Capítulo 10
Transformação
Anteriormente em Pokémon Laços: Ranger... Após ter uma EQM (Experiência de Quase-Morte), Jade descobre que está intimamente conectado a um Pokémon chamado Manaphy e que sua missão de vida tem a ver com protegê-lo. Por outro lado, o Esquadrão Go-Rock se apossou de um Ovo que daria origem à próxima reencarnação de Manaphy neste planeta.
Então, junto de seu amigo Lunick, ele vai para a Região de Fiore e associa-se aos Rangers de Ringtown com o intuito de recuperar o tal ovo. Mas após uma sucessão de eventos que deram errado, como os Go-Rocks roubando o protótipo do Super Styler (dispositivo capaz de realizar a captura de qualquer Pokémon selvagem com 100% de eficácia), Jade, Lunick (e agora Solana) acabam sendo dispensados da missão, que passa para a "Elite 4 Ranger", os quatro comandantes das bases Ranger de Fiore.
No entanto, eles seguem assim mesmo, porque querem concluir sua missão a todo custo. E com isso, os três surgem na base dos Rangers na Cordilheira Sekra, salvando os quatro comandantes das garras dos Go-Rock Quads, uma banda formada por filhinhos de papai, e seguem atrás de Aria, a traidora dos Rangers e informante do Esquadrão Go-Rock, chegando ao Templo de Fiore, uma pirâmide que toca os céus, no topo das montanhas. Lá, eles têm um encontro com Gordor, a mente por traz de tudo o que estava acontecendo. O ovo de Manaphy eclode, Gordor o captura com o Super Styler, mas Jade é mais esperto e pega Manaphy para si com uma Pokébola. Gordor, entretanto, revela que tinha um Plano B, que para aquela ocasião, havia capturado OUTRO Pokémon Legendário, e assim revela-se RAYQUAZA. Entretanto... Parece que o discurso de Gordor faz um certo sentido, pelo menos para Jade, que começa a questionar se está lutando do lado certo...

Mas Gordor não parecia aborrecido por causa disso. Não, ele parecia estar preparado.



Eu estava estranhando tudo aquilo e a forma como Gordor fala, convencido de tudo, me deixava com um pouco de medo. Foi só então que eu percebi que havia alguma coisa acima da gente...

A serpente cor-de-jade emerge do meio das nuvens carregadas, fitando-me com aqueles olhos perversos. E à medida que os raios estouravam no horizonte, um arrepio subia de minha perna direita até o pescoço. Pela primeira vez desde que cheguei ali, eu me senti impotente...


Rayquaza, o Pokémon que no passado, eu fui até seu habitat (a camada de ozônio) para chamá-lo no intuito de que parasse a luta travada por Groudon e Kyogre, e que congelara meu corpo no intuito de me preservar quando eu já não tinha mais escapatória da morte... Agora, ele estava sendo controlado por Gordor. Em seus olhos, que nunca me pareceram amigáveis, havia fúria. E nos meus, temor.
Mas apesar disso, os questionamentos levantados por Gordor ainda reverberavam em minha cabeça.

Nisso, Lunick e Solana chegam correndo ao meu lado.










Solana faz um aceno para trás. Eu olho para as escadas da pirâmide e percebo então que os recrutas do Esquadrão Go-Rock estavam com os corpos totalmente envolvidos em cordas, amordaçados.







Mas, por alguma razão, eu sabia que Gordor estava sendo sincero esse tempo todo. Eu sabia que a causa dele era, de certa forma, justa.
Huh... Você faz perguntas demais, meu jovem. E eu entendo. Eu também sempre fui muito questionador. É por isso que eu questiono tanto a União Ranger como um todo. Afinal... Se ele é um sistema tão bom assim, porque é que tantos Rangers foram obrigados a se mudar para outras regiões, onde as pokébolas são permitidas...?
Que Regiões? Eu nunca ouvi falar disso...
Ora... É claro! Porque aqui em Fiore é proibido falar disso! Kanto e Hoenn são o maior exemplo de regiões para onde os Rangers antigos, os que usavam pokébolas, imigraram! Ao acaso você nunca viu alguns treinadores utilizando roupas laranjas, geralmente com um chapéu ou uma boina e carregando uma corda? A maioria deles utiliza Pokémon do tipo Planta e carregam consigo sempre berries e itens de cura que são compartilhados com aqueles que os derrotam.
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Já...
Pois é... Eles são RANGERS também. Na verdade, são os Rangers que anteriormente vivam em Fiore (ou os filhos deles), e que foram obrigados a sair da região por não concordarem com a extinção das pokébolas. Quase metade da Região foi abrigada a se mudar. Por isso, Fiore hoje é tão pequena...
Meu pai...
Diga-me: Com quantas pessoas que NÃO SÃO Rangers você conservou desde que chegou aqui, oh novato?
Ahn... Eu... Não sei.
Tentei contar, mas não pude me lembrar de ninguém. Sério mesmo. Teve a Oficial Jenny e a Enfermeira Joy, mas elas também trabalhavam para os Rangers. Será que eu estava começando a concordar com o Esquadrão Go-Rock?Se tivesse conversado, você saberia...
Mas você também Ranger, não é, Aria? *Ou pelo menos, era*
Infiltrada, é claro. Palhaço.
Mas por que isso não se resolve de maneira pacífica? Por que vocês não levam as suas reclamações e os argumentos que a sustentam para um debate democrático?
E por acaso nós, que não concordamos com o sistema, temos alguma abertura para mudá-lo senão através de uma revolução? Não. Porque quem está no poder, não quer sair. Quem está no poder, não quer ver a classe dominada dominando. Porque não é vantajoso... Então não há debate. Simples assim.
...
Escute, jovem: A ideia de um "Ranger" (Guarda ou Patrulheiro Pokémon) é antiga. As civilizações que nos precederam construíram esse templo ao lado dos Pokémon, em uma época na qual as pokébolas ou qualquer outro dispositivo de captura ainda não existiam. Os povos antigos que habitaram Fiore foram precursores na relação humano x Pokémon, tendo utilizado as habilidades dos Pokémon Selvagens que viviam na natureza para construir sua sociedade. Foi a partir destes costumes antigos que surgiu a ideia de alguém que captura um Pokémon selvagem e logo após usá-lo, descarta-o na natureza. Mas isso só funciona se utilizado de maneira amigável, para fins amigáveis. E não como Hastings planeja: para manter o povo comum afastado dos Pokémon, sem a possibilidade de capturá-los e mantê-los sempre por perto, como nas Regiões que possuem Liga Pokémon, como Kanto, Johto, Hoenn ou Sinnoh... Isto porque um ser humano que não tem um Pokémon ao seu lado é indefeso. É controlável. Manipulável. E é isso o que eles querem. Mas eu discordo disso. Quero reivindicar a liberdade do povo!
A sociedade com pokébolas é mais livre para os humanos, e menos para os Pokémon...
Você já andou de carro? Pois o carro é como uma pokébola. Uma cápsula a qual entramos para sermos transportados. Além disso, um Pokémon não passa 100% do tempo enclausurado, somente quando se está em viagem, tal qual um humano em seu veículo, não é mesmo?
É, nisso eu concordo (...)
Eu só não tinha certeza, porque depois de tudo isso... Depois de compreender que certo e errado são só palavras inventadas para separar um grupo de outro, eu não sabia mais a qual lado eu queria tomar partido.
Afinal... O que é ser BOM? O que é ser MAU?
Não existe uma resposta para isso. Não é possível ser 100% bom, nem 100% mau. Isto porque quem decide o que é bom e o que é mau são os seres humanos. E sempre haverá a quem discordar. Portanto, aqueles que tem interesses conflitantes aos seus, SEMPRE te verá com maus olhos.
Então como ser uma pessoa boa se não existe o bem?
Simples: Escolha um lado. E dentro desse lado, você será bom. Do lado oposto, ruim. A vida é assim, não se pode agradar a todos. Para alguém, você sempre será o vilão.
Mas o que eu queria neste momento, era uma verdade. Não uma verdade absoluta, porque eu acho que isso, enquanto seres confinados em corpos de carne, em corpos perecíveis, jamais conseguiremos encontrar.
Não.
Eu queria uma verdade a qual eu pudesse acreditar. Uma "percepção da verdade" que fosse só minha. E por isso, eu hesitei. Olhei para Solana... Olhei para Lunick... E comecei a fazer perguntas.
























Eu então começo a refletir.











Então, Kirlia surge ao meu lado novamente e seus chifres começam a brilhar...



Eu não sabia se Kirlia estava tendo uma visão do futuro ou se estava simplesmente lendo a mente de Gordor, mas naquele momento... Tanto faz.
Imagens de Rayquaza sobrevoando as quatro cidades (Ringtown, Summerland, Fall City e Wintown) e DESTRUINDO as Bases Rangers de uma só vez com seu Hiper Raio me fizeram abrir os olhos e perceber que para o Esquadrão Go-Rock não haveria Revolução sem uma Guerra. Um debate democrático, como eu havia proposto, jamais iria funcionar.
O que Kirlia me mostrou foi CARNIFICINA. Morte. Sofrimento. Tragédia.

Pergunto então a Kirlia e ele assente:

Ele falou só um "kir", mas em minha mente, foi um "sim". Gordor estava obstinado a acabar com os Rangers de um jeito ou de outro. Solana tinha razão. A palavra destruição, neste caso, não era só uma alegoria.
Aquela imagem não saía da minha cabeça... Pessoas gritando em agonia, vozes sufocadas pelo fogo. Os corpos praticamente sem vida se arrastando pelo chão na vã esperança de tocar um solo não-queimado, como se ainda houvesse salvação, agarrando-se à interminável esperança de ver aqueles a quem amam mais uma vez.
Pessoas que saíram de casa normalmente para trabalhar, que tomaram um café, despediram-se de seus filhos na porta da escola e que planejavam o que comeriam no jantar, sem poder imaginar que este momento jamais chegaria...
Pessoas que tinham um nome, uma identidade, um sonho, uma rotina, uma vida... Agora só lhes restava o esquecimento debaixo do chão, onde seus corpos apodreceriam lenta e dolorosamente sem jamais alcançarem a justiça...
Gordor então deve ter percebido uma mudança no meu olhar, porque na sequência ele perguntou...


Ele não respondeu, apenas desprezou minha pergunta, como se a vida de alguns Rangers não valesse de nada contanto que ele atingisse seu objetivo.












Da ponta de sua cauda, então, Rayquaza forma um tornado, utilizando-se de sua habilidade de controle do ar, mirando contra todos os três adversários ao mesmo tempo.




Kirlia se teleporta bem a tempo, evitando o ataque de Rayquaza, mas Plusle e Minun são pegos pelo vendaval sem fim, girando violentamente de um lado para o outro e batendo em várias paredes de pedra milenares que compunham o templo.


Os dois caem com os olhinhos girando em suas órbitas, completamente fora de combate.






Os olhos de Kirlia brilham e ele emite uma poderosa vibração psicocinética que aperta e comprime o corpo de Rayquaza, tirando danos do legendário. No entanto, isso faz apenas cócegas no monstro.
Rayquaza então desce dos céus em alta velocidade, trazendo a chuva junto consigo e mergulha na estrutura do próprio templo, causando um dano irreparável ao sítio arqueológico.

Rayquaza então surge debaixo de Kirlia em um golpe vertical, atingindo o Pokémon fisicamente de baixo para cima.


Kirlia escorrega, ferido, mas se ergue novamente.




Rayquaza sofre os danos do Psíquico pela segunda vez, mas continua rugindo feroz.



De sua enorme bocarra, Rayquaza solta um raio de radiação alaranjada que brilha como a superfície do sol, voando na direção Kirlia em segundos, o que causa uma explosão sem igual em torno de meu parceiro.



Kirlia se levanta. Ele ainda podia continuar batalhando, mas... Estava começando a se cansar.




Aproveitando-me do tempo em que Rayquaza ficaria inativo, rapidamente ordenei a Kirlia que criasse uma barreira protetiva, para impedir que mais ataques como aquele Escavar lhe ferissem tanto.

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Rapidamente após terminar de preencher o nosso lado do campo de batalhas com um escudo, Kirlia cria um blob de energia das trevas e o envia com agilidade e precisão contra a cabeça de Rayquaza, explodindo em uma fumaça roxa que lembrava, de certa forma, uma nuvem tóxica.



Rayquaza abre a bocarra e solta novamente uma espécie de radiação, mas desta vez, na forma de um plasma congelante, que solidifica tudo o que toca.

Mas desta vez, Kirlia não se teletransporta a tempo. O golpe de Rayquaza atinge todo o lado esquerdo de meu parceiro Pokémon, deixando-o em mau estado. A energia de Kirlia vai para o vermelho. Ele está prestes a ser derrotado.


De repente, eu me peguei pensando em como eu fui parar ali. Kirlia estava prestes a ser derrotado e ele era tudo o que eu tinha naquela batalha.
Mas eu não podia me dar ao luxo de desistir. Não. Eu havia feito uma promessa há algum tempo atrás... Uma promessa que eu fiz antes de nascer e que agora, pro alguma razão, estava me voltando à memória...
Mãe? Pai?
Eu me lembro de ter reconhecido aqueles vultos cheios de luz assim que os vi. Minha mãe e meu pai faleceram em uma acidente de carro quando eu era bem pequenininho. Não teria como eu me lembrar deles senão pelo que eu vi nas fotos de família. Mas eu sabia que eram eles e que estavam ali para me guiar.Wally?
Eu finalmente os encontrei!
Naquele momento, o que eu senti foi inexplicável. Uma sensação de afeto e carinho que vão para além do que a experiência neste mundo pode oferecer. Era transcendente. Um amor que eu jamais conseguirei retribuir. Era maior do que o planeta, do que o sistema solar, do que a Via Láctea inteira!Eu me sentia calmo, sereno e tranquilo, e melhor parte disso: lúcido. Eu soube, naquele instante, que eles estavam ali, na verdade, para me impedir de retornar ao meu verdadeiro lar: o mundo do além. E soube disso sem precisar perguntar nada. As respostas simplesmente surgiam em minha cabeça, assim como eles também não precisavam usar a boca para falar. Os pensamentos fluíam de sua mente e entravam na minha.A sua hora ainda não chegou.
Meu pai, o Professor William Carson, que desencarnou aos 32 anos de idade, sabia que eu sabia que deveria retornar à vida. Mas mesmo assim, insistiu e deixou bem claro, para caso eu me fizesse de desentendido: o meu lugar não era ali.Você precisa voltar.
Wendy Jade, minha mãe biológica, com seus belos cabelos tingidos de verde, falecida aos 26, também me disse o que eu já tinha ciência, de que eu não pertencia ao reino dos mortos. Mas não pense que eu interpretei todas as frases imperativas de maneira rude, grossa ou mandona. Não. A vibração que eu sentia, a energia que emanava dos dois... Era puro amor. Eles só queriam o melhor para mim e só queriam me lembrar do que eu havia prometido ANTES de nascer...Mas eu não quero! Aqui é tão bom!
Como uma criança chorona, eu não queria voltar para meu corpo. Tudo o que eu estava sentindo do lado de lá era tão bom... Tão atraente. Deve ser por isso que ninguém volta dos mortos para contar como é. Isto é... Menos eu, não é?Então meus pais se compadeceram de minha situação e continuaram tentando me explicar o motivo de eu não poder ficar. Pelo menos, não por enquanto.É, eu sei.
Mas você ainda tem uma missão a cumprir. Lembra-se?
Assim que minha mãe falou "lembra-se?", minha consciência implodiu. Eu senti como se minha inteligência se ampliasse e meu ego se desfizesse diante do regresso da memória de tantas vidas anteriores que eu já vivi, todas elas brotando de uma só vez em minha mente.E foi aí que eu lembrei da minha promessa. Eu lembrei que decidi nascer na Região de Hoenn como o garotinho fraco e debilitado a que deram o nome de Wally Jade, porque precisava encarnar na Terra com a incrível missão de proteger alguém...Vocês têm razão.
Eu me lembrei. Lembrei de tudo. Lembrei do porquê estar ali e o que eu tinha de fazer na Terra antes de voltar para minha verdadeira casa. Então concordei. Eu não podia avançar. Não sem concluir o que eu comecei: minha missão de vida.Volte, filho.
A vida recém está começando para você.
Mas... Eu não suporto a dor. Meu corpo não consegue sustentar a vida. Ele está avariado.
Nós podemos dar um jeito nisso...
Essa era a minha missão... Cumprir aquela promessa. Uma promessa que eu fiz ao Manaphy antes mesmo de eu nascer, quando eu ainda era só uma alma vagando pelo espaço.
Wally... Acorde, Wally...
Manaphy...
Manaphy, é você? É você m-mesmo?
Sou eu!
Por favor, me desculpe!
Não precisa se desculpar...
M-m-mas... Eu jurei que iria salvá-lo e olha só no que deu! Até hoje, o seu ovo não foi recuperado!
Você está tentando. Não jogue toda a culpa sobre si mesmo. Foram eles que me sequestraram. Eles são os únicos que têm alguma culpa nisso tudo.
Mas eu PRECISO chegar até você. Eu preciso recuperar o ovo.
Wally, querido, você se esqueceu?
Hã?
Você se esqueceu o que combinamos, eu e você, no mundo etéreo, antes de você encarnar como um humano?
O que foi que nós combinamos?
De que jamais iríamos nos separar, não importa a distância que estejamos um do outro, filho.
O que isso quer dizer?
Que de uma forma ou de outra, iremos nos encontrar. É o nosso destino. Já está traçado. Não se preocupe, você vai me alcançar, mais cedo ou mais tarde.
Eu só queria entender... Por que estamos ligados? Eu... Não consigo me lembrar...
É claro que não. Enquanto você estiver neste corpo feito de carne e osso, suas memórias "de antes" ficarão obstruídas, enevoadas. Seu cérebro humano não consegue processar memórias que não foram registradas nele próprio. Mas não se preocupe. Faz tudo parte do plano. Você ESCOLHEU nascer antes de mim neste mundo porque queria me proteger. Sabia que perderia sua memória, mas mesmo assim o fez. Agora eu estou aqui para lhe trazer uma última mensagem, antes que eu também me esqueça...
O que? Você também está se esquecendo?
Eu estou para nascer... Meu ovo está quase eclodindo. Assim que eu deixar o mundo espiritual para encarnar no mundo material, tudo o que eu sabia antes do nascimento também será esquecido. Essa é a lei da vida... Por isso, eu lhe chamei aqui. Porque precisava lhe dizer uma coisa antes que eu fosse tarde demais.
E o que é que você tem para me dizer, Manaphy?
Que você não está sozinho. Nunca esteve e nunca estará.


Kirlia então enche-se de energia. Ele sente exatamente o que eu estava sentindo, absorvendo minhas emoções através de seus chifres e convertendo isso em um novo e extraordinário poder.
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Kirlia brilha e tal como um átomo envolto por sua eletrosfera, passa a ser orbitado por pontinhos de luz que rapidamente se espalham e voam em direção ao inimigo. Rayquaza cai, pego pelo novo movimento que Kirlia acaba de aprender.






Eu arremesso a segunda Ultra Bola que eu tinha na tentativa de conter Rayquaza, quebrando o vínculo formato pelo Super Styler que o ligava a Gordor.
Mas assim que Rayquaza entrou dentro da bola... Ela é estraçalhada, voando um caco para cada canto, e Rayquaza permanece sob o controle do Esquadrão.


O Dragão que trazia consigo o poder dos céus, então sopra mais uma vez sua rajada hiper quente, mirando contra meu já cansado Kirlia.
Tudo explode.
A fumaça sobe e minutos depois quando abaixa...


Não havia solução. Kirlia estava fora de combate. Eu havia perdido.
Eu me ajoelho, desolado, lembrando-me de tudo o que Kirlia me mostrou... Das visões de Rayquaza sendo utilizado para destruir todos os quartéis generais dos Rangers espalhados por Fiore e das pessoas dentro deles agonizando até a morte.
Eu falhei...
Não. Como eu pude falhar?
Não.
Deus, não.
O que eu faço agora? O que eu faço agora?
É então que eu ouço um canto choroso, quase como uma cantiga de ninar, melódica, suave e ao mesmo tempo me trazia uma nostalgia, a lembrança de alguma coisa que parecia ruim...
Eu abro meus olhos. Manaphy está flutuando diante de nós todos. Entre mim, Lunick, Solana e Rayquaza.

Manaphy canta e dança como se estivesse nadando em pleno ar, e de repente era como se o mar inteiro estivesse ali, reunido em um único ponto do espaço-tempo. Era a voz de todos os Pokémon do Safra Sea, o mar que banha toda a Região de Fiore, em uníssono com a voz de Manaphy, todos cantando a mesma melodia.
A ponta das antenas de Manaphy brilham em uma luz vermelha neon como fogos de artifício e o brilho que delas exala ilumina todo o topo da pirâmide, vindo subitamente em minha direção.
De repente, eu soube que o nome daquilo era Troca de Corações. Como eu tinha essa informação? Eu não sei, eu apenas sabia.
Quando ambos os raios de luz projetados pelas antenas de Manaphy atingiram meu peito, eu senti como se uma chave dentro de mim trocasse de posição. Um calor gostoso emanou por todo o meu corpo e eu formigava enquanto minhas roupas pareciam cada vez ficar maiores, até não caberem mais em mim e caírem sem vida no chão. Eu brilhava em um tom de amarelo, irradiando como uma estrela, embora eu parecesse encolher ao passo que o mundo ao meu redor se expandia.
Eu me sentia energizado e feliz e pronto para colocar toda aquela emoção contagiante para fora, mas ao meu lado, eu percebi o espanto e a admiração estampados no rosto de Lunick e Solana, que carregavam Plusle, Minun e Kirlia em seus colos, todos igualmente surpresos.
Mas tudo agora parecia fazer sentido, no que eu ouço pela última vez a vozinha infantil e doce de Manaphy sussurrando em meu ouvido: "Você escolheu viver esta vida como humano para me proteger, mas você só se libertará quando assumir sua verdadeira forma... Minha Inseparável Alma-Gêmea."
E quando a luz parou de brilhar e o efeito da Troca de Corações se instaurou, eu era um Pokémon, um Manaphy completo. Não. Eu não era um Manaphy. Eu era diferente. Eu era seu companheiro por essa e outras vidas. Eu era...






Aria e Gordor também pareciam incrédulos. Até Rayquaza estava confuso...

E para falar a verdade, nem eu sabia o que estava acontecendo direito. Eu só... Sentia que finalmente estava VIVO.
Manaphy então vem para o meu lado e eu me conecto àquele ser que eu sabia, de alguma maneira, que era meu melhor amigo, agora em um novo corpo, em uma nova nova vida.

Manaphy parecia intrigado com o meu tom de pele. Não sei como, mas eu parecia entender o que ele estava dizendo. Disse que minha brilhante pele verde combinava porque como um humano, eu pintava meus cabelos dessa cor.
Todos estão olhando com espanto. O Templo de Fiore estava em total silêncio. Ninguém conseguia pronunciar uma sequer palavra, todos estavam atônitos, perplexos e não era para menos. Eu próprio estava em choque, mas de uma maneira positiva.
Como eu disse, eu me sentia energizado, vivo. E pronto para colocar tudo isso para fora. Manaphy percebe a agitação dentro de mim e então fala:

Quando Manaphy disse aquilo, respirei o mais profundamente que consegui, engolindo todo o ar que era possível e num sopro de vida, consigo expelir meu primeiro ataque como Phione.



A baforada congelante atinge Rayquaza, que ainda estava se recuperando de seu último Hiper Raio e a serpente cor-de-jade cai, completamente fora de combate.

Mesmo sendo agora um Pokémon, vou até minhas roupas e encontro a última Ultra Bola que eu havia trazido para Fiore. Utilizando minha única antena, então e manipulo e arremesso a bola sobre a serpente-dragão...

Sem oferecer resistência alguma, Rayquaza é engolido pela cápsula e se aloja em seu interior, com a captura sendo concluída em poucos instantes, quebrando assim o laço com Gordor, firmado à força pelo Super Styler.
Rayquaza estava salvo. Manaphy estava salvo. Fiore INTEIRA estava salva.
Então, em um flash de luz, o efeito da Troca de Corações se desativa e eu, de uma maneira constrangedora (digo isso pois estava agora sem roupas), volto a ser humano.


Enquanto isso, Aria e Gordor estavam com os olhos grilados, sem nenhuma alternativa, já que tanto seu plano A quanto seu plano B haviam falhado. E eles aparentemente não tinham mais nenhum Pokémon para lutar, até porque Aria abandonou seu Munchlax lá atrás (e nós já cuidamos do mesmo).




Na semana seguinte, na Base dos Rangers de Ringtown...











Lunick coloca as duas mãos em meus ombros, fitando-me com um ar de pena. Mas ele não precisava ficar assim. Fui eu que decidi viver a vida intensamente, da maneira que EU julgo correta, independente se isso é errado para os outros. Só eu posso decidir o que é bom ou mau para mim... Ninguém mais no mundo tem esse poder.















Lunick e Solana me olharam, sorrindo felizes. Eles sabiam de quem eu estava falando e concordavam pelo menos com ESTA decisão minha. Depois de toda essa correria, desta jornada que foi um completo caos e desespero, nada mais justo do que eu retornar para casa, de volta aos braços de minha Mãe, para acabar de uma vez por todas com sua preocupação...
F I M
Será?
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