XY Adventures (Ultimate Delta Book) 18

NOTA: Ao todo, contando Side Stories, Filmes, o Especial Season 2.5, Epílogos e Capítulos Comuns, este corresponde ao número 100.



Ao abrir os olhos, ela não identificou onde estava. A luz quase a cegara, mas Y se sentia estranha. Vazia por dentro. Poderia comer um caminhão de cheeseburgers que ainda estaria com fome. Tudo o que podia distinguir ao seu redor era um monte de grama e folhas. Sim. Estava deitada no meio de um campo ou algo assim. Mas... Onde? Estava morta? Aquele era o céu? Por que se fosse, ela nunca imaginou que o lugar a deixasse tão faminta.
        Então ouviu alguma coisa. Um gemido.
        — Mhm...
        Era uma voz conhecida. Y esforçou-se e esforçou-se, por fim conseguindo se sentar.
        Estava quase cega de tanta fome, mas pode identificar um corpo próximo ao dela.
        Teve vontade de sair gritando, mas não conseguia se mexer.
        Estava fraca.
        Talvez até doente.
        — O-onde...? — Por fim conseguiu dizer. Mas sozinha, aquela palavra não fazia nenhum sentido.
        — Tome. — Disse alguém que agora estava bem próximo. Era um homem muito alto, que entregou-lhe um pão.
        Não demorou dois segundos e aquele pedaço de croissant já havia desaparecido inteirinho.
        Y continuava com fome. Mal podia mudar de posição. Então ficou analisando a pessoa que estava deitada ao seu redor.
        Apertou os olhos para identificar melhor.
        Ela conhecia aquele corpo.
        E... Ele estava se mexendo.
        Estava vivo afinal.
        Mas quem era?
        A menina estava com tanta sede que estava difícil demais de processar.
        Mas aqueles cabelos loiros...
        Aquela saia curtinha...
        Era...
        Sua irmã.
        Lucy.
        — L-Lucy! — Chamou Y.
        E a menina ao seu redor,que também estivera caída, virou-se lentamente.
        Era de fato sua irmã.
        Mas estava tão longe...
        E aquela dormência não passava.
        A maldita dormência não passava.

        — ACORDAR! — Alguém gritou.
        E de repente a visão de Y expandiu-se completamente, tudo voltando ao normal. Seus movimentos, seus sentimentos, tudo. Estava deitada em uma campina cheia de casinhas de madeira, aparentemente todas abandonadas. 
        Olhou mais atentamente para o gramado onde estivera deitada e percebeu... que não estava sozinha. Além de Lucy, logo ao seu lado, haviam mais pessoas... Calem, Trevor, o Diretor Chevalier, a Srta Le Blanc, Tierno, Shauna, Wood, Matthew, Zack, Wulfric, Anna e X.
        Estavam todos juntos novamente. Mas onde era aquilo? Quem os levara para lá?
        Então Y enxergou ao longe, um homem de três metros de altura. Era ele. Tinha de ser. O Rei AZ ao lado de sua Floette. Fora ele quem lhe entregara o pão, mas estava aturdida demais para raciocinar.
        E, junto a um pilar triplo de pedras apontando para o céu, estava outro homem bastante alto, mas este era ruivo, jovem, com um olhar charmoso bem leonino. Lysandre.
(Imagem Original por EternaLegend, dA)
        — O que... O que estamos fazendo aqui? — Conseguiu pronunciar normalmente.
        — Finalmente. — Aplaudiu Lysandre Fleur-de-Lis. — Finalmente conseguimos pegar os pestinhas que tentaram estragar nossos planos! Podem ir tentando, mas todos os seus pokémons estão neste saco.
        Ele apontou para um enorme pacote, contendo claramente objetos esféricos em seu interior.
        — Onde estamos? — Pergunta Calem, ainda meio grogue.
        — Geosenge Town. — Diz Lysandre, a voz retumbando pelas casinhas abandonadas.
        — Por quê... Por que nos trouxe aqui? — Questiona Lucy.
        — Por que temos um assunto a resolver. Como todos já devem ter percebido, este aqui é Alfred Zon Chevalier, ou AZ!
        O gigante acenou.
        — AZ é pai de Aroldo — Lysandre indicou com o queixo a localização do Diretor Chevalier. — e bisavô da Srta Le Blanc.
        — O que? — Todos exclamam.
        — Sim, crianças. — Confessa a Srta Le Blanc. — Eu e Korrina somos netas do Diretor Chevalier. E bisnetas de AZ, o Rei de Parisia!
        — E... — Continua Lysandre — Devo também apresentar a cabeça por trás da Equipe Flare. Não sei se vocês já o conhecem, mas o nome dele é Augustine Sycamore!
        O ruivo aponta para cima das três pedras pontiagudas, onde estava sentado um homem de cabelos muito negros, usando um sobretudo preto por cima de roupas sociais laranja, como as da Team Flare.
(Imagem Original via Tumblr)
        Y se espanta ao perceber que até o Professor Sycamore (que deveria estar em coma), de quem ela tanto gostara, estava tramando para a Team Flare.
        — Você não deveria... Estar em um hospital ou algo assim? — Pergunta Wood.
        — Digamos que... Eu fiquei um ou dois dias no hospital. A partir daí... Foi mentira.
        Lysandre pigarreou e então prosseguiu falando:
        — Juntos, somos os líderes da Equipe Flare. Pra falar a verdade, eu e Augustine somos os fundadores. AZ iniciou como um prisioneiro, mas depois que mostramos a ele nossas reais intenções, ele tornou-se um dos sócios. Incrível, não? Ah, e eu devo acrescentar. AZ é paranormal. Durante seus 3000 anos de existência, seu corpo super se desenvolveu. E foi assim que ele deixou todos vocês em um estado de coma.
        — Coma? — Pergunta Calem. — Peraí. Não era o Sycamore que era pra estar assim?
        — "Coma" é o modo de dizer. — Explica Lysandre. — Só deixamos vocês dormindo por tempo suficiente para que não pudessem interferir mais ainda.
        — Que... Que dia é hoje?
        Y abre a pokédex e tem um choque. Faltava apenas um dia. Um dia para a Liga Pokémon de Kalos. Um dia para a Ultimate Weapon.
        — Isso mesmo, querida Natalie. — Lysandre alteia a voz. — Hoje falta exato um dia para a Liga Pokémon, ou seja, a Conferência de Kalos acontecerá amanhã!
        Todos são pegos de surpresa pela notícia. Por isso estavam com tanta fome, com tanta sede. Passaram muito tempo dormindo.
        — Viemos aqui... — Começa Sycamore. — Para contar-lhes TUDO sobre a Team Flare. Vocês merecem uma boa explicação.
        — Queremos ouvir, então. — X pega seu gravador.
        — Bom, por onde devemos começar? — Pergunta Lysandre.
        — Do começo seria bom. — Grita Shauna, do outro lado da campina.
        — O.k. Do começo, então.

"Eu sou Graine Xernoasis Yvelgress. Lysandre é só um codinome que inventei ao modificar o nome de minha mãe: Lisa Fleur-de-Lis Xernoasis. E essa história... Essa história gira em torno dela. Tudo começou com o dia do meu nascimento. Ou melhor, talvez até antes disso.

        Minha mãe era uma pobre 'camponesa'. Meu pai era um ricaço. Como eles se conheceram? Não sei. Talvez um dia eu descubra. O fato é que eles se apaixonaram, e tiveram um filho.

        Mas, meu pai era casado, e abandonou minha mãe assim que soube que ela estava grávida. Gestação de ódio, criança imperfeita. Nasci com uma grave doença que me debilitava em tudo. Meus pulmões, meus músculos, meus ossos. Tudo era uma dor sem fim. Tudo.

        Morávamos em Geosenge, eu e minha mãe. Meu pai morava em Lumiose, segundo o que ela me contava, e nunca manteve contato. Sequer eu sabia como era seu rosto.

        Sabe como é a sensação de crescer longe de um pai? Terrível. Passamos necessidade. Muita necessidade. Minha doença requisitava remédios caros. Muito caros. E toda a renda que minha mãe conseguia através de bicos ia para minha medicação. Passávamos fome. Mas sempre fomos ajudados pelo Falecido Reverendo. Um velho pastor que vivia na extinta igrejinha dessa cidade, hoje em ruínas.

        Um dia, no entanto, eu me sentia muito mal. A febre não abaixava e eu sentia que minha essência estava se esvaindo. Eu estava morrendo.

        Desesperada, minha mãe aparentemente 'fugiu' de casa. Só mais tarde que eu fui entender o que ela tinha feito.

        No outro dia, acordei me sentindo normal. Nenhuma dor. Nenhum impedimento. Eu podia me mover a vontade. Caminhar, correr, pular, respirar. Ah, aquilo tudo era muito bom. Mas com certeza, era bom demais pra ser verdade.

        Naquela manhã, o Reverendo veio me avisar que encontraram minha mãe... morta.

        Aquilo foi uma bomba pra mim. Eu me sentia bem fisicamente, mas me sentia abalado por dentro. Algo que eu nunca sentira antes. Era como se eu estivesse me despedaçando. Uma dor que nunca, em toda a minha vida e em toda a minha doença, eu fui capaz de sentir...

        Os anos se passaram, e eu fui buscar meu primeiro pokémon com o Professor Patrice. Adivinhem? Peguei um Litleo.

        Junto a ele, venci todos os líderes de ginásio da época e rapidamente fui qualificado para a Liga Pokémon. Me tornei um astro entre os especialistas. Eu era um fenômeno nas batalhas.

        Mas então... Um dia antes da Liga Pokémon (exatamente como hoje), meu pai me procurou. Aquele infeliz... Tentou se desculpar por sua ausência, da pior maneira possível... Mas não me convenceu em nada.

        Ele me entregou então os símbolos da família. A joia que minha mãe lhe dera, um colar com a Árvore da Vida, e o pingente que lhe pertencia, o Casulo da Destruição.

        Perturbado com tudo, perdi o cargo de Campeão da Conferência para Diantha naquele dia. Saí correndo daquele inferno de estádio e foi aí que conheci Augustine.

        Crescemos juntos e elaboramos uma pesquisa em conjunto sobre os lendários que deram origem a ambos os meus sobrenomes: Xerneas e Yveltal, e é claro, sobre Mega Evolução.
(Imagem Original via Tumblr)
        Eu não sei quanto tempo levou, mas finalmente, no ano passado, nossas pesquisas se concluíram. Isso deu a Sycamore o título de Professor Pesquisador Padrão, e designaram pra ele o cargo de entregar os iniciais Chespin, Fennekin e Froakie para treinadores novatos, no lugar do Professor Patrice.

        Eu recusei, é claro. Eu sentia que minha missão não estava completa. Voltei pra Geosenge só para descobrir que minha cidade estava em ruínas. Ninguém mais morava aqui.

        Mas foi aqui, neste local, que eu descobri o maior segredo que já podiam ter me contado. Antes da morte, o Reverendo me chamou e me contou uma antiga lenda, que eu já conhecia, mas nunca acreditei. Ele me disse que a criança que nascesse da vida e da destruição, ou seja, a criança que tivesse os sobrenomes Xernoasis e Yvelgress, teria o poder de invocar os lendários e de ligar a arma que um dia o Rei de Parisia utilizara para acabar com a guerra.

        Se era verdade? Bem... A parte de invocar Xerneas e Yveltal não. Tanto que eu cheguei a arrancar a árvore de Laverre a fim de reviver um Shiny Xerneas, porque o de coloração normal havia me escapado não uma, mas várias vezes.

        A verdade é que não consegui pegar os lendários. Tentei durante um ano. Monitorava cada passo dos dois seres místicos. Mas nunca consegui capturá-los. No entanto, a parte da arma... Assim que pisei em Geosenge, encontrei uma passagem secreta que levava até a Ultimate Weapon, uma arma capaz de destruir um planeta.

        Mas precisava de uma chave para ligar. E eu não tinha essa chave. Não tinha.

        Um dia, estava eu em Lumiose, quando de repente, a Equipe Rocket estoura uma rebelião, no qual vocês dois, Y e X, estavam participando ativamente. Eu estava em um beco, quando encontrei um pokémon esquisito. Ele se autointitulava Mewtwo.
(Imagem Original por Phi8, dA)
        No momento em que me viu, Mewtwo leu minha mente e viu minhas intenções. Rapidamente ofereceu um tratado. Ele me ajudaria a encontrar aquilo que eu precisava: os lendários e a chave, contanto que eu o ajudasse a atingir um novo poder. Aceitei.

        Sycamore e eu trabalhamos dia e noite para fabricar uma nova Mega Stone para Mewtwo. E assim, demos a ele uma nova forma, do tipo Lutador.
(Imagem Original por Shutwig, dA)
        Contente com nosso feito, Mewtwo localizou primeiro a chave. Estava com um homem de 3 metros de altura, que vivia em uma sala de pedra ultrassecreta sob uma escola, na cidade de Shalour. Era AZ.

        AZ disse que da última vez que ele usou aquela chave, perdeu seu melhor amigo, uma Floette de cores diferentes. Portanto, não concordava que a máquina fosse reutilizada de maneira alguma.

        Fugiu da gente. Levamos mais um mês só pra pegar AZ. Quando o prendemos, o trancafiamos em uma cela de barras de eletricidade. Ele não podia sequer tocar nelas, ou seria eletrocutado até a morte (ou quase, já que o infeliz é imortal). Precisamos então chantagear AZ. Queríamos que ele viesse para o nosso lado. Então perguntamos o que é que ele queria em troca da chave. E a resposta foi: a amizade de Floette de volta.

        Corremos Kalos inteira (mais uma vez) até descobrirmos onde a dita cuja Floette Eterna estava. E adivinhem só: a pequena estava morando na Rota 10, zelando dia e noite sobre as lápides de seus falecidos companheiros de batalha, que perderam suas vidas na guerra que aconteceu há 3000 anos naquele mesmo lugar.
(Artwork Original por iLikki, dA)
        Não sei o que Mewtwo fez com ela. Não me perguntem. Mas a partir do momento em que Mewtwo olhou nos olhos dela, a Floette veio correndo para nossos braços. Pegamos a chave.
        Com a relíquia em mãos, fomos atrás de Xerneas e Yveltal, que, segundo as lendas, eram os pokémons responsáveis por fazer a Ultimate Weapon funcionar, coisa que AZ confirmou.

        Depois de muito esforço, pegamos Yveltal. (Nisso, já tínhamos juntado Diancie, Volcanion e Hoopa de lendários, e tínhamos falhado em pegar o Articuno de Wulfric). Faltava apenas Xerneas.
        Mewtwo então finalmente me ajudou a capturar o lendário da vida. Isso faz umas três semanas ou mais.
        Nisso, depois que eu já tinha pego todos aqueles lendários, eu descobri que para ligar a Ultimate Weapon, era necessário o poder de apenas um lendário. Yveltal está tendo sua energia drenada desde então, e a arma já está em funcionamento, no subsolo de toda a região de Kalos.

        Decidi deixar Xerneas por último. Aquele pokémon ainda me devia um favor. Vocês devem estar se perguntando... Por quê? E que favor era esse?

        Bem, vou explicar. Quando minha mãe fugiu de casa, ela foi atrás do guardião da família Xernoasis para pedir-lhe uma bênção. Ela queria que eu continuasse vivo, e todos nós sabíamos que daquela noite eu não passaria...
(Imagem Original)
        Então Xerneas fez um acordo diabólico com ela. Uma vida por outra. Minha mãe se sacrificou para que no outro dia eu me acordasse curado, tamanho era o amor que ela sentia por mim."


Lágrimas começam a escorrer pelo rosto barbado de Lysandre, enquanto ele contava aquela história, o céu gradualmente escurecendo no plano de fundo.
        — Então... Vocês querem ligar a Ultimate Weapon pra que, afinal? — Pergunta Y. — Sua pesquisa já se concluiu. Vocês já tem tudo o que querem! Tem os lendários, tem a chave, tem os NOSSOS pokémons! O que mais querem?
        — Quero vingança. — Cuspiu Graine.
        Nisso, Sycamore pega um Holo Caster e faz uma ligação. Não é possível identificar para quem ele estava telefonando.
        — Vingança por quê? Vingança de quem? — Pergunta Calem, sem entender o motivo daquilo tudo.
        — Bem... Vocês não entendem.
        — Eu posso explicar! — De repente diz uma voz no alto. Era Mable e suas capangas. Desta vez, estavam com Xerosic, o carrasco, junto.
        — Mãe?! — Surpreendem-se Y e Lucy ao mesmo tempo.
        — Sim. Filhas.
        Mable pousou junto às suas capangas e atirou a mochila a jato longe. Pegou a máscara ultra tecnológica que funcionava como um óculos computadorizado, e a arrancou, revelando olhos marejados.
        — Enfim chegou o momento. O momento de vocês saberem a verdade. Lysandre é... Filho do seu pai. Vocês são irmãos.
        — O QUE?! — Gritaram Y e Lucy, juntas.
        — O homem que deveria ter me amado e me cuidado... Não fez isso porque estava casado com Mable! Mable é minha madrasta! E vocês... Natalie... Lucy... Minhas meio-irmãs.
        Y não sabe o que sentir. Não sabia se sentia nojo, desprezo ou se ficava feliz porque tinha um irmãozinho. Como é que aquela informações fora retida todos esses anos? Como que ela nunca ficou sabendo disso? Não sabia se sentia mais decepcionada com seu pai ou com sua mãe. Por um instante, Graine pareceu estar agindo correto. Aqueles que um dia Natalie chamara de progenitores... Agora a envergonhavam.
        — Não é possível! C-como?!
        — Ah, é totalmente possível. O Sr Yvelgress me abandonou quando criança... Mal ele sabia que um dia eu me aliaria com a mulher dele para fazê-lo aprender uma lição... Xerosic?
        — Sim, chefe.
        O Flare "meio careca" apertou em um botão, e "plin", o chão se abriu, trazendo para cima um homem amordaçado, preso à uma cadeira de escritório, daquelas estofadas e com rodinhas.
        — PAI!
        Mr Yvelgress estava suando, a cara vermelha como um pimentão. Seus cabelos grisalhos estavam mais brancos que o habitual e o terno parecia uma fornalha. Aparentemente, por trás dos óculos, haviam olhos azuis arregalados de medo.
        Quase que inconscientemente, sem prestar atenção, Y corre até o homem, descolando a fita crepe que o impedia de abrir a boca, produzindo aquele barulho de cera quente ao desgrudar da pele.
        — Nath! — O homem meio que abre os braços, para receber a filha, mas Y não ousa abraçá-lo.
        — É verdade?! — Ela pergunta, furiosa.
        — Natalie, eu...
        — É VERDADE?! — Ela pergunta pela segunda vez, quase espumando de tanta raiva.
        — Eu não...
        — ME DIZ DE UMA VEZ! É VERDADE?!
        — Eu... Sim. É verdade.
        — Ah...
        Aquilo foi como um tiro. Y sentiu as pernas fraquejarem e seus braços se estremeceram de nervosismo. Então era verdade. Sim. Tudo aquilo que Lysandre dissera.... Era verdade. Eles eram irmãos, afinal. Lucy, Natalie e Graine. Irmãos.
        Não. Aquilo não podia estar acontecendo. Era surreal demais para ser verdade.
        A menina vivera a vida toda sob a sombra da "preferida" da mamãe. Lucy.
        E agora... Agora ela simplesmente tinha outro irmão, que compartilhava esse ódio com ela.
        Não. Mas Y não era assim. Ela não era como Graine.
        Y não tinha aquele instinto assassino. Não era uma terrorista. Não queria destruir o mundo por uma causa tão egoísta. Se ela fora rejeitada algum dia, o problema era dela. Só dela. E ninguém mais tinha nada a ver com isso.
        Natalie sentiu as bochechas pegando fogo. Estavam encharcadas de lágrimas.
        — Desculpe, querido. — Mable então passou a mão, afagando a cabeça do ex-marido, que estava aterrorizado. — Mas o que você fez... É imperdoável.
        E Mable coloca mais uma fita isolante na boca do marido, agora ex.
        — E é assim que o futuro vai começar. — Sycamore e Lysandre deram as mãos, o de cabelos negros segurando um controle remoto supertecnológico.
        — Pronto?
        — Pronto.
        "Clic" — Augustine Sycamore aperta no botão vermelho, fazendo com que de repente, uma série de eventos acontecesse.
        Os três pilares de pedra pontiagudos desparecem, entrando pra baixo do solo. Em seu lugar, eis que surge um botão de flor feito com cristal. A Ultimate Weapon.
        Por fim, brotaram 9 cápsulas de buracos que se formaram ao redor da máquina. Dentro de cada cápsula estava um pokémon lendário tendo sua energia vital drenada. Todos berravam, sentindo suas forças se esvaindo, alimentando a máquina da destruição... A visão era terrível.
        A primeira das cápsulas continha Yveltal. Mais adiante estavam Diancie, Hoopa, Volcanion, Mega Mewtwo X, Zapdos, Moltres, Zygarde-au-au, e na última das gaiolas encontrava-se o Articuno de Wulfric, que fora capturado, aparentemente, durante o tempo em que todos ficaram dormindo, sob influência do poder psíquico de AZ.
        Uma décima e última cápsula surgiu separada das outras, mas desta vez em forma de jaula, as barras de eletricidade. Dentro estava Xerneas, o pokémon que levou a mãe de Lysandre.
        — A energia de todos eles está sendo drenada! — Afirma Sycamore. — Mais o poder de 1,5 milhões de Mega Stones que a Equipe Flare conseguiu juntar durante um ano! Todo esse poder, junto, formou esta belezinha, que entrará em funcionamento hoje, a partir da meia-noite.
        — Mas espera... — A cabeça de X começa a funcionar no modo detetive. — Isso não explica... Isso não explica por que a arma será ligada no dia da Liga Kalos! E também não explica porque vocês querem destruir o mundo, já que o meteoro está vindo em direção ao planeta, de qualquer forma.
        — Só se... JÁ SEI! — Exclama Y, uma lâmpada brotando acima de sua cabeça. — Lysandre não  quer destruir o mundo!
        — Aleluia! Enfim eles compreenderam! — Chevalier ergue aos mãos para o céu.
        — Mas fará isso, caso Xerneas não cumpra o desejo dele! — Afirma Y, encontrando os olhos de Graine.
        — É isso mesmo. — Confirma Fleur-de-Lis. — Menina Esperta.
        — Mas então se eles não querem destruir o mundo... O que querem? — Tierno pergunta o que todos queriam saber, afinal.
        — Bem, eu acho que sei. — Afirma Y, revendo mentalmente tudo o que acontecera até então.

"A única coisa que Lysandre quer é reencontrar sua mãe, a única pessoa que se importou com ele, de verdade. Ele quer que Xerneas desfaça a mágica que a fez ir embora, nem que ele tenha que conviver de novo com a doença que o acometia quando era criança.

Para tal, ele está fazendo uma espécie de chantagem com Xerneas. Se Xerneas não trazer sua mãe de volta, ele utilizará a energia vital de todos esses lendários e mais as Mega Stones para ativar a Ultimate Weapon, e aí...

Tudo explodirá."

        — Acertei?
        — É em momentos como esse que me orgulho de ter uma irmã como você. — afirma Graine.
        — Ah, é? Vai ter mais orgulho ainda depois dessa...

"Como Xerneas é o pokémon da vida (Isso todos nós sabemos, depois de passarmos horas estudando a guerra de 3000 anos atrás), ele não suportaria ter todo um planeta destruído. Seria demais para ele. Quem se beneficiaria com isso seria Yveltal, o pokémon da destruição... Com isso, um lendário ficaria mais forte do que o outro... Xerneas enfraqueceria e padeceria.

Estão percebendo? Lysandre usou a todos nós com o único propósito de chantagear Xerneas. Ele quer a mãe dele de volta, custe o que custar. E ele só está fazendo isso porque sabe que é possível! Ele não seria louco de arriscar o mundo inteiro por uma causa que ele nem ao menos sabe se teria viabilidade!

E é por isso... Por isso que ele precisa de meu pai. Ou melhor... NOSSO pai. Uma vida pela outra, certo?"

        — Muito perspicaz! — Elogiou Sycamore, no momento em que o Mr Yvelgress começa a suar feito um louco, gritando por baixo da fita crepe que mantinha sua boca selada.
        — E não para por aí! — Continua Y, vermelha dos pés à cabeça, o sangue pulsando como nunca. Sua voz tinha um quê de raiva. Um sentimento estranho, mas destrutivo. Ela sabia que aquilo tinha sido causado por Lysandre, mas que ela, ao contrário do ruivo, era capaz de controlar seus impulsos. Assim, ela buscou respirar profundamente antes de continuar a falar...

"Foi por isso que a Team Flare me perseguiu por tanto tempo! Minha mãe... Digo... Essa mulher que veste o uniforme laranja. Ela queria que eu e Lucy fôssemos protegidas. Por que sabia que... ARCEUS! Tudo faz sentido agora! Por que ela sabia que Lysandre estava tramando contra o Pai!"

        — Sim. Eu tentei protegê-las... Mas não pude. — Diz Mable, ajoelhada, como se implorasse o perdão das filhas. — Eu aprendi... Que cada uma seguiu o seu caminho. Tanto Y quanto Lucy... Vocês não são mais minhas garotinhas. Já são mulheres. E eu... Não compreendia isso.
        — O que me leva à questão... — Interrompe X. — Como é que Lucy estava infiltrada na Team Flare e não sabia nada disso? Ele não estaria sendo uma agente dupla?
        — Isso eu posso explicar. — Novamente diz Y.

"Lucy confiava em mim. Nós nunca fomos muito boas de papo, mas o nosso encontro naquela floresta... Aquilo fez ela se aproximar de mim... De um jeito inexplicável. Ela queria rever nossa mãe, que aparentemente havia sido levada pela Team Flare... E isso... Isso foi o que nos uniu. Só que o que nós duas não sabíamos era que a dona Soraya havia vestido o véu por conta própria. Ela tinha assumido o codinome de 'Meibou' em algum momento deste último ano... Porque Lysandre havia contado a ela tudo. Toda a verdade sobre meu pai..."

        Y fraquejou naquele momento. Ela percebeu como todo aquele confronto havia se tornado particular. Como tudo agora parecia girar em torno dela. Como toda a verdade parecia ter sido escancarada, de uma forma que expôs uma família inteira.

"E ela concordou — Por fim conseguiu pronunciar, entre choros e soluços. — Ela concordou em matar o meu pai! Por causa... Por causa dessa droga de Xerneas!"

        — Uai... — Calem corre e ajoelha-se ao lado de Y, abraçando-a.
        — ME DEIXA! — Ela grita, estupidamente, fazendo Calem se afastar. — Eu... Eu ainda não terminei...

"Nem Lucy e nem eu sabíamos que nossa mãe tinha entrado para a Team Flare propositalmente, premeditando a morte de nosso pai. E é claro que a dona 'Mable' não teria revelado isso pra Lucy, no momento em que ela se infiltrou na equipe vilã. Óbvio que não. Lucy pode ser tudo, menos assassina! Então, a partir do momento que Lucy ofereceu-se para entrar no exército Flare... Mable imediatamente contatou seus superiores.

Por fim, estava mais do que óbvio que se tratava de uma infiltração e de que Lucy estava ali por algum propósito, já que a menina, até então, havia escapado e confrontado Mable diversas e diversas vezes. Por que justo agora, depois do ataque de Diantha à Escola, que Lucy ia se render e se entregar às forças da Team Flare?

Com base neste pensamento, os três líderes decidiram mantê-la na mais completa escuridão. Esconderam tudo de Lucy a sete chaves. E ela caiu. E o pior... Eu também caí. Eu pensei que teria sido uma boa ideia mandar Lucy para lá. Ela me parecia bastante disposta a ajudar. E ela também faria de tudo para encontrar nossa mãe...

Mas tenho que agradecer à Mable. Graças à ela, Lucy não foi pega como prisioneira da Team Flare após terem a desmascarado. Graças à ela, Lucy pensou que estava enganando, quando na verdade, estava sendo enganada. E foi melhor assim.

Sabe-se lá o que estes malfeitores poderiam ter feito à ela se a mãe-- a Mable não tivesse intervindo e pedido piedade à Lysandre."

        — Tudo isso... É... É verdade. — Diz Mable, como quem tenta se reconciliar com as filhas após uma história chocante como aquela. — Preferimos manter Lucy quieta. Se ela soubesse que o pai dela... Ah, nós sairíamos perdendo.
        — Pois é aí que eu me refiro... — Lucy intervém — Que tipo de mãe é essa? Uma mãe que tenta "proteger" as filhas (apesar de ter se esquecido de uma delas a vida inteira) e matar o pai?
        Lucy dá uma piscadela para Y. Finalmente admitira que fora a preferida da mamãe.
        — Você é doente. — Julga Lucy, dando um tapão na cara da mãe.
        — PRENDAM-NA! — Grita Sycamore, e imediatamente, Aliana segura Lucy, maneando-a.
        — Lucy, eu... Sinto muito. Mas é o certo a se fazer. — Mable recomeça a chorar. — Vocês... Vocês não entendem? Olhe o que o seu pai fez para Graine!
        — Mas isso é punível com morte? — Pergunta Y. — Toda a vida deve ser valorizada! Estou certa de que meu pai errou. Não posso dizer o contrário, infelizmente. Mas quem diz que ele nunca se arrependeu? Quem diz que ele não se culpa todo o santo dia pelo que fez? Às vezes, o perdão é a melhor alternativa! Às vezes, quando a verdade machuca, temos que aprender a ouvir e a entender ao próximo! E você fez isso, Lysandre? Ao menos uma única vez?
        Lysandre não respondeu de imediato. Ele apenas encarava Y, com aqueles olhos penetrantes.
        — Sim. Milhares de vezes. — disse ele. — Rezei para Arceus todo o santo dia antes de finalmente conhecê-lo. Em minhas orações, eu pedia que meu pai aparecesse e me levasse junto a ele. Que ele me acolhesse e me tivesse como filho. Que eu fosse como todas as outras crianças. Feliz. E adiantou? No dia em que ele veio até mim... Ele... ARGH!
        Lysandre não consegue continuar, e AZ tenta lhe consolar, dizendo algumas coisas em Francês antigo.
        — Seja como for... O que está feito está feito. Por que além de culpar o meu... o nosso pai... Por que você ainda teima em burlar a lei da vida?
        — Minha mãe foi a única pessoa que realmente se importou comigo a vida inteira... Eu quero ela de volta! Ela foi tirada de mim injustamente. TUDO foi tirado de mim injustamente. Desde o início. Minha infância foi sofrida. Minha adolescência... E agora minha fase adulta!
        — Céus... Será que você não percebe? O problema não é com os outros! É consigo mesmo! Enquanto você não perceber que é capaz de ser feliz, que é capaz de amar, de perdoar, de seguir em frente... Você nunca conseguirá se libertar!
        — EU NÃO POSSO PERDOAR! NÃO!! ESSE INFELIZ ME TIROU TUDO O QUE ME ERA BOM!
        — Tudo? Tem certeza?

"Pelo que você me contou... Você teve muitas pessoas em sua vida, Graine. Muitas. E será que você está dando a devida atenção a elas? 

Primeiro teve sua mãe, é claro. Ela escolheu, por vontade própria, trocar a vida dela pela sua. O que ela fez... Foi por puro amor. Não é culpa de Xerneas. Ela fez porque quis.

Depois... Você disse que tinha um Reverendo. Um pastor que lhe cuidou depois que sua mãe se foi... Pode-se dizer então que ele foi tanto uma segunda-mãe quanto um pai para você, não é?

E teve o Professor Patrice, é claro. Na época em que você pegou Litleo como inicial... Era ela quem estava no comando. Com certeza ele te ajudou, e muito, na sua jornada.

Teve também os líderes de ginásio. Eles te deram o maior apoio, como você mesmo disse. Eles te tornaram famoso.

E depois é claro... Veio a Diantha. Ela tornou-se como que uma rival para você. E por erro seu, ela te derrotou.

Sycamore decidiu te ajudar, afinal. Ele criou uma pesquisa em conjunto com você. Os dois gastaram horas, dias... Trabalhando juntos para desvendar os mistérios do mundo que conhecemos... Ele não merece a sua atenção?

Tem também o Mewtwo... Eu sei que ele parece meio assustador... E possessivo, no começo. Mas ele conseguiu enxergar uma luz dentro de você, Graine. Ele só decidiu te ajudar porque estava certo de que você tem muito mais conteúdo dentro do seu coração do que você imagina. Tem muito mais amor aí dentro do que ódio!

E tem também o AZ. Apesar de tudo, ele decidiu ajudar a Team Flare, porque sabia que mais cedo ou mais tarde... Você se arrependeria de seus atos, assim como ele se arrependeu há 3000 anos atrás, quando criou e ativou a Ultimate Weapon, tirando milhões de vidas."

        Por um momento, o olhar de Lysandre estreitou-se. Será que Y estava certa? Uma menina muito mais nova dando-lhe conselhos de adulto... Será que ele estava mesmo se esquecendo das pessoas que passaram por sua vida... E perseguindo o passado, o inevitável, o imutável? Será que ele não estava dando o devido reconhecimento a seus amigos e conhecidos? Será que ele só estava se importando consigo mesmo e seu desejo obsessivo de vingança?
        Não. Ela estava tentando manipular seus pensamentos. Ele sabia. Y nunca viveu o que Lysandre teve de enfrentar. Não sabia como era passar trabalho. Não sabia como era sofrer tudo o que ele sofreu.
        Mesmo que todas aquelas pessoas tivessem se importado com Lysandre, de verdade, assim como sua mãe... Ele merecia vingança. Ele merecia, depois de tudo o que passou. E nada ia impedi-lo de realizar esse sonho.
        — Você diz... — Lysandre começa a falar. — Você diz que eu devo perdoar... Que devo conversar, ouvir... Para poder me libertar. Mas... eu posso me libertar de outra maneira... Eu posso me libertar fazendo esse crápula pagar pela vida que ele destruiu!
        — Crápula. Falou e disse. Nosso Pai É Um Crápula! Mas não se trata dele. Esta é a SUA história, Graine. Você é igual a ele? Quer fazê-lo pagar pela mesma moeda? Vai se igualar a nosso pai? Vai se rebaixar ao nível dele?
        — Se for preciso... Sim.
        — Que pena. — Y enxuga as lágrimas, que agora paravam gradualmente de escorrer. — Por que isso só prova que VOCÊ é tão crápula quanto ele.

        A menina se levanta e olha para o lado. Calem a observava.
        — Vem aqui. — Ela diz. E seu namorado se aproxima. — Me desculpa por antes... Eu... Só está sendo difícil pra mim.
        — Tudo bem. — Diz ele, dando um abraço de urso em Y. — Você me ajudou a sair da escuridão... Acredito em você, Y. Sei que é capaz. E eu sei que está sendo difícil para você... Mas veja bem... Está sendo muito mais difícil para Lysandre. Ao contrário dele, você é capaz de ver a bondade dentro do ser humano, mesmo que seja bem pequenininha... E foi isso o que salvou a minha vida. Se Lysandre não começar a enxergar as pequenas coisas do mesmo jeito que você... Então ele estará perdido.
        — Obrigada, Calem. Eu... Te amo. — E Y dá um selinho em Calem, pouco se importando se todo mundo estava olhando para ela.
        Os dois então se afastam e Y, firmemente diz uma coisa que esteve passando por sua cabeça durante toda aquela discussão. Uma coisa que ela esteve refletindo desde o momento em que a Ultimate Weapon brotou em sua forma cristalina do chão. Com um pouco de força e de coragem, então ela consegue pronunciar, em alto e bom som:

        — Lysandre, eu te desafio para uma batalha!

        Todos, exatamente todos os que estavam ali, soltaram uma exclamação audível, olhando perplexos para Y, que se levantara com tudo, encarando o irmão.
        — Uma Batalha? — Pergunta Lysandre, desconfiado de que Y estivesse armando alguma coisa só para ter seus pokémons de volta e poder fugir dali.
        Mas a garota vai mais longe ainda e propõe:
        — É. Se você me vencer... Eu e meus amigos iremos pra longe daqui e deixaremos que prossiga com seu plano, sem interferirmos.
        — Me parece justo. Mas e se você ganhar? — Pergunta Lysandre.
        — Se eu ganhar... Bem, se eu ganhar, quero Yveltal.
        — Yveltal? Por que Yveltal?
        — Por que como uma Yvelgress, eu também tenho o poder de controlar o Casulo da Destruição!
        Lysandre ficou quieto por um momento. Olhar para Sycamore.
        — O que eu faço?
        — Se ela pegar Yveltal, a máquina não ficará incompleta. Continuará potente, por causa do poder dos lendários e das mega pedras juntas, mas não tão potente quanto ficaria com Yveltal sendo usado como fonte de energia. Xerneas continuará sob pressão!
        — Certo. Então eu aceito o seu desafio, mocinha.
        Lysandre vai até o saco de pokébolas, que era protegido por AZ, e pega seis delas. Depois vai até Y e a entrega. Como ele sabia que aqueles eram os pokémons dela, não se sabe. Mas eram.
        Lysandre a entregou Delphox, Meowstic, Trevenant, Limbo, Hawlucha e Dragonite.
     
        Certo, ela pensou. Estava sem nenhuma mega evolução. Mas ainda era capaz de vencer.
        — Tudo certo? — Pergunta Sycamore.
        — Sim. — Respondeu Y.
        — Graine?
        — Tudo perfeito.
        Sycamore olhou para os cientistas, e imediatamente a mulherada começou a enfileirar os amigos de Y: X, Anna, Calem, Lucy, Matt, Z, Wood, Shauna, Tierno, Trevor, Wulfric, o Diretor e a Srta Le Blanc foram colocados todos do lado direito do campo, monitorados de pertinho por uma gangue de Flares Comuns, que começaram a aparecer por todos os cantos.
(Imagem original por shawnnl, dA)
        Graine faz um grande "F" com os braços, e os capangas repetem o sinal, como uma saudação.
        Estavam todos cercados, logo pensa Y. Mas isso fazia sentido. Era pra "central" que Sycamore estava telefonando aquela hora com o Holo Caster. Estavam chamando os "pau mandados".
 
        — Ora, ora, ora... Se não é a Y e seus amiguinhos? — Uma voz debochada de repente surge no meio da multidão de Flares. Era Diantha, a Ex-Campeã maligna que estava sendo controlada por Lysandre. — "Bom Azar" pra você, pitchuquinha.
(Imagem Original)
        — Obrigada.
        Y sabia que não podia retrucar Diantha. A coitada não estava ali por vontade própria. Estava sendo controlada por uma coleira ultra tecnológica.
        — E agora, Y? — Pergunta X, que era revistado por um Flare tarado.
        — Calma. — A menina respirou fundo e contou até três. — Não façam nada, ABSOLUTAMENTE NADA, enquanto eu estiver batalhando contra Lysandre, entenderam?
        Todos ficaram olhando para Y com uma cara de... Hã? Ela é louca?
        — Enquanto esta batalha não terminar, eu não quero que ninguém faça nada. A começar que estão todos desarmados, sem nenhum pokémon. E depois que... Eu quero resolver isso com Graine eu mesma!
        — Que menina de atitude! Mas essa é só uma batalha por Yveltal. Você não vai conseguir me desviar do meu plano. Você não pode me engambelar.
        — Como eu disse anteriormente, eu só quero Yveltal, o.k.?
        — Certo. E como eu disse antes, você não vai interferir em nada se perder. Deverá ir embora, com todos esses adolescentes! Pra bem longe daqui!
        — Exato. Se eu perder... EU ME RENDO.
        Um segundo de silêncio angustiante tomou conta de todos. Shauna e Trevor tremiam. Wood estava paralisado, sem reação. Matt e Z não sabiam o que fazer. X, Wulfric e Anna pareciam decididos a captar todos os detalhes. Talvez aquele fosse o instinto de detetive falando mais alto.
        Y respirou fundo. Olhou no rosto de cada um ali presente e então sentiu que podia confiar em si mesma. Sentiu que podia confiar em seus pokémons. Fez um sinal com a cabeça para Graine.
        — Augustine? — Pergunta Lysandre.
        — Então que comece a luta! — Sycamore deu a largada, e o silêncio foi quebrado.

Continua...



Faixas utilizadas como plano de fundo: One Direction - Heart Attack; Selena Gomez - Good For You; Taylor Swift feat. Kendric Lamar - Bad Blood

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4 Comentários

  1. Se gostei? Cara eu simplesmente amei esse capítulo!
    Encaixou tudo véi! Tudinho! Já reli umas quatros vocês porque velho! Tá muito legal esse capítulo

    Adorei as notas do autor! Voz sexy!

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  2. Obrigado pelo comment! ^^ Posso te dizer que vem muito mais por aí (embora eu ainda não tenha colocado no papel)

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  3. Eee!Finalmente capítulo 100,bem tenso em!Amei o capítulo,e foi incrível como vc ligou tudo desde a parte do Mewtwo lá atrás até os Flash Fires e os capítulos atuais,n tenho palavras para descrever o quanto esse capítulo foi INCRÍVEL!Faz tempo q eu n comentava n é?Mas eu ainda estou acompanhando em!Vlw e até a próxima!

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  4. Perfeito, não é? Tá parei kkkkk Se você pensa que a história toda já se encaixou... Aí vem uma bomba: ainda tem muito mais pra ser revelado. Essa batalha tá apenas começando. Obrigado pelo comentário (quero mais comentários teus, viu?)! Um abração ;)

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