Pokémon Laços: Teal & Indigo - Horizontes em Chamas - 01 : Vs. Liko I



Side Story (História Paralela):


01 - Vs. Liko I

O coração de Alex disparou quando o chamado urgente o levou à Academia Pokémon na pitoresca Cidade Mezagoza, na misteriosa Região de Paldea. As preocupações tumultuavam sua mente enquanto ele atravessava o campus movimentado em direção à sala do Diretor Clavell. Cada passo parecia uma eternidade, e a angústia o envolvia com força crescente.

Há um mês, a vida de Alex tornou-se um turbilhão de desespero e solidão. Desde a partida trágica de sua amada esposa, ele tem se desdobrado em inúmeras direções, tentando preencher o vazio deixado por sua ausência. De sol a sol, ele enfrenta a batalha tripla de ser um pai amoroso, um trabalhador dedicado e um faz-tudo incansável. Cada dia é uma maratona exaustiva em que ele tenta equilibrar a sua carreira com as responsabilidades familiares.

No entanto, a dor da perda de sua esposa nunca o deixou. A cena horrível daquela fatídica noite está eternamente gravada em sua mente, como uma ferida que nunca cicatriza. Cada lembrança dela é um punhal afiado em seu coração. E essa dor, essa dor insuportável, agravou-se ainda mais, levando-o a um abismo de ansiedade.

(Flashback)

Era uma vez, em uma pequena cidade cercada por densas florestas tropicais com uma vista incrível para o oceano, vivia uma família feliz composta por Alex, um talentoso desenhista, e Lucca, uma dedicada professora. Eles eram os orgulhosos pais de uma doce e adorável menininha de apenas 4 anos, com olhos curiosos e sorriso encantador.


Numa noite sombria de outono, quando o vento uivava como um lamento e a chuva batia nas janelas como dedos impacientes. Lucca e Alex estavam acolhidos em sua casa aconchegante, com a filha brincando animadamente no chão da sala. A chama da lareira lançava sombras dançantes nas paredes, criando uma atmosfera agradável e reconfortante.

Enquanto a tempestade rugia lá fora, Alex decidiu contar uma história à filha antes de dormir. "Venha, filha!," disse ele, "junte-se a nós perto da lareira. Eu vou te contar a história do Homem da Floresta."

Os olhos de Liko se iluminaram com entusiasmo. Ela adorava as histórias do pai, cheias de imaginação e cor.

"Há muito tempo atrás..." Começa Alex. No entanto, antes que ele pudesse dar porsseguimento, ouve-se um estrondo. Era umruído ensurdecedor e extremamente amedrontador vindo da porta da residência. Começou com um som pesado e metálico de algo batendo repetidamente contra a madeira, como se fosse uma marreta ou um pé de cabra sendo usado com força bruta.

O impacto contínuo faz com que a porta vibre, produzindo um som de tremor que reverbera pelas paredes, intensificando a sensação de perigo iminente. O ambiente ao redor parece ecoar os sons, ampliando a tensão no ar.

À medida que a porta resiste, podem ser ouvidos estalos e rangidos agudos, ecoando pelo ambiente. O som metálico se mistura com o estalo da madeira cedendo sob a pressão, criando uma cacofonia de ruídos perturbadores e angustiantes. Em uma fração de segundos, o som se tornou mais alto e mais intenso, como se a própria estrutura da porta estivesse implorando por misericórdia. É como se a casa inteira estivesse gemendo de aflição diante da violência que estava sendo cometida.

"PAM!" De repente, em milésimos de segudos, a porta cai, deixando entrar naquele lar muito mais do que apenas as gotas da tempestade que enxarcavam o mundo lá fora.

A tranquilidade do lar da família foi brutalmente invadida. Um homem cruel havia adentrando a residência sem piedade. Ele estava acompanhado por um comparsa, ambos com rostos escondidos por máscaras sinistras.

O coração de Lucca disparou quando viu os intrusos apontando uma arma para sua cabeça e ameaçando matar a todos. O coração de Alex disparou em pânico e desespero ao ver o bandido apontando a arma para a cabeça de sua esposa. Seus olhos se encheram de terror, mas também de determinação, pois o instinto protetor o dominou completamente. Ele sentiu um misto avassalador de raiva e impotência, enquanto seus músculos se contraíam em uma luta interna entre a vontade de atacar o criminoso e o medo das consequências. Nesse momento aterrorizante, o amor que sentia por sua esposa impulsionou-o a enfrentar a ameaça, colocando a própria vida em risco para tentar salvá-la, mesmo que isso significasse desafiar a escuridão sombria do destino que se desenrolava diante de seus olhos. Já a filha, em seus pequenos olhos, refletia o mesmo temor que dominava sua mãe. Ainda que fosse muito pequena, ela sabia que algo de ruim estava acontecendo. Ela sentia que sua vida estava em perigo.

Os bandidos então amarraram os três membros da família cruelmente, amordaçando-os para garantir que não pudessem pedir socorro.

A garotinha estava completamente assustada e confusa com a situação. Ela tentava falar, gritar, mas apenas gemidos abafados escapavam de sua boca por causa da mordaça. Lágrimas escorriam por seu rostinho inocente, enquanto seus olhos suplicavam por compreensão.

O parceiro de crime dos invasores começou a revirar a casa, coletando todos os itens valiosos que encontrava. Enquanto isso, Lucca, a mãe, aproveitou um momento de distração dos bandidos e conseguiu se soltar de suas amarras. O coração dela batia descompassadamente, tomado pela adrenalina e pela preocupação com sua família.

Alex percebeu que a esposa havia se soltado e acenou com a cabeça para ela, em silêncio, para que não tomasse nenhuma atitude impensada. Mas Lucca era uma mãe protetora, ela sentia a necessidade de lutar para salvar sua família. Movendo-se então cuidadosamente, Lucca tentou agir em silêncio, desesperada para tirar a arma das mãos do assassino e proteger seu esposo e filha. Mas, infelizmente, um ruído mínimo denunciou sua presença. O bandido percebeu a aproximação e, sem hesitar, disparou a arma.

O som do tiro ecoou pela sala, e a vida de Lucca foi ceifada diante dos olhos da filha pequena, que sentiu o sangue espirrar em seu rosto assustado, manchando-o eternamente com o horror daquela cena terrível. Seu coraçãozinho acelerado parecia querer saltar do peito, e seus soluços desesperados eram covardemente abafados pela mordaça.

Seus olhos arregalados foram preenchidos por um misto de terror e incredulidade, enquanto seu coraçãozinho suplicava por misericórida. O choque daquela cena horrível a deixou paralisada por um momento, e ela podia sentir suas pernas tremendo involuntariamente. Suas mãos pequenas e presas tentavam se a qualquer coisa próxima, buscando desesperadamente por uma sensação de segurança que agora havia desaparecido. O sangue espirrando em seu rosto assustado causou uma repulsa e náusea intensa. A partir desse momento traumático, seu corpo entrou em um estado de estresse extremo, com a liberação de hormônios como cortisol e adrenalina, causando um aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Seus músculos ficaram tensos, e suas mãos continuavam trêmulas. A mente da menina ficou turva e fragmentada, criando uma defesa psicológica para lidar com o trauma, o que poderia se manifestar posteriormente em pesadelos recorrentes, dificuldade para dormir, regressão comportamental e uma profunda ansiedade em relação a qualquer situação que lembre aquele terrível evento. O impacto emocional desse momento traumático deixou uma marca profunda na garota, afetando seu bem-estar físico e mental, e requerendo apoio e cuidado para enfrentar o longo processo de recuperação emocional. Mas esse foi o menor dos problemas causados pelo ocorrido...

O mundo da garotinha, antes tão seguro e acolhedor, agora estava repleto de sombras cruéis e fantasmas que a perseguiam dia e noite. A imagem da mãe sendo morta diante dela se gravou profundamente em sua mente inocente, criando um trauma que a acompanharia por muito tempo.

O parceiro de crime, ao perceber o que havia feito seu colega, apressou-se em sair da casa, carregando os objetos roubados consigo. A família ficou para trás, em uma mistura de desespero e luto. Alex tentava se acalmar para confortar a filha, mas também estava lutando contra o choque do ocorrido.

A menina, por sua vez, estava em choque, seus olhinhos claros vidrados e sua expressão perdida. Ela não conseguia entender completamente o que havia acontecido, mas sabia que algo terrível tinha se passado. Seu coraçãozinho estava partido, e suas emoções estavam em um turbilhão de medo, tristeza e confusão. Algo que ela jamais havia experienciado até aquele momento, mas que desde então passou a vivenciar diariamente...

(Fim do Flashback)

Seu peito, outrora firme e estável, agora parece uma bomba relógio, pronta para explodir a qualquer momento. Qualquer pensamento, qualquer som abrupto, faz o coração de Alex disparar em uma sinfonia frenética de medo e agonia. As noites se transformaram em um pesadelo constante, pois ele já não tem coragem de dormir com as luzes apagadas. Os cantos sombrios de sua casa são assombrados por lembranças de sua esposa, lembranças que ele deseja esquecer, mas que o perseguem implacavelmente.

Por isso, quando o telefone tocou e o visor mostrou o número da escola de sua filha, o pânico tomou conta de Alex como um tsunami avassalador. Ele largou tudo às pressas, derrubando papéis e utensílios de cozinha, enquanto corria em direção ao carro. Seu coração martelava em seu peito, sua mente uma turbulência de preocupações e medos. O que poderia ter acontecido na escola? Seria algo relacionado à sua filha? Os minutos que o separavam da escola eram uma eternidade, cada pensamento uma lâmina afiada que o dilacerava por dentro. Enquanto ele dirigia em alta velocidade em direção à escola, a incerteza e o terror o envolviam como uma sombra implacável, pronta para consumir o que restava de sua sanidade.

Finalmente, ao chegar à sala do diretor, Alex encontrou a menina Liko sentada diante de Clavell. O rostinho angelical de Liko estava pálido, os olhos que normalmente brilhavam de curiosidade e alegria agora estavam marejados de lágrimas. Ela segurava um Pikachu de pelúcia com força, como se fosse seu último refúgio.

O diretor Clavell parecia sério e preocupado, e o olhar de Alex oscilou entre a ansiedade e a urgência em obter respostas. Ele sentou-se ao lado de Liko e pegou sua mãozinha tremendo, buscando acalmá-la. Cada segundo que se passava sem entender o que havia acontecido era uma agonia insuportável. O que poderia ter acontecido à sua adorável filha na academia Pokémon que a deixou tão abalada? A preocupação de Alex era palpável no ar enquanto ele aguardava ansiosamente a explicação do diretor Clavell.


 Houve um pequeno acidente...
 O que aconteceu?
 Liko passou por uma situação vexatória.
 Hã? Como assim? Alguém fez alguma coisa contra ela?
 Por que não explica ao seu pai o que aconteceu, Liko?
 ...
 A turma estava voltando da Educação Física quando um aluno tropeçou e bateu de cara no chão.
 Liko, você o empurrou?
 ...
 Não, senhor Alex. Acontece que a criança que se feriu cortou a testa. O sangue começou a escorrer e... bem... Liko fez xixi nas calças. Todos riram. Até mesmo a coleguinna que estava cortada, chorando até alguns minutos atrás.
 Ah, filha...
 Nós à trocamos e colocamos a roupa casual. Ela está limpa. Também demos um banho. 
 Liko, eu sinto muito por tudo isso.
 Era amargo, papai.
 O quê era amargo?
 O gosto do sangue...
 Liko, eu já falei para não falar essas coisas!!! Tá querendo apanhar?!
 Desculpa, papai...
 Alex, será que eu posso ter uma conversa com você em particular?
 Claro. Liko, por favor, espere o papai ali fora.
Liko deixa a diretoria. Ao passar pelo seu pai, Alex pode sentir um leve odor de urina.
 Talvez ainda seja muito cedo para deixá-la voltar à escola. Tirem um tempo fora. Liko PRECISA disso!
 Mas... Eu preciso trabalhar! Não tenho com quem deixá-la! Sem a Lucca para me ajudar... quem irá pagar as contas?
Eu entendo... Mas não tem nenhum familiar com quem ela possa ficar, pelo menos por um tempo?
 Deixá-la com a minha sogra não é uma opção. A velha está sempre viajando pelo mundo, num delírio de que vai se tornar Campeã da Liga Pokémon algum dia. Ela mal chegou a tempo para o enterro da filha... 
 Eu sei que é difícil a vida repentina de um pai solteiro, mas... Faz apenas um mês que a Liko perdeu a mãe. Isso é um trauma irreparável para uma criança. Ela simplesmente SE MIJOU ao ver a coleguinha sangrando! Ela precisa do pai mais do que nunca nesse momento.
 E-e-eu... Eu não pedi por isso.
 Eu sei, senhor Alex. Ninguém pediu, mas o melhor para a Liko agora é afastá-la de coisas que a lembrem do incidente.
 Afastá-la?
 Sim, são as lembranças que a estão atordoando. Ela precisa seguir em frente. Ela carregará essa dor para sempre dentro dela. A Morte da mãe bem diante dos seus olhos jamais será esquecida, mas ela precisa ter momentos de paz e de sossego para varrer essas imagens da sua cabeça, nem que seja por um breve momento.
 Tem razão, diretor. Eu entendo, mas... não tem nada que eu possa fazer. Deixá-la na escola ainda é melhor do que deixá-la em casa... onde tudo aconteceu.
 Então neste caso... Por que não dar a Liko um novo começo?
 Hã? O senhor está sugerindo que nos mudemos? Eu sou um ilustrador! Mal tenho grana para por janta na mesa!
 Precisamos pensar em uma alternativa, senhor Alex, pois a sua filha foi humilhada em sala de aula. Ela não pode voltar para a mesma turma.
 Então troque-a de turma! Você é o diretor! Pode fazer isso!
 Temo que mesmo trocando de turma, ela ainda encontrará com os colegas antigos nos corredores e isso poderá lhe trazer lembranças desagradáveis.
 Fazer o que? Eu também estou sofrendo! Eu também tenho que me acordar todos os dias sem a minha esposa ao lado e me lembrar que ela foi brutalmente assassinada na nossa frente!
 Eu sugiro terapia. Tanto para ela quanto para você.
 Terapia? Seu burguês safado! Eu não tenho dinheiro para terapia!
 Mas, senhor... Vocês acabaram de passar por uma situação traumatizante!
Alex cruza os braços, bufando de raiva.
 E vocês não são capazes de ajudar! Se for para ficar criticando, melhor eu trocar a minha filha de escola!
 Senhor, acalme-se! Estamos tentando achar uma solução.
 Uma solução? Nada trará a mãe dela de volta.
Clavell fica calado, sem argumentos.
 Está decidido. Vou mandar Liko para um intercâmbio.
 Intercâmbio? Está me dizendo que quer terceirizar os cuidados da sua filha que está extremamente fragilizada?
 Vou mandá-la a Kanto, para a Academia Indigo, onde tanto eu quanto a mãe dela estudamos na infância.
 Kanto? Mas isso fica no Japão! Ela ao menos sabe falar Japonês?
 Não, mas nada que vocês não possam ensinar a ela, até que eu possa mudá-la de escola. Façam a porra do seu trabalho direito e eu continuarei pagando a droga da mensalidade!

Alex se levanta, pega suas coisas e sai, arrasado. Clavell fica sem palavras. Eles nem mesmo ensinam Japonês na Academia Pokémon...

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