— Em frente.
E assim eu segui, um medo repentino percorrendo minha espinha e me gelando até a alma. De repente, Malena baixou a arma e junto dos outros comparsas, Juan e Kilgry, continuou adentrando na base, indo para uma sala que fazia um barulho ensurdecedor, quase como se um gerador ali estivesse ligado.
Caitlin, Hermia e eu caminhamos pelo restante da estrutura altamente tecnológica e chegamos então em uma central, que dava para uma dezena de salas sem qualquer janela, apenas uma porta com um pequeno espaço para ventilação. Eram solitárias.
— Vai me trancar em uma dessas? — Perguntei a Caitlin, rapidamente me recusando a acreditar que eu estava dando uma ideia daquelas para a bandida.
— Não será preciso. Você não conseguirá sair daqui de qualquer maneira. — Ela respondeu. Como viu que não entendi, acrescentou: — A única maneira é de barco e mesmo que você saiba pilotar, terá de deixar os seus pokémon para trás e eles estão aqui, muito bem seguros em minhas mãos.
A mulher exibiu todas as pokébolas que colecionava (dentro de um saco transparente) e isso incluía as minhas, as de White, as de Jesse e as dela mesma.
— O que você vai fazer? — Perguntei, ingenuamente.
— Pegar Lunala e você não vai interferir em nada, a menos que queria ver sua princesinha aí morrer. Hermia?
Caitlin fez com a cabeça para Hermia, indicando-a o corpo de White em meus braços. A garota rapidamente pega uma pokébola e a lança no ar, revelando uma criatura de corpo metálico altamente poderosa.
— Meta...
— Metagross, Psíquica! — Ordenou a garota, e então, Metagross lançou vibrações telecinéticas invisíveis a olho nu pelo ar, fazendo com que White levitasse de meu colo e fosse parar em cima de uma mesa de mármore branco que parecia mais uma maca de necrotério.
— Obrigada, garoto! — Feito o trabalho, ela retornou Metagross à pokébola.
— O que vocês farão a ela? — Perguntei, preocupado.
— Nada, eu apenas lhe darei alguns remédios. — Respondeu Hermia, sem se alterar. — Isso será o suficiente para que continue viva até a noite.
Hermia então aplica precisamente uma injeção com um líquido tão branco quanto água com cloro no braço de White e rapidamente, o corpo dela se estremesse todo e então parou, retornando à inércia, como se ela tivesse partido.
— Fica calmo. — Continuou Hermia. — Eu passei anos de minha vida em um hospital. Sei o que estou fazendo. Ela está bem. Veja.
Hermia permitiu que eu me aproximasse. Tomei o pulso de White. As batidas estavam fracas e arrítmicas, mas ela ainda estava viva.
— O sangramento estancou e ela provavelmente não tem nenhuma hemorragia interna. A boa notícia é que a pressão intracraniana parece estar normalizando gradativamente. Não foi um baque fatal.
— Como você sabe disso tudo? — Perguntei.
— Eu sou muito inteligente. — Foi o que ela disse.
— De fato, ela é muito inteligente. — Concordou Caitlin, que enquanto Hermia cuidava de White, ligava uns painéis muito tecnológicos, iniciando um sistema de luzes barulhento e potencialmente perigoso, competindo com os ruídos do gerador na sala onde Malena, Kilgry e Juan entraram. — Foi por isso que eu a escolhi! — Adicionou. — Ela é esperta o suficiente para entender o que está por vir.
— E o que está por vir? — Questionei.
— Você faz muitas perguntas, rapaz. — Repreendeu-me a ex-líder de ginásio. — Mas tem o direito de saber! Vamos pegar Lunala esta noite. Hermia leu, estudou e traduziu tudo o que precisávamos saber a respeito de Solgaleo e agora... Usaremos a energia dele para destruir os deuses!
Ela Hall se abaixa e pega um fuzil militar que eu já conhecia. Era a mesma arma que disparava rajadas de energia e que ela tentara utilizar contra Lunala no Festival Pomaikai.
— Então você... Está canalizando a energia de Solgaleo para estas armas? — Perguntei, incrédulo.
— Canalizando, não. Absorvendo, reproduzindo, amplificando e depois reutilizando. Simples assim.
— Santo Arceus!
— Seu Deus não vai ajudar agora, Campeão! Apenas observe enquanto preparamos tudo! A noite é nossa. A noite é da Team Dim Moon.
Ela tinha razão. Não havia o que ser feito. Eu só podia observar. Rotom e todos os meus outros pokémon foram pegos. Hermia guardava um pseudo-lendário consigo. Ela não me ameaçara com ele, mas eu entendi o recado. E própria Caitlin... Somando todos os pokémon que ela tinha consigo, dava uns vinte, senão mais.
— Coma. — Hermia estendeu-me a mão com uma maçã.
Peguei-a imediatamente e devorei em um instante. Eu estava com fome e sentia que continuaria assim pelo resto do dia. Eu não poderia estar mais certo... Eu me sentei esperando a noite cair, segurando a mão de White, deitada naquela mesa, e observando enquanto Caitlin, Hermia e os outros membros do que eles chamavam de Team Dim Moon preparavam equipamentos, ligavam máquinas e calibravam dispositivos... A coisa iria ficar feia e eu não podia fazer nada.
Quando deu seis horas, o sol estava sumindo no horizonte, já. Caitlin não pensou duas vezes. Disse:
— Está na hora!
— Mas, Senhora... Quorin não deu sinal de vida ainda! Ele pode estar com problemas! — Advertiu-lhe Kilgry.
— Não podemos esperar por ele! A noite está aí e Lunala em breve estará com sua força total, ou pelo menos ele acha que estará! É o momento perfeito para cercarmos ele! Não vou adiar a caça por causa de Ekemona!
— Espera aí! — Intrometi-me.
— O próprio. Agora, se você não calar a boca, o próximo a desaparecer será você! — Ameaçou Malena.
— C-calma. — Fraquejei.
— Team Dim Moon? — Chamou Caitlin. — A postos.
Todos os recrutas se alinharam e pegaram as armas feitas com a energia de Solgaleo. Kilgry lançou-me um olhar de "acompanhe-me". Fomos todos juntos à "sala do gerador" e lá dentro, vi uma cena que não só disparou como também entristeceu meu coração. Dentro de uma jaula apertada, jazia o lendário do sol, fraco, oprimido, desgastado. Sua juba estava caindo e seus músculos haviam se transformado em gelatina à medida que cabos de um material semelhante à fita isolante chupavam sua vitalidade dia e noite sem parar.
— Solgaleo... — Balbuciei.
Mesmo inconsciente, o pokémon urrava de dor, mas era um grito de socorro muito baixinho e era facilmente abafado pelo barulho de todas aquelas máquinas ao seu redor.
— Peguem-no! — Ordenou Caitlin.
Kilgry, Juan, Malena e Hermia desencaixaram a jaula do suporte e acoplaram rodinhas debaixo do cativeiro e Solgaleo não podia fazer nada para se defender, nem sequer arranhá-los ao esticar suas patas para fora dos limites da jaula.
Eles deslizaram a jaula até um elevador próprio para aquela gaiola. Nós, os humanos, fomos em outro, que ficava do lado do de Solgaleo. Subimos.
Aquilo não parecia ter fim quando de repente a porta se abriu e todos chegamos no topo de uma montanha árida, o deserto lampejando à nossa volta, a areia ainda quente por causa do sol, que não havia desaparecido completamente.
— Comecem! — Ordenou Caitlin.
Rapidamente, os capangas abriram outras jaulas que estavam acopladas ali em cima, revelando velhos decrépitos completamente ensanguentados e com partes dos corpo faltando, o que incluída dedos, braços, dentes, orelhas, narizes, cabelos e camadas de pele. Eram os 7 Kahunas. Alguns deles se vestiam de modo normal, outros eram extremamente esquisitos, tanto na aparência quanto nas roupas. Mas uma coisa era comum em todos: cada um tinha características que lembravam a região do qual se originaram.
— Nada que eles não merecessem! — Respondeu Caitlin rispidamente. — Agora, rezem, velhos! Rezem!
Como se estivessem treinados, os 7 senhores se ajoelharam perfeitamente em conjunto e começaram suas preces às divindades. Sem sombra de dúvidas, eles estavam cientes de tudo o que Caitlin queria que eles fizessem.
Os homens se agacharam próximos ao corpo inerte de Solgaleo e começaram suas orações. Uma cantiga bem antiga, para falar a verdade, em havaiano tradicional, mais uma das muitas línguas que eu nunca aprendi. Caitlin sabia que Lunala ouviria aos kahunas, afinal, aqueles homens estavam "marcados" pelas divindades e isso significava que os deuses estavam sempre de olho neles.
E não é que deu certo?
Um piado estridente e desparelho surgiu no horizonte e as asas de couro se estenderam, revelando o pokémon que agora nutria-se do poder da lua, preenchendo-se com muito, muito poder e assumindo sua verdadeira forma.
Lunala rugiu sobre nossas cabeças, vendo o corpo de seu parceiro Solgaleo estirado dentro da jaula. De repente, então, uma fumaça negra começou a sair de seu corpo, como se toda a sua cor estivesse indo embora e ele então ficou todo prateado, da mesma cor que a lua atrás dele.
— Seus tolos! Como ousam me invocar à noite? Não sabem que o meu poder aqui é muito maior?
— Ah, nós sabemos! — Responde Caitlin. — Só te invocamos durante a noite porque sabíamos que você teria orgulho de gozar dos poderes da lua e tomaria coragem de vir até nós! Mas a Team Dim Moon preparou uma surpresinha para você! Contemple o poder de Solgaleo!
Ao dizer aquilo, Caitlin ergueu seu fuzil para cima e atirou. Todos os seus comparsas fizeram o mesmo, mas o alvo não era Lunala. Muito pelo contrário. Não miravam em nada: eles só queriam disparar as rajadas de Solgaleo para o alto para formar um intenso brilho solar, semelhante a um Sunny Day, só que muito mais intenso, anulando na hora os poderes da lua de Lunala.
— Vão se arrepender por isso! — Lunala falou através de mim e então abandonou meu corpo, libertando-me do seu encanto. E foi então que a treta teve início.
— Persian, Raticate, Gumshoos, Eevee, Kangaskhan e Tipo Nulo! Avancem!
Caitlin lança todas as suas pokébolas para o alto. Ninguém movia um músculo. Aquela luta era só entre ela e Lunala. Ou melhor, entre seis dos pokémon dela contra o lendário.
— Kangaskhan, Mega Shinka! — Ela gritou e só então percebi que estava em posse de uma Key Stone presa no alto de sua cabeça, no elástico do rabicó. Kangaskan brilhou e se transformou, assumindo sua Mega Evolução, muito mais poderosa do que sua forma normal.
— ATACAR! — Ela gritou, e todos os seus combatentes começaram a brigar. Kangaskhan e seu filhote atacaram junto com Double-Edge, um ataque muito poderoso do tipo Normal. Tipo Nulo usou o Triple Attack, com altas chances de causar ou Queimaduras, ou Congelamento ou Paralisia. Eevee atreveu-se a tentar um Skull Bash e Persian foi com Water Pulse. Já Gumshoos preferiu esperar com o Bide e Alolan Raticate adiantou-se com Hyper Beam.
Mas o ataque não atingiu a nenhum dos tipos normais de Caitlin. Ela estava muito bem preparada para isso e sabia que um golpe tipo fantasma em nada afetaria seu time de pokémons comuns. Porém, tudo o que estava no alcance do raio acabou explodindo e a força do impacto era tanta que todos nós caímos: os Kahunas, a Team Dim Moon, Caitlin, Seus pokémon e eu. Lunala estava ali para mostrar que não era apenas mais um pokémon, mas um motherfucking deus.
E foi nesse momento de distração que ataquei. Corri até o saco de pokébolas de Caitlin que havia caído no chão e peguei as primeiras que vieram à minha mão, lançando-as para cima e libertando alguns pokémon meus, outros de White. O primeiro a sair foi Dartrix, que evoluíra de Rowlet na batalha de White contra Eclipse. O tipo grama foi seguido por Popplio, meu inicial de água, Drampa, Bruxish, Shelgon e Vikavolt.
Todos atacaram sem questionar, mesmo os pokémon que não eram meus, mas de White. Eles perceberam que a situação estava perturbadora e ofereceram-se de bom grado a ajudar.
— Dragonite, Safeguard! — Berrou Juan e de repente, o pseudo-lendário erguia uma barreira de luz que o protegia de todos os ataques adversários, anulando um golpe atrás do outro como se fossem meras brisas alterando o trajeto do vento.
Kilgry tinha ficado por último e seu pequeno dragãozinho não parecia ser muito amigável. Jangmo-o então investiu com um golpe de cabeça, acertando Bruxish e atirando-o na direção de Vikavolt, que caiu com o impacto do outro pokémon despencando sobre seu corpo... Ambos sofreram danos.
Quanto ao capítulo, não tenho muito o que falar, pois está sendo bem auto-explicativo até então e será mais ainda no próximo, então fiquem ligadinhos que a história está chegando a seu ápice!
E POR FAVOR, SE VOCÊ LEU ATÉ AQUI, DEIXE UM COMENTÁRIO COM SUA OPINIÃO SOBRE O RUMO QUE A HISTÓRIA ESTÁ TOMANDO! O QUE É QUE CUSTA?! No fim, o seu comentário vai ajudar no futuro desta e de outras histórias, por isso é importante que você deixe a sua opinião nem que seja um "legal" ou "não gostei". É através do seu comentário que eu, enquanto autor, saberei que rumo tomar com a fanfic, portanto DEIXE O SEU COMENTÁRIO, POR FAVOR. Não vai tomar mais do que 5 minutos do seu tempo. Com certeza, bem menos do que isso, e será útil para todos, portanto, COLABORE!!!
q bosta eh essa?????
ResponderExcluirVOLTEI!Eu tinha parado de ler por um tempo mas agora eu voltei!Eu to amando o rumo da história,e to esperando Popplio evoluir:3,muito ansioso pelo próximo capitulo,quase o último(triste ;-;)Então,até o próximo capitulo!
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