Pokémon Sword & Shield Adventures — Capítulo 15

Anteriormente em Pokémon SS Adventures: Nossos heróis são atraídos pela mulher do Duraludon para o South Lake Miloch, na área selvagem. Chegando lá, eles descobrem que embaixo do lago, há uma caverna com ar respirável e lá onde fica a base da Excalibur, ou melhor, da Equipe Vilã que se esconde por detrás da organização, chamada Equipe Clonagem. Agora, eles tentarão discutir com a "Rainha" sobre o futuro deles e dos treinadores de Galar diante da tecnologia que está clonando a  tudo e todos mundo afora.

Capítulo 15 - VS Rotom Phone

— Sejam bem-vindos à Sala do Trono! — Introduz Margiron. — ESTA é Lisbeth Queenie, a Rainha!
Por detrás de uma enorme cadeira feita de ouro, prata, cristal, rubis, safiras, esmeraldas, diamantes, pérolas e platina, ouve-se um último gole de chá. A Rainha estava fazendo sua atividade preferida: deliciando-se com um típico chá da região de Galar enquanto olhava o crepitar das chamas na lareira à sua frente.
Em silêncio, ela retira o chapéu que usava e troca por uma coroa nas cores vermelho, verde, azul, amarelo, preto e branco, que estava dependurada no topo do trono.
Com o artefato valiosíssimo (certamente uma relíquia feita de ouro e sabe-se lá mais quantas pedras preciosas), ela se vira de frente para os "convidados" e fala, com uma doce voz de vovó:
— Sentem-se! — Apontou então para um sofá do outro lado da sala.
Mesmo molhados, eles foram para lá e se acomodaram no sofá de luxo (de veludo vermelho e com entalhes de ouro).
— Eu sei porque estão aqui! Porque minha irmãzinha mentirosa colocou coisas na cabeça de vocês, para que se voltassem contra mim! Mas em quem vocês vão acreditar? Em quem conta uma mentira a cada vírgula ou em quem está disposta a agir com transparência e contar-lhes toda a verdade sobre o que está acontecendo?

Eles estavam tremendo de frio, mas o fogo da lareira trazia uma brisa aconchegante para o local, mesmo eles estando com medo do que estava por vir.
— Eu me intitulo "Rainha" já faz quarenta anos. — Revela Lizbeth Queenie. — Tudo começou com o primeiro Yamper que eu tive... O "Willow". Eu cresci com ele e compartilho minhas melhores memórias de minha infância, adolescência e início da vida adulta com ele... Mas há quarenta anos atrás, ele pegou um vírus e acabou ficando muito doente. Minha irmã, aquela ordinária, queria sacrificar o pobrezinho, para ele não continuar sofrendo e eu, na época, concordei. Ou melhor, eu não concordei, mas também não impedi que ela assim o fizesse. Fazendo o que eu achei que seria melhor para ele, eu perdi um pedaço de mim. Uma parte de minha história tinha ficado para trás, perdida para sempre graças àquela infeliz da Magnólia. Ela me incentivou a fazer isso, e eu me arrependi totalmente. Eu deixei acontecer...

Narração de Lisbeth Queenie:
Quando eu saí da veterinária e fui para casa, eu acabei encontrando um fio do pelo de Willow em sua caminha. Foi então que eu comecei a estudar meios para trazer Yamper de volta à vida. Eu já havia ouvido falar de algumas "fórmulas mágicas" como o desejo de Jirachi, a aura de Xerneas ou a Arma Suprema construída pelo Rei AZ na região de Kalos há três mil anos, mas nada disso parecia muito viável para mim... Foi então que eu achei uma revista, ou melhor, ela veio até mim através de uma amiga, que falava sobre avanços científicos na área da clonagem.

Eu descobri que o Dr. Peasant estava fazendo um experimento científico na área e fiz questão de contatá-lo. Eu viajei milhares de quilômetros para encontrá-lo nas profundezas desta caverna. Mas eu o encontrei. Ainda bem.

Peasant era um jovem corajoso e ambicioso. Ele acreditava naquilo que ele estava fazendo como um progresso científico de proporções tremendas, mas eu lembro que na época, um debate das igrejas sobre isso tomou conta das cidades e ele foi obrigado a se retirar e vir trabalhar em segredo neste lugar um tanto... Remoto. E esse debate existe até hoje.

É certou ou não clonar um Pokémon? E quanto a uma pessoa?
Se você parar para pensar, as bactérias e o chamado "Pokérus" reproduzem-se através da clonagem.
Nós fazemos isso todos os dias, inconscientemente, quando criamos novas células para o nossos corpo. Nós clonamos o nosso próprio DNA para manter as células vivas. Mitose e Meiose... Já ouviram falar?
Pois bem... De que importa isso agora? Eu resolvi me chamar de rainha e propus um ultimato: Se Peasant conseguisse trazer meu amado Yamper de volta, eu o ajudaria pela vida toda com seus experimentos, fazendo de tudo para que ele fosse reconhecido no meio científico.

Fizemos um teste então com uma Wooloo selvagem, e assim nasceu Molly. Pegamos o material genético dela e iniciamos o processo de replicação. Só que, acidentalmente, aconteceu algo no momento em que estávamos realizando o experimento... Eu tive uma discussão com a minha irmã (mais uma) e roubei a tese de doutorado dela. Nisso, lendo o que ela escreveu, eu tive uma grande ideia...

A tese continha a explicação do porquê as células de todos os seres vivos são estruturas muito pequenas, sendo a maioria invisíveis a olho nu. Os seres humanos são capazes de distinguir objetos bem pequenos – com no mínimo 0,1mm, mas células costumam ser menores do que isso. Tais dimensões celulares se devem à necessidade de manter um equilíbrio, ou seja, uma determinada razão entre o volume e o tamanho da célula.

Quando a superfície de uma célula aumenta, seu volume aumenta em uma proporção maior. Se o diâmetro de uma célula aumenta dez vezes, seu volume  aumentará mil vezes. Isso faz com que a célula necessite de muito mais alimento. Além disso, com o aumento do diâmetro, sua superfície também aumenta cerca de cem vezes. Isso amplia a capacidade da célula de absorção de nutrientes e gases em cem vezes, porém, não é o suficiente para suprir todo esse aumento de volume (de mil vezes).

Assim, a célula aumenta seu volume até certo ponto durante um período de crescimento. Quando chega ao limite, a célula irá se dividir por mitose, restaurando seu tamanho original. Por conta desse limite, durante o crescimento de um ser pluricelular o seu aumento de tamanho se dará em número de células e não no tamanho das células.

Se você comparar um adulto 1,5 metro e um adulto de 1,80 metro, você constatará que o adulto maior tem mais células que o adulto menor, porém as células de ambas as pessoas terão o mesmo tamanho. Este fato pode ser enunciado pela lei de Driesch ou lei do volume celular constante: “Em indivíduos da mesma espécie e com mesmo grau de desenvolvimento, células do mesmo tecido são do mesmo tamanho”. (Fonte: Blog do Enem)

O estudo de minha irmã era sobre o Dynamax. Quando um Pokémon fica gigante, ele aumenta, logicamente de tamanho, mas isso significa que ele cresce por que suas células ficam maiores? Não. Porque elas aumentam em quantidade e não em dimensão. Mas este é um processo muito rápido... Levaria anos para um Pokémon reproduzir e mais e mais células, crescer e ficar do tamanho que fica quando ativa a Dynamax...

Aí é que tá: Descobriu-se uma energia capaz de replicar as células dos Pokémon para torná-los gigantes em um estalar de dedos, a energia por trás do Dynamax!

Os estudos de minha irmã, aliados aos meus e os do Dr. Peasant me deu a ideia de que se utilizássemos a energia liberada pelo Dynamax, poderíamos clonar qualquer coisa muito rapidamente, como por exemplo, a criação de clones completamente adultos de um ser humano, em questão de segundos, assim como a Dynamax é um fenômeno rápido e consideravelmente duradouro (muito embora, três turnos seja algo considerado pouco dentro de uma batalha).

Então começamos a utilizar os DNAs das mais variadas espécies de Pokémon testando as Dynamax Crystals para podermos replicar o efeito da Dynamax só que na clonagem, sem a necessidade de uma barriga de aluguel para a formação de um novo ser.

E adivinhe só? Foi um sucesso!

Conseguimos clonar Willow À distância. Eu criei Monty, Holly, Cider, Candy e Vulcan, todos eles originários daquele mesmo pelo de Yamper que eu encontrei no leito de Willow. Hoje em dia, eu só tenho quatro dos cinco Yampers que foram clonados... A única coisa que não deu certo neste estudo, é que nenhum deles saiu com a personalidade do meu Yamperzinho original, o Willow.

Cada ser em si é único. Cada Yamper é um Yamper diferente. Mesmo através de altíssimos estudos e altíssima tecnologia para criar o Yamper perfeito, trazendo Willow de volta à vida, nós falhamos clonando apenas o corpo do Pokémon. A alma do meu pobre Willow se foi... Para sempre... E não há nada que eu possa fazer.

O gênio de cada um dos cãezinhos clonados é diferente, mesmo uma parte da memória sendo impressa no DNA do fio do pelo do Willow, eles parecem inteiramente diferentes um do outro, apresentando comportamentos e atitudes distintas, algo que eu jamais poderia prever.

Clones são iguais por fora e também são iguais por dentro. Dentro das células, dentro do DNA... Mas não são iguais em Alma. Eu inclusive me pergunto se eles têm alguma.

A minha única reclamação é que, ao clonar os Pokémon, todos eles saem com personalidades e experiências diferentes. É possível, e muito facilmente, clonar um corpo, mas não um ser em sua integralidade, não a mente.

Certamente, eu me questionando esse tipo de coisa, faço mais do que qualquer pessoa. Por isso o título "Rainha". Eu sou humilde o suficiente para saber que não sou uma Deusa e crio as coisas do nada, porque eu não criei o mundo, apenas alguns clones. Mas Rainha é um termo meio-termo, compreendem?

Não estou dizendo que eu sou melhor do que ninguém, apenas cumpro um papel nesta vida que vai além da compreensão da sociedade moderna atual.

— Uuui, nem se achou! — Solta Armor.
— Cala a boca! — Sword dá uma cotovelada no amigo, fazendo-se se calar.

Como eu ia dizendo, a clonagem sempre envolveu muita tecnologia e anos e anos de estudos e experiências. Frustrada por não ter conseguido o meu Yamper de volta, eu resolvi sacanear a minha irmã, porque ela foi a culpada de tudo isso ter acontecido.

— Ela não foi a culpada de ele ter pego o vírus. — Diz Cebola.
— Você nunca pensou que se não fosse o acontecido (de ela ter levado o Yamper para ser sacrificado), você nunca teria se empenhado tanto e nunca teria obtido o conhecimento que tem hoje? Tudo aconteceu do jeito que aconteceu para você chegar no lugar que você está! Isso se chama gratidão. — Aconselha Shield.
— Cale a boca, menina! Deixe-me terminar de falar! — A rainha desponta seu ódio, expressando enfim, o resultado para a pergunta que não queria calar: Por que havia clones de vários treinadores em várias partes do mundo.

Eu estava (e ainda estou) com raiva da Magnólia. Ela me tirou a razão de ser feliz. Peasant e eu chamamos mais pessoas para nosso projeto... Margiron, para manter a "Excalibur", nossa fachada, em pé... Os meus guarda-costas, Scott e Gale... O Shae e seu Rolycoly, para tentar desvendar os mistérios filosóficos e metafísicos da impossibilidade de clonar a alma, e apenas o corpo... Com todo esse pessoal me ajudando, nós conseguimos criar em conjunto uma espécie de "relógio" com o formato helicoidal da fita dupla de DNA e os algarismos de código binário, 0 e 1, que gira no sentido anti-horário (e que diga-se de passagem, tornou-se o símbolo da nossa organização). Ele é feito inteiramente de Dynamax Crystals, dos mais variados tipos.

Ele suga a energia dos cristais fundidos e a utiliza para a duplicação rápida do DNA de qualquer criatura viva, gerando clones num piscar de olhos, assim como a Dynamax acontece, em questão de segundos, o Pokémon está gigantesco.

Sabendo que eu estou ficando velha e também o Dr. Peasant, e que mesmo tendo se passado quarenta anos desde que começamos nossos estudos relativos à clonagem, ficamos tristes que o assunto AINDA É UM TABU e as pessoas tratam os cientistas que querem aprender mais e mais sobre a natureza como pessoas que querem se colocar no lugar de Deus. Por favor... Reis e Rainhas já está de bom tamanho...

Mas enfim, percebendo que mesmo com tantos progressos, a nossa arte ainda era vista como algo ruim e pejorativo, eu decidi me vingar de minha irmã de uma vez por todas. Por isso, eu invadi o laboratório dela e adulterei um lote de 1000 Braceletes, desses mesmos que vocês usam. A tal Dynamax Band...

Vocês perceberam que quando vocês a colocam no braço, parece que ela dá uma fisgadinha em vocês? Pois é... Esse é o "relógio interno" captando o DNA de vocês para instantaneamente reproduzi-los quando vocês ativam a Dynamax por tempo o suficiente para que os clones possam surgir.

— Que bruxa! — Indigna-se Armor.
— Psiu! — Sword dá mais uma braçada nas costelas do menino.

Todos os treinadores para quem Magnólia distribuiu aquele lote de Dynamax Bands acabaram sendo clonados. Se ela distribuiu para o mundo... Bem, então o mundo todo está tendo que lidar com  outras versões de si mesmos, com personalidades distintas. 

O engraçado é que a energia da Dynamax é temporária, e assim, as células extras se somem depois de três turnos e o Pokémon volta ao seu tamanho normal. O mesmo acontece com meus clones feitos com a Dynamax Band. Eles desaparecem depois de um tempo. Simplesmente deixam de existir.

— Então a Y ficou presa em outra dimensão para nada? — Questiona-se Shield.

Só que o tempo de um clone é muito maior que o tempo de uma Dynamax. Nós nos certificamos que no relógio interno haveria um Dynamax Crystal de cada tipo, justamente para dar mais tempo aos clones do que só três turnos. Há mais de dezoito cristais fundidos, o que daria um tempo de três turnos para cada um. Faça as contas... Considerando que cada turno leve em torno de um minuto e meio... Podemos multiplicar a quantidade de cristais pela quantidade de turnos que cada um suporta, ou seja, três. 18x3= 54 turnos. Sendo que cada turno dura cerca de noventa segundos, ou seja, 1 minuto e trinta segundos, temos 4860 segundos = 81 minutos, ou seja, mais de uma hora de duração, o que dá tempo o suficiente para que batalhas de altíssima performance aconteçam...

...E o principal: Sendo a clonagem algo mal visto até hoje pela sociedade, isso é uma oportunidade perfeita para "SUJAR" a imagem de minha Magnólia e das Dynamax Bands que ela distribuiu por aí.

É perfeito, não é? Sensacional.

Eu consegui me vingar de minha irmã apenas dando um susto nos milhares de treinadores que a servem... Se ela tinha algum poder sobre seus assistentes, agora quem tem, sou eu. A Rainha. Eu imponho medo em todos eles e digo para não seguirem mais a minha irmã porque a invenção dela é RUIM assim como a visão que as pessoas têm da minha área de estudo, a clonagem.
Fim da Narração de Lisbeth Queenie

— Credo! A bicha é vingativa! — Solta Armor.
— Meu, fica quieto! Cala essa boca! — Grita Sword, com Armor.
— Vem calar, então! — Devolve Armor.
— Por favor, não é hora para ficarem se pegando! — Pede Shield. — Rainha... Quer dizer... Sra. Lisbeth... Eu... Não sei como chamá-la... O seu nome nera Hortência?
— Hortência morreu, ela deu lugar à Rainha vingativa que se senta no trono impermeável ao choro das inimigas! — Responde a Rainha.
— Uuuii! Olha ela! — Armor não para.
— Considerando que eu só dei um "susto" temporário nos treinadores que adquiriram a Dynamax Band vendida por minha irmã, eu não fiz nada demais e mesmo assim, saí no lucro. Consegui que a carreira dela fosse parar no lugar de onde sempre pertenceu: no lixo. — A Rainha deu uma tragada profunda em seu chá.
— E por que a senhora... Quer dizer... Por que "vossa majestade" está nos contando tudo isso? — Pergunta Shield.
— Porque eu tenho uma missão para vocês. — Informa a Rainha.
— Uma missão? — Questiona Sword.
— Sim. Um de vocês terá de ir atrás da Magnólia e trazê-la até aqui, para que eu possa revelar a ela que tudo o que está acontecendo é por culpa dela. Para eu contar a mesma história que eu contei a vocês e ver nos olhos daquela desumana, a destruição de anos e anos de um legado que ela tentou construir passando por cima da irmã... Coitada, mal sabe ela que fui EU quem riu por último.
— Quem vai? — Pergunta Shield.
— Bom, eu não me decidi ainda. Até lá, vocês podem ficar no cantinho do pensamento... SEM  SEUS POKÉMON, mocinha. E nada Rotom Phone também!

Margiron aparece e conduz a todos para dentro de um estreito cubículo em uma parte ainda mais profunda da caverna.
Na salinha apertada, havia vários rostos conhecidos... Várias figurinhas repetidas que já haviam passado pela gente em nossa jornada. Eram eles:
  • Axe e Helmet, os gentis treinadores que conhecemos justamente na área selvagem, quando estávamos no trem;
  • Spears, a neta da professora Magnólia e consequentemente, sobrinha-neta da Rainha;
  • Milo, o gentil líder de ginásio do tipo Grama;
  • E Nessa, a verdadeira Nessa, líder do tipo Água.

    
Juntando a todos nós naquele espacinho onde mal cabiam Rattatas, agora éramos dez pessoas engaioladas.
    
Margiron fechou a porta de ferro e nos deixou sozinhos, no escuro.

— Alguém aí tem algum Pokémon? — Perguntou Sword.
Ninguém respondeu.
— O que é que a gente vai fazer? — Pergunta Axe, desesperado.
— O que foi que a Rainha disse para vocês? —  Perguntou Spears.
— Que ela vai escolher um de nós para buscarmos a Professora Magnólia até aqui. — Diz Shield.
— Ela tá louca? Ela vai matar a minha avó! — Assusta-se Spears.
— Eles ficaram com todos os meus Pokémon... Até mesmo com o Rotom Phone. Não há como escaparmos daqui, há? — Cochicha Sword.
— Há um jeito sim. — Diz Helmet. — Escutem. Ela tirou todos os Pokémon de todo mundo, só que ela não sabia que o meu irmão e eu tínhamos... Um "Poryphone", a Porygon Dex! Elas tiraram a de vocês?
— Eu entreguei a minha junto com o Porygon Phone! Ai, droga! — Shield se dá por conta que se um treinador tem um Rotom Phone, porque diabos ele também teria uma Porygon Dex, sendo que ambos os smartphones possuem a mesma função e juntos, só servem para ficar brigando um com o outro, como dois antivírus instalados no mesmo computador? Ela poderia ter entregue somente o Rotom Phone e dito que só tinha ele, afinal, Margiron não os revistou tão profundamente assim...
— Bom, não importa. Dá pra gente tentar se comunicar daqui de dentro com vocês usando o meu Poryphone e o do Axe. Aquele que for escolhido para ir, leva um Poryphone e nós ficamos com o outro. — Explica Helmet, aos cochichos, o seu plano. — Assim, quem sair, liga para quem ficou aqui dentro e assim a gente mantém contato.
— Faz sentido. — Concorda Milo.
— Mas quem será que ela vai escolher? Isso me dá medo! — Diz Armor, roendo as unhas em um notável estalar no escuro. Ou seria esse barulho os seus joelhos tremendo e batendo um no outro?
— Vamos ficar quietos e fingir que nada aconteceu. — Diz Axe. — Quando eles tirarem um dos dez daqui de dentro, nós colocamos secretamente a Porygon Dex no bolso desse alguém, afinal, é escuro demais aqui dentro. Eles nem vão perceber.
— O outro Poryphone fica comigo, ligado no silencioso. Vamos ficar atentos para qualquer coisa. Assim que a outra pessoa, que estiver na rua, ficar livre, ela deverá nos ligar e informar de um novo plano. — Explica Helmet.
— Combinado. — Diz Bea.
— Por mim, tá tudo bem. — Concorda Cebola, que naquela escuridão total, não precisava ficar cobrindo o próprio rosto com a máscara.
— Escuta... Mas e aqui dentro tem sinal? — Pergunta Milo.
— Aaah, puxa vida! Não! — Responde Helmet, verificando.
— E agora, o que vamos fazer? — Pergunta Shield.
— Eu tive uma ideia. O Porygon Dex possui uma função de aproximação, certo? Ele consegue contatar treinadores que estejam próximos, realizando telefonemas, certo? Mesmo que não haja sinal. — Pergunta Armor.
— Siim! Esse é o grande diferencial do Poryphone em relação ao Rotom Phone. — Cochicha Axe em resposta.
— Então vamos fazer o seguinte: Assim que o escolhido sair do lago Miloch e pegar sinal, ele deverá ligar para o meu irmão e assim, transmitir a ele não só as nossas coordenadas, mas também a nossa tela, que mostrará a todos nós aqui, dentro da caverna. Pra ele acreditar e vir nos ajudar. — Planeja Armor.
— Boa ideia! Eu tinha me esquecido! O Armor é irmão do Campeão da Liga Galar: o Leon! — Comemora Sword.
— Vamos repassar o plano. — Diz Nessa. — Aquele que sair daqui de dentro deverá fazer primeiro uma ligação por aproximação com o Poryphone que estiver aqui dentro. Depois, quando ele estiver conectado, deverá conseguir sinal por perto e ligar pra o Campeão Leon simultaneamente, transmitindo a tela que nos mostra aqui, para o campeão. É isso?
— Exato. Uma ligação tripla! — Confirma Armor, dizendo em voz alta para que todos pudessem ouvir: — O número do Leon é XXX YYYY ZZZ. Decorem!
— Ei! Fala baixo! — Diz Spears.
— Tem alguém se aproximando... — Pressente Cebola.

Margiron abre a pesada porta que deveria ter uma tonelada com os próprios punhos. Duraludon e Molly estavam a postos, para caso alguém tentasse atacá-la.
— A Rainha escolheu...
Margiron percorre os olhos pela salinha, iluminando-a com um lampião e aponta o dedo para cada um deles, até parar em...
— VOCÊ!
— E-eu...?
Sword começa a ficar com medo. Por que diabos o dedo tinha de parar justo nele? Sua irmã era muito mais experiente e certamente saberia lidar muito melhor com aquilo do que ele.
— Venha. Eu não vou falar duas vezes. — Ameaça Margiron, tirando Sword da cela e trancando os nove restantes dentro de novo. Sword sentiu seu bolso se encher. Helmet colocou seu Porygon Dex ali dentro bem a tempo. O que Rotom Phone iria pensar disso? Uma traição? Bom, numa hora dessas, não importava. Ele precisava tirar os amigos de lá.

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