Agora...
Era 7h da noite quando o Professor Nogueira apresentou às meninas o nosso quarto na Casa dos Estudantes. Oportunamente, Mina morava perto, então pegava uma Poké Carona para dirigir-se à sua casa. Nós, que ou éramos de outra ilha ou éramos de outra região, tínhamos de ficar por ali mesmo, no prédio detrás da escola.
O cômodo até que era bem confortável. Tinha cinco camas, um enorme espaço no centro (eu já estava prevendo um tenda de acampamento, uma fogueira, marshmallows e muito, mas muito Verdade ou Consequência) e um closet gigante, onde caberia facilmente todas as vestimentas de não só todas as meninas do quarto como também do prédio inteiro. Era tudo tão perfeito! Do jeito que eu sempre sonhei! Eu estava vibrando! Aquele ano seria inesquecível em minha vida!
Era 7h da noite quando o Professor Nogueira apresentou às meninas o nosso quarto na Casa dos Estudantes. Oportunamente, Mina morava perto, então pegava uma Poké Carona para dirigir-se à sua casa. Nós, que ou éramos de outra ilha ou éramos de outra região, tínhamos de ficar por ali mesmo, no prédio detrás da escola.
O cômodo até que era bem confortável. Tinha cinco camas, um enorme espaço no centro (eu já estava prevendo um tenda de acampamento, uma fogueira, marshmallows e muito, mas muito Verdade ou Consequência) e um closet gigante, onde caberia facilmente todas as vestimentas de não só todas as meninas do quarto como também do prédio inteiro. Era tudo tão perfeito! Do jeito que eu sempre sonhei! Eu estava vibrando! Aquele ano seria inesquecível em minha vida!
Pokémon Ultra Sun & Moon Adventures - Aventuras Tropicais
— Toc, toc, Com licença? — Uma garota de cabelos azuis abriu a porta com um papel na mão. — Acho que meu quarto é aqui!
— Eeeeeeeee! — Acerola saiu correndo e montou na moça, comemorando por ter mais uma colega de quarto.
— Seja muito bem-vinda! Eu sou a Ul! Essas são Acerola e Hapu!
— Calouras? Ooh la la, há quanto tempo eu não via gente nova aqui? Eu sou Kahili, do superior. É um prazer conhecê-las, meninas.
— O prazer é todo nosso! — Disse Acerola, apertando ainda mais forte, enquanto Kahili tentava se desvencilhar de seu abraço de Bewear.
— É, eu percebi. — Resmungou Kahili.
— Tem mais uma cama logo ali! Será que ainda vai chegar mais alguém? — Perguntei, quase que prevendo o futuro. No mesmo instante, "toc, toc".
— Quem é?
— Sou eu, o Professor Nogueira! Venho trazer mais um colega de quarto para vocês!
Abri a porta, louca para que ele estivesse falando de seu six pack (abdômen definido). Mas não. Com uma mão nas costas de Tra, Nogueira o trazia quase de contra a sua vontade.
— Tra?! — Perguntei assustada. Ele queria colocar um menino em um quarto só com meninas?!
— É TRAVIS! — Respondeu ele, muito bravo, em contraste com sua expressão tristonha de hoje mais cedo.
— Travis, é assim que eu devo chamar? — Perguntou Nogueira. — Escuta, eu sei que não se sente confortável, mas eu não posso fazer nada por você. É a Diretora Olivia quem manda aqui.
— Certo. — Vendo que não haveria outra alternativa, ele juntou a mochila por um ombro só e entrou, indo direto para a última e mais isolada cama.
— Ele... Está tudo bem? — Perguntei.
— Não, mas vai ficar. — Respondeu Nogueira. — Cuidem bem do Travis, garotas. Ele precisa descansar. — E fechou a porta, deixando-nos sozinhas com aquele garoto.
— Está tudo bem, eu não vou causar problemas. — Disse ele, entrando para debaixo das cobertas com roupas, tênis, chapéu e tudo. — Só me deixem dormir.
— Travis... — Aproximei-me, colocando a mão por cima dele. HAVIA de fato alguma coisa errada.
— Me deixa. — Ele disse, entre soluços baixinhos, quase inaudíveis. Estava chorando.
— Estamos aqui por você. — Disse baixinho próximo a seu ouvido.
— Sabe de uma coisa? Vou dormir também. — Disse Kahili. — Amanhã tenho que levantar cedo para trabalhar.
E esta se deitou na cama mais próxima da de Travis. Por que tudo isso parecia tão estranho?
— Se não se importam, podem ter seu piquenique de inauguração lá fora, garotas? É que a gente realmente precisa dormir. — disse ela.
— Ok, nós não vamos atrapalhar. — disse Hapu, me puxando para fora do quarto, junto de Acerola. O que estava acontecendo? Não sei e nem as meninas sabiam, mas resolvemos respeitar o silêncio, deixando Kahili e Travis descansarem...
No outro dia, lá estávamos nós, em nossa primeira Aula Prática II, com o Professor Carvalho. Sentei-me junto à Hapu e Acerola, mas foi só dar o tempo de passar a chamada que nós logo já nos levantamos e fomos conduzidos à quadra esportiva da escola, onde os alunos mais batalhavam do que a utilizavam para praticar qualquer esporte.
— Queridos alunos, como todos vocês devem saber, esta é uma aula prática, ou seja, nada de caderno, nada de teoria! — Iniciou Gabriel Carvalho, chamando a atenção de todos. — O objetivo da nossa aula é prepará-los para a Liga Pokémon e os Desafios da Ilha que encontramos em cada uma das 4 Ilhas Maiores que compõem a região de Alola! Em contrapartida, a cadeira Aula Prática I, lecionada pela professora Olivia tem por objetivo prepará-los para qualquer batalha, independente se for contra um pokémon selvagem ou um treinador ou o que for. Comigo, no entanto, vocês estarão aprendendo a batalhar, exclusivamente, contra Líderes de Ginásio, Capitães de Desafio, Elite 4 e outros treinadores do tipo Competitivo!
"Na aula de hoje, vocês formarão uma espécie de circuito de batalhas, onde todos batalharão entre si até restar apenas 1, que será dado como Campeão. O Campeão, por sua vez, poderá ter sua primeira batalha contra um Capitão de Desafio em uma das 4 Ilhas de Alola. Ele será levado com todas as despesas pagas até seu desafio. Os outros, é claro, irão junto, para observar como funciona um desafio e eu estarei lá, para ensiná-los."
O que? Como assim? Nós vamos... Batalhar uns contra os outros? Na Aula?! Por essa eu não esperava! E se eu ganhar? Eu não me sinto preparada para um Desafio de Ilha ainda!
— Antes de começarem, quero apresentar-lhes Akira, o novo estudante da Academia Konikoni! Ele chegou hoje pela manhã e está louco para participar!
O QUE? Como assim? Assim...? Do nada?! AAAAH! Eu não estou pronta!
No mesmo mo momento, todos foram para diferentes cantos da quadra, de dois em dois. Akira foi batalhar contra Travis; Molayne contra Hapu; Gladion contra Acerola e eu contra...
— Ei, queeer batalhaaar comiiigo, mané? — Perguntou Mina, aproximando-se de mim com aquela voz arrastada, como se tivesse f*mado uns cinco, só agora de manhã.
— Não sou uma mané!
— Ah, é? Vamos veeer! Algodão, é contigo!
Dratini, o pokémon que ganhei de meu pai quando completei dez anos de idade. Ele queria que eu me tornasse uma treinadora de Dragonite, assim como minha mãe. Não é por nada, mas Dratini é naturalmente muito forte e isso meio que me confere uma certa vantagem, mas eu ainda não tinha tido nenhum tipo de contato com batalhas há muito tempo, então dá pra dizer que estamos um pouco enferrujadas.
E outra: Se Akira podia usar um pokémon que vinha com ele desde casa, por que eu também não podia?
— Eu vou ganhar essa batalha! — disse Mina, segurando um pequeno item cor-de-rosa em suas mãos. Um Z-Crystal! — Eu tenho isso aqui: Um Fairium Z! É hora do Z-Move Investida Cintilante!
WHAAAAT?! Um Z-Move? Eu não estava preparada para isso! Afinal, Mina era uma Capitã de Desafio reclusa, o que significava que ela teria acesso a coisas desse tipo! Mas como eu iria lidar com um Ataque Z? Tão assim de surpresa? Tá vendo? Eu não estava preparada!
Mas a situação se reverteu ao meu favor em um instante. Quem disse que Algodão podia usar o Investida Cintilante?
— Hã? O que que aconteceu?
Stufful ficou parado, no mesmo lugar, tirando um cochilo, ao invés de atacar.
— Ora, ora... O que temos aqui? — O Professor Carvalho se aproximou, vistoriando os grupos. — Parece que Stufful não tem nenhum movimento tipo fada para utilizar como base para o Ataque Z...
— Ah, é... Eu vi que eu tava me esquecendo de alguma coisa... — disse Mina, ainda meio distante...
— Fúria do Dragão, Tina! — Aproveitei a oportunidade para desferir um ataque certeiro em Stufful, que lhe tirou exatos 40 pontos de HP.
Mas no momento em que o Fúria do Dragão entrou em contato com a pele (pelúúúciaaa) de algodão, este começou se endiabrar, dando pulos altos de fúria. O que estava acontecendo?
— Stufful aparenta ser inocente, mas é um pokémon muito perigoso! Qualquer contato que ele tem com alguém que não é muito íntimo, como um amigo de anos, ele explode de raiva, utilizando uma força devastadora em seus braços e pernas para aniquilar o inimigo! — Observou o Professor Carvalho, que logo se afastava para ir verificar Molayne e Hapu.
Dito e feito. Stufful começou a se debater, enviando um pulso de energia preta como petróleo, que bateu em Dratini, atirando-o longe...
— TINA! — Gritei, correndo atrás de meu pokémon todo esfolado. Se Mina queria uma batalha, agora ela iria ter uma. — Troca de Peles, agora!
De repente, Dratini começa a brilhar, libertando sua pele toda arranhada e rapidamente usando seu fator de cura avançada para regenerar-se e criar uma nova pele por baixo da antiga, livrando-se de todos os arranhões e cortes decorrentes do Swing Brutal de Algodão.
— O que? — Mina se surpreendeu!
— Dratini é um pokémon tão raro que todos achavam que se tratava de um mito até pouco tempo atrás! A única evidência que as pessoas tinham de sua existência era as peles deixadas para trás. Contudo, um pescador conseguiu capturar, após 10 horas de luta, um Dratini, e assim, sua existência foi comprovada cientificamente pela humanidade. E logo, através do Breeding, esta espécie cresceu e se espalhou rapidamente pelo mundo.
— Então... Ela troca de peles? O... O que mais ela pode fazer?
— Ela pode fazer isso aqui! — Respondi. — Batida!
Tina rastejou pelo chão e deu uma cabeçada magnífica em algodão, acabando com seus últimos pontos de vida. A partida estava oficialmente encerrada.
Olhei para o lado e todos os meus colegas estavam assistindo a minha batalha. Todos já haviam terminado suas partidas. Que rápido.
Parece que Travis derrotou o Rockruff de Akira com a Bruxa; Molayne perdeu seu Dhelmise para o Araquanid de Hapu; e por fim, Gladion perdeu seu Roger para... O que? O Oricorio de Acerola?! Como ela conseguiu isso?!
— Muito bem! — Professor Carvalho bateu palmas, parabenizando-me e então mandando todo mundo circular e formar novos pares. Éramos 4 agora. Infelizmente, os que perderam foram desclassificados e agora estavam no banquinho, apenas observando o seus colegas (na verdade, estavam mais era mexendo em seus celulares, mas a gente finge que estavam prestando atenção só para o Professor não brigar com a gente).
E o meu próximo oponente era... Acerola!
— Senhor Pom-Poms, eu escolho você!
Com um rodopio feliz, Acerola jogou o pokémon voador que encontrava-se do lado de fora da pokébola, em repouso em seu braço direito, para dentro do 'campo'.
— Então eu escolho... Frutinhas! Vai!
Enquanto isso, ao meu lado, Hapu batalhava contra Travis em uma desenfreada competição entre Araquanid e Meowth.
— Pom-Poms, use o Duplo Tapa!
Sem dar nenhum descanso, Acerola começou atacando com um golpe físico de duas batidas, jogando Morelull para as alturas.
— Aaah! — Segurei meu pokémon no colo, para evitar que despencasse com tudo no chão. Ele não parecia nada bem. Pequenas faíscas de eletricidade emanavam de seu corpo. — Hã? O que é isso?
— Oricorio cria eletricidade quando esfrega seus pom poms. — Explicou Acerola. — Além de ser muito fofinho, ele super potencializou aquele Duplo Tapa com uma dose de eletricidade!
— Ah, então esse é o seu jogo, é? Utilizar as aptidões naturais dos pokémon para vencer as batalhas? Pois bem, aqui vamos nós! Esporos!
Morelull começou a expelir pequenos esporos coloridos para cima, formando uma pequena nuvem de pó sonífero.
— Dança Vibratória!
De imediato, Sr Pom-poms começou a liberar seus próprios esporos, repelindo a nuvem de pó de Morelull com sua própria nuvem de pó, ao mesmo tempo em que seu Ataque e Defesa Especiais, além da Velocidade, eram ampliados, todos de uma só vez.
— ARGH! — O que Acerola tinha de atrapalhada, tinha de perspicaz. Como eu iria derrotá-la? Então, lembrei-me de um pequeno truque sobre a composição química de Frutinhas.
— Use o Brilho Ofuscante! — Ordenei.
— Dança da Revelação!
Morelull começou a brilhar uma luz incandescente, ao mesmo tempo em que disparava jatos de laser cortantes contra Oricorio. Mas Sr Pom-Poms não ficou parado. Enquanto tudo isso acontecia, ele disparava cargas de eletricidade de seus... adivinha!: Pompons.
Ambos agora estavam com menos de 50% de seu HP e eu só estava esperando que Acerola utilizasse novamente o movimento certo...
— Duplo Tapa! — Aí vem ele!
Quando Oricorio aprochegou com o Duplo Tapa, o que foi que eu fiz? Deixei que atingisse Morelull. E a mágica (perdoem-me o trocadilho) aconteceu. Não é que eu estava com sorte?
Senhor Pom-Poms começou a piar loucamente. Algo estava errado com ele. De repente, bolhas roxas começam a brotar da superfície de suas penas. Isso! Estava envenenado!
— A Habilidade de Frutinhas é Efeito Esporos, que faz com que qualquer contato físico com ela tenha 10% de chances de paralisar o alvo, 9% de chances de envenenar e ainda 11% de chances de causar ataque de sono! Muahahah! Eu sou demais! Frutinhas, acabe com ele! Nó de Grama!
Raízes enfurecidas surgiram do chão para puxar Oricorio pelos pés e jogá-lo de volta contra o chão. O resto ficou por conta do veneno. Em poucos segundos, os olhos de Senhor Pom-Poms reviravam nas órbitas.
— Vitória da Ul! — Anunciou o Professor Carvalho. — E agora... Ul batalhará contra... Travis!
Travis havia derrotado a monstra da Spider com um Meowth, pokémon do tipo Noturno. O que ele reservava para mim?
— Pronta, Ul? — Perguntou meu novo (e misterioso) colega de quarto, muito mais sorridente do que na noite anterior. Parece que batalhar iluminava o sorriso dele, assim como iluminava o meu.
— Sempre.
— Bruxa, conto contigo!
A pokébola de Tra se abriu, revelando uma verdadeira bruxa, a Bruxish que ganhou de presente do Professor Eclipse.
— Ash, eu escolho você!
Eu, como grande fã do treinador Ash Ketchum, não poderia deixar de adquirir um Pikachu e é claro, dar a ele um boné oficial do jovem prodígio de Pallet. Pikachu foi minha primeira captura e o último de meus três pokémon, contanto com a Frutinha e a Tina.
— Um Pikachu, hum? Certo, Bruxa! Vamos de Agudo!
Da bocarra de Bruxish, ondas de som realmente agudas saíram, preenchendo o campo com um ruído insuportável, diminuindo a Defesa de Ash, mas eu liderava em vantagem.
— Raio Carregado!
ZAAAP! Um Super efetivo e golpe crítico ao mesmo tempo. Mas Bruxish não foi derrotada. Segurava uma Focus Sash. Ô item chato!
— Achou que eu não estaria preparado para um One-Hit KO? Bruxish, use o Psíquico!
A protuberância saliente na testa de Bruxish se abriu em um formato de flor e dali, ondas psíquicas atordoantes se instauraram, erguendo rochas gigantescas e então as arremessando em direção ao pobre Ash. Um ataque psíquico com efeito de tipo Pedra ao mesmo tempo, e a energia de Pikachu despencava em segundos, ficando tão pouca quanto a de Bruxish.
— Quem vencer esta partida, poderá batalhar contra seu primeiro Capitão de Desafio! — Reafirmou o Professor Carvalho, quando eu finalmente me dei conta que eu já estava na final do torneio e quase ganhando.
Ora bolas, eu só precisava de um ataque de prioridade em campo e aí estaria feito. Bruxish cairia primeiro e eu seria a vencedora. Porém, acho que Tra pensou do mesmo jeito.
— Ataque Rápido!
— Aqua-Míssil!
— Eeeeeeeee! — Acerola saiu correndo e montou na moça, comemorando por ter mais uma colega de quarto.
— Seja muito bem-vinda! Eu sou a Ul! Essas são Acerola e Hapu!
— Calouras? Ooh la la, há quanto tempo eu não via gente nova aqui? Eu sou Kahili, do superior. É um prazer conhecê-las, meninas.
— O prazer é todo nosso! — Disse Acerola, apertando ainda mais forte, enquanto Kahili tentava se desvencilhar de seu abraço de Bewear.
— É, eu percebi. — Resmungou Kahili.
— Tem mais uma cama logo ali! Será que ainda vai chegar mais alguém? — Perguntei, quase que prevendo o futuro. No mesmo instante, "toc, toc".
— Quem é?
— Sou eu, o Professor Nogueira! Venho trazer mais um colega de quarto para vocês!
Abri a porta, louca para que ele estivesse falando de seu six pack (abdômen definido). Mas não. Com uma mão nas costas de Tra, Nogueira o trazia quase de contra a sua vontade.
— Tra?! — Perguntei assustada. Ele queria colocar um menino em um quarto só com meninas?!
— É TRAVIS! — Respondeu ele, muito bravo, em contraste com sua expressão tristonha de hoje mais cedo.
— Travis, é assim que eu devo chamar? — Perguntou Nogueira. — Escuta, eu sei que não se sente confortável, mas eu não posso fazer nada por você. É a Diretora Olivia quem manda aqui.
— Certo. — Vendo que não haveria outra alternativa, ele juntou a mochila por um ombro só e entrou, indo direto para a última e mais isolada cama.
— Ele... Está tudo bem? — Perguntei.
— Não, mas vai ficar. — Respondeu Nogueira. — Cuidem bem do Travis, garotas. Ele precisa descansar. — E fechou a porta, deixando-nos sozinhas com aquele garoto.
— Está tudo bem, eu não vou causar problemas. — Disse ele, entrando para debaixo das cobertas com roupas, tênis, chapéu e tudo. — Só me deixem dormir.
— Travis... — Aproximei-me, colocando a mão por cima dele. HAVIA de fato alguma coisa errada.
— Me deixa. — Ele disse, entre soluços baixinhos, quase inaudíveis. Estava chorando.
— Estamos aqui por você. — Disse baixinho próximo a seu ouvido.
— Sabe de uma coisa? Vou dormir também. — Disse Kahili. — Amanhã tenho que levantar cedo para trabalhar.
E esta se deitou na cama mais próxima da de Travis. Por que tudo isso parecia tão estranho?
— Se não se importam, podem ter seu piquenique de inauguração lá fora, garotas? É que a gente realmente precisa dormir. — disse ela.
— Ok, nós não vamos atrapalhar. — disse Hapu, me puxando para fora do quarto, junto de Acerola. O que estava acontecendo? Não sei e nem as meninas sabiam, mas resolvemos respeitar o silêncio, deixando Kahili e Travis descansarem...
No outro dia, lá estávamos nós, em nossa primeira Aula Prática II, com o Professor Carvalho. Sentei-me junto à Hapu e Acerola, mas foi só dar o tempo de passar a chamada que nós logo já nos levantamos e fomos conduzidos à quadra esportiva da escola, onde os alunos mais batalhavam do que a utilizavam para praticar qualquer esporte.
— Queridos alunos, como todos vocês devem saber, esta é uma aula prática, ou seja, nada de caderno, nada de teoria! — Iniciou Gabriel Carvalho, chamando a atenção de todos. — O objetivo da nossa aula é prepará-los para a Liga Pokémon e os Desafios da Ilha que encontramos em cada uma das 4 Ilhas Maiores que compõem a região de Alola! Em contrapartida, a cadeira Aula Prática I, lecionada pela professora Olivia tem por objetivo prepará-los para qualquer batalha, independente se for contra um pokémon selvagem ou um treinador ou o que for. Comigo, no entanto, vocês estarão aprendendo a batalhar, exclusivamente, contra Líderes de Ginásio, Capitães de Desafio, Elite 4 e outros treinadores do tipo Competitivo!
"Na aula de hoje, vocês formarão uma espécie de circuito de batalhas, onde todos batalharão entre si até restar apenas 1, que será dado como Campeão. O Campeão, por sua vez, poderá ter sua primeira batalha contra um Capitão de Desafio em uma das 4 Ilhas de Alola. Ele será levado com todas as despesas pagas até seu desafio. Os outros, é claro, irão junto, para observar como funciona um desafio e eu estarei lá, para ensiná-los."
O que? Como assim? Nós vamos... Batalhar uns contra os outros? Na Aula?! Por essa eu não esperava! E se eu ganhar? Eu não me sinto preparada para um Desafio de Ilha ainda!
— Antes de começarem, quero apresentar-lhes Akira, o novo estudante da Academia Konikoni! Ele chegou hoje pela manhã e está louco para participar!
— Olá, galera! — disse o baixinho com um sotaque estrangeiro que eu não conseguia identificar. Junto a ele, um pequeno Rockruff dava pulinhos de alegria, diferentemente do Rockruff de Gladion, que só faltava morder o primeiro que aparecesse na sua frente.
Todos lhe deram um enfeitado "Alola" de boas vindas e o garotinho começou a saltitar igual seu pokémon fazia, completamente feliz!
— Akira fará parte da classe a partir de hoje e eu quero que sejam bonzinhos com ele, pois ele ainda não pegou o pokémon-presente com o Professor Eclipse!
Ah, então aquele Rockruff vinha com ele de casa? Ótimo. Mais tarde teríamos uma nova distribuição (desastrosa?) feita pelo Professor Eclipse. Que pokémon será que o jovem Akira terá a sorte de ficar com? Então, antes que eu pudesse imaginar mais um tombo do professor adolescente, derrubando um maço de pokébolas no chão, Carvalho já nos passou a lição.
— Dividam-se de dois em dois e iniciem as batalhas! Um, dois, três... JÁ!!O QUE? Como assim? Assim...? Do nada?! AAAAH! Eu não estou pronta!
No mesmo mo momento, todos foram para diferentes cantos da quadra, de dois em dois. Akira foi batalhar contra Travis; Molayne contra Hapu; Gladion contra Acerola e eu contra...
— Ei, queeer batalhaaar comiiigo, mané? — Perguntou Mina, aproximando-se de mim com aquela voz arrastada, como se tivesse f*mado uns cinco, só agora de manhã.
— Não sou uma mané!
— Ah, é? Vamos veeer! Algodão, é contigo!
Sem que eu pudesse recusar, a artista (cuja roupa era toda suja de tinta), rodopiou uma pokébola para cima, revelando o pobre algodão (pelúúúciaa), que também parecia estar tendo problemas com têmpera.
— Nesse caso, eu vou com minha... Tina, Vaaai!Dratini, o pokémon que ganhei de meu pai quando completei dez anos de idade. Ele queria que eu me tornasse uma treinadora de Dragonite, assim como minha mãe. Não é por nada, mas Dratini é naturalmente muito forte e isso meio que me confere uma certa vantagem, mas eu ainda não tinha tido nenhum tipo de contato com batalhas há muito tempo, então dá pra dizer que estamos um pouco enferrujadas.
E outra: Se Akira podia usar um pokémon que vinha com ele desde casa, por que eu também não podia?
— Eu vou ganhar essa batalha! — disse Mina, segurando um pequeno item cor-de-rosa em suas mãos. Um Z-Crystal! — Eu tenho isso aqui: Um Fairium Z! É hora do Z-Move Investida Cintilante!
WHAAAAT?! Um Z-Move? Eu não estava preparada para isso! Afinal, Mina era uma Capitã de Desafio reclusa, o que significava que ela teria acesso a coisas desse tipo! Mas como eu iria lidar com um Ataque Z? Tão assim de surpresa? Tá vendo? Eu não estava preparada!
Mas a situação se reverteu ao meu favor em um instante. Quem disse que Algodão podia usar o Investida Cintilante?
— Hã? O que que aconteceu?
Stufful ficou parado, no mesmo lugar, tirando um cochilo, ao invés de atacar.
— Ora, ora... O que temos aqui? — O Professor Carvalho se aproximou, vistoriando os grupos. — Parece que Stufful não tem nenhum movimento tipo fada para utilizar como base para o Ataque Z...
— Ah, é... Eu vi que eu tava me esquecendo de alguma coisa... — disse Mina, ainda meio distante...
— Fúria do Dragão, Tina! — Aproveitei a oportunidade para desferir um ataque certeiro em Stufful, que lhe tirou exatos 40 pontos de HP.
Mas no momento em que o Fúria do Dragão entrou em contato com a pele (pelúúúciaaa) de algodão, este começou se endiabrar, dando pulos altos de fúria. O que estava acontecendo?
— Stufful aparenta ser inocente, mas é um pokémon muito perigoso! Qualquer contato que ele tem com alguém que não é muito íntimo, como um amigo de anos, ele explode de raiva, utilizando uma força devastadora em seus braços e pernas para aniquilar o inimigo! — Observou o Professor Carvalho, que logo se afastava para ir verificar Molayne e Hapu.
Dito e feito. Stufful começou a se debater, enviando um pulso de energia preta como petróleo, que bateu em Dratini, atirando-o longe...
— TINA! — Gritei, correndo atrás de meu pokémon todo esfolado. Se Mina queria uma batalha, agora ela iria ter uma. — Troca de Peles, agora!
De repente, Dratini começa a brilhar, libertando sua pele toda arranhada e rapidamente usando seu fator de cura avançada para regenerar-se e criar uma nova pele por baixo da antiga, livrando-se de todos os arranhões e cortes decorrentes do Swing Brutal de Algodão.
— O que? — Mina se surpreendeu!
— Dratini é um pokémon tão raro que todos achavam que se tratava de um mito até pouco tempo atrás! A única evidência que as pessoas tinham de sua existência era as peles deixadas para trás. Contudo, um pescador conseguiu capturar, após 10 horas de luta, um Dratini, e assim, sua existência foi comprovada cientificamente pela humanidade. E logo, através do Breeding, esta espécie cresceu e se espalhou rapidamente pelo mundo.
— Então... Ela troca de peles? O... O que mais ela pode fazer?
— Ela pode fazer isso aqui! — Respondi. — Batida!
Tina rastejou pelo chão e deu uma cabeçada magnífica em algodão, acabando com seus últimos pontos de vida. A partida estava oficialmente encerrada.
Olhei para o lado e todos os meus colegas estavam assistindo a minha batalha. Todos já haviam terminado suas partidas. Que rápido.
Parece que Travis derrotou o Rockruff de Akira com a Bruxa; Molayne perdeu seu Dhelmise para o Araquanid de Hapu; e por fim, Gladion perdeu seu Roger para... O que? O Oricorio de Acerola?! Como ela conseguiu isso?!
— Muito bem! — Professor Carvalho bateu palmas, parabenizando-me e então mandando todo mundo circular e formar novos pares. Éramos 4 agora. Infelizmente, os que perderam foram desclassificados e agora estavam no banquinho, apenas observando o seus colegas (na verdade, estavam mais era mexendo em seus celulares, mas a gente finge que estavam prestando atenção só para o Professor não brigar com a gente).
E o meu próximo oponente era... Acerola!
— Senhor Pom-Poms, eu escolho você!
Com um rodopio feliz, Acerola jogou o pokémon voador que encontrava-se do lado de fora da pokébola, em repouso em seu braço direito, para dentro do 'campo'.
— Então eu escolho... Frutinhas! Vai!
Enquanto isso, ao meu lado, Hapu batalhava contra Travis em uma desenfreada competição entre Araquanid e Meowth.
— Pom-Poms, use o Duplo Tapa!
Sem dar nenhum descanso, Acerola começou atacando com um golpe físico de duas batidas, jogando Morelull para as alturas.
— Aaah! — Segurei meu pokémon no colo, para evitar que despencasse com tudo no chão. Ele não parecia nada bem. Pequenas faíscas de eletricidade emanavam de seu corpo. — Hã? O que é isso?
— Oricorio cria eletricidade quando esfrega seus pom poms. — Explicou Acerola. — Além de ser muito fofinho, ele super potencializou aquele Duplo Tapa com uma dose de eletricidade!
— Ah, então esse é o seu jogo, é? Utilizar as aptidões naturais dos pokémon para vencer as batalhas? Pois bem, aqui vamos nós! Esporos!
Morelull começou a expelir pequenos esporos coloridos para cima, formando uma pequena nuvem de pó sonífero.
— Dança Vibratória!
De imediato, Sr Pom-poms começou a liberar seus próprios esporos, repelindo a nuvem de pó de Morelull com sua própria nuvem de pó, ao mesmo tempo em que seu Ataque e Defesa Especiais, além da Velocidade, eram ampliados, todos de uma só vez.
— ARGH! — O que Acerola tinha de atrapalhada, tinha de perspicaz. Como eu iria derrotá-la? Então, lembrei-me de um pequeno truque sobre a composição química de Frutinhas.
— Use o Brilho Ofuscante! — Ordenei.
— Dança da Revelação!
Morelull começou a brilhar uma luz incandescente, ao mesmo tempo em que disparava jatos de laser cortantes contra Oricorio. Mas Sr Pom-Poms não ficou parado. Enquanto tudo isso acontecia, ele disparava cargas de eletricidade de seus... adivinha!: Pompons.
Ambos agora estavam com menos de 50% de seu HP e eu só estava esperando que Acerola utilizasse novamente o movimento certo...
— Duplo Tapa! — Aí vem ele!
Quando Oricorio aprochegou com o Duplo Tapa, o que foi que eu fiz? Deixei que atingisse Morelull. E a mágica (perdoem-me o trocadilho) aconteceu. Não é que eu estava com sorte?
Senhor Pom-Poms começou a piar loucamente. Algo estava errado com ele. De repente, bolhas roxas começam a brotar da superfície de suas penas. Isso! Estava envenenado!
— A Habilidade de Frutinhas é Efeito Esporos, que faz com que qualquer contato físico com ela tenha 10% de chances de paralisar o alvo, 9% de chances de envenenar e ainda 11% de chances de causar ataque de sono! Muahahah! Eu sou demais! Frutinhas, acabe com ele! Nó de Grama!
Raízes enfurecidas surgiram do chão para puxar Oricorio pelos pés e jogá-lo de volta contra o chão. O resto ficou por conta do veneno. Em poucos segundos, os olhos de Senhor Pom-Poms reviravam nas órbitas.
— Vitória da Ul! — Anunciou o Professor Carvalho. — E agora... Ul batalhará contra... Travis!
Travis havia derrotado a monstra da Spider com um Meowth, pokémon do tipo Noturno. O que ele reservava para mim?
— Pronta, Ul? — Perguntou meu novo (e misterioso) colega de quarto, muito mais sorridente do que na noite anterior. Parece que batalhar iluminava o sorriso dele, assim como iluminava o meu.
— Sempre.
— Bruxa, conto contigo!
A pokébola de Tra se abriu, revelando uma verdadeira bruxa, a Bruxish que ganhou de presente do Professor Eclipse.
— Ash, eu escolho você!
Eu, como grande fã do treinador Ash Ketchum, não poderia deixar de adquirir um Pikachu e é claro, dar a ele um boné oficial do jovem prodígio de Pallet. Pikachu foi minha primeira captura e o último de meus três pokémon, contanto com a Frutinha e a Tina.
— Um Pikachu, hum? Certo, Bruxa! Vamos de Agudo!
Da bocarra de Bruxish, ondas de som realmente agudas saíram, preenchendo o campo com um ruído insuportável, diminuindo a Defesa de Ash, mas eu liderava em vantagem.
— Raio Carregado!
ZAAAP! Um Super efetivo e golpe crítico ao mesmo tempo. Mas Bruxish não foi derrotada. Segurava uma Focus Sash. Ô item chato!
— Achou que eu não estaria preparado para um One-Hit KO? Bruxish, use o Psíquico!
A protuberância saliente na testa de Bruxish se abriu em um formato de flor e dali, ondas psíquicas atordoantes se instauraram, erguendo rochas gigantescas e então as arremessando em direção ao pobre Ash. Um ataque psíquico com efeito de tipo Pedra ao mesmo tempo, e a energia de Pikachu despencava em segundos, ficando tão pouca quanto a de Bruxish.
— Quem vencer esta partida, poderá batalhar contra seu primeiro Capitão de Desafio! — Reafirmou o Professor Carvalho, quando eu finalmente me dei conta que eu já estava na final do torneio e quase ganhando.
Ora bolas, eu só precisava de um ataque de prioridade em campo e aí estaria feito. Bruxish cairia primeiro e eu seria a vencedora. Porém, acho que Tra pensou do mesmo jeito.
— Ataque Rápido!
— Aqua-Míssil!
Ambos os ataques, Rápido e Aqua Míssil, possuem prioridade +1 em batalha, ou seja, atacam primeiro. Porém, quem atacou primeiro? Parecem ter batido ao mesmo tempo, e por causa disso...
— Parece que temos um empate! — disse o Professor Carvalho, observando que tanto Bruxish quanto Pikachu estavam fora de combate.
— Um empate?! E agora? — Perguntou Hapu.
— Agora? Bom, agora tanto Ul quanto... Travis? É esse o nome? Tanto Ul quanto Travis irão batalhar juntos em seu primeiro desafio da ilha. Para a sorte deles, há uma capitã que é justamente especializada em batalhas de dupla! Ninguém mais ninguém menos do que a própria colega de quarto deles... Kahili!
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