
Era uma vez uma garota que levava uma vida normal e apesar das rotineiras dificuldades que qualquer pessoa do seu tempo passava, ela tinha tudo. Ela tinha o amor de seus pais, de seus amigos, enfim... Ela era aceita pela sociedade. Nada que a fizesse se desviar da curva. Ela não precisava de mais nada, sua vida era PERFEITA.
Até o dia em que ela começou a ver coisas que NÃO PEDIU para ver.
Acontece que a menina secretamente tinha um dom que nem ela própria conhecia. O dom de ver o futuro. Seus olhos conseguiam quebrar o véu do espaço-tempo e penetrar na imensidão, atingindo momentos daquele mundo dos quais ela jamais seria capaz de acompanhar ainda em vida. Em um dia qualquer, ela conseguiu prever o que aconteceria a mais de 150 anos à frente, e isso assustou àqueles ao seu redor...
Chamaram-na de bruxa.
Disseram-lhe coisas horríveis.
Deixaram-na de Castigo.
Perseguiram-na.
Tentaram expulsá-la de sua casa.
Tentaram bani-la do vilarejo.
Seus pais, na tentativa de encobrir o ocorrido, forçaram-na a se casar com uma pessoa que ela nem conhecia só para "limpar" o seu nome.
Nome esse que seus pais inclusive a forçaram a mudar, de "Brilliant" (o nome da família) para Shining, a fim de manter os outros membros da família longe dos rumores que se espalhavam como fogo pela pequena colônia recém instaurada na região de Hisui.
Mas o que mais machucava foi o olhar que sua mãe lhe direcionou. Um olhar de nojo, de DESPREZO. Ela havia deixado de amar sua filha assim que soube que ela era diferente das outras pessoas, condenando-a à solidão e castigando-a com ÓDIO, tudo o que a jovem Shining jamais esperava receber da pessoa que mais amava nesta vida.
Agora, ela sonhava constantemente com aquele momento... Com os olhos da sua mãe fuzilando-a, deserdando-a. Em seus devaneios noturnos, ela rememorava cada detalhe. Tudo era tão nítido. Ela se lembra direitinho da dor que aquele TAPA causou. Sua mãe lhe esmurrou o rosto, mas a dor foi muito maior psicológica do que fisicamente. Não contente em apenas bater na cara da filha, a mulher revoltada ainda fez pior. Atormentada, a garota não conseguia parar de pensar nas mãos da mãe se fechando em torno do seu pescoço, como se quisesse matá-la, e com o seu irmão aparecendo e apartando as duas, impedindo que sua progenitora lhe tirasse a vida.
Shining ainda podia sentir a força da mãe sendo empregada ao redor de sua garganta, e agora ela se acordava gritando, toda noite ofegante, como se não conseguisse respirar.

A menina acorda já sentada, com as próprias mãos em torno do pescoço. Ela estava suada e assustada, implorando para fugir do próprio passado.

Compreensivo, Rei Brilliant, o irmão de Akari Shining, coloca a mão nas costas da irmã e se escora nela, afagando-a e mostrando para a garota que ele estava ali.












Rei a Akari encontravam-se longe da Jubilife Village. Há dois dias, eles iniciaram sua jornada Pokémon graças à Equipe Galaxy, que lhes deu o seu Pokémon Inicial em troca de seus serviços de pesquisa de Pokémon. Agora, os dois estavam acampados em um dos postos de pesquisa em Obsidian Fieldlands, uma vasta área de Pokémon selvagens bem próxima à Jubilife Village.
Recomendados pela própria Equipe Galaxy, sempre que Rei e Akaria saíssem de Jubilife Village para embarcar numa excursão, sua primeira paragem deveria ser num dos Base camps que servem como um posto avançado útil para o seu trabalho. Trata-se de um local para parar para descansar durante uma excursão, permitindo não só que a sua equipe de Pokémon recuperem a sua vitalidade como também os para próprios treinadores possam descansar.


No próprio acampamento estava o Professor Laventon, o homem responsável por entregar a nossos heróis o seu Pokémon Inicial, evento este que aconteceu há cerca de 2 dias. Era dever do Corpo de Pesquisa da Equipe Galaxy avisar o Professor para onde estava indo.






Ao dizer esta frase, Shining então tem um déjà vu, mas decide deixar para lá, afinal, isso faz parte das pequenas coisas da vida que são inexplicáveis.







E assim, com a bênção do Professor Laventon e em posse de Pokébolas e Bombas de Fumaça, Brilliant e sua irmã Shining deixam o acampamento.
O seu trabalho era bastante simples: encontrar e capturar o máximo de Pokémon possíveis, mesmo que repetidos, já que Pokémon de uma mesma espécie podem apresentar tamanhos e características distintas. Quanto mais informações eles ajudassem a registrar no livro chamado "Pokédex", maiores as suas chances de elevarem o seu nível dentro da Equipe Galaxy.
E é desse modo, com o intuito de cumprir mais um trabalho que se inicia a peregrinação dos gêmeos.
Obsidian Fieldlands é uma área repleta de flores e plantas onde se pode encontrar também uma variedade de Pokémon. E, assim que deixam o base camp, nossos heróis começam a caminhar em direção ao imponente Monte Coronet, à procura de Pokémon para capturarem.




De repente, aproxima-se um pequeno Pokémon mamífero peludinho, cujos olhos eram cobertos por uma espessa plumagem branca. Seu pelo era majoritariamente laranja avermelhado, com listras pretas, e a ponta de seu focinho era molhada e pegajosa.





O pequeno Pokémon canino estava com o corpo todo esfolado e parecia estar mancando.



Rei Brilliant pega o seu caderninho de anotações e procura a exata página que referenciava aquela espécie.







Assim, Rei Brilliant se afasta de sua irmã e começa a se aproximar lentamente do Growlithe ferido, abaixando-se para ficar da mesma altura que o Pokémon e olhando-o nos olhos, para conquistar a confiança do canídeo.


Rei se aproxima ao máximo do Pokémon. Ele está a menos de um metro de distância quando estende sua mão para o Pokémon cheirar, mas ao fazer isso...



Growlithe fecha seus dentes com violência em torno do pulso de Rei, machucando o garoto, que se esforça para não deixar o canídeo ainda mais agitado.

Mas naquela época, nem humanos nem Pokémon eram próximos. Eles viviam totalmente separados e constantes guerras eram travadas entre as duas formas de vidas consideradas dominantes no Planeta Terra. Nenhum Pokémon selvagem confiava nos seres humanos e o ensinamento da desconfiança para com os homens era passado de Pokémon pai para Pokémon filho, na natureza. Essa era uma LEI que ajudava a proteger a prole.
Mas Rei era um garoto que acreditava que um dia, aquela guerra iria acabar. Já sua irmã, Akari Shining, ela não acreditava nisso... Ela tinha CERTEZA, pois foi uma das coisas que vira no futuro.
Assim, Rei insiste mais um pouquinho, mesmo com o braço rachando da dor de ter dentes afiados o perfurando.

Com a outra mão, Rei então faz carinho na cabeça de Growlithe, que então se surpreende com a atitude do humano.
Lentamente, Growlithe começa a afrouxar a mandíbula, largando o braço de Rei, mas ainda deveras desconfiado com tamanha bondade vinda de um humano.

Growlithe continua um pouco receoso e late para Brilliant se afastar, mas o garoto não o faz, contrariando as expectativas do Pokémon. Growlithe pensava que aquele humano iria atacá-lo, mas pelo contrário, Rei gostava de fazer carinho na penugem do monstrinho, deixando-o feliz.



Poucos segundos depois, Growlithe já estava dando lambidinhas no rosto de Brilliant, para demonstrar o seu afeto. Ele claramente estava arrependido por ter fincado os dentes no menino.




Rei então pega uma das pokébolas que o Professor Laventon lhe cedeu e aponta para o Pokémon. Ao ver o objeto, no entanto, Growlithe se assusta e volta a ficar violento. Pelo visto alguém já tentou lhe capturar no passado.


Akari estava certa. Growlithe não queria deixar ninguém chegar perto dele, especialmente depois de ver aquela Pokébola. Ele então começa a atacar, disparando uma chuva de PEDRAS contra os dois irmãos.






Oshawott, o tipo água, foi o Pokémon escolhido por Rei há cerca de dois dias atrás como seu Pokémon Inicial. Após a batalha contra o Ursaring "Alfa" dos olhos vermelhos, o garoto refletiu e decidiu que a melhor escolha para si seria o Pokémon do tipo água.


Oshawott pega a queraconcha que mantém presa ao peito e a destaca, energizando-a com um véu finíssimo de água. Tão fino, que produzia o efeito de uma lâmina de verdade, e parte para o ataque.




Rei fica encarando o Pokémon Canino por alguns segundos. Growlithe estava severamente machucado. Rei PRECISAVA curá-lo, mas ele não queria pegá-lo à força. Rei queria que Growlithe compreendesse como ele estava se sentindo, para receber a ajuda de boa vontade.



Oshawott então arremessa sua queraconcha contra Growlithe, e o pequeno objeto feito de um material semelhante às unhas dos humanos, fica girando em torno do alvo, sem acertar, como um bumerangue, que vai e volta...

Growlithe fica parado escutando Brilliant. Embora a maioria das pessoas, até nos dias de hoje, ache que os Pokémon não conseguem compreender os humanos, a maioria deles é tão inteligente que entende perfeitamente a linguagem humana.

Oshawott confirma o que seu treinador estava dizendo, a fim de acalmar Growlithe.

Growlithe fica parado por alguns segundos, então para a surpresa de Rei, ele assente com a cabeça, concordando em ser ajudado.



Rei então arremessa a pokébola em Growlithe e o objeto feito a partir de uma fruta chamada Apricorn com uma Tumblestone (pedra fundida) utiliza de uma estranha reação bioquímica para enfraquecer Growlithe, reduzindo o seu tamanho significativamente para caber dentro da bola.
Assim que a pokébola engole Growlithe para o seu interior, ela se fecha com ele preso lá dentro e começa a se mexer de um lado para o outro (é o Growlithe sentindo-se desconfortável por estar pela primeira vez dentro daquele objeto estranho), mas logo a captura se dá por concluída assim que uma fumaça de vapor é liberada pelo orifício na parte superior do item, explodindo em fogos que confirmam que Growlithe é agora, oficialmente, um Pokémon da equipe de Brilliant.








Assim, Brilliant conduz sua irmã pelos campos Obsidian, mas assim que eles começam a caminhar na direção de onde o ferido Growlithe veio, as coisas começam a ficar estranhas...


Pelos campos havia dezenas de Pokémon debilitados, desacordados, cheios de ferimentos pelo corpo. Era até difícil contar quantos tinham.










Então, como que confirmando as suspeitas de Akari, um estrondo se faz logo mais à frente, à medida que raios se projetam de forma estratosférica em meio às árvores mais adiante.
Uma enorme cortina de fumaça se instaura e os Pokémon que viviam por ali começam a correr, desesperados.





Na ponta dos pés, Rei e Akari então se aproximam do local de onde vieram os raios... E de lá, através de uma pequena moita, eles observam o que parecia ser um Pokémon enfurecido.




Dois Pokémon enormes, de olhos avermelhados como sangue, estavam soltando fagulhas um contra o outro. Eles eram grandes e robustos, o que indicava que talvez fossem evoluídos e mais fortes que os outros Pokémon selvagens que estavam em seu caminho.




E tal como Akari previra, os Pokémon Alfa haviam, de fato, ficado incomodados com a presença dos humanos próximo a eles. Eles começam a atacar.
O primeiro, chamado de Electivire, dispara uma rajada elétrica a partir de suas antenas contra os gêmeos, mas eles correm e se desviam.


Mas na sequência, o outro Alfa, que era um veloz quadrúpede chamado Luxray, corre e intercepta Akari, eletrocutando-a com um de seus raios descendentes.

Rei, que não foi atingido pelo golpe, se preocupa com a irmã. O garoto se abaixa e a ajuda a se levantar. Akari está bastante ferida, assim como o Growlithe e todos aqueles outros Pokémon que eles encontraram estavam.



Assim, com o braço apoiando Akari, Brilliant e sua irmã saem dali, fugindo dos terríveis Pokémon Alfa, que voltam a travar uma batalha entre si. Os gêmeos agora correm de volta para o acampamento, a fim de tratar as feridas da menina e do Pokémon recém-capturado, e os Pokémon de olhos escarlate continuam seu fervoroso embate, que poderia levar horas, quiçá DIAS até ser desfeito, não fosse pelo que aconteceu logo em seguida...
Naquela mesma noite, um misterioso grupo de cinco pessoas estava caminhando pelas mesmíssimas pastagens onde Akari e Rei estavam pela manhã...
Electivire e Luxray continuavam se atacando ferozmente, e agora os cinco humanos observavam a luta, à distância.
Então, os cinco cheios de confiança partem para cima dos Pokémon Alfa, que desta vez, não haviam notado a presença dos humanos, e os atacam com todas as suas forças.





Continua no próximo capítulo cujo título contiver a palavra "Hisui"...
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