Pokémon Black Dreams (Break the Ice)
Capítulo 85 - Zekreshiurem III


Zekreshiurem expele chamas vivíssimas de sua boca, e estas logo se sobressaem aos raios de Shadow Pikachu, tragando o tipo sombrio de uma só vez, em um mar de fogo.


Quando a fumaça abaixou, a radiação da Thunder Stone tinha ido embora e Pikachu jazia nocauteado.



Um sentimento frio e amargo atingiu o peito de Satoshi naquele instante: desespero. Ele estava ficando sem cartas na manga e não havia muita saída. Era derrotar Ghetsis ou ver uma região inteira padecer sob sua ditadura e tirania.

Então o treinador pega as últimas pokébolas em seu cinto e as lança para cima, libertando um tipo grama, um tipo fogo e um tipo água. Seus três iniciais evoluídos da região de Unova, da Antiga Unova.









De repente, Satoshi olhou para N e percebeu que ele e seu maldito pai sabiam de alguma coisa que tentavam esconder de Satoshi.







Alguma coisa pareceu se alterar dentro de Satoshi, mas era uma mudança mínima. Que diferença fazia? Ele tinha uma mãe, não tinha? Ele sabia que tinha um pai também e que este pai estava em jornada... No fundo, Satoshi sempre quis que um dia ele aparecesse, sempre quis que seu pai fosse um treinador bem sucedido e agora estava feliz porque sabia que ele era, mas isso não mudava em nada. Satoshi estava acostumado com a solidão, pois estivera tempos em jornada e aprendera a viver sem sua família. Que diferença fazia ele saber disso agora? Era um sentimento vazio. Ele não iria desabar chorando por causa de Alder, não sentia a necessidade de um pai por perto. Ele tinha a Pikachu. Ele tinha seus pokémon. Ele tinha a seus amigos.
A única coisa que podia sentir naquele momento era um choque por causa da revelação e nada mais.

Então tudo se fez claro. Primeiramente, era importante manter Satoshi seguro, por isso ele não sabia quem era seu pai... Ainda mais depois da guerra, que obrigou Alder a se tornar um fugitivo...
E então um Flashback atravessou sua cabeça, regressando-o ao momento em que Katy visitara sua casa na cidade de Pallet, na região de Kanto... Ele era caidinho por ela... Ah, isso fazia um bom tempo... Hoje, Katy era uma irmã para Satoshi. Mas naquela época, com os hormônios a mil, tudo o que ele queria, era conquistá-la e quando ela o convidou para ir à Ishuu, ele enlouqueceu, resolvendo sair em uma nova jornada pokémon, mesmo depois do fracasso que foi sua primeira.



Naquele momento, Satoshi não sabia o porquê, mas sua mãe se aquietou ao ouvir o nome "Ishuu".


Mas Satoshi se conteve. Falar da menina que gostava com a família era um assunto delicado.



Mas Satoshi se conteve de novo.


Satoshi se lembra até hoje da quentura que seu rosto ficou quando sua mãe perguntou aquilo.



O Professor Carvalho, seu padastro, que ali também estava, então disse:


Satoshi corou até a alma. Katy não era, mas ele queria que fosse.


Professor Carvalho puxou a mãe de Satoshi para perto e disse baixinho, esperando que o garoto não ouvisse nada, mas ele ouviu tudo:


Delia fica sem palavras.


Delia afastou-se de Carvalho estressada.


E Satoshi saiu da cozinha, deixando sua mãe com receio ao dizer aquela última frase, mesmo que tenha sido de brincadeira. Ele não sabia o porquê da reação de sua mãe, mas naquele instante, Delia ficou se imaginando se seu filho já tinha descoberto alguma coisa sobre Alder.

De um jeito ou de outro, deixou-o partir. O Professor Carvalho tinha razão... Ele tinha dezesseis anos, um homem feito. Tinha o direito de decidir sozinho qual rumo seguir... E foi assim que Satoshi veio para Ishuu, convencido por um sorriso bonitinho que hoje não significava nada mais do que "amigo", um grande, grande sorriso amigo.





Zekreshiurem expeliu mais energia, e raios congelantes começaram a vazar de seu corpo, liberando uma onda tão fria, mas tão fria, que o suor na pele de Satoshi começou a se transformar em neve.




Rapidamente, os iniciais se reúnem para contra-atacar, mirando seus ataques mais poderosos com intensidade total contra o dragão original.



A colisão entre Tornado de Folhas, Jato D'água, Lança-Chamas e Congelamento Total resultou em uma explosão de muita fumaça e fogo, aumentando novamente a temperatura dentro da caverna.



Zekreshiurem então começa a expelir o fogo de Reshiram pela boca, mirando na direção de Servine...

Dewott e Pignite se jogam na frente do tipo grama, defendendo-o do ataque que seria super efetivo...


Satoshi olha para seus pokémon protegendo uns aos outros e então percebe as feridas e cicatrizes em seus corpos. Já estavam feridos de batalhas anteriores contra os Plasmas. Não tinham muito mais energia dentro de si. Se era para derrotar Zekreshiurem, eles teriam de ser rápidos. E muito, pois lá vinha outro ataque, dessa vez oriundo de Zekrom.



Servine atinge o dragão antes que este pudesse disparar o raio de fusão, mas os danos não são muito profundos...

Zekreshiurem abriu a boca, expelindo uma mistura de chamas com eletricidade, que explodiu em Servine, jogando-o de costas contra uma parede de gelo...




Zekreshiurem mal atacara Servine e agora já ia atrás de Pignite e Dewott com a Queimadura de Gelo.

O ataque atravessou a caverna, derretendo o gelo que havia acumulado graças ao C. Total anterior. Rajadas de fogo resfriado percorreram o local por todos os lados, em todas as direções. Satoshi protegeu a cabeça com os braços e abaixou-se, enquanto Zekreshiurem soltava raios e mais raios, isolando-os em um tiroteio desenfreado.



Satoshi abaixa a cabeça por um momento, evitando um raio de gelo que cruzou o céu acima de si.



Pignite dá um soco no chão, abrindo pilares de chamas que colidem com os raios da queimadura de gelo, bloqueando-os para que Dewott pulasse na direção de Zekreshiurem e cravasse suas garras no rosto no dragão.

O dragão original se desequilibra e é jogado com violência no chão, caindo bruscamente de bruços. E é então que Satoshi avista seu ponto fraco.

Ghetsis imediatamente percebe onde o olhar de Satoshi pousara e contra-ataca.

O dragão se levantou, ficando de frente para Satoshi, escondendo rapidamente as duas lanças que estavam cravadas profundamente em suas costas: os DNA Splicers roubados pela Equipe Plasma!


Já recuperado do baque anterior, Servine pula com sua pata dianteira direita energizada, desferindo um corte profundo na barriga do dragão, jorrando sangue pela gruta.


A boca de Zekreshiurem se abre, e uma rajada de chamas é expelida, mas estas eram diferentes. Elas pulsavam como um coração, por conta própria, e delineavam o formato de uma cabeça de dragão. Rapidamente, o ataque voou pelos ares, pegando Servine com uma baforada de calor e energia e empurrando-o até um rocha até o ataque parar e revelar o pokémon-alvo em um estado que se compreendia entre a vida e a morte.


Dewott aproxima-se novamente de Zekreshiurem para um ataque direto, encharcando suas conchas com lâminas de água e as projetando contra o dragão para produzir um corte no formato de "x", mas...



O dragão original brilha, disparando uma bola de gelo envolta com a eletricidade capturada de Zekrom. O ataque não só explode em Dewott, esgotando-o ao seu limite físico, como também o infesta de raiozinhos paralisantes, deixando-o incapacitado de se mover.

N olha para seu próprio pokémon caído ali perto... Zoroark. Estava começando a criar uma camada de gelo por cima e não havia quem o acordasse... Ele precisaria de um bom tempo no Centro Pokémon para se recuperar. O garoto de cabelos verdes estão se arrasta (o braço quebrado balançando) até os pelos de Zoroark e se encolhe ali, protegendo o resquício de calor que ainda queimava no interior de seu corpo, mantendo os órgãos em funcionamento.



Pignite salta e energiza seu punho com a energia de seu tipo secundário: lutador. Em segundos, o porco de fogo já estava em cima de Zekreshiurem, lutando para acertar suas costas e arrancar as lanças de DNA que permitiam que Kyurem controlasse os poderes de Zekrom e Reshiram simultaneamente...

Zekreshiurem voa e gira no ar, deixando Pignite cair com um estrondo no chão... Mais um pokémon que estava quase no ponto de ser derrotado. Ghetsis estava quase vencendo.

Mas os pokémon mal podiam se mover. Suas peles estavam cobertas por feridas abertas, que levavam seu HP constantemente embora. Quanto mais a temperatura baixava graças a Zekreshiurem, pior as coisas ficavam, Menos eles conseguiam se mexer e mais suas feridas doíam.


O dragão dos dragões começa a emitir mais energia, liberando novamente seus raios de gelo, mas dessa vez voltados diretamente aos iniciais...

Satoshi joga-se na frente de seus pokémon quase mortos, e o gelo vem em sua direção, rumo a um final trágico...


Zekreshiurem fica imobilizado no ar, não podendo mais gerar seu gelo mortal. Seus braços e pernas contorcem-se tentando se livrar do aperto mortal que o prendia, mas de nada adianta.

Duas auras surgem em torno de Zekreshiurem. A do lado esquerdo era azul e negra, delineando o contorno de Zekrom. A do lado direito era laranja e branca, representando Reshiram.










Uma terceira aura surge em Zekreshiurem. Desta vez uma cinza, preenchendo o espaço atrás do dragão original. O espírito de Kyurem aparece.

Kyurem estava certo. Reshiram e Zekrom eram pedras naquele momento enquanto era o corpo de Kyurem que formava inteiramente o corpo do dragão original. Era Kyurem quem assumia todas as funções do dragão dos dragões. Era ele quem pensava, ele quem se movia e ele quem atacava. Kyurem estava comandando e não deixaria que a Pedra da Luz ou a Pedra das Trevas assumissem o controle de seu corpo original. Reshiram e Zekrom eram partes de Kyurem e nada mais do que isso. Eles eram míseros "eus interiores" baseados na condição de bem e mal, de verdade e ideal. Não tinham propriedade nenhuma sobre Zekreshiurem, e Kyurem fazia questão de lembrá-los disso.




De repente, Satoshi sentiu as intenções de Reshiram e Zekrom. Eles eram bons, afinal. Estavam se voltando contra Kyurem, seu progenitor, e contra Ghetsis, seu malfeitor. E tudo isso por causa dos ideais e da verdade que se destacavam em Satoshi. Satoshi havia feito isso. O bom caráter dele havia despertado o interesse dos lendários branco e negro e agora eles lhe ofereciam uma chance de vitória. Uma chance de salvar a região de Ishuu inteira.
Satoshi olhou para seus pokémon mutilados e eles retribuíram o mesmo olhar. Sacrifícios precisavam ser feitos.




Os três iniciais da antiga Unova saltaram destemidos contra o corpo imobilizado de Zekreshiurem enquanto Reshiram e Zekrom o prendiam, Kyurem chiando de raiva, tentando reassumir o controle.
O barulho foi de vidro quebrando no momento em que as duas lanças, que se assemelhavam a dentes de dragão se desprenderam das costas de Zekreshiurem, caindo com tudo no chão.


Com as auras de Reshiram e Zekrom desaparecendo instantaneamente, o dragão dos dragões começou a brilhar e seu corpo se dividiu em três novamente:


A pedra das trevas, representando o mal. A pedra da luz, advinda do bem. E a casca vazia de yin ou de yang: o corpo seco e sem potencial de Kyurem.









Os ataques elementais de grama, fogo e água juntaram-se para formar uma explosão combinada, envolvendo o corpo-casca de Kyurem e fritando-o até não sobrar um único resquício de hit points nas veias do dragão de gelo.
O rugido do dragão foi tão alto, que Satoshi teve de proteger seus ouvidos, mas isso era um bom sinal. Um sinal de que sua missão havia sido cumprida e isso só se confirmou quando o gigante tombou de costas, com as patas para cima e os olhos girando em sua órbita.

Estava acabado. Estava tudo acabado. N ficou se imaginando quanta experiência os três pokémon haviam recebido depois de derrotar Kyurem. Com certeza, aquilo os faria mais fortes, aquilo os faria subir de nível.


N hesitou por um momento, mas ele sabia o que era certo a se fazer...





Golpe Cortador, Quebra-Telha e Corte-Fúria. Os três ataques físicos chicotearam em Ghetsis, fazendo-o gritar de dor. Então ele gostava de torturar pokémon lendários e expor seus corpos mutilados para o mundo todo ver? Pois agora ia ser o contrário.
Ghetsis desabou inconsciente, o sangue vermelho preenchendo o chão ao seu redor. Satoshi quase engasgou com o choro. Enfim, a vitória era dele, graças à bondade de Reshiram e Zekrom, que no final, apesar de terem se unidos à Equipe Plasma e destruído algumas cidades no meio do caminho, haviam se redimido e provado seu valor.
O garoto cambaleou até as pedras da luz e das trevas e as pegou. Eram pesadas pra caramba, mas ele sabia o que tinha que fazer. Ninguém nunca mais poderia encontrar aquelas pedras, nem aqueles DNA Splicers.


Quando acabou, ninguém, nem mesmo ele próprio seria capaz de encontrar os itens novamente. Nunca mais. Satoshi se sentou, secou o suor, sua visão estava embaçando e as pernas tremiam de fome. A glicose estava muito baixa, mas ele não se preocupou. Estava junto de seus pokémon e sentia a ajuda se aproximando. Bianca, Cheren, Trip e ele... Alder. Satoshi até pensou em dizer alguma coisa, mas resguardou suas forças, finalmente permitindo-se cair nos braços do inconsciente.
Mas antes de desmaiar completamente, entregando-se aos mistérios do outro mundo, um flash percorreu o olhar do garoto e tudo o que ele pode fazer foi emitir uma única e solitária lágrima em agradecimento, ao perceber o quão longe eles haviam chegado.



Satoshi não poderia estar mais feliz.
FIM
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