Pokémon Laços: prophecies — Johto: A Decisão de Crystal

Johto: A Decisão de Crystal


Eu sou Crystal Mind e a razão pela qual você está ouvindo a minha voz ao invés do habitual narrador é que somente EU sou capaz de contar em detalhes tudo o que aconteceu, e isto se deve a um erro exclusivamente de minha autoria: eu não contei para ninguém o que estava fazendo.
Eu não contei para ninguém onde estava indo naquela manhã nebulosa em que me embrenhei na Ilex Forest, desesperada à procura de Celebi, a  voz da floresta, também conhecido como o guardião do tempo, na tentativa que eu pudesse desfazer todas as tragédias que me aconteceram no último ano e meio.
Era frio e eu estava surtando. Há não mais que duas semanas, eu vi dois de meus amigos morrerem bem à minha frente, e a dor foi tão intensa quanto a quando eu pensei que havia perdido Meganium, após os incidentes na Ilha de Pasio.
Desde que vi Yellow e Emerald agonizando bem na minha frente, com metade do peito para fora após as espadas de Archie e Maxie terem-nos atravessado, eu não consegui pensar em outra coisa senão em suas faces que se forçavam a sorrir mesmo em um momento de extremo sofrimento. E isso me fez perder completamente as estribeiras. Parei de tingir meus cabelos, deixei de usar lentes e assumi minha aparência normal: a de uma mulher sofrida que eternamente se recusa a aceitar a crueldade da vida.
Eu me fechei em meu interior e não me abri para mais ninguém.
Todos podiam perceber que havia algo de errado. Lógico. Eu via todo mundo se aproximando e tentando me ajudar, mas eu afastava a todos. Eu estava em constante dor e me sentia frustrada por demonstrar esta vulnerabilidade aos outros, por mais que ela sempre estivesse presente, desde o começo de minha jornada.
Mas eu sei que a minha insegurança não foi o único motivo de eu não me comunicar com ninguém propriamente desde o ocorrido. 
Eu sabia que se eu revelasse o plano que eu tinha em mente, todos achariam que eu estava louca. E de fato, talvez eu estivesse! O que é certo e errado senão o que está a favor ou contra o interesse de alguém? No momento, a minha vontade era de APAGAR todo o sofrimento e, portanto, eu estava CERTA sob o meu ponto de vista de alguém que acabara de perder o mestre e os amigos.
Então lá estava eu, completamente calada e fechada para o mundo, vagando por entre as árvores em uma floresta escura e cheia de perigos, procurando por aquele ser que poderia mudar tudo.
Celebi é um Pokémon Mítico e, portanto, sua existência permanece restrita aos contos de fada, a não ser por um pequeno detalhe: um dos membros da associação, Black, já o encontrou no passado. Inclusive, só estava vivo hoje por este motivo. Mas não apenas ele, o meu mestre, o falecido Professor Carvalho, também o encontrou uma vez, há muito tempo atrás, quando ele era apenas uma criança.
Sendo a herdeira do Laboratório de Pallet, eu tinha acesso a todos os materiais de produção do Professor Carvalho, incluindo os antigos manuscritos que ele fizera em sua época de ouro, quando era apenas mais um moleque inclinado a viajar pelo mundo e conhecer todas as espécies que colorem a nossa fauna e flora.
O pequeno Sam era um ótimo desenhista. Ele havia retratado a "voz da floresta" sobre um pequeno templo de madeira localizado na Ilex Florest. De acordo com o Professor, Celebi era um Pokémon semelhante a uma pequena fadinha verde, com asas de inseto e anteninhas sobre a cabeça, a qual era proporcionalmente grande demais para o corpo, assim como seus olhos e braços. Tal imagem foi algo que Carvalho jamais se esquecera, mesmo em seus momentos de maior crise devido ao alzheimer.
Ele foi a ÚNICA pessoa a avistar Celebi em 70 anos, naquela floresta. Mas dizem que mesmo hoje me dia, os viajantes podem ouvir a "voz da floresta" no farfalhar das folhas, do barulho dos galhos sendo quebrados ao pisar sobre eles, no vento que carrega o ar puro e na melodia de todas as espécies que vivem naquele local.
Se a Ilex Forest não é o ponto de origem de Celebi é, pelo menos, sua morada. E isso era uma grande teoria de Carvalho a qual ele, infelizmente, jamais conseguira provar, pois nunca mais voltou a ver o Pokémon viajante do tempo desde a época em que fizera o desenho.
Carvalho não estava mais aqui. Ele havia sido uma vítima daquilo que, para Celebi , não passa de apenas uma estrada com muitas idas e vindas. Carvalho havia sido vítima do tempo, perecendo sob o irrefreável rigor do envelhecimento. E eu também estava sendo. Pelo menos, era assim que eu enxergava.
Red havia sido preso por matar o maior mafioso do Japão. Blue estava morto. Yellow e Emerald também. Tudo estava acontecendo muito, muito rápido. Eu sinto que a cada segundo, a vida poderia dar uma guinada e me jogar para uma direção totalmente inesperada. Eu estava ficando velha, mas não só isso. Eu estava perdendo àqueles que eu considerava família. E isso era inaceitável. Eu tinha de fazer alguma coisa.
E foi assim que peguei uma mochila, botei nas costas e com a roupa mais confortável que eu tinha (só que não), adentrei na mata em desespero, atrás daquilo que pensei ser a única salvação: uma viagem no tempo.
Ao meu lado, estava minha melhor amiga, aquela que estava comigo desde o começo e que eu já havia tido o desprazer de sentir o amargo gosto de sua morte. Mas mesmo com relação a Meganium, eu não havia me aberto. Eu não havia contado o que estava fazendo nem pretendendo, e esta é a razão de ela (assim como todos ao meu redor), estar preocupada.
 Crystal, aonde estamos indo?
 ...
Eu não respondi. Sabia que não deveria tratar Meganium desse jeito, mas eu tinha motivos o suficiente para me manter calada. Se Diamond, Pearl ou Platinum descobrissem minha imprudência de sair em uma "missão não-autorizada", eu com certeza teria problemas na Associação. Por isso, deixei Kanto em silêncio e me fui à Johto, em busca daquilo que acreditava ser o melhor para todos.7
 Você está agindo incoerentemente. Eu posso sentir isso.
 Não, eu não estou.
 Se não está, então pare de correr. Vamos conversar! O que está havendo?
 Nada, Meganium. Eu só preciso que você fique de olho. Se algum Pokémon selvagem tentar me atacar, você contra-ataca.
 Mas, espere! Crystal! Você está muito agitada, eu consigo sentir as suas emoções! Você PRECISA se acalmar!
 Não se atreva a usar a fragrância de suas pétalas contra mim, Meganium. De tanto conviver com você, eu já sou IMUNE a isso!
 ...
Meganium foi pega no flagra. Ela queria usar o cheiro de seu colar de flores para me deixar zen, mas eu não estava disposta a ficar chapada. (Pelo menos não naquele momento). Eu tinha uma missão a ser concluída e eu só precisava que ela me cobrisse para que eu pudesse atravessar a Ilex Forest em segurança.
 Você está sendo irracional.
 Estou ciente, obrigada por avisar.
 E além de tudo, grossa.
 Hmpf.
Fechei a cara para Meganium.
 Hmpf.
Ela fechou a cara para mim.
 ...
 ...
O resto do caminho foi um silêncio constrangedor. Meganium de mal comigo, eu de mal com Meganium. Ela não entendia. Ninguém entendia. Por mais que lesse minhas emoções, ela não conseguia sentir a mesma dor que eu, e isto era nítido. Não era preciso telepatia nem nenhum tipo de poké-interpretação para deduzir isto.
Então tudo o que fizemos foi ignorar uma a outra, embora eu tivesse certeza de que Meganium estava atenta a qualquer chacoalhar de matinhos para me proteger de um possível ataque surpresa de um Pokémon selvagem, assim como eu estava de olho nos arredores para coordená-la corretamente em uma batalha, caso uma ocorresse.

Lá pelas tantas, depois de muito caminhar, minhas pernas já estavam ficando exaustas. Eu havia chegado naquela floresta pela manhã e agora já estava escurecendo. NADA de anormal parecia chamar nossa atenção.
 Estamos andando em círculos.
 E você acha que eu não sei?
 Estúpida. Talvez fosse melhor pararmos e levantarmos acampamento. Logo logo será noite e os Hoothoot tomarão conta desta área.
 É, você está certa. Desculpe. Eu não achei mesmo que poderia resolver em um dia algo que durante a vida inteira, o Professor Carvalho não foi capaz de desvendar.
 Então vamos parar?
 Sim, vamos.
Acampamos por ali mesmo, debaixo de árvores de copas de altura baixa, utilizadas até hoje para produção de carvão em Johto. Eu fiz uma pequena fogueira, desarmei meu saco de dormir e, ao lado de Meganium, me recolhi em torno do fogo para me esquentar, já que a temperatura na floresta começou a cair bruscamente, até ficar insuportavelmente frio. Comemos uns sanduíches mais que veganos (recomendação da Shield) e eu li um velho livro de folclórico sobre como Celebi concedia o desejo de pessoas de voltar no tempo para consertar algum erro enquanto ouvia o crepitar das chamas e a maravilhosa canção entoada pelos Pokémon selvagens que ali moravam.

Durante a noite, acordei duas ou três vezes com algum rugido bestial e alguma fera correndo próxima a nos, mas por sorte, os Pokémon pareciam evitar o fogo e logo desapareciam. Tirando isso, tive um sono tranquilo, algo que me fazia tanta falta ultimamente...

Pela manhã, acordei com um cheiro de rosas no auge do seu florescimento. Uma seiva doce e melosa escorria pelas antenas de Meganium e pingavam em meu rosto, forçando-me a voltar para este mundo. Ela estava em cima de mim, assustada.
 Crystal! Crystal! Acorde!
 Hã? O que foi? Que horas são?
Tentei focar em Meganium. Com tamanha sonolência que eu estava, eu me sentia meio grogue, mas logo logo, essa sensação de moleza desapareceu...
 Você não vai acreditar, mas algo passou por aqui ontem à noite, enquanto dormíamos!
Quando eu olhei ao meu redor, atendendo ao chamado de Meganium, meu coração quase saltou pela boca. Meu corpo se encheu de adrenalina e o sono foi brutalmente substituído por um súbito estado de alerta.
 O-QUE-DIABOS-É-ISTO?!
Arregale os olhos incrédula. Meu saco de dormir continuava no mesmo lugar que eu havia posto na noite anterior, mas a floresta ao nosso redor, havia MUDADO.
 E-e-estas plantas... Não estavam aqui antes! O que é isto?
Havia raízes tão duras e grossas quanto troncos de árvore se projetando para fora do chão, em todas as direções, repletas de espinhos, redefinindo completamente a paisagem em torno da gente. Era como se a Ilex Forest tivesse sido repaginada durante nosso sono. Como se enquanto dormíssemos, tivéssemos sido movidas de lugar, muito embora eu acreditasse veementemente não ter me mexido um centímetro enquanto estava deitada. Era como se a vegetação tivesse ANDADO.
 Meganium... Foi você, não foi?
 Não! Quando eu me acordei, já estava tudo assim!
 Parece que a floresta está... VIVA!
 Mas isso é óbvio. A floresta É viva!
 Não, não. Eu não me refiro a viva como uma planta, mas viva como os animais.
 Ei, isso me ofende! O que você está insinuando com "viva como uma planta"?
 Desculpe, Meganium. Eu não quis ofendê-la. Mas... Você me entendeu. As árvores normalmente não se mexem. Mas... Estas raízes aqui parecem ter brotado do nada. Foi como se a paisagem tivesse CONSCIÊNCIA.
 Bem... As plantas podem não ser saltitantes e hiperativas como os animais, mas elas têm uma história de vida. Todas elas carregam uma marca em seus corpos, uma memória de sua trajetória. Talvez eu possa "ler" estes resquícios e tentar descobrir como elas cresceram aqui.
 Você vai fazer uma "Logística Reversa", saquei! Isso pode funcionar.
 Deixa comigo.
Meganium então fecha os olhos e se aproxima das enormes raízes que agora costuravam um ambiente totalmente distinto ao nosso redor. Ao abrir a boca, ela começa a absorver a umidade do ar e começa a entrar em sintonia com a mãe-natureza, na tentativa de tornar-se uma só com as raízes e identificar sua origem.
Então, após alguns minutos se concentrando, Meganium finalmente consegue acessar a memória das plantas e passa a transmitir tudo o que ela está sentindo dentro da minha mente, através do forte elo que eu e ela possuímos.
A primeira imagem que eu vi foi as raízes aparecendo a partir de uma luz verde e se contorcendo em torno de uma árvore.
Mas não era uma árvore qualquer. Era a árvore mais próxima do nosso pequeno acampamento, que estava EM CHAMAS, graças à nossa fogueira, presumi.
As raízes apertaram o fogo contra a madeira e sufocaram-no, retirando todo o oxigênio. E com o fim do ar, as chamas se apagam, morrendo asfixiadas pela estranha formação espinhosa de raízes que surgiam constantemente do chão, sem nunca parar.
Então, visualizamos em conjunto (Meganium e eu), o que presumi ser o DESTINO de todas aquelas raízes. Vi todas elas se transformarem em um brilho e desaparecerem, deixando para trás apenas um rastro luminoso...
...Assim como um conjunto de árvores queimadas, mas cujas chamas não se alastraram e causaram um incêndio ainda maior pelo resto da floresta graças à contenção criada por estas raízes mágicas. 

Abri os olhos. Meganium também.
Ele esteve aqui.
 Hã? Quem?
 Celebi, a "voz da floresta". Tenho certeza que sim. Eu fui descuidada, deixei a fogueira acessa e ela teve ter sido o foco de um pequeno incêndio. Celebi deve ter visto e criado estas raízes para conter o avanço das chamas. Afinal, muito mais que um guardião do tempo, ele também é um protetor da floresta.
 Então... É esse tal de Celebi que você está procurando?
 Exatamente.
 Uau. Obrigada por me avisar... FINALMENTE!
 Desculpa, Meganium. Eu não ando tendo dias bons ultimamente.
 Eu sei, mas que isso não se repita.
 Anotado.
 E agora, o que iremos fazer? Se é o Celebi quem você está procurando e ele passou por aqui... Isso quer dizer que estamos perto?
 E-e-eu não sei, mas agora estou me sentindo péssima...
 Está tudo bem, Crystal. O fogo já se foi.
 É, mas não por causa da gente.
 Não vamos pensar nisso. Pelo menos, não agora. Quais são os seus planos?
 Eu não sei, que tal--
Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, avistei ao longe um flash de luz verde, igualzinho em tonalidade e radiância àquelas faíscas que deram origem às raízes na visão que Meganium me mostrou.
 A luz... Vamos seguir a LUZ!
Meus instintos diziam que eu deveria perseguir aquele leve chispar no horizonte, e assim eu fui, mas se eu tivesse sido mais esperta e prestado atenção em alguns detalhes, eu não teria o feito.
Primeiramente, Celebi é um Pokémon que raramente se mostra a humanos. A julgar pelo meu erro da noite anterior, deixando a fogueira acessa e provocando um pequeno incêndio ao redor (que eu nem sequer percebi), Celebi jamais iria deixar evidências para que eu o encontrasse. Afinal, agora eu era uma transgressora da natureza e uma inimiga da floresta, por pura imprudência.
Mas eu estava tão obcecada a mudar o destino que nem pensei, só agi. Eu queria poder desfazer o passado tanto quanto um pulmão precisa sugar oxigênio para respirar. Só Arceus entenderia.
Chegando próximo ao local onde a luz estava, no entanto, eu noto que ela já desapareceu. A floresta estava calma e misteriosamente silenciosa, bem diferente da noite anterior. Olho aos meus arredores, com os meus olhos e os de Meganium, mas nada.
 Bom... Acho que corri em vão. Não tem nada aqui.
 Não! Crystal, olhe!
 Hã?
Meganium então chama minha atenção para uma pequena criatura cuja presença eu não havia notado antes. Estava junto às folhas secas das árvores, caídas sobre o chão, perfeitamente camuflado. Suas cores o ajudavam nesse sentido.

Reconstituição por Rachel Briggs (twitter.com/RacieBeep)

Ele tinha um formato de corpo levemente humanoide, arredondado, porém extremamente diminuto. Em sua cabeça amarelada, flertando com os tons de outono, havia quatro protuberâncias que inicialmente eu julguei serem folhas, mas olhando mais de perto, pareciam-se com penas. Seus olhos eram gigantes, tal como a cabeça, em relação ao resto do corpo. Quando eu o vi, não tive dúvidas:
 É o CELEBI!!!
 É ele?!?!
 S-sim!
 ???
O Pokémon olhava confuso para mim, sem entender nada.
 Mas... Ele parece um pouco diferente da ilustração do Professor Carvalho... Eu pensei que ele fosse mais... "verde"...
O Pokémon, no entanto, manteve-se imóvel, algo que eu deveria ter desconfiado. Celebi é um Pokémon Mítico e isso, por si só, significa que ele não permanece no mesmo lugar que um ser humano por tanto tempo. Além disso, eu deveria ter estranhado não só as suas cores, mas o seu olhar vidrado, fixo, como se por trás daquelas retinas, escondesse uma alma vazia, um buraco negro quem quer que tentasse entrar em sua mente.
A única coisa que eu consegui notar de diferente, no entanto, foi:
 Espere... Eu não consigo compreender a linguagem dele!
 Hã?
 Eu não consigo me comunicar com ele, tal como eu consigo com os outros Pokémon! Não dá. É como se a mente dele estivesse completamente bloqueada!
 Um Tipo Psíquico?
 Provavelmente.
Celebi ficou me olhando por mais um instante, sem saber como reagir, e então, lentamente se aproximou.
 Quem é você, humana?
 Aaaah! Você fala!!!
 ...
Celebi ficou quieto, estranhamente mirando aqueles olhos esbugalhados em nossa direção.
 Ele se comunica diretamente pela fala humana. Os outros Pokémon eu consigo compreender telepaticamente utilizando minhas habilidades como Homo sapiens potens, uma humana com poderes. Mas ele... Ele fala com a boca!
 Então este é o poder de um Pokémon Mítico, hum?
 Muito Prazer, Celebi. Onde eu estava com a cabeça? Me esqueci de me apresentar. Meu nome é Crystal. Esta aqui é Meganium. Estamos a sua procura! Precisamos de ajuda!
 Vocês estão a procura de Celebi?
 Exato. Nós estávamos te procurando.
 Não. Vocês entenderam errado. Eu não sou Celebi.
 Hã? Não?
 Meu nome é Mitei juuni.
 Mitei juuni?
 Aqueles que vocês procuram está desaparecido.
 O que?
 Celebi, o Guardião do Tempo deste mundo, foi capturado por um viajante.
 Um viajante do tempo?
 É... Por assim dizer.
 Meu Arceus! E como faremos para encontrá-lo?
De repente, o olhar de Mitei começou a mudar. Estava ficando mais ardiloso, mas eu não percebi, fui insensível a esta mudança.
 Não se preocupem. Eu vim para cá procurando por ele também.
 Sério?
 Uhum! Venham comigo. Eu posso levá-los até as coordenadas onde Celebi provavelmente se encontra.
"Coordenadas"? "Provavelmente se encontra"?
Eu estava cega demais. Cega MESMO. Como eu pude confiar naquele Pokémon de olhar vazio? Como eu pude me deixar levar pelas emoções assim desse jeito?

***

Quando eu entrei no portal criado por Mitei, eu senti uma tontura. Meganium, ao meu lado, começou a gritar e eu sabia que deveria tentar acalmá-la, mas não conseguia, porque eu própria estava em desespero. O chão embaixo dos meus pés estava se desfazendo. O espaço-tempo ao nosso redor se contorcia e ao fazer isso, a própria luz se deformava, conduzindo-nos por uma trajetória praticamente infinita de uma psicodelia vertiginante que desnorteava os meus sentidos, ao ponto de eu desmaiar.

Eu não sabia que uma viagem no tempo poderia ser tão desconfortável. E de fato, talvez não fosse. Isto porque quando eu me acordei (com muita dificuldade), eu levei um susto. Um susto que me fez entender que o que Mitei se referia como "coordenada", não era de um local nem de um tempo em meu mundo, mas em OUTRO.

Eu estava olhando para mim mesma... Isto é, de pé à minha frente, erguia-se OUTRA CRYSTAL, uma versão alternativa de quem eu sou (ainda de cabelos tingidos e lentes de contato), e que me encarava com um ar de abominação, bradando em um tom rígido e severo, acusando-me de algo que parecia ser deveras grave:


— Parada aí! Você está PRESA por Associação a Shinjuku Jack!

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