Meu nome é Audrey Taylor e eu decidi abandonar o prenome "Lass" já faz algum tempo. Venho de uma família de treinadoras Pokémon independentes que vive pelas rotas das mais variadas regiões do globo pokémon com o único intuito de parar os treinadores que por ali passam e os desafiar para uma Batalha. Mas, meu coração sempre esteve muito longe disso. Desde pequena, sempre almejei entrar em uma Liga Pokémon e competir contra os mais variados líderes de ginásio de todo o mundo, e isso não fazia parte da cultura das Lass.
Assim, deixei minha casa quando completei 17 anos, após implorar muito a meu pai e minha mãe para que me deixassem sair em minha própria jornada... E não é que eles deixaram? Mas com uma condição, que eu deveria me inscrever para pegar meu próprio pokémon inicial com o Professor Kukui e Mestre Hala, os especialistas em pokémon da região de Alola e sempre seguir seus conselhos.
Fiquei muito animada com tudo isso, é claro. E rapidamente, consegui toda a papelada e as autorizações para buscar meu primeiro pokémon oficial na Ilha de Melemele. A coisa estava fluindo, e eu estava prestes a ter minha primeira experiência como treinadora, quando tudo aconteceu...
Cheguei cedo à pré-escola de meu sobrinho Oliver e o busquei um bom tempo antes de o sinal tocar. O sonho dele era ser um treinador pokémon, assim como eu seria um dia. Por isso, peguei-o mais cedo e o levei até a arena em frente ao laboratório do Professor Kukui. Aquela era a terceira vez que eu visitava a cidade e hoje, estaria realizando um ritual típico de Alola para ter boa sorte em minha jornada.
Sendo uma região de muitas crenças e culto aos deuses, é claro que não poderia faltar um ritual de iniciação como treinadora pokémon, não é mesmo? E assim foi. Fiquei sabendo da notícia através de Mestre Hala. Ele disse que eu e o neto de um Sacerdote estaríamos batalhando um contra o outro em sinal de boa fé, pedindo pela proteção de Tapu Koko, o guardião da Ilha Melemele durante nossa jornada.
A batalha funcionaria como um festival de oferenda a Koko, o misterioso pokémon-deus que vez ou outra resolvia aparecer para os treinadores novatos que rezavam para ele, pedindo-lhe bênçãos para sua jornada, explicou Hala, deixando-me super animada para começar minha viagem.
A noite começou a cair e as tochas foram acesas. Barraquinhas vendendo comida começaram a abrir e os moradores dos arredores começaram a aparecer, aprochegando-se ao enorme palanque de madeira no centro da praça. Hala aproximou-se do microfone e começou seu discurso...
Ele era um velho corgo, com uma barriga inchada feito barril, um bigodão e cabelo tão brancos quanto neve e a pele bronzeada e envelhecida de tantos anos sob o intenso sol que assola Alola. Trajava um típico casacão amarelo, com flores estampadas, por cima de uma blusa azul berrante, em contraste com calções alvos e uma atadura de mesma cor, servindo como cinto e prendendo algum negócio vermelho que não consegui identificar o que era.
Ele aproximou-se do microfone, fez o típico "testando 1, 2, 3..." e então fechou os olhos, respirou fundo (a pança se encheu de ar) e introduziu o torneio sob a luz de uma fogueira brilhando à suas costas:
— A Região de Alola é composta por nossas quatro ilhas. — Ele deu uma pausa e respirou novamente. Notei que estava nervoso, mas ainda assim, confiante. Bem mais do que eu. — E cada ilha tem seu próprio guardião Pokémon. Nosso festival hoje é mantido para expressar nossa gratidão para estas importantes deidades guardiãs Pokémon, por sempre permanecerem ao nosso lado.
Ele olhou ao redor e pode contar nos dedos quantas pessoas tinham se acumulado em torno do palco. Então disse, em um tom de piada:
— Bem, nós podemos até chamar isto de festival, mas não passa dessa coisinha que você pode ver aqui.
Ninguém riu. Ele pigarreou e então prosseguiu:
— Pode não haver muitos de nós, mas pelo menos a cada um de nós aqui verá tudo...
E apontou para o teto de seu laboratório, a poucos metros da arena. Lá em cima, um vulto negro moveu-se e desapareceu, quando percebeu que os olhares de todos estavam fixos nele.
A plateia alvorotou-se, e começaram a murmurar entre si:
— O que?!
— Que coisa curiosa Tapu Koko é!
— Hah, isto é tão típico dele!
Mas eu não pude ver direito a imagem do deus que o melemeleanos adoravam.
Quando todos ficaram em silêncio, esperando o próximo anúncio, Mestre Hala continuou seu discurso:
— Por toda vida em nossas Ilhas, e aqueles que aceitam o desafio das ilhas com alegria em seus corações, nós rogamos por sua proteção... Por eles e toda a Melemele. Esta batalha pode ser uma oferenda à deidade guardiã de nossa ilha, Tapu Koko! E agora... Nossos competidores!
Hala saiu de sua posição e veio até mim.
Meu coração batia forte, de nervosismo. Eu já tinha tido algumas batalhas pokémon antes, mas entre a família ou entre treinadores iniciantes que percorriam a primeira rota de Melemele, e nada que fosse em frente a tantas pessoas. Eu nem tinha meu inicial ainda — Eu só poderia o buscar em alguns dias — e estaria dependendo única e exclusivamente de minha Caterpie para a competição.
Naquele ponto, eu já tinha meus próprios pokémon, que eu havia pego em minha estadia na Rota 01 como uma Lass. Uma Caterpie e um Yungoos, que eu utilizava para enfrentar os treinadores que passavam pela Rota 01.
Mas, o Professor Kukui me disse para não me preocupar, que não importava quem vencesse, que Tapu Koko se sentiria grato só de assistir a batalha. Então, desencanei. Ou pelo menos, tentei desencanar.
Quando Hala se aproximou, me disse:
— Os seus pokémon tem batalhado por você, então mostre-os o mesmo cuidado em retorno, Audrey! Deixe-me Verificá-los.
Entreguei as pokébolas com Caterpie e Yungoos para Hala, que avaliou-os rapidamente e então me entregou de volta.
— Você está pronta para esta batalha pokémon?
Fiz que sim com a cabeça, mas na verdade, estava super ansiosa. Oliver puxava a barra de minha saia e pulava louco para ir brincar um amiguinho que acabara de fazer, e isso só me deixava mais insegura, porque eu não poderia cuidar dele ao mesmo tempo em que batalhava no festival.
Hala por fim disse:
— Então vamos começar.
Hala deixou-me e foi rapidamente até o garoto com quem eu iria competir. Eu não sabia o nome dele nem nada, e imaginei que Mestre Hala estivesse lhe fazendo as mesmas perguntas que acabara de me fazer.
O garoto fez que não com a cabeça, então percebi que não era só eu que me sentia despreparada.
— Ótimo. — Bradou Hala, que voltou a seu lugar no palco e recomeçou a falar, agora com a multidão enlouquecendo, esperando pelo grande momento... — À Minha esquerda, deem as boas vindas à Hau Marshadow Eclipse — O garoto com quem eu deveria batalhar subiu no palco, sorridente. — o neto de nosso Kahuna!
Kahuna é o termo Aloiano dado à sacerdotes muito antigos que alegam ter poderes místicos. Há pelo menos sete deles espalhados pelas ilhas e cada um provém de uma região diferente. O primeiro deles é de Kanto, o segundo de Johto,o terceiro de Hoenn, o quarto de Sinnoh, o quinto de Unova, o sexto de Kalos e o sétimo e último é nativo de Alola. Pelo tom bronzeado de Hau, ele era daqui de Alola mesmo e, portanto, deve ser neto do Kahuna nativo.
— Por favor, não diga meu nome do meio... — Pediu o garoto à Hala, com um típico sotaque local. O velho Hala riu e começou a falar sobre a importância dos grandes Mestres Kahunas.
Eu ainda estava distraída pensando de qual Kahuna que Hau Marshadow Eclipse seria neto, quando Hala disse meu nome:
— E à minha direita, saúdem Audrey Zygardium Taylor!
— A-ah...
Subi no palco e tenho certeza de que estava enrubescida, mas graças à enorme fogueira e as tochas por toda a praça, eu provavelmente não demostraria o tom avermelhado que minhas bochechas costumavam ganhar toda vez que eu ficava perto de gente desconhecida.
Então, algo inesperado aconteceu. Da plateia, minha mãe me gritou, em total apoio à minha jornada. Eu não havia visto ela chegar, mas estava ali, ao lado de minha irmã e Oliver, torcendo por mim:
— CATERPIE! TOME CONTA DE MINHA PEQUENA AUDREY!
Mas então, minha atenção foi atraída a outra direção. Hau Marshadow Eclipse sorria pra mim, exibindo uma arcada dentária perfeita, com todos alinhadinhos e branquinhos que nem galã de telenovela.
— Contanto que tenhamos uma boa batalha — ele disse —, etão eu acho que poderemos chamar de uma grande batalha, eh?
Sorri de volta e disse:
— Por nossas jornadas. Pelo povo de Melemele. Por Alola. E por Tapu Koko. Esta SERÁ uma grande batalha!
As palavras fluíram de minha boca, de um modo que eu não pude imaginar. Então eu estava mesmo naquele festival, batalhando contra um oponente de verdade, pela primeira vez na vida, prestes a iniciar minha jornada e prestes a pegar meu pokémon inicial. Eu não teria mais espaço para a vergonha em minha vida.
Então Hala disse:
— Audrey! Hau! Tragam adiante o poder de seus pokémon!
E a batalha se inicia.
— Vaaai, Pichu!
Hau Marshadow Eclipse posicionou-se, deu um alongamento nos braços e então disparou uma pokébola novinha e super brilhante aos céus, que agora perdiam o tom alaranjado para dar lugar aos primeiros tons de azul escuro.
A pokébola abriu-se em um estalo e de dentro, surge uma criaturinha pequenina, de dentes afiados, orelhas pontiagudas e pelo amarelo. Fofinho e eletrizante, Pichu faiscava dos pés à cabeça, demonstrando logo de cara que tipo de pokémon ele era.
— Pêitchu! — Exclamou o monstrinho elétrico.
— Que amor! — Deixei escapar, logo me lembrando de que ele era meu oponente e eu precisava derrotá-lo. Eu tinha dois pokémon comigo: Caterpie e Yungoos. Mas, Yungoos estava no nível 2, e Caterpie já estava no 6, o mesmo nível que meu adversário.
Assim, chamei meu pokémon inseto, mesmo não sabendo qual tipo de estratégia utilizar neste caso.
— Oooooor! — Exclamou a lagartinha, que estava roliça de tanto comer folhas.
— Esta será uma disputa de um contra um! — Anunciou Hala. — O primeiro treinador que perder seu pokémon estará fora da competição!
— Certo!! — Dissemos, Hau Marshadow Eclipse e eu, ao mesmo tempo.
E de repente, aquela arena tornou-se um campo de batalhas, assim que começamos a trocar nossos primeiros golpes...
— String Shot! — Pedi a Caterpie, que começou a tecer um jato de pura seda, envolvendo o corpo desprotegido de Pichu...
— Pei!
— AH! — Hau Marshadow Eclipse não sabia como agir. O que aquele golpe estaria fazendo com seu amado pokémon?
Então alguém explicou da plateia, dizendo estava diminuindo a Speed de Pichu, para que ele ficasse mais suscetível a um ataque direto.
— Vai, Tia! Vai, Caterpie! — Enquanto isso, Oliver torcia pela gente ao redor da arena.
— Vai, Tia! Vai, Caterpie! — Enquanto isso, Oliver torcia pela gente ao redor da arena.
— Livre-se disso com o Thunder Shock! — Ordena Hau Marshadow Eclipse.
E Pichu começa a disparar rajadas elétricas para todos os lados, livrando-se rapidamente da seda que o envolvia.
— Sua velocidade continua reduzida. — disse eu.
— E agora a sua defesa é que vai cair! Tail Whip!
Pichu começa a abanar a cauda e espalhar um brilhosinho gozado em direção a Caterpie, que tem sua Defense diminuída.
— Oh, não! Caterpie!
— ATAQUE!! ATAQUE!! — Grita minha irmã, da plateia, com coro de Oliver.
— Certo... Caterpie, use o Tackle!
A minhoca pega impulso e salta sobre Pichu, acertando-o e atirando-o para perto de seu treinador.
Hau Marshadow Eclipse pega Pichu nos braços e o levanta.
— Ei! Isso é contra as regras! — Digo eu, para a surpresa de meu oponente.
— Certo, Pichu! Use o Thunder Shock de novo!
Pichu faz força e consegue disparar suas rajadas de eletricidade para longe, no que eu digo:
— Evasiva!
— Foge, tia! — Torce Oliver por mim.
— Foge, tia! — Torce Oliver por mim.
E a pobre da Caterpie tenta fugir da batalha, mas seus meios de locomoção não são dos mais avançados, e a lagarta frita com uma descarga elétrica percorrendo seu corpo.
— CATERPIE!
Metade da plateia urrou em desgosto. A outra metade apoiou.
— Use Tackle mais uma vez!
Mesmo ferida, Caterpie parte pra cima de Pichu, desta vez com um olhar de descontentamento no rosto. Estava zangada por ter levado um choque.
— Evasiva! — Grita o neto do Kahuna, Hau Marshadow Eclipse.
PEM! Pichu rola pra longe, e seu treinador fica P da vida.
— Essa não! Levante!
Mas Pichu estava bastante fraco agora. Mais alguns golpes, e estaria fora. Assim, aproveitei o momento:
— String Shot de novo!
A rajada de seda voou pelo palco, pronta para reduzir a speed de Pichu pela segunda vez, quando...
— Pichu, Thunder Shock!
E dos dois lados, vinham os ataques. A seda de Caterpie se solidificava a cada centímetro que se movia e as faíscas de Pichu ganhavam tamanha velocidade que pareciam que iriam quebrar a barreira do som a qualquer instante.
E então... CRASH! Colisão. na certa. Os ataques batem no ar e então se repelem, sendo enviados de volta para seus atiradores. Caterpie tem a Speed reduzida e Pichu é eletrocutado, recebendo algum dano mínimo, mas que já me ajudou.
— YES! — Digo eu, já emocionada com aquela batalha. Tinha, de fato, se tornando uma grande luta, por mais que fôssemos iniciantes lutando por um appeal, sem saber ao certo o que estávamos fazendo. — Caterpie, use o Tackle novamente!
Mas antes que Caterpie possa se aproximar, Hau Marshadow Eclipse ordena:.
— Charm!
— Cuidado, tia! — Oliver me adverte.
— Cuidado, tia! — Oliver me adverte.
Pichu faz uma carinha graciosa, piscando aqueles olhinhos de cute-cute, o que faz com que corações misteriosos surjam ao redor de Caterpie — esta continuava correndo —, diminuindo seu Attack em dois estágios de uma vez só.
— Ooooor! — Caterpie acerta Pichu com a cabeça, porém, seu ataque foi 20% mais fraco do que o normal, e de repente, me senti na desvantagem.
Caterpie já estava com a Defense e a Speed reduzidas em 1 estágio cada e agora seu Attack estava 2 estágios mais fraco. Aquela luta tinha que acabar e logo. Por sorte, Pichu já estava quase deitando, e eu só tinha que atacar mais uma ou duas vezes, no máximo.
— Caterpie, use--
Mas então, Hau Marshadow Eclipse me interrompe, ordenando a Pichu mais um ataque:
— Thunder Shock!
Sem que eu pudesse fazer nada, Pichu disparou vários raios de eletricidade, mais potentes do que nunca, acertando Caterpie e eletrocutando-a com uma força incrível.
— D-de onde ele tirou tudo isso? — Digo, já correndo para Caterpie, que jazia no chão, levantando uma fumacinha e um cheiro de queimado.
— É um Thunderbolt! — Explana Hala. — Pichu desenvolveu uma técnica nova, mais forte que qualquer Thunder Shock! Melemele... Parece que temos um vencedor!
Mestre Hala vai até Hau Marshadow Eclipse e ergue o braço do garoto para cima, no que ele começa a comemorar e a sorrir intensamento.
Do outro lado do campo, eu erguia o corpinho de Caterpie, torrado e inconsciente. A derrota havia chegado e uma sensação terrível atingiu meu peito naquele momento.
Eu... Estava prestes a chorar. Mas me segurei. Uma Lass de Alola jamais chora. Jamais.
Minha mãe e minha irmã se aproximaram e me deram um forte abraço, com aquele olhar de "não foi dessa vez", o que só me deixou com mais vontade de me sumir dali pra nunca mais ser vista.
Porém, antes que eu pudesse fazer isso, a plateia começou a aplaudir a luta. Uns gritavam meu nome, outros gritavam o de Hau. E então, me peguei sorrindo.
— Agora...
Uma nova voz assume o controle do microfone. Era o Professor Kukui.
— Agora chegou a hora de escolher os iniciais! — Anunciou o professor especialista em movimentos.
— O que? — Ele me pegou desprevenida. Aquilo era pra acontecer só daqui há alguns dias.
— Taylor! Eclipse! Por favor...
Kukui faz um gesto para que nos reunamos no centro do palanque, e pra lá nos vamos, enquanto o povo gritava e comemorava aquele momento histórico.
— Estes aqui vieram diretamente da reserva de meu pai! — Kukui indicou Mestre Hala com a cabeça. — E em breve, um deles poderá ser de vocês!
Kukui ergueu os braços musculosos e jogou uma pokébola atrás da outra, soltando três criaturinhas fofas sobre o palco.
— O primeiro deles — Anunciou Kukui no microfone. — É Rowlet, dos tipos Grama e Voador! Ainda estou estudando sua família evolutiva, mas desde já, posso lhes dizer que é um grande pokémon! Ele consegue atacar sem fazer um único ruído! Voa silenciosamente pelos céus, aproximando-se do seu adversário sem ser detetado, e ataca com pontapés poderosos. Também pode atacar à distância utilizando folhas extremamente afiadas que fazem parte das suas penas. As suas capacidades visuais são impressionantes. A escuridão da noite não é um obstáculo para Rowlet e ele consegue rodar o pescoço quase 180°, de trás para a frente, para poder ver o que se encontra mesmo atrás de si. Tem o hábito de rodar a cabeça durante as batalhas para olhar para o seu Treinador e receber instruções.
— Caramba! — Exclamo eu, me aproximando dos bichinhos sobre o palanque. — Rowlet, à primeira vista, era uma bola roliça depenas e folhas, a coisa mais queridinha dessa mundo. Porém, só de me lembrar que era da família das corujas, um arrepio percorria minhas costas.
— O Segundo se chama Litten, do tipo Fogo. Racional mas apaixonado, Litten permanece calmo e não demonstra o que está sentindo. Ele pode atacar com bolas de pelo em chamas! O pelo dele é rico em óleos e altamente inflamável. Litten penteia-se lambendo o pelo e, em seguida, utiliza-o como combustível para ataques com bolas de fogo! Quando Litten muda de pelo, o seu pelo antigo cai e arde todo num fogo glorioso.
Aquele era com certeza o mais bonitinho dos três. Litten era um felino, e eu sempre quis ter um pokémon felino.
— E por último: Popplio, do tipo Água! Popplio nada a uma velocidade de aproximadamente 25 mph. Move-se melhor na água do que em terra. Ainda assim, quando está em terra, tira partido da elasticidade dos seus balões para executar manobras e saltos acrobáticos. Popplio consegue fazer balões de água e transforma isso em uma estratégia de batalha divertida! Frívolo e trabalhador, Popplio deixa-se levar facilmente durante a batalha, libertando energia suficiente para montar um grande espetáculo! Mas Popplio também possui uma enorme determinação e pode ser frequentemente encontrado a praticar as suas estratégias de batalha com balões.
Popplio era um bobinho. Aproveitou a deixa, já que estava em um palco, e começou a brincar com a plateia, formando balões de ar com o nariz que estouravam com o mínimo toque da mão das crianças. Um pouco atraente, mas não fazia o meu estilo.
Era Litten que eu queria, e foi o que disse.
— AAH!
Uma expressão de horror percorreu o rosto de Hau Marshadow Eclipse, e o garoto se entristeceu.
— Muito bem, aqui está o seu pokémon inicial, Taylor! — disse Kukui, colocando Litten na pokébola e me entregando.
— Eu... Não posso acreditar! YEAH! O meu... Pokémon Inicial!
— E não para por aí! — Anunciou Kukui. — Aqui sua Pokédex e mais algumas pokébolas para você ir completando seu time!
— O-obrigada! — disse eu, mais vermelha do que pimentão.
— E não para por aí! — Anunciou Kukui. — Aqui sua Pokédex e mais algumas pokébolas para você ir completando seu time!
— O-obrigada! — disse eu, mais vermelha do que pimentão.
Corri para os braços de minha família, que me assistia com empolgação e expectativa. Minha mãe me apertou como um abraço de Ursaring, minha irmã logo pediu para ver Litten de perto e Oliver juntou-se à, louco para alisar o gatinho.
Mas então, olhei para o outro lado da arena. Hau Marshadow Eclipse parecia desconcertado.
— E-eu... Não sabia que iríamos ter de escolher hoje! Ainda não sei qual deles eu devo levar! Não tem como... Como eu pensar mais um pouco?
Ignorando completamente a plateia que gritava "Popplio" ou "Rowlet", incentivando a escolha de Eclipse, Kukui disse saudosamente:
— Tudo bem. Pode escolhê-los assim que estiver pronto. Quer um prazo?
— Uma semana. — disse Hau Marshadow Eclipse.
— Uma semana? Tudo isso?
— Ou mais. — disse ele, quando percebo o nervosismo em sua voz.
— Ceerto. Os iniciais estarão te esperando, Eclipse. Pegue-os quando estiver pronto. Mas, a sua pokédex e algumas pokébolas... — Kukui entrega os itens para o neto do Kahuna.
E por fim, o garoto parecia satisfeito.
— O-obrigado. Eu... Não tenho como agradecer...
— Agradeça escolhendo um inicial (esses bichos dão trabalho ¬¬)!
— Eu... Desculpa, eu tenho que pensar... Isso é... TÃO DIFÍCIL!
E ele se afastou, levando a pokédex e as pokébolas, mas deixando Rowlet e Popplio pra trás.
E por fim, o garoto parecia satisfeito.
— O-obrigado. Eu... Não tenho como agradecer...
— Agradeça escolhendo um inicial (esses bichos dão trabalho ¬¬)!
— Eu... Desculpa, eu tenho que pensar... Isso é... TÃO DIFÍCIL!
E ele se afastou, levando a pokédex e as pokébolas, mas deixando Rowlet e Popplio pra trás.
— Podemos começar a nossa... SEÇÃO DE BATALHAS! — Grita Mestre Hala, tirando o microfone de Kukui e quase estourando nossos tímpanos.
A multidão se alvorotou e uma a um, os treinadores formaram duas filas, uma de cada lado da arena, para competirem entre si em uma mini-Liga Pokémon.
— Tia! — Chamou Oliver, meu sobrinho, puxando a barra de minha saia.
— Oi?
— Você deveria ir lá! Você deveria batalhar! — disse ele, com um brilho de excitação em seus olhos azul acinzentados.
— Mas, eu já batalhei! — digo eu. — Aquilo não foi suficiente?
— Quero ver Litten em ação! — Diz ele, louco para me ver batalhando de novo.
— Okay, eu vou pensar. — disse eu, sem muita vontade de continuar batalhando. — Mas, primeiro! Vamos comer uma malasada! A tia aqui tá faminta! Você não?
— Hmm Hmm! — Respondeu ele, negativamente. — Teve malasada na escolinha hoje!
— Então vai brincar com seu amiguinho! — Apontei para o garotinho que assistia fascinado as batalhas, e Oliver nem contestou. Correu ao encontro dele e juntos, os dois começaram a correr sem parar em torno da arena.
— Cuidado, Oliver! Algum ataque pode te acertar! — Gritou minha irmã, preocupada com o garoto.
— Ele vai ficar bem! — disse eu, tranquilizando-a.
E nos viramos em direção à barraquinha de malasadas, quando capto de relance uma imagem que faz minha cabeça retornar à posição em que estava anteriormente para me certificar do que eu vira.
Era Hau Marshadow Eclipse, o neto do Kahuna, seguindo discretamente para a Floresta Proibida atrás da arena, enquanto todos estavam distraídos.
— Vão indo. Encomendem uma malasada pra mim. — Disse para minha mãe e minha irmã. — Eu... Já vou.
***
O mato era escuro à beça. As árvores eram muito próximas umas das outras, e a luz que vinha das fogueiras e das tochas do festival não atingiam aquela parte da cidade. Tive dificuldade para caminhar por ali, pois quase não enxergava o chão e aquela floresta tinha o nome de proibida por alguma razão, que eu não estava nem um pouco disposta a saber qual era. Quem sabe que tipo de criatura pode se esconder naquele bosque?
Encontrei Hau Marshadow Eclipse encostado à uma árvore, resmungando sozinho, mas era como se tivesse outra pessoa junto dele.
— Ágil. Não foi ágil o suficiente!
— Hau? — Chamei.
— SAI DAQUI! — Diz ele, rispidamente.
— O que foi? O que houve? — Pergunto, me aproximando dele e colocando a mão em seu ombro.
— Ah. — Ele vira o rosto, quase grudando no meu. — É você...? Me... Me desculpe!
— Está tudo bem. — disse eu. — Na verdade, eu é que vim aqui te pedir desculpas! Você... Queria o Litten, não é?
— C-como você sabe? — Ele perguntou, surpreso.
— Acredite, todo mundo sabe. — disse eu, mas aquilo soou mais cruel do que era pra ser e então eu pude perceber que seus olhos estavam lacrimejando, quando um mínimo flash de luz cruzou pela copa das árvores, que se balançava mudando de posição com o movimento do ar. — Eu... Me desculpa, eu não queria tirar seu pokémon...
— Não, tá tudo bem. É que... É outra coisa. — Ele disse, com um tom que dava realmente a entender que era outra coisa.
— Você... Quer se abrir? — Pergunto, procurando ser o mais empática o possível.
— Não! — E ele se afasta.
— ESPERA!
Eu corro pra ele e coloco as mãos sobre seus dois ombros, parando-o.
— Me desculpe... Realmente... Me desculpe.
Ele virou lentamente a cabeça em minha direção. Por um instante, achei que ia me beijar, quando de repente, uma voz esganiçada preenche o silêncio do bosque à noite.
— Você não deveria estar aqui.
Olho para o lado de onde a voz veio, mas não consigo identificar ninguém no escuro.
— Quem é? — Pergunto. — Isso não tem graça!
— O meu nome é... — E então, um vulto extremamente branco começa a tomar forma. — ...Lillie.
Era uma menina extremamente branca. Sua pele era tão clara que dava pra ver as veias por baixo dela, mesmo naquele escuro. Tinha o cabelo louro oxigenado e usava um chapelão que parecia coisa de filme de Cowboy. Ela segurava uma bolsa com firmeza e todo o seu look parecia bizarro naquele ambiente tropical. Era como se ela tivesse saído de um concurso de moda em alguma região chique pra lá do mar.
Imediatamente, a reconheci. Ela estava no festival agora a pouco. Observava a batalha entre mim e Marshadow com muita atenção e um... aparente olhar de desprezo.
— Eu sou a Nova Assistente do Professor Kukui! — Anunciou ela.
Nisso, sua bolsa começa a tremer toda, e de dentro dela sai um barulho parecido com um "glubglubglubglub". Lillie fecha a cara e começa a ralhar com a bolsa.
— Fica Quieto! — A criatura oculta na bolsa se amansa e Lillie volta sua atenção para mim. — E Você não deveria estar aqui! — disse ela pela segunda vez se referindo a "você" no singular, como se Hau Marshadow Eclipse não estivesse ali. E era pra mim que ela dizia, como se quisesse me ver longe dali.
Nisso, sua bolsa começa a tremer toda, e de dentro dela sai um barulho parecido com um "glubglubglubglub". Lillie fecha a cara e começa a ralhar com a bolsa.
— Fica Quieto! — A criatura oculta na bolsa se amansa e Lillie volta sua atenção para mim. — E Você não deveria estar aqui! — disse ela pela segunda vez se referindo a "você" no singular, como se Hau Marshadow Eclipse não estivesse ali. E era pra mim que ela dizia, como se quisesse me ver longe dali.
— NENHUM de vocês deveria estar aqui! — De repente uma quarta voz entra em cena. E esta eu também não conhecia. Uma mulher se aproximou pelas costas de Lillie nas trevas. Usava um óculos de sol tapando os olhos, mesmo naquele escuro danado.
— S-Senhora? — Lillie é pega de surpresa.
— V-você! — disse reconhecendo a face da mulher. Aquele era um rosto famoso em Alola. — Você é Caitlin Hall, a líder de ginásio!
— Exatamente. E esta floresta é proibida. — Ela disse. — Fora daqui. Os três, se não querem se meter em problemas!
— Certo! — Eu disse, e quando me virei, Hau Marshadow Eclipse e Lillie já estavam longe.
— E você. — A mulher se colocou a meu lado. — Já escolheu seu inicial. Quero vê-la em meu ginásio em no máximo, uma semana!
— S-seria uma honra, Senhora! — Eu disse, maravilhada com aquilo. Minha primeira batalha de ginásio seria contra Caitlin Hall, uma treinadora extremamente poderosa, dotada de pokémons tipo normal! Era... PERFEITO! Eu mal podia esperar o momento para desafiá-la.
Saímos do bosque pelas laterais, e em poucos instantes, eu estava com minha família de novo, comendo uma malasada divina e rindo sozinha, imaginado como deveria ser participar de uma batalha de ginásio oficial pela Liga Alola.
***
O tempo passou incrivelmente rápido e meus pokémons estavam mais fortes do que nunca. Agora eu tinha uma variedade de monstrinhos e estava preparada física e psicologicamente para enfrentar Lady Caitlin Hall em minha primeira batalha de ginásio da Liga Alola. Agora, com Litten em minha equipe, eu era oficialmente uma treinadora e, depois de uma rápida inscrição com a enfermeira no Centro Pokémon, estava dentro da lista de pessoas que podia desafiar um líder de ginásio oficialmente.
Era agora ou nunca, pensei. Peguei Oliver mais cedo pela quarta vez aquela semana na pré-escola — a professora já estava ficando enraivecida — e juntos, pegamos um barco que nos deixou, praticamente, na porta do ginásio.
— Tia! Já chegamos? — Oliver perguntava, puxando a barra da minha saia, a cada cinco minutos. Quando paramos em frente a uma enorme construção com o símbolo oficial da liga pokémon, ele fez a mesma pergunta. E na milésima vez, a resposta foi um "sim".
— Eeeeeeeeeee! — Ele comemorou, se jogando em meus braços.
— Você queria estar aqui, não é? — disse eu. — Queria estar junto da tia para ver a primeira batalha de ginásio dela!
— Siim! — disse ele, superentusiasmado, os olhinhos cintilando feito estrela cadente. — Você é demais, tia! Um dia eu vou ser igual a você! Um dia eu vou me tornar o campeão!
— É, mas antes de se tornar o campeão, você tem que...?
Perguntei, retomando a lição da escolinha.
— Você tem que batalhar nos ginásios!
— Isso! Muito bem, Oliver! Você está cada dia mais esperto! Vai chegar aonde eu cheguei bem mais cedo, aposto!
— É! — disse ele, com os pequenos punhos erguidos.
— E como é que se diz? — Perguntei, retomando a lição religiosa, dessa vez.
— Se Arceus quiser! — Ele respondeu.
— Se Arceus quiser! — Repeti.
***
Por dentro, o ginásio conseguia ser bem maior do que o lado de fora aparentava ser. Era uma enorme sala, com um corredor cheio de treinadores, prontos para desafiar a qualquer um que passasse à sua frente, para uma batalha. Derrotei-os com tamanha facilidade, que já estava super confiante de que venceria a partida contra Lady Caitlin. Porém, quando a batalha começou, não foi nada fácil...
— Ah, até que enfim! Você apareceu! — Exclamou a líder de ginásio, agora bastante iluminada pelos holofotes da arena. Usava uma blusinha branca de algodão e uma saia enorme, estilo hippie, toda amarela e com alguns hibiscos desenhados. Em seu rosto, estava estampado um sorrisão que chegava a contagiar e os óculos escuros, desta vez, estavam pendurados em sua cabeça.
— Eu vim te desafiar para uma batalha de ginásio! — disse eu, já com uma pokébola em mãos, pronta para o que der e vier.
— Muito bem... Eu aceito seu desafio! — Anunciou ela, com um prazer que chegava a ser forçado, tamanha a alegria que emanava daquela mulher. — E este pequenino, quem é?
Ela se abaixou e passou a mão na cabeça de meu sobrinho, sempre com aquela simpatia inigualável.
— Este é Oliver! — Apresentei.
Oliver ficou com vergonha e se escondeu atrás de mim.
— Você pode ficar ali, querido, enquanto Audrey e eu batalhamos? — Caitlin indicou a arquibancada para Oliver com o dedo, e o garoto foi para lá, mudo de timidez. Quando em frente a desconhecidos, meu sobrinho tendia a ficar calado e cabisbaixo, com muita vergonha, mas quem disse que isso durava? Em pouco tempo, o capetinha já se soltava e eu já estava imaginando: o que ele iria aprontar enquanto eu batalhava contra a Senhora Caitlin?
— Esta é a sua primeira batalha de ginásio em Alola? — Caitlin se volta para mim e pergunta.
— S-sim, senhora. — Respondi, mais nervosa do que eu gostaria de parecer.
— Ótimo, então eu usarei este aqui. — Ela puxou uma pokébola e arremessou, liberando um felino assim como Litten, só que com feições cômicas em um estilo mais humanoide. Seu pelo era bege e a ponta dos pés e cauda, castanhos. Tinha olhos grandes, mas suas pupilas eram como fendas e suas patas dianteiras tinham três dedinhos muito fofos, mas eu sabia que, por debaixo daquele pelo, se escondiam afiadíssimas garras retráteis. Muitos bigodes e pelos saíam de seu rosto e seus dentes eram bastante pontiagudos. Tinha como especial, um amuleto dourado pendurado no topo de sua cabeça.
— Muito bem... Eu aceito seu desafio! — Anunciou ela, com um prazer que chegava a ser forçado, tamanha a alegria que emanava daquela mulher. — E este pequenino, quem é?
Ela se abaixou e passou a mão na cabeça de meu sobrinho, sempre com aquela simpatia inigualável.
— Este é Oliver! — Apresentei.
Oliver ficou com vergonha e se escondeu atrás de mim.
— Você pode ficar ali, querido, enquanto Audrey e eu batalhamos? — Caitlin indicou a arquibancada para Oliver com o dedo, e o garoto foi para lá, mudo de timidez. Quando em frente a desconhecidos, meu sobrinho tendia a ficar calado e cabisbaixo, com muita vergonha, mas quem disse que isso durava? Em pouco tempo, o capetinha já se soltava e eu já estava imaginando: o que ele iria aprontar enquanto eu batalhava contra a Senhora Caitlin?
— Esta é a sua primeira batalha de ginásio em Alola? — Caitlin se volta para mim e pergunta.
— S-sim, senhora. — Respondi, mais nervosa do que eu gostaria de parecer.
— Ótimo, então eu usarei este aqui. — Ela puxou uma pokébola e arremessou, liberando um felino assim como Litten, só que com feições cômicas em um estilo mais humanoide. Seu pelo era bege e a ponta dos pés e cauda, castanhos. Tinha olhos grandes, mas suas pupilas eram como fendas e suas patas dianteiras tinham três dedinhos muito fofos, mas eu sabia que, por debaixo daquele pelo, se escondiam afiadíssimas garras retráteis. Muitos bigodes e pelos saíam de seu rosto e seus dentes eram bastante pontiagudos. Tinha como especial, um amuleto dourado pendurado no topo de sua cabeça.
— Meowth! — Ela chamou o pokémon e então só se ouviu um ronronar. Ela alisou os cabelos e abaixou os óculos para tapar os olhos, dizendo: — Você pode usar quantos pokémons você quiser, ou melhor... Puder. Eu utilizarei dois. Derrote os meus dois pokémon e levará a Insígnia Sol Escuro.
Ela retirou de dentro do sutiã um pequeno símbolo feito de prata, tingido na cor púrpura. Era uma espiral com o que pareciam ser chifres.
— Obaa! — Oliver saltou do banco, fascinado pela insígnia.
— Mas primeiro... — disse Caitlin reintroduzindo o emblema na lingerie. Se ela fosse me dar aquela insígnia, eu ia pegar com uma luva. — ...Batalhe e vença!
— Vai, Yungoos!
— Yun, yun!
Yungoos saiu todo pomposo de sua pokébola, os dentes escancarados e a cauda longa e flexível, com suas três pontas apontando para o teto do ginásio.
— Um Yungoos! — Exclamou Caitlin, surpresa pela escolha. — Huh... Entendeu as regras direitinho? — Ela perguntou.
— Sim.
— Então pode começar. O desafiante sempre ataca primeiro.
— Certo! Yungoos, Shadow Ball!
Yungoos criou e projetou uma bola deita de energia das sombras, mas...
— Meowth, Fury Swipes!
Meowth retalha a bola das sombras, lançando as "sobras" em Yungoos, que é ferido com o próprio ataque.
— É é rápido... — Concluí.
— Muito. — disse Caitlin. — Agora, o Night Slash!
As garras retráteis de Meowth brilharam intensamente e em poucos segundos, o bichano estava em cima de Yungoos, desferindo-lhe profundas espadadas.
— Yaaan--
— YUNGOOS!
Meu pokémon caiu aos meus pés, já com menos da metade de sua energia total. Aquele Meowth era poderoso e com certeza estava alguns níveis acima de meu time.
— Yungoos, tá tudo bem?
O pokémon levantou a cabeça e bateu os dentes. Aquilo era uma confirmação.
— Vai, tia Audrey! Vai, tia Audrey! — Oliver torcia por mim nas arquibancadas. Eu não podia decepcioná-lo.
— Certo, então use o Hidden Power! — Ordenei a Yungoos.
Não demorou muito para que minha obesa Caterpie evoluísse e se tornasse uma crisálida Metapod. E também não demorou para que Metapod evoluísse novamente e se tornasse o que é hoje: uma linda Butterfree! Com asas brancas que espalhavam um brilho pelo ar toda vez que batiam, a borboleta de olhos vermelhos e corpo púrpuro começou a rodopiar pelo ar, feliz em poder voar.
— Vai, use o Supersonic!
Butterfree então começa a vibrar as antenas, produzindo uma alta frequência sonora e emitindo essas ondas de som por todo o campo.
— Você é esperta! — Foi tudo o que Caitlin disse.
Meowth então é pego de surpresa pelas ondas sonoras e começa a caducar. Estava meio conto e mal conseguia parar de pé. Fica tropicando e batendo com a cabeça no chão, o que já me ajudava, pois ele mesmo estava se automutilando.
A líder de ginásio não se prestou nem para tentar bloquear o ataque.
— Agora: Gust! — Aproveitei a brecha de Caitlin e ataquei.
As asas de Butterfree começaram a bater muito rapidamente, formando um tufão de vento que fez Meowth cair de costas,
— Butterfree, você é a maior! — Comemorou Oliver.
— Meowth, use o Fury Swipes de novo!
Os olhos de Meowth começaram a brilhar em um tom diferente. Ainda estava confuso, mas ele parecia mais forte do que nunca.
Veio pra cima de Butterfree e cravou-lhe as garras com uma fúria nunca vista antes.
— OH! Butterfree!
A borboleta é jogada longe, sendo arrastada alguns metros com as costas arrastando no chão...
— Levanta, Butterfree! — disse Oliver, o que motivou Butterfree a retomar o voo.
— Psybeam!
— Ahá! Era quem eu queria ver em ação! — Comemora Caitlin Hall.
— Nhanha!
Litten estava no meio de seu banho de língua e foi pego de surpresa quando se viu do lado de fora da pokébola.
— Litten, use o Ember! — Pedi, e imediatamente, ele cuspiu bolas de pelo incendiadas, que voaram pra cima de Meowth como flechas em chamas.
— LITTEN! — Gritei.
Ele era o meu pokémon mais poderoso. Desde que eu o havia pego no festival, ele demonstrou subir de nível mais rápido que qualquer um dos meus outros pokémon. Além disso, ele aprendia ataques novos com uma facilidade que os outros não tinham. Talvez fosse por isso que os pokémon "iniciais" eram chamados de "iniciais". Por que eles eram perfeitos para treinadores iniciantes, uma vez que se desenvolviam muito facilmente em comparação a outras espécies, sem o mínimo esforço de seu treinador.
— Use o Fire Spin!
— Yungoos, tá tudo bem?
O pokémon levantou a cabeça e bateu os dentes. Aquilo era uma confirmação.
— Vai, tia Audrey! Vai, tia Audrey! — Oliver torcia por mim nas arquibancadas. Eu não podia decepcioná-lo.
— Certo, então use o Hidden Power! — Ordenei a Yungoos.
E três esferas verde esmeralda surgiram em frente à arcada dentária do pokémon, e rapidamente, o golpe foi disparado contra seu oponente.
— Um ataque de tipo desconhecido... Ótimo! — disse Caitlin, com um sorrisinho afetado no rosto. Estava louca para mostrar a força de seu Meowth, e isso eu podia ver até mesmo através de seus óculos de sol. — Meowth, Scratch!
As garras de Meowth se acenderam e o gatuno veio pra cima do Hidden Power, picotando-o assim como fizera com o Shadow Ball. Ninguém levou dano dessa vez.
— AVANTE! — Então gritou Caitlin, e Meowth prosseguiu com o Scratch, agora avançando para Yungoos.
— Improvise! — Gritei para Yungoos, sem saber o que fazer. E o pokémon foi esperto. Mesmo sem saber usar este ataque, ele começou a fuçar na terra do campo de batalhas, levantando uma nuvem de areia exatamente como no golpe Sand-Attack. E Meowth não pode se aproximar.
— Boa, mas isso ainda não acabou! Thunderbolt!
Meowth começou a faiscar e de repente, todo o seu corpo disparou uma rajada de eletricidade que ultrapassou a camada de areia de Yungoos e atingiu o pokémon por inteiro, levando-o ao nocaute.
— Aah! — Oliver entristeceu-se.
— Volte, Yungoos! — Disse eu, colocando-o de volta na pokébola, já me sentindo impotente e talvez até menos confiante. Peguei outra pokébola e lancei aos céus, revelando meu próximo combatente. — Vai, Butterfree!
— Furiii!Não demorou muito para que minha obesa Caterpie evoluísse e se tornasse uma crisálida Metapod. E também não demorou para que Metapod evoluísse novamente e se tornasse o que é hoje: uma linda Butterfree! Com asas brancas que espalhavam um brilho pelo ar toda vez que batiam, a borboleta de olhos vermelhos e corpo púrpuro começou a rodopiar pelo ar, feliz em poder voar.
— Vai, use o Supersonic!
Butterfree então começa a vibrar as antenas, produzindo uma alta frequência sonora e emitindo essas ondas de som por todo o campo.
— Você é esperta! — Foi tudo o que Caitlin disse.
Meowth então é pego de surpresa pelas ondas sonoras e começa a caducar. Estava meio conto e mal conseguia parar de pé. Fica tropicando e batendo com a cabeça no chão, o que já me ajudava, pois ele mesmo estava se automutilando.
A líder de ginásio não se prestou nem para tentar bloquear o ataque.
— Agora: Gust! — Aproveitei a brecha de Caitlin e ataquei.
As asas de Butterfree começaram a bater muito rapidamente, formando um tufão de vento que fez Meowth cair de costas,
— Butterfree, você é a maior! — Comemorou Oliver.
— Meowth, use o Fury Swipes de novo!
Os olhos de Meowth começaram a brilhar em um tom diferente. Ainda estava confuso, mas ele parecia mais forte do que nunca.
Veio pra cima de Butterfree e cravou-lhe as garras com uma fúria nunca vista antes.
— OH! Butterfree!
A borboleta é jogada longe, sendo arrastada alguns metros com as costas arrastando no chão...
— Levanta, Butterfree! — disse Oliver, o que motivou Butterfree a retomar o voo.
— Psybeam!
Das antenas de Butterfree, jorram rajadas de energia cor-de-rosa com alguns pixeis multi-coloridos. A borboleta faz um esforço que dava pra notar em seu rosto, e as rajadas percorrem o campo, rumo a Meowth.
— Proteja-se! — Ordena Caitlin. — Thunderbolt de novo!
E Meowth utiliza sua eletricidade para formar uma barreira, que provoca a explosão dos ataques poucos antes que pudessem efetivamente atingi-lo. Assim, seus danos foram mínimos, reduzidos pela enorme velocidade do gato ao escapar do impacto da detonação.
— Isso!— Comemorou a Líder. — Agora, Meowth: Night Slash!
E Meowth energiza as garras de uma única mão, correndo até atingir Butterfree com um corte profundo em suas asas de seda.
— Furii--
O pokémon dos tipos inseto e voador despenca, sem poder voar novamente, com as asas feridas.
— Ela não está totalmente derrotada, mas é melhor trocá-la, antes que Meowth a faça sofrer! — Aconselhou Caitlin.
— É o que vou fazer! — disse eu, ficando irritada com a força descomunal da líder de ginásio. — Vai, Litten!— Ahá! Era quem eu queria ver em ação! — Comemora Caitlin Hall.
— Nhanha!
Litten estava no meio de seu banho de língua e foi pego de surpresa quando se viu do lado de fora da pokébola.
— Litten, use o Ember! — Pedi, e imediatamente, ele cuspiu bolas de pelo incendiadas, que voaram pra cima de Meowth como flechas em chamas.
— Isso é muito pouco pra gente! — diz a líder com o nariz empinado.
Meowth é pego pelo ataque de fogo e começa a se automutilar de novo, batendo a cabeça com força contra a parede.
— Isso é triste de se ver... Mas, eu preciso derrotar aquele Meowth!
— Triste?! Quem disse que é triste? Agora o Meowth está fora do estado de confusão! — Indica Lady Caitlin, que aponta para Meowth. Os olhos do gato tipo normal estavam como eram antes e ele já não parecia confuso. Aquelas batidas com a cabeça o fizeram retornar à sobriedade e agora eu já estava ficando sem táticas.
— O que?
— Meowth, Fury Swipes!
E lá vinha mais um golpe multi strike de Meowth, que mostrava suas garras, vindo pra cima de Litten tão rapidamente, que nem deu tempo pro meu felino perceber o que o atingira.— LITTEN! — Gritei.
Ele era o meu pokémon mais poderoso. Desde que eu o havia pego no festival, ele demonstrou subir de nível mais rápido que qualquer um dos meus outros pokémon. Além disso, ele aprendia ataques novos com uma facilidade que os outros não tinham. Talvez fosse por isso que os pokémon "iniciais" eram chamados de "iniciais". Por que eles eram perfeitos para treinadores iniciantes, uma vez que se desenvolviam muito facilmente em comparação a outras espécies, sem o mínimo esforço de seu treinador.
— Use o Fire Spin!
Litten cuspiu uma rajada de chamas, e as mesmas começaram a rodopiar, formando um tornado de fogo. De imediato, o tornado contorno Meowth, prendendo-o ao mesmo tempo em que causava danos.
— MEOWTH! — Agora foi a vez da Gym Leader gritar por seu pokémon. — Saia daí! Fury Swipes!
E mais uma vez, Meowth usou suas garras para picotar, dessa vez partindo a barreira de fogo que o prendia dentro do redemoinho.
— Ataque!
E lá vinha ele, pronto para cravar suas unhas em Litten.
— Tia, cuidado! — Exclamou Oliver, impressionado.
— Litten, Fire Spin de novo!
Com Meowth bem próximo, Litten soprou um jato de fogo que atingiu o corpo todo do gato de rua, empurrando-o com força contra a parede oposta do ginásio, que ficou levemente chamuscada. O impacto é tão brutal, que os olhos de Meowth começam a rodopiar, e de repente, sinto-me mais motivada. Finalmente, o primeiro pokémon da líder de ginásio havia sido nocauteado, e agora só faltava mais um, o que me deixava mais perto de minha primeira insígnia e consequentemente, mais perto de eu realizar meu sonho.
Porém, foi nesse momento, que tudo mudou de uma forma drástica e inusitada...
— Volte, Meowth! Você foi muito bem! — Senhora Caitlin retorna seu pokémon à pokébola, já com outra em mãos, pronta para escolher o próximo e último combatente. — É uma pena que seu Yungoos já tenha sido derrotado. Eu adoraria ver ele em uma batalha contra sua própria evolução!
E então, antes que Caitlin Hall, a líder de ginásio, pudesse lançar sua próxima pokébola, me percebo deitada no chão, as mãos raladas pela pedra. De alguma forma, perdi o equilíbrio. Olhei para os arredores e identifiquei que Litten, Oliver e a própria líder de ginásio tinham caído também. Alguma coisa estava acontecendo. As lâmpadas estavam se balançando, pendendo do teto e arriscando a cair. Primeiro, tudo começou com um barulho extremamente alto, mas abafado. Era como se um trem estivesse se movimentando por baixo do ginásio e então, o chão começou a se mexer.
Em poucos segundos, o chão começou a rachar, e as placas que concreto que formavam o piso do ginásio se desfizeram em questão de milésimos. A construção toda começou a ranger e eu sabia que tinha de sair logo dali. Juntei Litten do chão e corri em direção a Oliver que, muito assustado com tudo aquilo, começou a chorar.
— Protejam-se! — Gritou Caitlin, agachada, com as mãos sobre a cabeça.
E então percebi o que ela queria dizer. As lâmpadas caíram e o teto começou a ficar instável. E eu estava a poucos segundos de meu sobrinho amado, quando a tragédia aconteceu. A catástrofe natural fez com que o teto do ginásio desmoronasse com uma velocidade tão incrível quanto o estopim da catástrofe.
Oliver desapareceu quando um bloco de concreto duas vezes maior que ele caiu sobre suas costas, e tudo o que eu fiz foi gritar.
— AAAAAAAAHHH!
Uma sensação esquisita passou por meu peito. Eu não sabia, mas estava chorando. Minhas mãos perderam a estabilidade e começaram a chacoalhar em um frenesi do indubitável cheiro de morte.
De repente, desmorono. Aquilo estava mesmo acontecendo? Não... Não podia ser. Era um sonho, um devaneio. Eu estava muito nervosa para minha batalha de ginásio. Talvez tivesse desmaiado e aquilo fosse só coisa da minha cabeça.
Mas quando senti o putrificado gosto de poeira, acordei para a realidade. A realidade que acabara de desaparecer. Qual o sentido disso?
Eu não estava lá. Não estava lá para salvá-lo. E fui eu... Eu que o trouxe para cá. Eu que o peguei mais cedo na pré-escola, eu que o deixei ver minha primeira disputa de ginásio, eu que o trouxe escondido de sua mãe, eu que o incentivava a se tornar um treinador como eu, e eu que o incentivava a aprender sobre os pokémon assistindo as batalhas que eu travava.
Mas agora... Qual o sentido de tudo isso? Era a vida querendo me pregar uma peça? A culpa era minha. A culpa era toda e inteiramente minha.
Por que aquilo tinha de acontecer?
Por que ele a morte o tirou de mim?
Por quê?
POR QUE ELE E NÃO EU?!
POR QUÊ?!
— OLIVER! — Gritei desesperada, mas não obtive resposta. O que então preencheu meu coração não foi o sangue bombeado pelas veias e artérias, mas dor. Como se milhares de cacos de vidro estivessem estilhaçando o que restara de mim. Como se milhares de pessoas me apedrejassem por um crime que não cometi. Como se a única coisa que importasse para mim, no mundo, fosse-me tirada. E foi.
Atirei-me no chão, esperando para que outra pedra viesse e me levasse também.
Já não havia mais sentido continuar lutando. A pedra era demasiada pesada para que eu ou meus pokémons pudéssemos removê-la.
Ele se fora. E por dentro...
Eu também.
Um milhão de cenas passaram por minha cabeça em não mais do que um segundo. O nascimento dele.... Ah, como minha querida irmã ficara emocionada com o nascimento de seu primeiro filho. Deu-lhe o nome de Oliver, porque vinha da palavra "oliva", do antigo francês Olivier, que significa oliveira, a árvore da paz e da vitória, desde os tempos antigos vista sob este olhar simbológico.
Quando completou um ano, ele já estava dando os primeiros passos. Não demorou muito para que Oliver aprendesse as primeiras palavras. A primeira delas foi mamãe, e a segunda... tia. Enquanto minha irmã e minha mãe saíam para trabalhar como Lass nas rotas adjacentes, eu estava lá, cuidando dele. Meu pai e meu cunhado passavam seus dias trabalhando na usina de Alola e não tinham tempo para isso. A única que podia cuidar daquele pequeno e lindo bebê era eu. E eu não reclamava. Não me era um castigo. Eu gostava. Amava.
Eu tinha uns 14 anos, e já adorava assistir torneios na televisão. E o pequeno Oliver já estava lá, ao meu lado, no sofá, vidrado nos incríveis efeitos que cada movimento fazia ao atingir o adversário. Lhe interessava mais isso do que os desenhos infantis bobos que sua mãe lhe fazia assistir. Onde está o Mar? Eu não estou vendo!
Lá pelos meus 15, 16 anos, comecei a sair pelas rotas, atrás de minha mãe, para aprender a ser uma Lass. Capturei meus primeiros pokémon: Caterpie e Yungoos, e Oliver logo desenvolveu um grande afeto por eles. Aliás, como não tinha com quem ficar, ele vinha junto comigo, e isso só aumentou o seu apetite voraz pelas batalhas.
Quando meus pais resolveram que me permitiriam sair em uma jornada, Oliver ficou brigado dois dias com a mãe dele, porque queria vir junto. Mas aos poucos, ele foi se amansando. Ele sempre foi muito amigo de meus pokémons e sempre brincava com eles. Ficou muito contente quando a Caterpie atingiu sua primeira evolução e mais contente ainda com a segunda. Esses dois sempre foram muito próximos, mas nada se comparava à amizade de Oliver com Yungoos. Os dois eram como um só. Aonde um ia, o outro ia de atrás.
Quando peguei Litten, Oliver logo quis fazer amizade com ele também, mas o tipo fogo não era muito de mostrar seus sentimentos, e meio que se fechou. Mas isso não impediu Oliver de apertá-lo, abraçá-lo e espremê-lo até seus olhos esbugalharem.
Ah, ele teria crescido saudável, o meu pequeno Oliver. Seria uma ótimo treinador. Bravo, Esperto, Estrategista. Não digo que teria arranjaria uma namorada porque... Ele é livre para ser e querer quem ele quiser. Mas é certo que, um dia, encontraria alguém. Talvez se casasse. Talvez tivesse filhos. Talvez adotasse. Mas agora, todas aquelas possibilidades lhe foram tiradas, de uma forma brutal e sem piedade...
Ele poderia seguir os passos da mãe, ou os passos do pai... Ou talvez, quem sabe, da tia... Pouco importa. O fato é que ele trilharia seu próprio caminho, descobriria seus próprios prazeres, decidiria seus próprios sabores, e tomaria as próprias decisões. Riria, Choraria, Se apaixonaria, Beijaria, ia. Agora, não mais.
Não mais.
— TEMOS QUE SAIR DAQUI! — Lady Caitlin surgiu atrás de mim, puxando-me pra longe do bloco que deitou meu pobre sobrinho, mas me desvencilhei, tremendo agora não por causa do terremoto, mas por medo, por dor.
Ao perceber o que havia acabado de acontecer, Caitlin pegou uma pokébola e jogou para cima, naquele momento de desespero. A criatura que saiu era uma raposinha felpuda, mas não tive tempo de reparar. Meu rosto estava quente e inundado em lágrimas. Minhas mãos tremiam e eu mal conseguia parar de pé, com tudo instável, o barulho embaixo da terra cada vez mais alto, as coisas mudando de lugar e o teto desprendendo cada vez mais.
A outra metade sucumbiu dois ou três minutos depois, no momento em que a desesperada Caitlin olhava para sua casa destruída e discava para a emergência.
Eu ainda chorava. Horas e horas haviam se passado, mas a cena continuava horrível, viva em minha cabeça. Eu sentia o cheiro do sangue impregnado em meu corpo, mesmo após vários e vários banhos. Quando meu sonho estava prestes a ser realizado, tudo foi tirado de mim. Minha razão de viver, minha razão de existir.
Oliver era tão próximo de mim que nem mesmo a mãe dele o conhecia tão bem quanto eu. E agora... Agora estava com a vida por um fio, conectado à aparelhos que o ajudavam a resistir. O pobrezinho tinha apenas 6 anos de idade. Gostava de pokémons e conhecia toda a minha equipe. Os amava como ninguém. Os abraçava, torcia por eles em batalhas. Aliás, ele se espelhava muito em mim. Queria ser um treinador que nem eu.
Mas agora, as sequelas poderiam ser permanentes, isso se ele conseguisse... Resistir.
Só de pensar nisso, meus olhos enchem-se de lágrimas e uma dor terrível atinge meu peito. Minha irmã e minha mãe nunca me culparam pelo que ocorreu, mas se eu não tivesse levado Oliver ao ginásio, talvez ele ainda estivesse na pré-escola, com seus coleguinhas, com suas professoras. Talvez, ainda tivesse condições de crescer e ser uma criança normal. Mas agora...
Havia 5% ou menos de chances de ele se salvar. O traumatismo foi tão grave, que Oliver agora precisava de máquinas mesmo para respirar.
E lá estava eu: escondida atrás do laboratório, em prantos, sem poder dormir direito. Longe de tudo e de todos. Mas eu estava lá por um propósito. Se tudo havia acabado pra mim, se eu não poderia mais continuar em minha jornada, porque eu deveria desejar o mesmo para os outros?
Os primeiros a chegar foram dois estrangeiros. Tinham um sotaque chique. Aposto que eram de Unova, nossa região "vizinha". Escutei Kukui e Hala dando-lhes as boas vindas e por sorte ou talvez coincidência, levaram os tipos Planta e Água.
Então, uma nova voz preencheu meus ouvidos. Eu não tinha visão nenhuma do que estava acontecendo, mas eu sabia que Ele estava ali, para finalmente buscar seu pokémon inicial.
— Aii! — Disse o garoto, arfando e lutando para respirar. Deduzi que tinha vindo correndo. Então, após tomar um pouco de ar, ele pergunta, com um tom de ansiosidade na voz: — Estou atrasado?
— Vocês jovens, sempre apressados. — Hala diz, soltando uma gargalhada. Mas, imaginei a cara do professor Kukui naquele momento. Deveria ter um olhar do tipo "você está atrasado uma semana".
— Dois iniciais já foram escolhidos, só sobrou um. — Anunciou o professor e especialista em movimentos da região. — Pode ser? — Ele então pergunta, e pela audível exclamação, entendi que aquilo era nada mais nada menos do que uma interjeição de felicidade misturada com surpresa. Assim, compreendi que minha missão estava concluída.
— Todo mundo feliz, assim que eu gosto de ver. — Fala Mestre Hala.
— Eu também. — Digo baixinho, enquanto mais uma leva de lágrimas escorre por meu rosto. E saio dali ainda me escondendo, tendo certeza de que Litten adoraria seu novo treinador. Hau. Marshadow. Eclipse.
Com Meowth bem próximo, Litten soprou um jato de fogo que atingiu o corpo todo do gato de rua, empurrando-o com força contra a parede oposta do ginásio, que ficou levemente chamuscada. O impacto é tão brutal, que os olhos de Meowth começam a rodopiar, e de repente, sinto-me mais motivada. Finalmente, o primeiro pokémon da líder de ginásio havia sido nocauteado, e agora só faltava mais um, o que me deixava mais perto de minha primeira insígnia e consequentemente, mais perto de eu realizar meu sonho.
Porém, foi nesse momento, que tudo mudou de uma forma drástica e inusitada...
— Volte, Meowth! Você foi muito bem! — Senhora Caitlin retorna seu pokémon à pokébola, já com outra em mãos, pronta para escolher o próximo e último combatente. — É uma pena que seu Yungoos já tenha sido derrotado. Eu adoraria ver ele em uma batalha contra sua própria evolução!
E então, antes que Caitlin Hall, a líder de ginásio, pudesse lançar sua próxima pokébola, me percebo deitada no chão, as mãos raladas pela pedra. De alguma forma, perdi o equilíbrio. Olhei para os arredores e identifiquei que Litten, Oliver e a própria líder de ginásio tinham caído também. Alguma coisa estava acontecendo. As lâmpadas estavam se balançando, pendendo do teto e arriscando a cair. Primeiro, tudo começou com um barulho extremamente alto, mas abafado. Era como se um trem estivesse se movimentando por baixo do ginásio e então, o chão começou a se mexer.
Em poucos segundos, o chão começou a rachar, e as placas que concreto que formavam o piso do ginásio se desfizeram em questão de milésimos. A construção toda começou a ranger e eu sabia que tinha de sair logo dali. Juntei Litten do chão e corri em direção a Oliver que, muito assustado com tudo aquilo, começou a chorar.
— Protejam-se! — Gritou Caitlin, agachada, com as mãos sobre a cabeça.
E então percebi o que ela queria dizer. As lâmpadas caíram e o teto começou a ficar instável. E eu estava a poucos segundos de meu sobrinho amado, quando a tragédia aconteceu. A catástrofe natural fez com que o teto do ginásio desmoronasse com uma velocidade tão incrível quanto o estopim da catástrofe.
Oliver desapareceu quando um bloco de concreto duas vezes maior que ele caiu sobre suas costas, e tudo o que eu fiz foi gritar.
— AAAAAAAAHHH!
Uma sensação esquisita passou por meu peito. Eu não sabia, mas estava chorando. Minhas mãos perderam a estabilidade e começaram a chacoalhar em um frenesi do indubitável cheiro de morte.
De repente, desmorono. Aquilo estava mesmo acontecendo? Não... Não podia ser. Era um sonho, um devaneio. Eu estava muito nervosa para minha batalha de ginásio. Talvez tivesse desmaiado e aquilo fosse só coisa da minha cabeça.
Mas quando senti o putrificado gosto de poeira, acordei para a realidade. A realidade que acabara de desaparecer. Qual o sentido disso?
Eu não estava lá. Não estava lá para salvá-lo. E fui eu... Eu que o trouxe para cá. Eu que o peguei mais cedo na pré-escola, eu que o deixei ver minha primeira disputa de ginásio, eu que o trouxe escondido de sua mãe, eu que o incentivava a se tornar um treinador como eu, e eu que o incentivava a aprender sobre os pokémon assistindo as batalhas que eu travava.
Mas agora... Qual o sentido de tudo isso? Era a vida querendo me pregar uma peça? A culpa era minha. A culpa era toda e inteiramente minha.
Por que aquilo tinha de acontecer?
Por que ele a morte o tirou de mim?
Por quê?
POR QUE ELE E NÃO EU?!
POR QUÊ?!
— OLIVER! — Gritei desesperada, mas não obtive resposta. O que então preencheu meu coração não foi o sangue bombeado pelas veias e artérias, mas dor. Como se milhares de cacos de vidro estivessem estilhaçando o que restara de mim. Como se milhares de pessoas me apedrejassem por um crime que não cometi. Como se a única coisa que importasse para mim, no mundo, fosse-me tirada. E foi.
Atirei-me no chão, esperando para que outra pedra viesse e me levasse também.
Já não havia mais sentido continuar lutando. A pedra era demasiada pesada para que eu ou meus pokémons pudéssemos removê-la.
Ele se fora. E por dentro...
Eu também.
Um milhão de cenas passaram por minha cabeça em não mais do que um segundo. O nascimento dele.... Ah, como minha querida irmã ficara emocionada com o nascimento de seu primeiro filho. Deu-lhe o nome de Oliver, porque vinha da palavra "oliva", do antigo francês Olivier, que significa oliveira, a árvore da paz e da vitória, desde os tempos antigos vista sob este olhar simbológico.
Quando completou um ano, ele já estava dando os primeiros passos. Não demorou muito para que Oliver aprendesse as primeiras palavras. A primeira delas foi mamãe, e a segunda... tia. Enquanto minha irmã e minha mãe saíam para trabalhar como Lass nas rotas adjacentes, eu estava lá, cuidando dele. Meu pai e meu cunhado passavam seus dias trabalhando na usina de Alola e não tinham tempo para isso. A única que podia cuidar daquele pequeno e lindo bebê era eu. E eu não reclamava. Não me era um castigo. Eu gostava. Amava.
Eu tinha uns 14 anos, e já adorava assistir torneios na televisão. E o pequeno Oliver já estava lá, ao meu lado, no sofá, vidrado nos incríveis efeitos que cada movimento fazia ao atingir o adversário. Lhe interessava mais isso do que os desenhos infantis bobos que sua mãe lhe fazia assistir. Onde está o Mar? Eu não estou vendo!
Lá pelos meus 15, 16 anos, comecei a sair pelas rotas, atrás de minha mãe, para aprender a ser uma Lass. Capturei meus primeiros pokémon: Caterpie e Yungoos, e Oliver logo desenvolveu um grande afeto por eles. Aliás, como não tinha com quem ficar, ele vinha junto comigo, e isso só aumentou o seu apetite voraz pelas batalhas.
Quando meus pais resolveram que me permitiriam sair em uma jornada, Oliver ficou brigado dois dias com a mãe dele, porque queria vir junto. Mas aos poucos, ele foi se amansando. Ele sempre foi muito amigo de meus pokémons e sempre brincava com eles. Ficou muito contente quando a Caterpie atingiu sua primeira evolução e mais contente ainda com a segunda. Esses dois sempre foram muito próximos, mas nada se comparava à amizade de Oliver com Yungoos. Os dois eram como um só. Aonde um ia, o outro ia de atrás.
Quando peguei Litten, Oliver logo quis fazer amizade com ele também, mas o tipo fogo não era muito de mostrar seus sentimentos, e meio que se fechou. Mas isso não impediu Oliver de apertá-lo, abraçá-lo e espremê-lo até seus olhos esbugalharem.
Ah, ele teria crescido saudável, o meu pequeno Oliver. Seria uma ótimo treinador. Bravo, Esperto, Estrategista. Não digo que teria arranjaria uma namorada porque... Ele é livre para ser e querer quem ele quiser. Mas é certo que, um dia, encontraria alguém. Talvez se casasse. Talvez tivesse filhos. Talvez adotasse. Mas agora, todas aquelas possibilidades lhe foram tiradas, de uma forma brutal e sem piedade...
Ele poderia seguir os passos da mãe, ou os passos do pai... Ou talvez, quem sabe, da tia... Pouco importa. O fato é que ele trilharia seu próprio caminho, descobriria seus próprios prazeres, decidiria seus próprios sabores, e tomaria as próprias decisões. Riria, Choraria, Se apaixonaria, Beijaria, ia. Agora, não mais.
Não mais.
— TEMOS QUE SAIR DAQUI! — Lady Caitlin surgiu atrás de mim, puxando-me pra longe do bloco que deitou meu pobre sobrinho, mas me desvencilhei, tremendo agora não por causa do terremoto, mas por medo, por dor.
Ao perceber o que havia acabado de acontecer, Caitlin pegou uma pokébola e jogou para cima, naquele momento de desespero. A criatura que saiu era uma raposinha felpuda, mas não tive tempo de reparar. Meu rosto estava quente e inundado em lágrimas. Minhas mãos tremiam e eu mal conseguia parar de pé, com tudo instável, o barulho embaixo da terra cada vez mais alto, as coisas mudando de lugar e o teto desprendendo cada vez mais.
— Swift! — Gritou Caitlin.
E o pokémon saraivou uma chuva de lâminas estelares extremamente pontiagudas contra a rocha que cobria o corpo inteiro de meu amado sobrinho. O concreto explodiu e Oliver apareceu, todo sujo e rasgado, os ossinhos dos braços e pernas quebrados e uma poça de sangue cobrindo as pedrinhas e cacos ao seu redor.
Litten desceu rapidamente e Arceus me deu forças para pegar Oliver - ou o que restou dele - no colo, seu sangue escorrendo por minha blusa, saia e pernas. Corremos em direção à porta do ginásio, e o teto que estava lá, há dois segundos acima da gente, despencou, bem como uma parede do outro lado da construção. Uma fumaça começa a subir, com o impacto das coisas caindo por cima da gente e a visão, já embaçada pelo rio de lágrimas, piorou.
Corremos em direção a saída, eu não sabia se poderia me manter de pé, o chão tremia, eu tremia, tudo tremia. Mas, mantive minhas forças, não por mim, mas por ele. Oliver tinha que ser salvo, ele tinha que chegar a um hospital. Caitlin gritava, também desesperada por ver seu querido ginásio indo ao chão, e sua saia comprida só atrapalhava. Em dado momento, ela caiu, e se não tivesse rolado para o lado, teria sido atingida por uma viga que deveria pesar uma tonelada. Puxei sua mão e a ajudei a se levantar. Mais uma rocha veio em nossa direção. Por sorte, Litten e Eevee nos guiaram para fora dali em segurança. Seus instintos eram muito mais aguçados do que os nossos.
Chegamos à porta. Caitlin empurrou-a e forçou para que pudéssemos sair. O tipo normal da líder e Litten já estavam do lado de fora, e por fim, eu e Caitlin Hall saímos do estabelecimento. Ao olharmos para trás, metade do ginásio já havia desmoronado, e justo na área das arquibancadas.A outra metade sucumbiu dois ou três minutos depois, no momento em que a desesperada Caitlin olhava para sua casa destruída e discava para a emergência.
***
Eu ainda chorava. Horas e horas haviam se passado, mas a cena continuava horrível, viva em minha cabeça. Eu sentia o cheiro do sangue impregnado em meu corpo, mesmo após vários e vários banhos. Quando meu sonho estava prestes a ser realizado, tudo foi tirado de mim. Minha razão de viver, minha razão de existir.
Oliver era tão próximo de mim que nem mesmo a mãe dele o conhecia tão bem quanto eu. E agora... Agora estava com a vida por um fio, conectado à aparelhos que o ajudavam a resistir. O pobrezinho tinha apenas 6 anos de idade. Gostava de pokémons e conhecia toda a minha equipe. Os amava como ninguém. Os abraçava, torcia por eles em batalhas. Aliás, ele se espelhava muito em mim. Queria ser um treinador que nem eu.
Mas agora, as sequelas poderiam ser permanentes, isso se ele conseguisse... Resistir.
Só de pensar nisso, meus olhos enchem-se de lágrimas e uma dor terrível atinge meu peito. Minha irmã e minha mãe nunca me culparam pelo que ocorreu, mas se eu não tivesse levado Oliver ao ginásio, talvez ele ainda estivesse na pré-escola, com seus coleguinhas, com suas professoras. Talvez, ainda tivesse condições de crescer e ser uma criança normal. Mas agora...
Havia 5% ou menos de chances de ele se salvar. O traumatismo foi tão grave, que Oliver agora precisava de máquinas mesmo para respirar.
E lá estava eu: escondida atrás do laboratório, em prantos, sem poder dormir direito. Longe de tudo e de todos. Mas eu estava lá por um propósito. Se tudo havia acabado pra mim, se eu não poderia mais continuar em minha jornada, porque eu deveria desejar o mesmo para os outros?
Os primeiros a chegar foram dois estrangeiros. Tinham um sotaque chique. Aposto que eram de Unova, nossa região "vizinha". Escutei Kukui e Hala dando-lhes as boas vindas e por sorte ou talvez coincidência, levaram os tipos Planta e Água.
Então, uma nova voz preencheu meus ouvidos. Eu não tinha visão nenhuma do que estava acontecendo, mas eu sabia que Ele estava ali, para finalmente buscar seu pokémon inicial.
— Aii! — Disse o garoto, arfando e lutando para respirar. Deduzi que tinha vindo correndo. Então, após tomar um pouco de ar, ele pergunta, com um tom de ansiosidade na voz: — Estou atrasado?
— Vocês jovens, sempre apressados. — Hala diz, soltando uma gargalhada. Mas, imaginei a cara do professor Kukui naquele momento. Deveria ter um olhar do tipo "você está atrasado uma semana".
— Dois iniciais já foram escolhidos, só sobrou um. — Anunciou o professor e especialista em movimentos da região. — Pode ser? — Ele então pergunta, e pela audível exclamação, entendi que aquilo era nada mais nada menos do que uma interjeição de felicidade misturada com surpresa. Assim, compreendi que minha missão estava concluída.
— Todo mundo feliz, assim que eu gosto de ver. — Fala Mestre Hala.
— Eu também. — Digo baixinho, enquanto mais uma leva de lágrimas escorre por meu rosto. E saio dali ainda me escondendo, tendo certeza de que Litten adoraria seu novo treinador. Hau. Marshadow. Eclipse.
FIM
Pokémon Sol & Lua Adventures – Escrito em Junho de 2016 – A cópia, venda ou redistribuição desse material é totalmente proibida. Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo.
Ao escrever a fanfic, os autores não estão recebendo absolutamente nada, ou seja, esta é uma produção artística sem absolutamente nenhum fim lucrativo. A fanfic foi projetada apenas como uma forma de diversão, de entretenimento e passatempo para outros fãs de Pokémon. ~
Capítulo escrito por#Kevin_
2 Comentários
Kevin, vc sabe como destruir corações, coitados dos seus ex-namorados kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirFoi muito bom ver Alola antes de tudo começar. Quando eu escrevi o primeiro capítulo e narrei a escolha dos iniciais, eu nunca esperava que poderia haver algo por trás. E como havia.
A história de Audrey é tragica e incrível ao msm tempo. As paralelas começarão muito bem e quero manter essa qualidade.
Que comece a semana especial Sol e Lua ;)
Obrigado pelo apoio, J! A ideia das paralelas é justamente essa: Aprimorar o enredo original. E que comece a semana especial!!!
ExcluirGostou do nosso conteúdo? Deixe um comentário abaixo! É de graça! Caso você tenha interesse em nos ajudar a manter o blog atualizado, considere apoiar-nos financeiramente. Você pode doar qualquer valor, até centavos, para a seguinte chave PIX: contato.pokemonster.dex@gmail.com. Toda a ajuda é bem-vinda!