Em meio à vastidão do oceano, para onde quer que os olhos se voltem, apenas a amplidão azul das águas se estende até onde a vista alcança. O horizonte se mescla harmoniosamente com o céu, criando uma fronteira distante e indistinta entre o mar e o firmamento. O som constante do movimento das ondas serve como trilha sonora, uma sinfonia repetitiva que embala a jornada no navio.
Não há sinais de terra à vista, apenas o contínuo balançar do navio que, como uma pequena ilha móvel, flutua sobre as profundezas enigmáticas do oceano. Cada onda traz consigo uma sensação de isolamento, uma imensidão que desafia a compreensão humana. O azul do céu se encontra com o azul do mar, formando um cenário monocromático que inspira tanto calma quanto inquietação.
À medida que o tempo se desenrola nesse vasto domínio aquático, a bordo do navio, os passageiros se veem imersos em um mundo onde o único horizonte visível é a linha tênue entre o céu e o mar. O oceano, por sua vez, parece inacabável, um recordatório constante da grandiosidade e mistério que acompanham essa travessia marítima em direção ao desconhecido.
Amethio, que normalmente encara batalhas com confiança, agora está recluso em sua cabine, vítima do enjoo constante que o mar traiçoeiro lhe impôs. As ondas implacáveis não fazem concessões, e cada dia para Amethio se torna uma batalha não contra treinadores, mas contra a própria natureza do oceano.
Enquanto isso, Cynthia, sempre pronta para um desafio, já esgotou a lista de treinadores a bordo. Seu espírito inquieto anseia por algo mais do que duelos transitórios, mas a realidade de um navio em alto mar não oferece as aventuras expansivas que ela costuma buscar.
Briar, envolta na busca por respostas sobre o Fenômeno Terastal, mergulha nos estudos, imersa em anotações e teorias. Sua mente está longe, focada em desvendar os segredos por trás dos acontecimentos recentes.
Friede, geralmente cheio de energia e determinação, parece estar enredado nas sombras da perda. Seu braço direito permanece congelado em cristal, uma constante lembrança visual da tragédia em Kitakami. O sorriso que costumava iluminar seu rosto deu lugar a uma expressão de pesar.
Os dias se estendem, mas a tristeza teima em não desaparecer. O horizonte vasto reflete a incerteza que paira sobre o grupo, enquanto o navio navega por águas desconhecidas em direção ao próximo capítulo de suas vidas.
Friede permanece debruçado sobre o balaústre do navio, perdido em seus pensamentos sombrios, enquanto o mar agitado dança sob seus olhos melancólicos. Uma horda de Finizen selvagens, graciosos Pokémon golfinhos, navega nas ondas abaixo, criando uma cena serena e pacífica que contrasta com o peso em seus ombros.
Com um gesto mecânico, ele abre um pacote de salgadinhos, mas a tristeza em seu coração o impede de ter apetite. Os salgadinhos permanecem intocados, um reflexo da perda que o assola. O Professor Pokémon já perdeu cerca de 5 quilos desde a perda de Raichu e Charizard, seus fiéis companheiros. Charizard havia sido seu primeiro Pokémon, pego com o Professor Carvalho ainda como Charmander, no dia em que Friede saiu em jornada. E Raichu é um companheiro tão antigo quanto, sendo o primeiro Pokémon capturado pelo treinador.
Friede, com uma expressão abatida, severamente deprimido, decide virar o pacote, despejando os salgadinhos no mar. Os Finizen, ágeis e curiosos, prontamente recebem a oferenda flutuante, capturando-a habilmente com suas bocas abertas, criando um espetáculo momentâneo de interação entre o homem e a vida marinha. Contudo, mesmo esse instante fugaz não é capaz de dissipar completamente a sombra que paira sobre Friede, um reflexo das perdas que marcaram sua jornada.












O silêncio se instaura. Briar não sabe exatamente o que dizer, mas por sorte, o próprio Friede começa a falar.














































Naquele mesmo dia... Friede continuava cabisbaixo, cada vez mais lúgubre e despojado de qualquer pensamento positivo, escorado ao balaústre, observando as ondas surgindo e desaparecendo sob o casco da embarcação. Cynthia, ao perceber que o Professor Pokémon já estava naquela posição havia mais de sete horas seguidas, sem sair sequer para ir ao banheiro, resolve se aproximar e estender a mão, como uma boa amiga deveria fazer.



Havia algo no olhar astuto de Cynthia que transcendia a compreensão humana. Parecia que ela era capaz de ler os pensamentos. Friede deu de ombros, pois não conseguia mais manter a farsa:


Cynthia tocou na ferida ainda aberta, mas ela sabia que o corte era mais profundo que isso. E se ela não penetrasse nas entranhas da preocupação inquietante de Friede, ela jamais conseguiria compreender o que se passava em sua cabeça.


















Essa oportunidade de Mestrado é única e vai agregar em muito ao seu currículo como Professor Pokémon, você não pode desistir só porque está obcecado a entender o que aconteceu no passado. Você não pode desistir da SUA VIDA por conta do seu hiper foco em buscar aquilo que não volta mais.
Eu não estou dizendo que Liko, Roy e os outros JAMAIS vão retornar. Não é isso! O que eu estou dizendo é que... O PASSADO (em si) não volta. Os Trovonautas podem retornar a qualquer instante, mas jamais vai ser como antes, porque tanto você quanto eles vão ter VIVIDO mais coisas e experiências que vocês não tinham antigamente. E tudo será novo... Nada será como antes!
Não adianta se prender às suas memórias, como se tudo o que você viveu no passado fosse lindo, mágico e maravilhoso. Tudo aconteceu como tinha que acontecer. E se houve uma ruptura na sua jornada, algo inesperado que te abalou profundamente, então você deve continuar em frente, tentando dar sempre o seu melhor no presente.
Você já tem 27 anos, não é mais a criança apaixonada por Pokémon que um dia foi... Você é um homem feito, um adulto, e como profissional, você PRECISA buscar se manter. Precisa tocar a sua vida. Você precisa sobreviver, você precisa se alimentar, e andar com as próprias pernas. Você PRECISA de dinheiro! Caso contrário, você padece em nesse sistema capitalista do qual não podemos fugir. Você não pode mais ficar "brincando" de ser Professor, você precisa ser um Professor de "verdade". E a oportunidade está aí, então abrace-a!




Quando as pessoas não fazem parte ativamente da sua vida, não faz o menor sentido você se preocupar com as críticas delas! Afinal, elas não trilharam o mesmo caminho que você nem acompanharam você percorrer a sua jornada. Não caminharam com seus pés e certamente não fizeram os mesmos calos que você. Você tem que focar na SUA verdade, no SEU dia-a-dia. Não adianta ficar sonhando acordado com o que os outros querem de você!
Existem pessoas que nunca aparecem para te dar moral, para te elogiar, para te ajudar. Elas só aparecem quando querem falar algo negativo que vá lhe ferir ou deixar mal, sem sequer SE PREOCUPAR com a sua SAÚDE MENTAL. Então você não pode se abalar e perder o juízo preocupado com o que esses "fantasmas" dizem. Por bem ou por mal, eles não são você, eles não conhecem você e acima de tudo, eles não te definem!










Os "outros" podem dizer que no passado você era melhor nisso ou naquilo, que hoje você está mais "mecânico", "engessado" e "sem graça", que hoje você só se preocupa consigo mesmo e não em fazer as coisas para agradá-los. Mas a verdade é que você não está aqui para agradar ninguém, especialmente se este alguém não se faz presente na sua vida, na sua história, nos seus capítulos e epílogos.
Querendo ou não, os Trovonautas não estão mais aqui. Raichu e Charizard também não. Mas você está. E você precisa continuar respirando, precisa continuar com o coração batendo. Precisa se alimentar, beber, vestir roupas limpas, e trabalhar para cada vez aprimorar mais a si mesmo. E quem define o que é melhor ou pior é VOCÊ. Afinal, quem tem que tomar as decisões difíceis da sua vida é você, e não eu ou qualquer outra pessoa que não seja VOCÊ... É você que precisa enfrentar seus medos, é você que precisa enfrentar suas dúvidas e seus obstáculos, é você que precisa agir quando ninguém mais está lá e a solidão se deita na cama, ao seu lado.
Então, por favor, Friede: Pare de ligar para o que os outros pensam! Pare de se CULPAR por não seguir o caminho que os outros querem que você siga! Pare de se culpar por não ser mais quem você era anos, meses, DIAS atrás. Pare de se culpar por ser quem você é hoje, e pare de que se culpar por ainda não ser quem você será amanhã. Está tudo no seu devido tempo, tudo no seu devido processo. E você tem que respeitar o seu... Respeitar as suas etapas e tudo o que está acontecendo na sua vida e nos seus arredores.
Você não precisa se justificar para ninguém, embora o seu ego com certeza fará com que você dê um jeito de você fazer isso, mas pense bem... Você sempre fez o que fez por amor e por diversão. Não deixe que essa paranoia de tentar entrar na cabeça dos outros e fazer o que lhes agrada, tire isso de você.
Além do mais, se estas pessoas que só te criticam não estão contentes com o seu eu do presente, então elas que lutem! O problema é todo delas, porque elas irão perder você, pois você naturalmente irá se AFASTAR delas. Você precisa de AFETOS e não de JULGAMENTOS que só servem para te deixar ainda mais depressivo, não é verdade?
Elas que vão se entreter com outra coisa, ao invés de ficar jogando insultos só para te ver mal.
Não perca tempo se remoendo em tristezas. Você merece mais do que isso! Agora, se recomponha, homem! Vá tomar um banho, você já está FEDENDO!



E pela primeira vez em muito tempo, Friede se permite sorrir.
Friede segue os conselhos de Cynthia. Ele decide que não pode mais manter-se preso à inércia e começa a agir. Ele se alimenta, toma um bom banho, faz os seus afazeres diários, toma um sol, se exercita e convive um pouco com seus amigos Pokémon, ou ao menos os poucos que restaram.
Eis então que, à tardinha, Friede tem uma ideia. Um pensamento invasivo toma conta de sua mente e ele se torna incapaz de desligá-lo, adicionando uma camada extra de anseios à sua já prejudicada mentalidade depois de tanto sofrimento.
O Professor Pokémon pega seu aparelho smartphone Rotom e decide penosamente discar um número manualmente, como os antigos Maias faziam. Ele sabia aquele telefone de cor, pois no passado, ele havia tentado telefonar diversas vezes para aquele local, mas sempre hesitava e acabava apagando o número, depois mudava de ideia e tornava a escrevê-lo. Mas desta vez, o Professor Pokémon tomou conta de seus sentimentos, impedindo que o contrário fosse verdade. Ele digitou o número e pressionou o botão verde, confiantemente, levando o Rotom Phone à orelha.
O telefone do Presídio de Segurança Máxima da Região de Paldea toca. A oficial Jenny encarregada da recepção atende e se apresenta, elencando os protocolos necessários para prosseguir com a chamada, por questões de segurança.
Ao fundo, era possível ouvir os latidos imponentes de Greavard, o Pokémon que as Policiais Jenny de Paldea costumam ter como companheiros.
Friede anuncia suas intenções em telefonar para a prisão:




Friede passa todos os dados conforme solicitados pela Policial Jenny, que no mesmo instante, confirma a veracidade deles no sistema da Polícia e só assim, ela libera que a ligação seja feita ao detento.

Uma outra Policial Jenny, que trabalhava como carcereira, recebe a ligação em seu telefone, longe de qualquer área comum da penitenciária, na camada mais interna, onde o sol jamais batia.
A carcereira vai até a cela de contenção máxima na qual Turo estava preso, destranca a porta com cuidado e encontra o homem encolhido no chão em posição fetal. Sem nenhum pingo de compaixão ao ver o professor se deteriorando e apodrecendo vivo, ela simplesmente anuncia:

A Policial permanece dentro da Cela, acompanhada de seu feroz Greavard, que rosnava e mostrava os dentes para Turo, já se precavendo caso o detento tentasse alguma gracinha e quisesse escapar.
Turo, com as mãos sujas e fedendo a mijo, agarra o telefone como se fosse um presente dos céus, uma dádiva divina. Ele se arrasta pela cela, às margens do imponente professor-pesquisador da Região da Paldea, que um dia foi.
Ele pensava que a ligação traria notícias sobre o seu filho, o pequeno Arven, mas surpreendeu-se negativamente com a voz que escutou do outro lado da linha...



A cela em que Turo estava era especial. Continha um sistema de segurança altamente tecnológico e uma trava virtualmente impossível de ser violada.



Turo fica legitimamente boquiaberto, pois não esperava tal atitude daquele que o havia chamado de "professorzinho de merda" no passado.

Friede se lembrou amargamente de sua batalha contra Amethio, no qual ele próprio fora colocado nessa posição pelas palavras do Campeão de Kitakami.

O Professor Turo fica em silêncio por um momento, absorvendo as palavras de Friede que caem como um balde de água fria sobre ele.

Tudo o que Turo consegue fazer é agradecer, genuinamente, de coração. No final das contas, Turo não era uma pessoa ruim, ele só havia feito algumas cagadas no meio do caminho e tomado umas decisões ruins (muito ruins), mas quem não erra, não é? Como se pode julgar alguém sem entender o que ela está passando? Turo sofreu muito com a morte de Sada, sua amada esposa, e tudo o que ele queria, era tê-la de volta em seus braços.


À noite, Friede está trancado no silêncio de sua cabine, abraçado a um travesseiro. Ele ouve o barulho das ondas batendo e fecha os olhos, na tentativa de se esquecer, ao menos um pouquinho, do caos que está sua vida ultimamente. Não demora muito e a exaustão bate. Ele pega no sono.
Em seus sonhos, Friede encontra-se em um cenário que evoca a atmosfera acolhedora da Região de Paldea. Uma mesa de piquenique se estende à sua frente, e ao redor dela, todos os Trovonautas que marcaram sua jornada estão reunidos. Murdock, Ludlow, Mollie, Orla, Liko e Roy compartilham risos e histórias enquanto o sol banha o ambiente em tons calorosos. Charizard e Pikachu também estão ali. Aparente, este último, ainda não evoluído.
Entretanto, mesmo em meio à cena animada, Friede carrega um peso profundo em sua expressão. Uma tristeza que o consome. Ele se sente desanimado, como se estivesse à beira de um precipício moral, confrontado por um dilema que ecoa em sua mente: seguir em frente ou desistir? A hesitação paira no ar enquanto ele pondera sobre o caminho a ser tomado.
Finalmente, tomado por uma decisão difícil, Friede opta pela segunda opção. Ele inicia o doloroso processo de se despedir de cada um de seus amigos Trovonautas. As palavras escapam de seus lábios, carregadas de emoção, enquanto ele expressa gratidão, carinho e adeus. A tristeza impregna cada despedida, ecoando a angústia que o atormenta. O sonho torna-se um retrato comovente de um coração dividido entre a dor do passado e a incerteza do futuro.






















Friede é abruptamente arrancado de seus sonhos por um rude despertar da realidade. Ao abrir os olhos, encontra-se em meio a um cenário desolador de desespero. A água batendo na cama revela que sua cabine está inundando rapidamente. O pânico toma conta dele, e a confusão se intensifica ao escutar gritos angustiados ecoando pelo corredor.
A bordo, uma tempestade descomunal desencadeia seu fúria. O barco é engolido por ondas que desafiam a escala de prédios, e o rugido dos trovões reverbera em um coro aterrorizante.
O céu, em conluio com a fúria do oceano, está aceso com raios que cortam o firmamento em todas as direções. A luz intermitente revela brevemente o caos ao redor, enquanto a escuridão imediata é rasgada por relâmpagos.
Friede luta para se equilibrar na cabine agora encharcada, os gritos de outros passageiros misturando-se ao som ensurdecedor da tormenta. A incerteza do que está acontecendo e a ameaça iminente da água invadindo cada recanto da embarcação criam uma atmosfera de desespero, transformando a noite em um pesadelo tempestuoso.
Alheio aos acontecimentos ao seu redor, Friede nem imagina que nos céus acima do vasto oceano, um embate cósmico se desenrola. Sob as asas da tempestade, um vulto negro e um vulto branco dançam uma dança antiga, uma batalha titânica que transcende o entendimento humano.
A primeira, com sua silhueta obsidiana, preta como azeviche, corta os céus com uma presença imponente, enquanto a segunda, seu oposto alvo, brilha com a pureza do branco radiante.
Os dois Pokémon Lendários se lançam em investidas majestosas, entrelaçando-se em uma dança frenética de elementos opostos. Raios de eletricidade e labaredas de chamas brilham e crepitam no rastro de seus movimentos. Cada investida do vulgo negro é acompanhada por estalos elétricos que iluminam a escuridão da tempestade, enquanto o vulto branco batendo as asas em alta velocidade acima das nuvens responde com torrentes de fogo que desafiam a própria água do oceano.


Os rugidos das criaturas lendárias ecoavam pelos céus, misturando-se de maneira assustadora com os trovões retumbantes. O vulto negro soltava um rugido profundo, carregado de um estalar intenso. Cada vez que o som se propagava, era como se um trovão distante estivesse ganhando vida, reverberando através das nuvens e chacoalhando os céus.
Por sua vez, o vulto branco respondia com um rugido que se assemelhava ao crepitar de chamas intensas. Era um som imponente, flamejante e majestoso, entrelaçado com a melodia caótica dos trovões. Esses rugidos, parte da linguagem ancestral dos dois Pokémon, ecoavam em uma sinfonia descomunal, anunciando uma batalha que transcendia qualquer busca humana por lógica.
Enquanto os céus se iluminavam com os clarões elétricos e as labaredas flamejantes, os rugidos das criaturas lendárias acrescentavam uma dimensão adicional à tempestade que se desencadeava. Cada rugido era um eco poderoso da natureza em fúria, uma expressão de força cósmica que reverberava pelos confins do oceano tumultuado e do navio em perigo.
A luta então prossegue nos céus turbulentos, e a cada golpe trocado, os dois vultos colidem com uma força titânica que faz o ar tremer. A tempestade, antes uma mera testemunha, agora se intensifica, alimentada pela ferocidade do embate celestial. Raios caem como lanças, iluminando a escuridão com sua luminosidade elétrica, enquanto relâmpagos e trovões ressoam em uma sinfonia caótica.
As asas negras do primeiro vulto rasgam o firmamento, deixando rastros de escuridão que se dissipam ao encontro das chamas que emanam do veloz vulto branco. O oceano abaixo é agitado, refletindo os extremos de luz e escuridão que se desdobram no alto. O navio de Friede, agora um mero joguete nas mãos destes colossos alados, é atingido pelos resquícios da luta celestial, começando a sucumbir à força implacável da natureza desencadeada.
Nos céus, o vulto negro e o vulto branco entram em uma sinfonia caótica de movimentos. Cada golpe trocado entre eles ressoa como o trovão, iluminando o espaço entre as nuvens negras e os clarões de fogo branco. A energia que emana dessa batalha celeste torna-se uma tempestade furiosa, e o oceano abaixo é testemunha de uma dança que transcende a compreensão humana.
A cada investida e contra-ataque, os vultos expelem toda a sua fúria sobre a atmosfera, desencadeando uma chuva de raios que perfuram as nuvens e caem em cascata sobre o navio vulnerável. O para-raios da embarcação, projetado para proteger contra descargas elétricas, é destruído pela magnitude da batalha divina. Agora, sem a defesa necessária, os raios caem como punhos enfurecidos, atingindo o navio com ferocidade.
A tripulação, testemunhando o caos que se desenrola acima, é impotente diante da ira da natureza desencadeada. O navio é envolto por uma tempestade de proporções épicas, e as ondas revoltas engolem a embarcação indefesa. A estrutura é arremessada de um lado para o outro, e os passageiros são lançados em um caos de desespero e gritos.
O vulto negro e o vulto branco, indiferentes ao destino que desencadeiam abaixo, continuam sua batalha divina de forças opostas. Seus movimentos reverberam através dos céus e dos oceanos, deixando um rastro de destruição no caminho. O naufrágio do navio é uma tragédia tangível, uma consequência direta da colisão dessas duas forças cósmicas que entram em combate.
Nos céus tumultuados, o vulto negro e o vulto branco prosseguem em sua dança violenta, trocando golpes que reverberam nos confins do oceano. Raios cortam o céu como lâminas elétricas, enquanto chamas dançam em resposta, criando uma tempestade de fogo e eletricidade. A cada colisão, as ondas de choque emanam em círculos concêntricos, sacudindo os céus e transformando o ambiente num campo de batalha sangrento.
A luz intensa e os trovões estrondosos ecoam pelos céus, e o navio, outrora uma figura majestosa, é agora envolto em sombras e caos. Raios colidem contra sua estrutura, faíscas elétricas estalam pelos mastros e a madeira range sob o impacto violento. A tripulação, antes confiante, é tomada por gritos de desespero.
O naufrágio é iminente, e a tripulação luta contra a força da maré para preservar as vidas que naquela embarcação se encontram, enquanto os Pokémon lendários continuam sua batalha épica nos céus tempestuosos sem o menor indício de cessar fogo.
Friede avança pelos corredores do navio em desespero, com água já alcançando seus tornozelos. Seus passos rápidos ecoam pelos corredores enquanto os gritos de pânico dos passageiros ressoam por todo o convés. Ele se esforça para manter a calma, apesar do caos que se desenrola ao seu redor.
As portas das cabines estão trancadas e algumas já começam a ranger sob a pressão crescente da água. Friede, em um esforço frenético, tenta abrir cada uma delas, garantindo que nenhum passageiro ou membro da tripulação fique preso para trás. A correnteza torna a tarefa árdua, mas sua determinação persiste.
Em uma das cabines, Friede encontra uma família encurralada. Com mãos trêmulas, ele ajuda a liberar a passagem, instruindo-os a seguir para áreas mais altas do navio. À medida que avança, mais portas se abrem, revelando rostos apreensivos e expressões de desamparo. Friede os encoraja a sair rapidamente, guiando-os pelo caminho mais seguro.
A água continua a subir, agora alcançando a altura dos joelhos, tornando a locomoção ainda mais desafiadora. O som das águas turbulentas mistura-se ao rugido dos trovões e ao estrondo dos Pokémon lendários no céu, criando um cenário de desespero e incerteza.
O líquido gélido e algente envolve os tornozelos de Friede à medida que ele se esforça para continuar a sua busca por sobreviventes. Cada passo parece uma luta contra o frio penetrante que se infiltra em suas roupas. A combinação do ambiente gélido e do desespero iminente cria uma atmosfera de agonia palpável.
Panes elétricas começam a ocorrer, fazendo as luzes piscarem e, eventualmente, se apagarem. O escuro é interrompido apenas pelos clarões dos relâmpagos que iluminam brevemente a cena caótica. Alarmes disparam, adicionando um som estridente ao caos que se desenrola.
Objetos soltos nas cabines e corredores começam a ser lançados pela correnteza, transformando-se em perigosos projéteis. A tripulação luta para manter o equilíbrio enquanto tenta evacuar passageiros para áreas mais seguras. As ondas internas causadas pela inundação colidem com as estruturas frágeis do navio, resultando em estalidos e ruídos metálicos.
Canos se rompem, despejando água com ainda mais intensidade e contribuindo para o rápido avanço da inundação. A estrutura do navio é testada ao limite, rangendo e gemendo sob o peso da água crescente. Friede, junto com os outros sobreviventes, enfrenta um verdadeiro pesadelo, enquanto o rugir dos Pokémon lendários lá fora ecoa como uma trilha sonora de desespero.
Friedrich avança pelos corredores inundados, esforçando-se para encontrar qualquer sinal de vida. A água gelada roça contra suas pernas enquanto ele avança lentamente, mas seu olhar atento permanece focado na missão de garantir a segurança de todos a bordo.
De repente, ele encontra Cynthia e Amethio, ambos molhados até os ossos. Amethio, com os olhos arregalados, traz uma expressão de pânico evidente em seu rosto, refletindo o caos ao redor. Seu olhar nervoso revela a gravidade da situação, e suas mãos agarram com firmeza qualquer suporte próximo, buscando estabilidade.
Ao lado dele, Cynthia parece notavelmente tranquila, talvez até demais para as circunstâncias caóticas. Seus gigantes cabelos úmidos caem sobre os ombros, mas seus olhos mantêm uma calma calculada. A treinadora experiente parece absorver a intensidade da situação com uma serenidade que poderia ser interpretada como surpreendente dadas as circunstâncias. Apenas o brilho persistente em seus olhos revela que, por trás da fachada de tranquilidade, há uma mente analítica e determinada. Enquanto o navio treme e a água avança, a interação entre esses três treinadores assume um tom tenso, ecoando a urgência da busca por uma rota de fuga.






Enquanto lutam pela sobrevivência, Friede e os outros escutam alguém pedir por socorro. a voz era feminina e à princípio, com o barulho da tempestade, Friede não reconhece, mas à medida que vão se aproximando da direção em que os gritos se propagam, vai tornando-se cada vez mais óbvio que se trata de Perrin, a fotógrafa, ou melhor dizendo, repórter investigativa que Friede teve o (des)prazer de encontrar por sua jornada em Kitakami.
Correndo pela água enquanto o navio chacoalha violentamente, Friede chega à porta da cabine de Perrin. Ela está emperrada.

Ao tentar abri-la, percebeu que algo bloqueava o caminho. Observando pela escotilha entreaberta, viu o desespero estampado no rosto de Perrin, que lutava para salvar seus preciosos equipamentos profissionais. Ao fundo, no colchão de baixo de um beliche, estavam Carmine e Kieran. Kieran, o irmão mais novo de Carmine, chorava intensamente, enquanto Carmine, a namorada de Perrin, tentava consolá-lo. A água avançava rapidamente, atingindo a altura do colchão e tornando a situação cada vez mais crítica.




Friede, apesar do desespero ao redor, mantém a calma e tenta forçar a porta da cabine de Perrin. Os gritos da fotógrafa ficam mais intensos, misturando-se aos estrondos do navio que se desfaz. Finalmente, com um esforço conjunto, Friede e Amethio conseguem abrir a porta emperrada. A água já alcança o quadril deles enquanto entram na cabine. Perrin, com olhos cheios de lágrimas, aponta para uma caixa selada contendo seus equipamentos fotográficos preciosos. Kieran e Carmine estão abraçados no beliche, tremendo de medo.
Friede e Amethio fazem o possível para resgatar a caixa de equipamentos, garantindo a Perrin que farão o que podem para salvar suas preciosidades. A água, entretanto, não dá trégua, e eles precisam sair da cabine antes que seja tarde demais. Com Kieran e Carmine, o grupo se esforça para deixar o quarto, enfrentando a crescente inundação e o caos do navio que agoniza sob a tempestade causada pela luta dos lendários. O ambiente é de desespero, mas Friede se mantém determinado a garantir que todos saiam vivos daquela situação crítica.






Enquanto a água continua ardendo contra a pele, cada vez mais gelada, Friede agarra uma "Bola Mergulho" e a arremessa para o alto. A esfera se abre e libera um brilho aquático, revelando um Pokémon conhecido como Finizen. Cynthia e Amethio observam surpresos, sem saberem da recente captura.
Finizen emerge das ondas, com seu corpo liso e esguio de golfinho, perfeitamente hidrodinâmico. O Pokémon olha para Friede, prontamente compreendendo a situação crítica.
Friede, confiante na habilidade aquática de Finizen, explica rapidamente a situação para Cynthia e Amethio. O Pokémon é um hábil nadador, e embora não possa respirar debaixo d'água, pode guiar o grupo através das correntes perigosas e ajudar a evitar os objetos submersos que ameaçam a segurança do grupo. O Pokémon de pele reluzente encara os treinadores com olhos inteligentes, mostrando prontidão para auxiliar.
Com Finizen a postos, o grupo segue pela água inundada do navio naufragando, guiados pelo habilidoso Pokémon aquático. A tempestade furiosa, causada pela luta dos lendários, ainda assola os céus, mas, graças a Finizen, os treinadores conseguem evitar os destroços e perigos ocultos sob a água que agora alcança a altura do umbigo. A esperança de sobrevivência renasce com a ajuda desse novo aliado, enquanto o caos reina à sua volta.
Enquanto isso, Porter Parker, o habitualmente sorridente Capitão do navio, emerge dos corredores com uma expressão que destoa completamente de seu rosto usualmente alegre. Seu sorriso de confiança dá lugar a uma expressão terrível enquanto ele enfrenta a ameaça crescente da água, cujo nível já se tornou perigosamente alto para um homem de estatura baixa como ele. No entanto, guiado pelo instinto de responsabilidade que acompanha seu papel como Capitão, Porter decide voltar para se certificar de que todos a bordo foram devidamente evacuados.
A água subindo rapidamente impõe um desafio assustador para Porter, mas seu olhar determinado revela uma coragem inabalável diante da emergência. Ele grita ordens a qualquer um que esteja em seu caminho, orientando-os a seguir para áreas mais altas do navio. As condições caóticas tornam a missão de evacuação ainda mais desafiadora, mas Porter não desiste.
Enquanto a tripulação e os passageiros são direcionados para locais mais seguros, Porter continua sua busca por qualquer pessoa que possa ter ficado para trás. Seu rosto, agora marcado pela seriedade da situação, mostra a gravidade do momento. A esperança de salvar vidas persiste em seu empenho, mesmo diante da iminente catástrofe. Ele se vira para Friede, Cynthia, Amethio e os outros e grita, ordenando:







Continua...
Disclaimer: Oi, o meu nome é Kevin e eu sou um homem adulto que gasta horas e horas de seu precioso tempo escrevendo e editando fanfictions de Pokémon por pura diversão! Eu não recebo um centavo por isso! Nunca recebi uma doação sequer para apoiar minha produção! Todo o meu trabalho é movido puramente por amor à franquia e eu o faço para me sentir feliz, o que geralmente acontece toda vez que eu termino um capítulo, e mais ainda, quando eu termino uma história. Então, se você chegou até aqui, não esqueça de deixar um comentário abaixo, caso contrário, não tem como eu saber se estão gostando ou não, nem receber sugestões de melhoria. Vamos lá, comente! Assim como eu escrevo sem receber nada por isso, comentar também é de graça e ajuda o autor a entender melhor os seus erros e aprimorar a escrita.
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