Cerca de três meses atrás...


Surprende-se Friede, que já nem sabia mais se deveria ficar abalado ou se estava participando de uma pegadinha, porque tudo parecia surreal demais para ser verdade.

Turo então encaminha os Trovonautas, fazendo-os contornar a estufa. E logo atrás da mesma estava uma formação cristalina muito, mas muito antiga, um verdadeiro achado geológico.
Só que estava não era uma parede de cristal "comum". Muito pelo contrário... Havia algo extraordinário DENTRO dela. Assim que todos viram o que havia preso dentro daquela parede, ficaram sem palavras, sem AR. Como era possível? Turo então continua:



Os Trovonautas ficaram atônitos diante da descoberta chocante que se revelou atrás das paredes rochosas da Área Zero. Seus olhos arregalaram-se em espanto e incredulidade ao verem o corpo de Liko petrificado em cristal, enquanto socava uma cabeça desfigurada do que parecia ter sido outrora a robô Sada. A figura jovem e corajosa que costumava brilhar com vida agora estava congelada em uma forma iridescente e imóvel, como uma estátua congelada no tempo.
Um silêncio pesado e carregado pairou sobre o grupo, interrompido apenas pelo som abafado de suas próprias respirações aceleradas. Eles estavam sem palavras, incapazes de assimilar o que estavam vendo diante deles. A angústia e o pesar preencheram o ar, e uma onda de tristeza tomou conta de seus corações.
Os Trovonautas sentiam-se impotentes diante da cena perturbadora. Suas mentes estavam em tumulto, tentando compreender como isso poderia ter acontecido com sua amiga Liko, uma força incansável de determinação e bravura. O choque diante da perda prematura da jovem os deixou desnorteados, com um vazio no peito que parecia impossível de preencher.
Os olhares dos Trovonautas percorreram o corpo petrificado de Liko, observando os detalhes congelados em cristal, como se fosse uma obra de arte trágica. As lágrimas embargadas em seus olhos testemunhavam a dor de terem perdido alguém tão valioso e querido. Uma sensação de injustiça e revolta surgiu, pois eles sabiam que ela não merecia este destino cruel.
A Área Zero, que costumava ser um refúgio de mistério e aventura, agora se transformou em um local repleto de melancolia e desolação. As paredes rochosas pareciam murmurar segredos sombrios, ecoando o pesar dos Trovonautas.
A mente do grupo liderado por Friede girava em torno da busca por respostas, tentando decifrar como e por que Liko havia sido transformada em cristal. A descoberta trouxe à tona uma onda de questionamentos e dilemas sobre o desconhecido e o destino. O grupo estava emocionalmente abalado, com um vazio profundo em seus corações e uma sensação de urgência para honrar a memória de sua amiga, protegendo seu legado e buscando justiça em meio à tristeza inimaginável que agora os cercava.
Turo então quebra o silêncio e resolve explicar o que sabia desde o começo:


De repente Friede chega à conclusão de que tudo foi arquitetado pela Robô Sada e o marido, quer dizer, o inventor dela, o Professor Turo, havia sido conivente com o que aconteceu.











Friede então se lembra...
Um ano atrás, quando ele estava visitando a Região de Kanto para presentear os mais brilhantes alunos da Academia Índigo com bolsas de estudos para participarem do projeto de pesquisa dos Trovonautas, ele deu uma entrevista para uma jornalista famosa, no irreverente 'De Frente com Gabby e Ty'.
Não apenas Liko como também Roy e os demais tripulantes do Brave Asagi apareceram nesta entrevista, que foi transmitida ao mundo inteiro. É claro! A robô Sada deve ter visto a entrevista e relacionado a garota que viu na TV (Liko) com a que estava petrificada nas profundezas da Área Zero.



Então, neste momento, um berro ecoou pelas paredes da Área Zero. Todos olharam para Roy, cujo rosto estava inundado em lágrimas. Um nó apertado havia se formado na garganta do menino, tornando difícil respirar. O mundo ao seu redor parecia desaparecer, deixando-o isolado em sua dor profunda. As lembranças dos momentos compartilhados com Liko inundaram sua mente, e ele sentiu uma sensação de vazio e perda inexprimível. Cada risada compartilhada, cada aventura vivida juntos, agora se misturava à tristeza esmagadora de nunca mais poder desfrutar da companhia de sua querida amiga. A dor em seu peito era insuportável, e Roy se viu desejando que aquilo tudo fosse apenas um terrível pesadelo do qual ele pudesse acordar. Mas a cruel realidade estava diante dele, e a ausência de Liko deixava um vazio imenso em sua vida, uma ausência que jamais poderia ser preenchida.
Os Trovonautas então se compadeceram do menino, reunindo-se em torno dele para um abraço coletivo.
Mas Roy estvaa desolado. Nada parecia consolá-lo. Ele soluçava de tanto chorar. Um choro tão genuíno quanto o que Liko derramou há um bilhão de anos atrás...
No meio de seu surto, então, Roy decidiu agir. Ele não aceitava o que estava presenciando. Sua mente era uma teia de desejos impossíveis, ansiando voltar ao passado para consertar as coisas, como se pudesse reverter o destino cruel que levou sua melhor amiga. Ele se agarrava a memórias e momentos compartilhados, desejando desesperadamente que fossem reais novamente. A cada batida de seu coração, ele implorava ao universo para que lhe desse uma segunda chance de dizer a Liko o quanto a amava e o quanto ela significava para ele. A dor da perda era avassaladora, e a saudade parecia sufocá-lo a cada respiração. Ele não conseguia imaginar sua vida sem ela, e a ideia de seguir em frente sem sua amiga lhe parecia insuportável. O desejo de retroceder no tempo e consertar as coisas era uma âncora que o prendia ao passado, enquanto ele tentava desesperadamente aceitar que Liko nunca mais estaria ao seu lado.
Foi neste momento que algo inexplicável aconteceu...
Uma luz tomou conta da sala. Luz esta que vinha diretamente do bolso de Roy.

Grita Mollie, ao perceber que a pokébola que Roy carregava com tanto carinho durante todos esses anos estava finalmente dando sinal de vida.

Roy se surpreende. A Pokébola Ancestral que seu avô havia encontrado em jornada estava finalmente abrindo, algo que NUNCA ocorreu em todos esses anos.
De fato, a pokébola misteriosa começa a soltar um intenso vapor e se abre de fato, revelando ser uma cápsula e não uma pokébola em si.
Uma cápsula porque DENTRO da Pokébola Ancestral havia outra Pokéball (uma verdadeira, desta vez). Feita de ouro e prata e com as letras "G" e "S" entalhadas em sua superfície, a pokébola sai pela primeira vez de dentro da cápsula antiga desde que o avô de Roy encontrou aquele objeto há cinquenta anos atrás.
G.S.?
Roy fica estupefato, observando o item...
Mas ele não fica parado por muito tempo. Estando em posse aquele estranho objeto que parecia ter entrado em ressonância com seus mais profundos sentimentos, Roy pretende usá-lo. E é o que ele faz: o garoto de apenas 14 anos de idade arremessa a "Bola GS" para o alto e de dentro dela, emana uma criatura cujo poder transcendia qualquer noção humana de tempo e espaço.
Com um aspecto encantador e misterioso, a criatura tinha um corpo pequeno e esbelto que lembra uma fadinha. Seu corpo é predominantemente verde, com detalhes em diferentes tons de verde e azul. Ele possui grandes olhos brilhantes, que transmitiam sabedoria e serenidade. Em sua cabeça, haviam pequenas antenas que se moviam suavemente conforme o ar soprava sobre elas. Suas asas são minúsculas e transparentes, com um padrão intricado e deslumbrante. O ser misterioso também possuía braços longos e graciosos, com um brilho suave que emanava uma aura mística. Sua aparência radiante e etérea refletia sua natureza especial como um guardião há muito adormecido.


Exclamam os Professores Friede e Turo ao mesmo tempo. Os únicos a reconhecerem a mítica figura que os abençoava com sua graciosa presença: Celebi.
Imediatamente, o ser de luz começa a manifestar suas habilidades...
Uma nuvem de brilho verde começa a emanar a partir do corpo do Pokémon ao qual Roy sente-se deveras atraído. O garoto corre até o Pokémon, sentindo uma necessidade ABSURDA de tocá-lo.


Grita Mollie, ao mesmo tempo.
Os Trovonautas sabiam do perigo que era agarrar Pokémon desconhecidos e por isso, tentaram impedir o garoto, mas era tarde demais.

Promete o garoto sonhador, no momento em que TOCA o Pokémon Mítico. E assim que entra em contato com com Celebi, a luz em torno do Pokémon multiplica-se depressa, criando uma onda de impacto que acertou não só o garoto como a todos ao seu redor: Orla, Murdock, Ludlow e também Mollie.
Todos aqueles atingidos pelo feixe, então, desaparecem sem deixar rastros, sendo teletransportados para longe...
O silêncio reina. Os únicos a sobrarem na câmara são Friede e Turo.
O Professor Friede então encara o Professor Turo, aproxima-se do mesmo e dá um soco na cara do pai de Arven, fazendo-o cair no chão, a boca agora ensanguentada. E numa mistura de um rosnado com um grito de fúria, Friede faz sua última ameaça:
Você... Você VAI PAGAR pelo que fez!
***
Região de Alola... 1 Bilhão de Anos no Futuro...
Os Trovonautas capturados pela energia emitida pelo mítico Celebi são teletransportados diretamente para uma cidade futurista, numa realidade distópica em que o sol não brilha mais.
Roy, Mollie e os outros (que ainda gritavam, pensando ainda estarem caindo num vórtice infernal que decompunha e refazia todos os átomos de seus corpos quase que instantaneamente ao passo em que cada segundo parecia uma eternidade) agora se viam em uma cidade famtasma, outrora repleta de vida e promessa, mas que agora se erguia como uma miragem abandonada, envolta em sombras e solidão. O cenário desolado era composto por prédios majestosos e construções arrojadas, todos feitos de um cristal preto sinistro e enigmático. Cada superfície absorvia implacavelmente os raios de luz que tocavam seus contornos, mas se recusava a liberá-los de volta ao mundo, como se sugasse toda a esperança e alegria do ambiente. A atmosfera opressora pairava pesadamente no ar, criando uma sensação mórbida que penetrava até mesmo nos corações mais corajosos.
No centro da cidade, a única fonte de luz visível era a torre de proporções colossais, uma obra-prima da engenharia humana que se erguia orgulhosamente em meio à escuridão. As paredes da torre eram revestidas com o mesmo cristal negro, mas ela possuía um brilho tênue, como se a energia ali contida lutasse para escapar da escuridão que a aprisionava. A luz que a torre emitia parecia fraca e desesperada, como um último suspiro de vida em um mundo prestes a sucumbir, ainda que fosse essencialmente a única fonte de luz a banhar a cidade inteira.
As ruas e avenidas da cidade eram um labirinto silencioso, onde sombras dançavam nas paredes dos prédios sombrios, criando formas grotescas que pareciam espreitar os raros visitantes corajosos o suficiente para adentrar aquele reino abandonado. As janelas, agora manchadas e quebradas, refletiam a escuridão interior, como espelhos da alma desolada da cidade.
O silêncio na cidade era ensurdecedor, interrompido apenas pelo eco distante de passos solitários e pelo sussurro dos ventos lamentando a perda. Cada esquina escondia segredos do passado, enquanto a cidade se tornava uma cápsula do tempo de uma era extinta.
Naquele local sombrio e desolado, as almas que um dia ocuparam esses prédios imponentes pareciam permanecer como espectros silenciosos, testemunhas silenciosas de uma civilização esquecida. A cidade futurista aparentemente abandonada era agora um reflexo triste e mórbido de uma promessa não cumprida, uma memória desvanecida de um tempo em que a luz da vida brilhava intensamente em suas ruas, agora condenada a vagar eternamente nas sombras.
Mas a cidade-fantasma não estava tão abandonada quanto parecia. Pessoas de pele cinzenta por nunca terem visto a cor do sol, armadas com rifles a laser, de repente irrompem da escuridão, apontando as armas para a cabeça dos forasteiros.
E junto a eles, criaturas que até se pareciam com Pokémon, mas eram visivelmente artificiais, fabricadas pelo homem, tal qual a robô Sada havia sido construída no passado. A diferença é que estes seres eram milhares, senão MILHÕES de vezes mais evoluídos tecnologicamente e estavam a anos luz de distância à frente da invenção do Professor Turo. Sozinhos, cada um dos três seres robóticos poderiam subjugar o grupo inteiro dos Trovonautas em um único golpe.
Mas a ameaça não parou por aí.
O mais velho dos seres humanos apocalípticos, de bigodes curvos, e que empunhava uma metralhadora futurista de alta tecnologia, pronto para fuzilar quem quer que estivesse invadindo indiscriminadamente seu território, grita:


Questiona-se o jovem Roy, amedrontado, no que ele olha para os lados, procurando desesperadamente a misteriosa "Pokébola GS", só para perceber que Celebi havia entrado dentro dela novamente, e a mesma havia se LACRADO sozinha de volta na cápsula ancestral e sabe-se-lá como ela voltaria a abrir para tirá-los dali...
Santo Arceus...
Exclama o guri, que enfim levanta as mãos em direção ao céu negro que cobria a cidade sombria, agora com as esperanças totalmente nulas...
Ele sabia que sua aventura no Tempo havia chegado ao fim.
No Capítulo Anterior...


O Squawkabilly amarelo empoleirado no ombro de Diana, que repetia tudo o que ela dizia, tornava tudo ainda mais irritante.




Friede falou firme e um silêncio constrangedor se instaurou entre o grupo de cá e o grupo de lá. Diana então respondeu:





Agora, em uma sala de conferências no interior do Castelo Flutuante de Diana e os Troublenautas...
Friede está com os cotovelos sobre a mesa, apoiando o queixo sob as mãos cruzadas. Ele está ávido por mais informações, enquanto Diana e seus seguidores explicam tudo o que sabem.

























Diana então clica na tecla de espaço de seu notebook, que ocupava o centro da mesa de reuniões, e vira a tela para o lado de Friede, no que o Professor Pokémon pode observar um gráfico que subia e descia conforme as ondas sonoras eram emitidas.
O sinal era constituído por sons de duração diferente. Alguns eram rápidos e curtos, outros eram mais longos. Também havia um claro espaçamento entre eles.
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Atenção! Atenção! Relatório do dia 1.045. Já fazem quase 3 anos que estamos aqui, à deriva no que restou da civilização humana nesta espécie de futuro distópico. Mesmo após descobrirmos o segredo para destravar a Pokébola Ancestral, que está diretamente relacionado às emoções do portador, emitidas na forma de ondas eletromagnéticas por meio do pensamento, Celebi continua inoperante. As tentativas de regressar à nossa linha do tempo permanecem falhas. Nenhum novo progresso foi alcançado nesse sentido.Por mais que tentemos criar buracos de minhoca para cruzar as dimensões, a Física de alguma forma parece estabilizá-los a ponto de fechá-los antes que qualquer corpo sólido possa realizar a travessia. Por outro lado, os Pokémon Paradoxo continuam aparecendo aqui e destruindo as cidades, causando massacres em massa ao passo em que sua aparição repentina nesta dimensão cria automaticamente um elo entre este mundo e o nosso. Embora tentemos atravessar os buracos pelos quais esses monstros surgem, todos que tentaram jamais voltaram. Sabemos que eles vêm do nosso mundo, mas não de primeira viagem. Sua origem remonta outras dimensões. Por alguma razão, eles estão costurando universos ao cruzar por diferentes linhas do tempo, criando um desequilíbrio multidimensional, e esta distorção parece estar afetando tanto o nosso mundo quanto este em que estamos no momento. Além disso, mesmo que tentemos viajar de volta à Paldea para alcançar a Área Zero daqui e atravessar os portais deixados em seu coração, ela não existe neste mundo. Nunca existiu. Em seu lugar, há uma cidade chamada Alamos Town.Então, a única forma que encontramos de enviar informações para a nossa própria realidade é através de ondas de rádio, que conseguem cruzar nossas Ultra Fendas Espaciais por tempo o suficiente antes que elas se fechem. Este sinal de rádio está sendo enviado através de um aparelho primitivo, em condições precárias, mas é tudo o que temos, nossa última esperança. Os humanos desta linha do tempo não utilizam mais o rádio como uma forma de transmissão de informações. Nosso tempo é curto. Não temos energia ou recursos o suficiente para continuarmos mantendo nossa pesquisa. A água é escassa e estamos racionando alimentos, a vida pós-apocalíptica em Ultramegalopolis é árdua e extenuante. Então, esta é a nossa ÚLTIMA TENTATIVA! Se alguém estiver recebendo este sinal, por favor, comunique Friedrich Olivine Whitestone que os Trovonautas estão vivos e bem. Talvez a única forma de estabilizarmos uma Ultra Fenda Espacial é se tentarmos abri-la ao mesmo tempo, neste mundo e no seu.






Friede não sabe o que sentir! Durante todo esse tempo, ele esteve sem saber o que havia acontecido com Roy e os Trovonautas após Celebi tê-los teletransportado. Agora, se aquela mensagem fosse séria e Diana não estivesse tentando pregar uma peça nele, ele finalmente sabia que algo havia dado errado e levado seus amigos para outra dimensão, de onde não conseguem retornar.
Por um lado, era um alívio saber que eles estavam vivos e bem... Por outro lado, Friede temia pelo pior. A mensagem era clara: eles estavam vivendo em um mundo pós apocalíptico de provável extrema pobreza e falta de recursos. Um mundo espelhado ao nosso, mas com suas diferenças. Diferenças essas que poderiam ser vitais!
Por que eles haviam ido parar lá? Bom, ele não conseguia responder isso. Mas algo lhe chamava a atenção na forma como a mensagem havia iniciado... Ela dizia que mais de mil dias haviam se passado desde que eles chegaram àquele local. Isso significa mais de três anos!!! Mas aqui, deste lado, haviam se passado aproximadamente três meses desde os incidentes na Área Zero. Isso podia significar que a passagem de tempo nos dois mundos era diferente, por mais semelhantes que eles fossem.















































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Voar no Old Castle trazia à Friede a mesma sensação de liberdade que ele tinha ao pilotar o Brave Asagi... À bordo do Castelo de Pedras, o Professor Pokémon agora via a Blueberry Academy se distanciar cada vez mais no horizonte, até desaparecer completamente... Ele havia recém chegado à escola e já a estava deixando para trás. Mas era por uma boa causa. Ao menos, era o que ele pensava.
Se ainda restava um pingo de esperança em Friede, ele havia morrido em Kitakami. Mas agora, com a notícia de que talvez os Trovonautas possam estar voltando, seu coração foi reanimado e ele brilhou de volta à vida, estando mais ansioso do que nunca para reverter os efeitos devastadores causados pela série de eventos que se sucederam na Área Zero, há três meses atrás...
























***
Em uma Ilhota no Oceano Pacífico, próximo da Região de Alola...
À Tardinha...
O pôr do sol estava lindo. As ondas batiam na areia branquinha, carregando o cenário com leveza, em contraste à eufórica excitação em que se encontrava o peito de Friede naquele momento.
Desde que fora desafiado a cumprir com o prazo de desafiar os oito líderes de ginásio de Kitakami mais a Elite dos 4 em 15 dias, Friede vinha correndo contra o tempo. Mas desta vez, ele queria que o tempo é que corresse. Ele não aguentava mais para que aquele pesadelo acabasse, então queria terminar com tudo logo. Queria ter seus amigos de volta... Bom, pelo menos uma parcela deles.
Mesmo que Liko, Charizard, Raichu ou mesmo o seu próprio braço Terastalizado não voltassem, ter Roy, Orla, Mollie, Murdock e seu avô, Ludlow, de volta, já era um grande avanço!

O Professor estava falando aquilo mais para si mesmo do que para os outros.

Todo mundo ri. Friede estava brincando, porém nem tanto.
Ele estava olhando o relógio, contando os minutos e, além deles, os segundos. Cada tique que mudava minimamente a posição do ponteiro os deixava mais próximos da coordenada de tempo e espaço recebidas através do sinal, mas mesmo assim, ele nunca viu o tempo passar tão devagar... Como ele queria que antes, quando estava na Região em que Amethio era o Campeão, o tempo passasse na mesma velocidade que agora.





Joyce, Montgomery e Drayden, da Elite dos 4 de Unova, soltam seus Pokémon Míticos e Lendário, que representam as forças dos contos da Região de Unova.


Na sequência, o Professor Hamber solta o mítico Pecharunt, ironicamente convocando-o para realizar uma boa ação. Dizem as lendas da Região de Kitakami que foi o próprio Pecharunt que corrompeu o coração de Munkidori, Okidogi e Fezandipiti, e o resto vocês já sabem... O próprio Okidogi, outrora vassalo de Pecharunt e agora treinador por Amethio, faz sua aparição ao lado de Galarian Moltres, cada qual exalando uma aura mais sombria.
Nem todos os Pokémon Míticos e Lendários pareciam do bem. Alguns eram sinistros e tinham uma vibe meio maquiavélica, por assim dizer. Mas quanto mais diversidade de lendários, maiores as chances de o plano dar certo, não é mesmo?
Por fim, Lang chamou seu parceiro Iron Serpent, ou melhor dizendo, Miraidon, para o lado de fora, completando uma trupe de 7 Pokémon extremamente poderosos, muito mais dotados do que qualquer Pokémon comum.
A noite estava começando a cair e o tempo estava começando a mudar... Estava ficando mais frio na praia, o mar estava cada vez mais agitado e o sol projetava seus últimos raios antes de desaparecer por completo no Horizonte.







Rapidamente, todos os Pokémon Lendários começam a trocar ataques entre si, em uma luta fenomenal, que evocava fagulhas e faíscas, criando um espetáculo visual impressionante.

Miraidon entra na pancadaria, adicionando faíscas reais ao embate, que tinha tudo para ser um confronto épico, não fosse os Pokémon estarem sendo controlados por treinadores e por, literalmente, não dar em nada...






Diana e Hamber trocam olhares de preocupação. Neste momento, eles estão questionando a eficácia do método de Friede, mas eles não falam nada. Apenas observam enquanto os Pokémon Míticos e Lendários trocam mais uma chuva de golpes, lutando uns contra os outros em um Battle Royale onde valia tudo (só não valia desistir)!
A segunda tentativa foi mais intensa que a primeira. Os lendários estavam vibrantes, desencadeando todo o seu potencial, mas mesmo após esfolarem uns aos outros em uma peleia fenomenal, nada parecia estar ocorrendo...








Friede se sentia profundamente ofendido com as palavras de Squawkabilly. Ele queria acreditar que o papagaio estava errado, por outro lado, algo no fundo de seu peito sabia que o louro poderia estar certo. Mas Friede não desistiu de seu discurso motivacional, pois era necessário (mais para si mesmo do que para os outros) continuar tentando.

Da mesma forma, a minha equipe de pesquisa, os Trovonautas, estão perdidos por aí, em algum lugar no multiverso, e eles estão tentando voltar. Eu sei que estão tentando fazer isso na data de hoje, neste exato local em que nos encontramos. Por isso eu trouxe todos vocês até aqui...
Para que pudéssemos quem sabe ajudar essas pessoas que estão lutando, do lado de lá, a retornarem para casa.
Este esforço não é só para mim, mas também para os familiares dos Trovonautas que se reuniram para que este projeto pudesse acontecer... Rory, Blanca, Dot, Diana... Todos eles ficaram muito abalados quando souberam que seus preciosos entes queridos foram levados por um Pokémon Mítico, Celebi, para outro lugar no espaço-tempo, e estão sofrendo há pelo menos três meses com a sua inexplicável ausência...
Não foi um desaparecimento qualquer. Durante o primeiro mês, eu precisei responder a inúmeras interrogações feitas pela polícia. Eles achavam que eu pudesse ter feito alguma coisa para colaborar com o sumiço de meus alunos e colegas de trabalho. Mas eles não puderam provar nada. Não puderam porque eu sempre fui inocente! Eu jamais quis que isso acontecesse, e eu fui até o inferno tentando entender o que aconteceu e, sobretudo, achar uma maneira de trazê-los de volta.
E pela primeira vez desde que isso começou, parece que eu finalmente encontrei uma pista do que pode ter acontecido... A vinda de Diana até a Blueberry Academy despertou em mim um fulgor que eu pensei já estar morto. Eu sinceramente já estava desistindo de correr atrás dos meus amigos, pois não é fácil lutar sozinho por uma coisa que ninguém mais parece estar dando bola.
Mas parece que não era só eu... Diana também estava lutando pela sua neta. E não apenas por ela, mas pelos demais desaparecidos na Área Zero. Então, se eu estou aqui hoje, nesta ilha deserta cercada por quilômetros e mais quilômetros de oceano, é por uma boa razão... Porque pela primeira vez, em muito tempo, eu sinto que estou finalmente próximo de reencontrar meus amigos.
Então não escutem o louro. Vamos dar tudo o que temos, por favor. Vocês não fazem ideia do quão importante isto é para mim... Eu preciso que dê certo. Não posso desistir na primeira oportunidade. Tenho que continuar tentando, caso contrário, eu jamais me perdoarei...




Com um rodopio no ar, Meloetta se transforma, assumindo uma nova aparência. E logo na sequência, a troca de golpes continua, com todos voltando seus esforços para a realização do impossível.
A noite vai caindo. Neste momento, o sol já não brilha mais e o breu está tomando conta da praia. Nada parecia estar dando certo. Nenhuma mudança estava acontecendo... Tudo parecia normal. Tudo parecia estável.
É então que, diante da visível falha, Friede começa a se desesperar...


Diana se aproxima e coloca a mão sobre o ombro do Professor Pokémon.






De repente, lágrimas começam a extravasar pelo rosto de Friede, inundando-o de tal maneira que somente quem sofreu uma perda pode compreender.
A angústia e o desespero que batiam no peito de Friede nesse momento, eram infernais. Doía demais para ser ignorado. Era uma sensação de morte... Tanto para aqueles que partiram, quanto para o próprio Friede, que sentia uma parte de si se desgrudando dolorosamente, como se lhe arrancassem a pele, esfolando-o lentamente.
A mensagem captada pelos Troublenautas era clara: os Trovonautas estavam ficando sem recursos neste lugar em que eles estavam, onde quer que fosse, e aquela seria sua última tentativa de retornar ao presente. Se Friede desistisse agora, seria como desistir para sempre de ver seus amigos novamente... Seria como sepultá-los, enterrando-os de vez no passado, mesmo sabendo que eles estavam vivos!
Todo mundo observou em silêncio enquanto Friede, de joelhos na areia, gritava em desespero, deixando toda a emoção que ele vinha guardando no peito durante esse tempo todo, fluir, como um rio em fúria, quebrando as paredes de uma represa. Já não dava mais para conter. Mesmo que diante de pessoas que Friede pouco conhecia, ele não conseguia mais se segurar. Ele só conseguia chorar, numa tentativa desesperada do seu corpo de colocar para fora tudo aquilo que estava lhe causando mal.
Então gotículas de chuva começaram a cair, como que afirmando que já não era saudável continuar ali. Eles precisavam partir de volta ao continente...
Começou como uma garoa qualquer. Um pinguinho aqui e outro ali. Friede, que estava atolado em sentimentos com os quais não conseguia lidar no momento, nem prestou atenção. Mas os outros já estavam começando a cobrir a cabeça para se proteger da tempestade que estava se formando, as nuvens negras avançando rapidamente do oceano para cá.


Friede se nega a deixar que os treinadores regressem para o interior do Castelo flutuante. Ele queria, ou melhor, ele PRECISAVA que todos continuassem ali.



Diana então se afastou de Friede e junto com o Professor Hamber Pine, ela conduziu os demais de volta à entrada do Castelo Voador, o meio de transporte utilizado para que chegassem até ali. E neste momento, por uma fração de segundos, Friede desvia sua atenção dos treinadores partindo e olha para os céus acima de sua cabeça.
Ele está desolado e se pergunta o que o Universo quer com ele? Por que diabos isso estava acontecendo com ele? Não com qualquer outro, mas especificamente com ELE? Por quê? Por quê, se ele não tinha condições de carregar tamanho peso?
E foi então que Friede teve um insight que mudou tudo.

Tudo voltou à mente do Professor como um flashback furioso, trazendo à tona a imagem de uma fragilizada Cynthia logo após o naufrágio, a caminho de Unova...
Eu estava lá quando tudo começou. D-d-digo... A Tempestade.
Hã?
Cynthia estava tendo uma batalha de treinamento na parte externa do navio quando a tempestade se iniciou, abruptamente, do nada. Friede e Amethio não estavam lá. Eles se encontravam recolhidos em suas cabines no momento em que a desgraça aconteceu.Lucario e eu estávamos t-t-treinando... Um novo... Um novo movimento. Foi quando duas criaturas gigantes passaram voando pela gente... D-d-digo... Pelo navio...
A primeira tinha olhos vermelhos, demoníacos, e um corpo preto como azeviche. Seu rugido era ensurdecedor, como foi que vocês não ouviram?
Eu não ouvi nadinha!
Claro, Friede estava ferrado no sono quando tudo começou.Eu ouvi muitos trovões antes da tormenta. Talvez eu tenha me confundido e achado que eram trovões, quando na verdade, era este Pokémon... Isto é... Se é que eram POKÉMON, as criaturas que você viu!
A s-s-segunda criatura tinha olhos azuis e seu corpo era branco e cheio de plumas ou penas... Não sei, não dava para ver direito. A princípio, achei que f-f-fossem pelos, mas é difícil precisar, pois assim que eles passaram pela gente, voando como se propulsionados por algum tipo de jato ou turbina, eles ganharam altitude e... Bem, uma batalha intensa c-c-começou...
E aí, a chuva caiu imediatamente... F-f-foram tantos raios, que o para-raios do navio ficou d-d-destruído! Os demais impactos resultaram em uma p-p-perfuração do c-c-casco do navio... Bem à nossa frente! Foi quando a g-g-gritaria se iniciou e todo mundo começou a s-s-surtar!
Woof! Woof!
E-e-eu... Não sei mais se quero ir a Unova... A-a-acho que eu deveria ficar por aqui, até tomar coragem de v-v-voltar pra K-K-Kitakami...
(Fim do Flashback)











De volta à areia branquinha, branquinha, todos os treinadores se colocam em posição, formando um círculo. Eles lançam suas pokébolas novamente ao alto, soltando os Míticos e Lendários já cansados de lutarem uns contra os outros, para uma rodada final.



E assim, todos voltaram a atacar, numa troca de golpes violenta que só poderia ser expressa pela grande quantidade de poder da energia do infinito que era capturada por esses lendários.
A troca de golpes era intensa e voraz. Quando em batalha, aqueles Pokémon davam tudo de si! Disso Friede não tinha dúvidas. Ele só esperava, em seu interior, que aquela última tentativa desse certo.


Então, irrompendo do meio das nuvens negras da tempestade, um vulto branco e um vulto preto se projetam, quando uma troca de golpes muito facilmente confundida com um relâmpago por um observador desavisado, ocorre.
Estava de fato acontecendo! Talvez aqueles dois só estivessem lutando um contra o outro por seus motivos divinos, que os humanos jamais irão compreender, ou talvez Reshiram e Zekrom estivessem se unindo para trazer ainda mais força ao embate lendário.
O que quer que fosse, estava funcionando... Pela primeira vez, estava dando alterações nos medidores.



Friede aponta para os céus. Havia algo muito estranho acontecendo ali... Algo que não estava naquele lugar antes...
Uma rachadura, como se o próprio espaço estivesse trincando feito vidro, e de dentro dessa racha, uma quantidade enorme de energia sendo expelida...




Os treinadores então reforçam os comandos a seus Pokémon Lendários, que seguem atacando. Conforme os golpes vão sendo trocados, a rachadura no espaço-tempo vai ficando maior e a tempestade, mais violenta.
Os ventos se intensificam. O mar parece cada vez mais revolto e a paisagem noturna, agora na mais completa escuridão, se iluminava apenas pelos flashes emitidos pela troca de energia entre um ataque e outro.
A fenda se rasga em uma singularidade profunda, como um gargalo, ou um ralo de pia, expondo suas entranhas para o mundo... A Ultra Fenda Espacial estava aberta, e para a alegria de todos, ESTÁVEL.


A batalha entre os lendários se intensifica enquanto Zekrom e Reshiram, acima das nuvens, travam sua impetuosa batalha, dando ainda mais força para a perturbação no espaço-tempo acontecer...



Várias figuras humanas começam a se lançar para fora do rasgo, uma após a outra. Friede mal consegue acreditar no que suas retinas estão captando. Aquelas pessoas... Estavam MESMO ali, bem à sua frente, depois de tanto sofrimento e tamanho susto...
Roy, o primeiro a descer pelo buraco, segurava um Celebi quase morto em seu colo, enquanto uma máquina futurista parece estar abrindo o buraco de minhoca com um laser, do outro lado do portal. Ele parecia mais velho. Seus braços estavam musculosos, suas pernas maiores e seu rosto já estava cheio de pelinhos que formavam uma barba fina e rala. A expressão do garoto de repente se abre ao avistar Friede, enquanto ele pulava em direção à areia da praia, caindo e rolando enquanto protegia o corpo cadavérico de Celebi com os braços.



Roy corre e abraça o Professor Pokémon, em meio à chuva, marcando o sucesso da primeira travessia pela Ultra Fenda Espacial!
Logo na sequência, a Ex-Enfermeira Joy Mollie se joga pelo buraco, enfrentando a queda, seguida por Murdock, que carregava o vovô Ludlow em suas costas...



Todos os três pousam inteiros no chão, exceto pelo vovô Ludlow, que parecia sofrer com dores nas costas (mas isso não era de agora).
Então, antes que a Ultra Fenda Espacial estabilizasse e o buraco de minhoca se fechasse para sempre, sua idealizadora, a engenheira mecânica que criou a máquina a laser que rompeu com o tecido do espaço-tempo, Orla, junta-se à borda do rasgo dimensional e, antes de pular, dá uma última olhada para trás...

E se atira, rumo à areia fofa no chão, permitindo que o buraco se fechasse para sempre às suas costas, dando um fim à travessia de um mundo para o outro.
É neste momento então, que ela corre aos braços de Friede e antes que o Professor Pokémon pudesse fazer qualquer coisa, lhe dá um beijo molhado, repleto de saudades.




Orla então se abraça no Professor Pokémon, transmitindo um calor que irradiava em meio à tempestade. Friede sentiu o aroma de seus cabelos, um cheiro que lhe era muito, mas muito familiar, trazendo-lhe doces lembranças que o fizeram chorar mais uma vez... Mas ele não era a única pessoa em lágrimas naquele momento.

Triste era pouco. O garoto estava desolado.

Continua...
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