Anteriormente, em Pokémon Laços: Best Wishes!... Wish é filha do Mandarim do Reino de Aurora na Região de Ransei e está prestes a ser forçada a um matrimônio do qual ela não tem o mínimo interesse. Em uma sucessão rápida de eventos que resultaram na queda do Príncipe de Ignis da sacada do palácio, Wish decide fugir da região de Ransei para viver o sonho de se tornar uma treinadora Pokémon ao lado de Eevinha, sua fiel Eevee de estimação. Contudo, seu pai envia uma equipe de caçadores de tesouro atrás dela, a Team Ambition ou Equipe Ambição, que quer a todo custo trazê-la de volta para o Reino de Aurora. Wish encontra-se com um menino chamado Best, que a protege dos vilões e juntos, eles traçam um plano de fuga de Ransei, com o objetivo de chegarem a Unova. Eles conseguem um barco na nação de Yaksha com um estranho atendente/gerente de um hotel, e finalmente atingem alto mar. Mas parece que a Team Ambition está no controle disso. Sempre esteve, o tempo todo. Agora, viajando pelo mar, que tipo de ameaças eles terão de enfrentar?
Shot III: Decolore
DIA 10
Já havia três dias que estávamos na água, sob o sol escaldante. O barco era uma lancha, totalmente despreparada para viagens de longa distância como essa.
— Wish... — Chamou-me Best. — Nós não podemos ir para Unova direto. Nosso estoque de alimentos está acabando e precisamos fazer alguma coisa em relação ao nosso time Pokémon! Se a Team Ambition inventa de aparecer, nós estamos ralados!
— Tem razão... Estamos sem treinar há quase quatro dias. Isso é bastante tempo...
— A região mais próxima, segundo o sonar, é Decolore. As Ilhas Decolore!
— As Ilhas tropicais? Caramba! Eu nem pude me arrumar para isso! — disse eu, que só tomava banho de mar com roupa e tudo, desde que conseguimos escapar.
— Tem algum problema de a gente passar por lá? — Perguntou-me ele.
— Fica no caminho, não é? Claro que não! — Concordei. Eu precisava MUITO parar para comer alguma coisa que não fosse ração (e Magikarp pescado por Arbok).
— Então é pra lá que nós vamos! — disse Best.
Mesmo tendo tomado aquela decisão naquele dia, ainda faltava muito tempo para que chegássemos lá. Mas não tanto tempo quanto faltava para ir para Unova... Talvez fosse melhor assim, mesmo.
DIA 13
Viajar de lancha em alto-mar não é nada fácil. Primeiro, porque não se chega nunca aonde se quer chegar. Segundo porque a gente enjoa rápido e em dias de chuva, o mar fica extremamente violento e perigoso. Mas graças a Arceus, nada de ruim aconteceu até chegarmos às Ilhas Decolore. Nada nem nenhum barco a vista, nada da Team Ambition por um bom tempo, nenhuma notícia de meu pai e de meu... Hmm... Noivo. Estava tudo bem. Best e eu formávamos uma boa dupla. Decidimos então descansar. Esse foi o dia em que tanto nós quanto nossos Pokémon, mais evoluímos.
O sol brilhava alto, a brisa estava fresca, não muito quente, mas ainda assim propícia para um banho de mar. Acordei logo cedo e fiz uma caminhada pela orla da praia. Quando voltei, Best ainda estava dormindo. Babando sobre os travesseiros. Talvez fosse melhor deixá-lo assim.
Mas sem querer, acabei tropeçando e ele, se acordando. Ele estava de muito bom-humor. Convidou-me para comer alguma coisa no restaurante praiano da Ilha das Conchas (não que ele tivesse dinheiro — eu ainda tinha algumas moedas de ouro comigo).
Menos de dez minutos depois, estávamos na ilha das conchas, um lugar maravilhosamente acolhedor. Almoçamos, surfamos um pouquinho, passamos o resto do dia na praia (e tentando nos livrar das queimaduras indesejadas de Tentacool passando vinagre sobre a pele ardida) e quando chegou a noite, fizemos uma fogueira na praia.
Marshmallows, música ao vivo (Eu toco violão) e muita risada. Alguns petiscos exóticos, iguarias tropicais e por fim, dormimos ali mesmo. Dormimos. Sonhamos. Tudo de bom.
Liberdade.
Paz.
DIA 14
O dinheiro acabou. Mas nós ainda tínhamos as batalhas Pokémon para conseguir mais. Encontramos com uma turista da região de Hoenn, que estava ali tirando umas férias. Seu nome: Sapphire Birch, filha do Professor Birch.
— Então... Se você está por aqui... Hoenn Confirmed? — Perguntei.
— Que nada! O Remake de Pokémon Ruby & Sapphire só vai sair na próxima geração! — disse ela, quebrando a quarta parede.
Seu time de Pokémon era bastante poderoso. Ela portava um Aggron (Rono), um Gallade (Kirly), um Gurdurr que ela havia trocado e assim evoluiu no meio da batalha para Conkeldurr (Macho), um Glalie (Glace), um Kadabra (Hocus Pocus) e um Gyrados, que segundo ela, pertencia a um treinador muito especial (Gyara).
A batalha foi rápida. Os dois primeiros Pokémon de Sapphire eram realmente muito fortes. Os outros, ela havia capturado havia pouco tempo, com exceção talvez de Gyara, que era realmente o mais poderoso de todos. Ela nos deu um punhado de moedas correntes em Decolore, Pokémon Dollar, e nos recomendou um ponto de turismo em Spectrala Island: um misterioso canal, que se abria no mar em um horário específico do dia, conectando a ilha maior a uma ilhota onde raros Pokémon apareciam.
E assim, partimos para Grand Spectrala. Foi quando me dei conta que já estava nessa situação havia duas semanas e até então, nada de ruim havia se passado pela minha cabeça. Eu estava de bem comigo mesma. Claro, eu estranhava certas coisas, mas era um estranhamento bom, como por exemplo, não ter vinte empregadas te paparicando 24h por dia, ou ser obrigada a ter aulas de etiqueta para se sentar à mesa. Eu estava tacando o f*d*-se.
Porém, a situação não era tão boa assim. E eu só percebi isso quando cheguei a Spectrala. Lá estava ancorada uma caravela enorme, que eu jamais poderia dizer como era capaz de navegar sem sofrer um naufrágio. Era velha, apodrecida e exalava um forte cheiro de mofo.
Em cima do barco, havia uma pessoa trajada totalmente diferente dos demais em Decolore. Quando eu vi aquela espécie de armadura, meu sangue gelou. Era como o visual dos guerreiros de Ransei e eu logo estranhei tudo aquilo.
O homem olhava fixo pra gente. E quando ele abriu a boca para falar, reconheci sua voz:
— Eu falei que o barco era da minha família, não falei? O nome é Kotaro e eu estou esperando que devolvam-no para a Team Ambition, porque ELA é a minha família! — Reconheci a voz do homem como sendo a mesma do infeliz gerente do hotel na nação Yaksha.
— Essa não! — Paralisei.
Havia se passado tanto tempo desde o nosso último encontro com a Team Ambition, que eu já tinha criado uma zona de conforto, achando que estaria à salvo deles. E eu simplesmente bloqueei o sentimento de medo que eu tinha. Mas ver aquele homem ali, me fez ficar apavorada de uma maneira que eu nem lembrava como era. Tudo veio à tona.
— Entreguem-se! — disse Kotaro, numa boa. — O Mandarim está esperando vossa majestade!
Mas quando ele falou aquilo... Mandarim... Uma força indescritível surgiu aqui no meu peito. Uma mistura de ódio com aflição. Bradei:
— EU NÃO VOU ME CASAR!!!
Kotaro então gargalhou, a mesma risada demoníaca que eu achava que tinha ouvido assim que deixamos o hotel em Yaksha. Então eu não estava imaginando coisas.
— Então eu espero que sejam bons o suficientes para sobreviver ao Night Daze de meu Zoroark! Vaaai!
O Zoroark de Kotaro pulou de cima da caravela e deu um sonho com os dois punhos energizados no chão. Era uma energia escura, sombria, pesada, que assim que atingiu a areia, se esparramou na forma de uma onda de impacto de muita luz vermelha e de muito calor e força.
Best e eu voamos uns quinze metros. Caímos com tudo. Só não nos machucamos mais porque a areia da praia era fofa e porque usávamos (obviamente), proteções de armadura.
— Pare! — Gritei.
— Vocês ainda não entenderam? A gente não tá pra brincadeira! Viemos buscá-los de volta para o Reino de Aurora em Ransei e não vamos parar de persegui-los até que isso aconteça!
— Nós não vamos ceder! Prinplup, dance! — Comandou Best.
— Dewott, vai! — Evoquei.
De nossas pokébolas, dois pokémon tipo água evoluídos, surgiram. Prinplup, a evolução do Piplup de Best e Dewott, a evolução do meu Oshawott.
— Razor Shell!
— Drill Peck!
Os dois voaram pra cima de Zoroark, mas nós sabíamos que derrotar um bichão daqueles não seria tão simples assim...
Zoroark então começa a atacar sozinho, defendendo-se por contra própria com um Dark Pulse, que revida completamente os ataques de Prinplup e Dewott ao mesmo tempo.
Olhei para Best e falei:
— Temos de fugir.
O garoto deu um sorriso e brincou:
— Como nos velhos tempos!
— Eu tenho uma ideia. — Falei. — Vamos, entre no mar!
Best nem sequer me questionou, apenas fez o que eu sugeri.
— Zoroark, Night Slash! — Continuou Kotaro a atacar.
— Drill Peck! — Rebateu Best.
— O plano é o seguinte: temos dois Pokémon do tipo água que podem nos carregar para fora daqui, até outra ilha. Eles são pequenos,eu sei, mas podem nos ajudar a escapar. — Sussurrei no ouvido de Best.
— E como vamos competir com esse barcão? — Perguntou-me o rapaz.
— Esse barco está podre, e se não estiver, nós o faremos ficar! AGORA!!
Chamamos Dewott e Prinplup para perto e começamos a nadar só batendo os pés, enquanto seguíamos abraçados neles, mar a dentro.
— O que estão fazendo? Voltem aqui!! — Urrou Kotaro.
— Longuinha, use Acid! — Comandei, largando a pokébola de Arbok dentro d'água (afinal, cobras também podiam nadar). Arbok serpenteou até o casco do navio e abriu uma enorme fenda, usando o ácido gástrico que emanava de seu interior.
Só pude ouvir o grito de Kotaro praguejando enquanto desaparecíamos de vista, deixando-o naufragar na praia.
Chegamos em segurança à praia rochosa de Toron Islan, no que meu companheiro comentou:
Chegamos em segurança à praia rochosa de Toron Islan, no que meu companheiro comentou:
— E o nosso barco? Temos que voltar para pegá-lo!
— Tem razão. Nós não batalhamos tudo o que batalhamos para conseguir esse barco, pra nada! Dewott, Prinplup, deem a meia volta. — Comandei, concordando com o que o garoto havia apontado. E esse talvez tenha sido nosso maior erro. Não porque voltamos para Grand Spectrala pela mesma rota do qual fugimos (nós fomos por outro caminho, mas de igual maneira, eles já haviam retirado a caravela no mar e agora ajustavam-na na praia). Fizemos o possível para não sermos notados. Tentamos dar a meia volta dentro d'água mesmo, mas fomos avistados...
Quando chegamos à orla da praia, Kotaro já não estava sozinho. Estava acompanhado de todos os seus amiguinhos carrascos. Todos eles estavam melhor equipados e melhor vestidos também, devo dizer. Seus Pokémon estavam mais evoluídos, e ajudando a consertar o barco (aliás, não sei porque nos deram um barco tão bom se tinham um tão ruim para eles — Talvez tivessem medo que não conseguirem resgatar a filha do mandarim viva de um naufrágio).
Masanori estava acompanhado de um Krokorok e um Drapion.
Já o Luxio de Motochika havia evoluído, tornando-se um exuberante Luxray.
Yoshimoto tinha agora um Scizor.
Kanbei tinha um Chandelure.
Já No e Kai estavam com um time de três cada uma: Mismagius, Drifloon e Drifblim para a primeira, e Simisear, Charizard e Pignite para a segunda.
— Olhe lá! São os pirralhos! — Alertou-os Motochika.— FDP! — Praguejei.
— Ataquem! — Comandou Kanbei.
E instantaneamente, aquela montoeira de Pokémon saltou pra cima da gente.
Tentamos nos proteger, mas com certeza foi em vão...
— Fury Cutter!
— Drill Peck!
Dewott e Prinplup até tentaram se desvencilhar dos ataques especiais de seus adversários, partindo-os em milhares de pedacinhas com suas unhas e bico, respectivamente, mas não adiantou: vários ataques ainda os atingiram, e por fim, Luxray e Scizor usaram de sua força física para emplacar diversos golpes diretos, derrotando-os na hora.
Mas foi então, que vimos uma luz no fim do túnel...
— EI! VOCÊS AÍ? PRECISAM DE AJUDA?! — Gritou-me uma menina negra de lindos e longos cabelos roxos, acompanhada de um menino que parecia vestir-se como um garçom.
— Iris, eles com certeza estão em uma batalha apimentada! Não é justo que tantos lutem contra dois! Vamos ajudá-los!
E imediatamente, os dois (que montavam um Lapras, em meio ao mar), trataram de nos ajudar com seus Pokémon. O rapaz sacou um Carnivine, e a garota continuou a usar seu Lapras de montaria.
— Ice Beam! — Ordenou a menina.— Bullet Seed! — Comandou o garoto.
— Eu não queria ter de fazer isso, agora, mas não vejo outra saída... — disse Best, lançando duas pokébolas ao alto. De dentro de seu bolso, tirou então uma sacolinha cheia de pedras (daquelas que ele havia comprado ainda em Ransei).
De repente, sob a radiação benéfica das pedras, Pansage e Panpour já não eram mais os mesmos. Seus corpos estavam maiores, mais musculosos e ao mesmo tempo, muito mais resistentes. Simisage e Simipour... Eu acompanhei de perto, o seu nascimento.
— Aqua Tail e Seed Bomb! — Comandou Best, organizando uma grande explosão que firmou ainda mais a barreira protetora que bloqueava-nos da visão da Team Ambition.
— Zoroark, Night Daze! — Berrou Kotaro, do outro lado.
E Zoroark, em um só movimento, destruiu a barreira e eliminou todas as fumaças, gases e poeira que nos acobertavam.
— Vamos, temos que fugir daqui! — Gritou a menina do Lapras, dando-me a mão para que eu pudesse subir nas costas de seu Pokémon. O menino de cabelos verdes também estendeu o braço para que Best pudesse subir, e em poucos segundos, já estávamos nós quatros alocados em cima do tipo água, que nadava lentamente em direção ao alto-mar...
— Para onde vocês estão indo? — Perguntei.
— Para a doce Unova. — Respondeu o garoto. — A propósito, o meu nome é Cilan e esta aqui é Iris, somos líderes de ginásio! De Striaton City e Opelucid City, respectivamente.
— Ótimo! É para lá que estamos indo! — Disse Best.
— Podemos ir com vocês? — Perguntei.
— Vocês já estão indo com a gente. — Respondeu Iris.
Mas a Team Ambition não deu folga e continuou a atacar!
— Mismagius: Magical Leaf!
— Scizor: Hyper Beam!
— Lapras está com excesso de peso, mas tem um jeito de conseguirmos ir mais rápido! — Explicou-nos a menina. — Vocês estão prontos? Segurem-se!
A garota deu apenas um tapinha atrás do longo pescoço de seu lapras e ele começou a emanar uma grossa energia de seu corpo inteiro. Era um GIGA IMPACT! e nós estávamos bem no epicentro de sua massa rotatória. Seguramo-nos forte para não sermos arremessados longe, e seguimos em frente, deixando o dito cujo barco para trás, e a Team Ambition, que não tinha o que fazer, com sua caravela podre, também.
Contudo...
— G-gente... Eu acho que não to bem! — Falei, sentindo-me enjoada devido à rápida rotação que Lapras fazia para executar seu Giga Impact e fugir da Team Ambition.
— Ah, eu esqueci de avisar: Isso faz parte. — disse Iris, no momento em que desfaleci, nas costas do Pokémon dos tipos gelo e água.
DIA 15
Ainda desacordada, passamos por três ilhas de Decolore, Wayfarer Island, onde Cilan providenciou um meio para restaurar o fóssil de Best...
— Vamos, temos que fugir daqui! — Gritou a menina do Lapras, dando-me a mão para que eu pudesse subir nas costas de seu Pokémon. O menino de cabelos verdes também estendeu o braço para que Best pudesse subir, e em poucos segundos, já estávamos nós quatros alocados em cima do tipo água, que nadava lentamente em direção ao alto-mar...
— Para onde vocês estão indo? — Perguntei.
— Para a doce Unova. — Respondeu o garoto. — A propósito, o meu nome é Cilan e esta aqui é Iris, somos líderes de ginásio! De Striaton City e Opelucid City, respectivamente.
— Ótimo! É para lá que estamos indo! — Disse Best.
— Podemos ir com vocês? — Perguntei.
— Vocês já estão indo com a gente. — Respondeu Iris.
Mas a Team Ambition não deu folga e continuou a atacar!
— Mismagius: Magical Leaf!
— Scizor: Hyper Beam!
Contudo...
— G-gente... Eu acho que não to bem! — Falei, sentindo-me enjoada devido à rápida rotação que Lapras fazia para executar seu Giga Impact e fugir da Team Ambition.
— Ah, eu esqueci de avisar: Isso faz parte. — disse Iris, no momento em que desfaleci, nas costas do Pokémon dos tipos gelo e água.
DIA 15
Ainda desacordada, passamos por três ilhas de Decolore, Wayfarer Island, onde Cilan providenciou um meio para restaurar o fóssil de Best...
...Que agora era um raríssimo Anorith, com o previsto. Nunca foi tão fácil...
DIA 16
Já em Capacia Island, paramos para comprar alguns suprimentos no supermercado natural que era o amontoado de pomares que a ilha ofertava.
DIA 17
Em Harvest Island, por fim, deixamos Lapras descansar e subimos os quatro juntos em um cruzeiro (do qual Iris pagou pelos tickets sozinha): O Royal Unova, pilotado pelo incrível e magnânimo...
... Porter Parker, o mais famoso navegador da atualidade no mundo Pokémon.
— Agora, sim. — Suspirei, aliviada. — Estamos são e salvos.
— Quem eram aqueles caras? — Perguntou Cilan. — Eles com certeza estavam azedos! Não pareciam uma boa mistura...
— Aqueles eram membros da... Team Ambition. — Explicou Best. — Esta é a princesa Wish, do reino de Aurora, na região de Ransei. Ela... Está fugindo de um casamento arranjado.
— É, o meu pai contratou esses caça-níqueis desgraçados para nos prenderem e levar de volta para Ransei. Mas eu não vou nem a pau (Juvenal)!
— Gostei dela. Tem personalidade. — Disse Iris a Cilan, como se eu não estivesse ali, bem ao lado dela na cabine.
Então, fomos interrompidos por uma mensagem no interfone geral, dada pelo próprio Porter Parker:
— Atenção, senhoras e senhores! Dentro de 15 minutos, estaremos aportando em Frond Island, nossa próxima parada no cruzeiro de turismo Royal Unova!
— O QUE?! — Exclamei, aterrorizada.
— Não podemos parar! — Falou Best, também em estado de choque.
— Não se preocupe. Os protegeremos! — disse Iris, bem calma, porque não era ela que estava vivendo toda essa situação.
Mas graças a Arceus, nada demais aconteceu em Frond Island, nem na Ilha Deserta, onde aportamos rapidamente no fim do dia.
Durante a noite, prosseguimos viagem em alto-mar e no dia seguinte...
DIA 18
...Paramos na Ilha da Caverna, ilha do qual, segundo as lendas, abrigava o lendário Pokémon Articuno.
— Best. — disse eu, para o garoto, que ainda dormia (babando no travesseiro — como sempre). — Temos vinte minutos aqui na Ilha da Caverna. Vem comigo! Eu... Tem algo que eu preciso fazer!
Ele não se levantou. Peguei uma garrafinha de água mineral que se encontrava no frigobar da cabine e joguei na cara dele.
— HÃ? O QUE? HÃ? O QUE EU PERDI?!
— Você gosta de escalar? — Perguntei.
Cerca de dez minutos haviam se passado e nós estávamos no pé da montanha, cuja caverna (daí o nome da ilha) tinha fascinantes galerias subterrâneas que iam subindo de andar em andar até chegar no topo da caverna, onde, segundo os locais, habitava o lendário Articuno.
— Você acha mesmo que ele vai estar lá? — Perguntou Best. — São só lendas, Wish! Vamos! Nós vamos perder o nosso barco!
— Não custa nada tentar! — disse eu, convencida de que conseguiria capturar o lendário, para nunca mais precisar me preocupar com a ameaça da Team Ambition.
— Vai ser perda de tempo!
— Chega de negativismo, garoto! Vamos, pegue suas coisas e... EI! Que barulho é esse?
Alguém vinha se aproximando. Escondemo-nos por detrás de um arbusto, quando vimos duas figuras conhecidas passarem diante de nossos olhos, também subindo a montanha pelas galerias da caverna. Eram Masanori e No, com seus Drapion e Mismagius, respectivamente.
— Estão procurando pela gente? — Perguntou o garoto, baixinho, para que não pudessem nos ouvir.
— Não. — disse eu. — Querem algo bem maior. Algo tão mais valioso do que a recompensa que meu pai lhes prometeu, que eles sequer vão se dar ao luxo de continuar procurando a gente. É assim que eles funcionam. Vão direto no maior valor. — disse eu, um pouco aliviada, por sentir-me um pouco menos perseguida. Agora era o Articuno que era o alvo da ambição daqueles desgraçados.
— Você... Vai voltar? — Perguntou-me Best.
Mas então, uma batalha interna começou a acontecer em meu interior. Seria valioso para mim conquistar a liberdade e nunca mais ser perseguida pela Team Ambition (que nunca mais me incomodou havia uns três dias) ou deixar que o pobre e inocente Articuno fosse levado pelas mãos sangrentas desses mercenários filhos de uma figa?
— Não. — disse eu, de repente me sentindo muito corajosa. — Fique aqui. Eu já volto.
— O que você vai fazer? — Perguntou Best, preocupado.
— Eu já volto. — Cochichei.
Então, saí de trás do arbustos e fiz um assobio de pássaro com a boca. No e Masanori se viraram para ver se não era Articuno e deram de cara comigo.
— Procurando por alguma coisa? — Perguntei.
— VOCÊ?! — Perguntou Masanori, surpreso.
— Afundamos um navio à toa. — Disse No, aparentemente preocupada. Mas depois de um segundo, fez uma cara de "que se f*da".
— Vocês o que...? Afundaram um navio? — Perguntei, chocada.
— Agorinha, agorinha. O tal de Royal Unova. Não era onde seu namoradinho estava? — Perguntou Masanori, debochando de mim. — Mas acho que erramos. Era você quem deveríamos ter pego!
Ponte que Partiu! Imediatamente lembrei-me de Iris e Cilan, e também de todos os bondosos e inocentes passageiros que estavam no Royal Unova com a gente. Agora o navio havia naufragado e a culpa... Era minha. A Team Ambition só estava ali, por minha causa.
— Não! — Falei para mim mesma, contendo os pensamentos ruins. A culpa não era minha que as coisas eram extremamente machistas e autoritárias em Ransei, e nem que a Equipe Ambição tinha planejado matar todo mundo. A culpa era deles, por simplesmente serem seres humanos terríveis. — Cubchoo, vai!
Escolhi meu pokémon do tipo gelo para lutar contra aqueles dois. Eles não iam mais me incomodar. Nunca mais.
— Icy Wind! — Comandei, fazendo com que minúsculos floquinhos de gelo emanassem do nariz de Cubchoo, deixando os quatro (Masanori, No e seus dois Pokémon) bem gelados.
— Que garota insolente! Mismagius, use Psywave!
— Drapion, Cross Poison!
Os ataques do tipo psíquico e venenoso de Mismagius e Drapion voaram diretamente contra o pobre e indefeso Cubchoo, que foi coberto por uma explosão de enormorosas proporções.
— CUBCHOO! — Gritei, mas eu sabia que não deveria temer, afinal de contas, eu, WISH de AURORA havia treinado aquele pokémon.
Quando a fumaça baixou, pude sentir o olhar da Team Ambition mudar de superioridade para terror. Cubchoo não era mais Cubchoo. Era agora um Beartic.
— GROOOOOAAAARRRRR! — Grunhiu o enorme pokémon, cuja força era superior à de Mismagius e Drapion juntos, sem sombra de dúvidas.
— Beartic: use ICE BEAM!
Beartic cuspiu uma bola de gelo, através do qual foram expelidos raios (literalmente) congelantes. Assim que o ataque bateu em seus alvos, a temperatura ambiente mudou. Esfriou, e tanto Mismagius quanto Drapion foram completamente congelados, ficando impossibilitados de se mover.
— Agora, Beartic! Mire neles o Slash! — Comandei, e Beartic usou sua talhada para jogar tanto a bruxa quanto o escorpião para cima de seus treinadores, que caíram rolando caverna abaixo.
— Termine com o Blizzard! Mire também nos treinadores! — Toquei o terror.
— O que você está fazendo? Sua louca!
— NÃO!!!
E com um sopro que vinha do peito, Beartic manipulou a temperatura e o clima ambiente para formar uma forte nevasca, que terminou de congelar por completo seus adversários, agora enrijecendo Masanori e No, que pararam de falar. Eles iriam ficar bem. Depois de um longo banho quente, é claro. Mas por ora, não iriam mais incomodar.
— Vamos. — Falei para Best, que estava boquiaberto com a demonstração de força de Beartic, acocado atrás do arbusto. — Tem um lendário nos esperando!
Mais tarde, chegamos ao topo da montanha, onde em um enorme ninho de neve, resguardava uma ave maior do que eu em altura. Sua penugem era azul e a cauda, mais lembrava pelos do que penas. Era extremamente lindo.
— Prepare-se, Articuno! Chegou a sua vez de fazer uma boa ação no mundo! Que tal ajudar uma menina desesperada? — disse eu, rindo. Como se eu fosse uma donzela em apuros... Hahah!
E a batalha começou.
Depois uma variedade de golpes trocados, Beartic já estava cansado, e Articuno também. Mas o lendário não ia desistir facilmente. Ele soprou sua névoa branca, o movimento Mist, que bloqueava completamente a visão de Beartic, por mais que ele fosse acostumado naturalmente a esse tipo de clima.
Articuno voou para fora de sua nuvem de fumaça e de lá, mirou para dentro uma investida final com o Steel Wing.
Articuno voou rápido e penetrou a própria prisão de névoa com suas asas rígidas como metal, indo em direção ao corpo desprotegido de meu Beartic.
— Beartic! — Gritei no exato momento em que Articuno adentrou na nuvem de fumaça branca. — ROCK SMASH!
E com um soco empoderado, Beartic atinge Articuno bem no peito, lançando-o longe, contra a parede da caverna.
Articuno piou, quase completamente derrotado.
— Slash! — Gritei.
E com um talho do tipo normal, Beartic acertou Articuno pela última vez, mantendo energia suficiente no lendário de gelo para que ele ainda pudesse ser capturado.
— Que seja feita a vontade de Arceus! — Roguei.
E lancei a pokébola...
***
Quando chegamos na praia, fazia uma hora e quarenta desde o momento em que havíamos descido. Mas ao contrário do que a Team Ambition disse (mentirosos, estavam blefando para fazer eu me render), avistamos o Royal Unova intacto, cruzando a linha do horizonte.
— Partiram sem nós! — disse Best, desapontado.
— Cansaram de nos esperar, é claro! — disse eu, calculando o tanto de tempo a mais que eles ficaram aportados, esperando que nós aparecêssemos.
— E agora?
— Agora dane-se! Nós temos um Pokémon capaz de voar aqui.
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