mas Shauna o puxou por um braço e ele ficou. Para a surpresa de Y, todos ficaram. Nenhum deles pareceu desistir do que tinham combinado de fazer, então tudo o que restava agora era desabar em lágrimas.
        — Essa missão foi um fracasso! — Y berrava enquanto Shauna a abraçava.
        — Não, Y! Você está bem, não está? E pegou o Sharpedo! Deixou que o Trevor pegasse o Camerupt... Está tudo bem agora.
        — Eu... Eu tive que apagar a memória dos Rangers ou eles nos levariam à polícia pra prestar depoimento. Eu...
        — Tudo bem, Y! Tudo bem! Já acabou. — Calem agora se aproximara da garota e apertara-lhe com todas as suas forças em um abraço aconchegante. — Só precisamos de uma boa noite de sono e amanhã... Amanhã é um novo dia!

Continua...


Pokémon XY Adventures || Nothing Lasts Forever and Ever (Season 3) – Janeiro de 2014 – A cópia ou redistribuição desse material é totalmente proibida.
Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo.

Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos e nenhuma obtenção de lucro com a escrita dessa história. A fanfic foi projetada apenas como uma forma de diversão, de entretenimento e passatempo para outros fãs de Pokémon. ~

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6 Comentários

  1. Que capítulo foi esse?Sem comentários, simplesmente incrível.

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    1. Nossa, por um instante pensei que você ia dizer que estava ruim :P
      Enfim, Muuuuuuito obrigado pelo comentário, guy ;)

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  2. Capítulo muito bom, mais uma vez tenho de destacar a forma como trata os personagens, sendo tantos viajando juntos imagino que seria complicado dar atenção a todos e os deixar bem construídos, mas você consegue fazer com que cada um tenha o seu destaque e isso é de louvar, embora por vezes se torne confuso e tenha que reler de novo para saber quem fala.
    Estes novos mecanismos de capturar Pokémon de outros treinadores é algo que sempre gostei, me trás recodaçoes de Pokémon Collosseum e Gale of Darkness, dá um novo toque á fanfic, agora com mais dois Pokémon, o grupo ficará mais poderoso, embora a floresta tenha sido afetada pelo combate eu não concordo com Y em dizer que foi um fracasso por causa disso, enfim, este capítulo esteve muito bom durante todo o tempo, só tenho uma coisa a apontar, você falou que mosquitos os picavam, no mundo Pokémon fica meio estranho falar de bichos reais, mas tudo bem, não é nada importante xD
    Enfim, parabéns por mais um capítulo, vou indo nesse trem e volto no próximo :v

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    1. Muito, muito, muuuuito obrigado por comentar mais uma vez! (Adoro comentários :3) Sabe que eu nem percebi que este episódio envolveu quase todos do grupo? Agora que você falou que eu fui reparar '~' Sei lá, acho que estou a tanto tempo no ramo das fanfics que estou ficando louco. Talvez "etéreo em poesia", como falei no Aventuras em Sinnoh, mas enfim, muito obrigado pelo comentário e só uma observação: "Max Repel" deve repelir mosquitos também!! :D

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