Dizem que o tempo é relativo...
Com certeza, você já ouviu esta frase. Mas o que ela quer dizer, afinal?
O tempo é algo que sempre nos intrigou e indiscutivelmente sempre continuará nos intrigando... Quem nunca quis voltar ao passado e consertar uma cagada que fez? Ou talvez viver algo que NÃO fez? Ou quiçá você tenha o interesse em parar de envelhecer e ficar jovem para sempre... Não adianta, o tempo é cruel. Sua flecha está sempre apontada em direção ao futuro... Diferentemente das dimensões espaciais, nas quais podemos nos mover livremente (para a esquerda e para a direita, para cima e para baixo, para frente e para trás), o tempo exerce seu rigor mórbido sobre a gente. Ele nos prende em uma jornada sem volta em direção ao nosso desaparecimento, à nossa própria morte.
Mas e se houvesse uma maneira de pará-lo? Ou ao menos... De vencer o tempo?
Dizem que tempo e espaço são uma coisa só, um palco majestoso no qual o grande espetáculo que é o Universo acontece. Mas ele não é absoluto. O Universo está em constante expansão, expandindo mais rápido que a própria luz consegue se propagar no vácuo. Se ele está cada vez ficando maior, isso nos leva à ideia de que um dia, há muito tempo atrás, ele já foi menor... Tão menor, que tudo o que existe estava concentrado em uma escala muito densa e pequena. Até que... BOOOM! O Big Bang. E a partir de então, tudo se expandiu, o tempo e o espaço sendo criados simultaneamente à explosão.
Mas o que existia antes do tempo? O que existia antes do espaço? Bom, não é possível responder a esta pergunta. Se alguém tentar lhe convencer do contrário, desconfie. Fato é que o tempo, assim como o espaço, está sujeito a deformidades, o que faz com que, quando as condições certas são atingidas, ele passe de forma diferente para dois referenciais...
Na Física Moderna, quando alguém está viajando super rápido, quase tão rápido quanto a luz no espaço vazio, o tempo passa mais devagar para essa pessoa do que para alguém parado, como alguém na Terra, por exemplo. Isso quer dizer que uma hora para alguém na Terra pode ser apenas alguns minutos ou até segundos para a pessoa em alta velocidade. Esse fenômeno é chamado de dilatação do tempo. Este fenômeno já foi comprovado na prática com satélites que giram ao redor da Terra. Os relógios nesses satélites, por causa da alta velocidade, acabam sofrendo alguns atrasos em comparação com os relógios na Terra.
Para exemplificar a teoria da dilatação do tempo, o físico teórico alemão vencedor do prêmio Nobel de Física de 1921, Albert Einstein, propôs o "Paradoxo dos Gêmeos". De acordo com esse paradoxo, se um homem faz uma viagem ao espaço com velocidades relativísticas, isto é, velocidades próximas à da luz, quando ele regressar ao planeta, estará mais jovem do que seu irmão gêmeo que ficou na Terra.
Mas tudo isso nos leva a questionar... Por que o tempo existe? Por que não podemos voltar atrás? E se pudéssemos voltar, o que aconteceria? Que consequências isso teria para a realidade? Poderíamos alterá-la, ou acabaríamos gerando aberrações como os gêmeos nascidos juntos estarem agora em idades diferentes? E mais: se houve um tempo em que não existia o tempo, poderíamos de alguma forma simplesmente pará-lo...?
***
O Velho Castelo de Diana, mantido no ar graças ao esforço coletivo de seus Pokémon Fantasma, de repente guinou para a frente e parou em meio ao oceano atlântico, flutuando a cerca de dois metros da superfície da água, finalmente chegando ao seu destino, apontado pelo Núcleo do Terarium modificado por Orla para rastrear a fonte do Fenômeno Terastal, o misterioso Pokémon Lendário Terapagos.
Para onde quer que se olhasse, nada mais se via senão uma vastidão de azul, fosse pela coloração do líquido que se estendia por quilômetros abaixo, fosse pela vastidão do céu, que se estendia quilômetros acima. O sol rachava e como não havia nenhuma árvore ou construção para estancar a violência de seus raios, ficar muito tempo exposto à sua radiação era prejudicial. Não se podia andar sem protetor, mas a preocupação atual era muito maior do que apenas sofrer queimaduras...


Era verdade. Os instrumentos de navegação do Castelo Voador informavam a presença de algo misteriosamente grande abaixo daquelas águas. Por causa da vastidão do oceano, não era possível ver nada a olho nu, mas os equipamentos tinham alta precisão e mais de um deles acusavam a presença de algo tão grande, mas tão grande, que não deveria estar ali...




























O Núcleo do Terastal começou a agir em sua função original. Agora, ao invés de rebater a energia Terastal de volta à sua fonte de origem, ele estava transmitindo e amplificando a energia que advinha diretamente de Terapagos, permitindo então que todo e qualquer Pokémon dentro de um raio de alguns metros, pudesse Terastalizar, assim como acontece naturalmente nas Regiões de Paldea de Kitakami.


Os primeiros a manifestarem sinais de mudança foram os Pokémon do Castelo, que começaram a Terastalizar espontaneamente graças ao fluxo energético emitido pelo aparato de Orla, que operava em força total, ainda mais preciso e potente do que quando estava pendurado no domo do Terarium.





A energia do Terastal transbordava, banhando os corpos agora reluzentes de todos os Pokémon nos limites do castelo flutuante. Todos os parceiros dos Troublenautas agora exibiam formas cristalinas, transcendendo o orgânico e adentrando no reino mineral!



Nem mesmo os Pokémon dos Trovonautas escaparam. Eles também foram atingidos pela energia transformadora, permitindo que seus corpos assumissem uma aparência de pedra preciosa à medida que uma enorme joia, indicando seu Tera Tipo (até então oculto), crescia sobre suas cabeças, ornando-os e dando-lhes uma aparência de realeza.












Atraído pela energia abundante de Terastal que começou a aflorar acima da superfície d'água, Terapagos meneou para a superfície e colocou a cabeça para fora d'água, a fim de averiguar o que raios estava acontecendo com tal energia que era a mesma que compunha seu próprio corpo.

Ao fazê-lo, no entanto, deparou-se com a emboscada. Tanto os Trovonautas quanto os Troublenautas o estavam esperando.








Diante da enorme quantidade de pessoas que se encontrava à sua frente, atraindo-o para fora de seu repouso subaquático, o Pokémon Quelônio Terapagos começa a se transformar, ganhando uma pelugem na cauda que lembra as algas da antiga lenda, e uma concha colorida que reflete a energia de cada um dos Tipos de Pokémon existentes.
Com um brilho acentuado, então, a fonte da energia misteriosa capaz de alterar a tipagem dos Pokémon começa a DESFAZER todas as transformações dos Pokémon dos navegantes do castelo, regressando-os à sua aparência original.

Em instantes, cacos de vidro voaram para todos os lados. Os Trovo-Troublenautas precisaram se proteger, cobrindo o rosto com as mãos para não se machucarem, à medida que todos os Pokémon se explodiam como uma janela sendo quebrada por um tijolo arremessado, soltando fragmentos cortantes para tudo quanto é lado!




De fato, Terapagos parecia zangado. Ele sentia que alguém estava brincando com o seu próprio corpo ao manipular a Terastalização daquele jeito que os Trovo-Troublenautas estavam fazendo. E por isso, tudo o que advinha dele neste momento era fúria.
Mas os Pokémon não foram os únicos afetados pela quebra da Terastalização.


Friede se atira no chão, gritando e se contorcendo de dor.
Seu braço direito, feito completamente de Cristal Terastal se despedaçou em uma chuva de cacos de vidro, tal como os Pokémon que desfaziam sua transformação.
A sensação era de um choque elétrico, e a dormência resultante lembrava um milhão de formiguinhas ( ou melhor, um milhão de Durants) correndo por baixo da pele de Friede e se arrastando de modo agonizante para fora do corpo do Professor Pokémon.
Era como se as tais formigas diminutas corressem do fogo intenso que queimava sua pele por dentro, gerando uma sensação angustiante que parecia até uma tortura!


Mas apesar da dor lancinante, Friede ficou feliz quando pôde sentir movimento novamente. Ele olhou para baixo, incrédulo e tentou fazer aquilo que era normal para seu braço esquerdo, mas não para o direito... Ele tentou e conseguiu! Uma lágrima de felicidade escorreu pela face do Professor ao perceber que conseguia mexer os dedos novamente.
Friedrich baixou os olhos e observou que seu braço direito havia sido restaurado completamente!! Ele era uma vez mais feito de carne e osso! Estava todo arranhado e cortado devido aos cacos que se projetaram, perfurando e rasgando sua pele, mas fora isso, ele se encontrava em perfeitas condições, tal e qual ele era ANTES do outro Terapagos tê-lo congelado na caverna na Oni Mountain, em Kitakami.




Friede comparou um braço com o outro. Os dois pareciam iguais, obviamente. Não fazia tanto tempo assim que ele havia sido congelado. Mas realmente era uma situação esquisita... Se o braço direito parou no tempo, então ele estava realmente mais novo que o braço esquerdo, que permaneceu saudável.

Com a força de mil flechas, Terapagos então começa a irradiar energia a partir de sua concha, bombardeando o casco de pedra do castelo, atacando o que ele acredita serem seus inimigos.


A estrutura do castelo voador chacoalhou, mas os Pokémon Fantasmas permaneciam estabilizando o voo do prédio, mantendo-o flutuando acima do oceano.


O parceiro de Orla, o Pokémon de quatro cérebros começa a emitir uma tremenda energia psiônica manifestando-se na forma de um campo de força que se fecha em torno de Terapagos, impedindo que ele fuja.










Dot era uma garota extremamente tímida. Ela não levava jeito para comunicação interpessoal e passava trancada em seu próprio quarto estudando computação. Tanto, que ela acabou se tornando uma hacker, habilidade que podia usar para salvar vidas ou arruiná-las...





Pokébolas voaram para o alto, todas em sincronia. Rapidamente, quatro Pokémon inclinados para o combate se apresentaram, e a pancadaria teve início, com todos mirando suas melhores ofensivas contra Terapagos...
Uma combinação entre a Canção da Tocha de Skeledirge, Folha Mágica de Cherrim — que por ventura estava florido graças ao sol escaldante —, Canhão de Armadura de Armarouge e Pássaro Bravo de Squawkabilly.
Os movimentos se uniram num amálgama de energia e poder, provocando uma explosão sem precedentes ao atingir a tartaruga pré-histórica, pegando-a de surpresa, pois na época em que nasceu, humanos ainda nem sequer existiam, que dirá treinadores!

Descontente com o ataque, Terapagos emerge furioso da nuvem de fumaça que se sucedeu, atacando impiedosamente seus adversários com ataques ainda mais poderosos, que os deixam no chinelo!

Mesmo ferida, a Cherrim agora sorridente, levanta-se e mantém-se sempre alegre, estimulando a equipe ao levantar o astral e gerar torcida.

Dot observa a mudança de sua Cherrim e então decide fazer o mesmo: desabrochar assim como sua Pokémon. Ela coloca uma tiara e puxa o cabelo para trás, tirando-o da frente dos olhos para então exibir um novo e empoderado semblante, colocando-se estrategicamente em posição ofensiva.





Skeledirge então solta seu pássaro de fogo, que assim como uma fênix, voa esplendoroso em direção ao céu, mas o Pokémon Inicial de Roy não parecia estar mirando em Terapagos... De fato, não parecia estar mirando em NADA nem NINGUÉM. O pássaro flamejante sumiu em frente à forte luz solar, desaparecendo de vista.



De cima das nuvens, desce Squawkabilly, envolto não apenas pela energia de seu movimento de STAB, Faca de Dois Gumes, como também pelas chamas em formato de pássaro de Skeledirge, mergulhando como uma bala de canhão que atinge e afunda Terapagos, empurrando-o para dentro do mar...








Rapidamente, então, Cherrim solta uma chuva de folhas energizadas psiquicamente para cima de Terapagos. Utilizando-se da abundância de água ao seu redor, Armarouge cria uma nuvem de vapor que adere à superfície dessas folhas, incrementando o poder do golpe da Pokémon de Planta de Dot.
Mas Terapagos se esquiva mergulhando e fugindo dos ataques... Apenas para, segundos depois, emergir furioso, soltando um Pulso d'Água que se amplifica gradualmente com a água do mar ao redor, para atingir Armarouge com força total. O golpe foi mais que superefetivo, foi um acerto crítico!



Mas Armarouge já estava mais para lá do que para cá. Aquele golpe, advindo de um Pokémon Lendário, havia sido deveras poderoso e com isso, Friede ponderou se ESTE Terapagos não seria mais forte que o Terapagos que eles enfrentaram na caverna em Kitakami.











Orla entra de volta no castelo e vai até o Núcleo do Terarium modificado. Ela rapidamente clica em alguns botões, faz uns ajustes aqui e ali e passa a emitir mais energia Terastal, permitindo que os Pokémon em combate pudessem "Tera Evoluir".



Agora, com o Fenômeno Terastal novamente ativo, eles poderiam ter uma chance de desferir ataques melhores contra o oponente. Enquanto Friede e os outros conversavam, entretanto, Terapagos vinha com tudo, meneando ataque após ataque, com o objetivo de derrubar seus "inimigos", pouco se importando se eles estavam Terastalizados ou não.
Cherrim foi o primeiro a cair. Na sequência, Armarouge foi devastado, com um golpe final que lhe exauriu todas as energias.


Não havia o que fazer. Metade da equipe montada para aquela Tera Raid Battle já havia sido nocauteada.

Mesmo com as ofensivas de Skeledirge e Squawkabilly tendo sido potencializadas pelo Fenômeno Terastal, Terapagos não parecia se importar. Utilizando a própria água do mar ao seu redor, ele se esquivou completamente do Superaquecimento, afinal, todo mundo sabe que água apaga fogo, enquanto Skeledirge, mesmo tendo falhado, sofria com as consequências de usar um golpe tão poderoso, tendo suas estatísticas reduzidas. Squawkabilly, por outro lado, sofria com o efeito colateral do Pássaro Bravo que era infligir dano a si mesmo. Ele bem que tenta acertar Terapagos, mas este nada habilmente, esquivando-se múltiplas vezes do golpe ao mergulhar nas águas salgadas, desaparecendo de vista e impedindo que Squawkabilly voasse em sua direção.
Então, com a força de uma erupção vulcânica, Terapagos nada para cima, saltando de dentro do oceano com uma velocidade surpreendente, e disparando seu ataque mais poderoso, o Tera Cluster, contra ambos os inimigos.
Em instantes, Skeledirge e Squawkabilly quebraram-se como vidro frágil, deixando que suas últimas forças se esvaíssem completamente antes de caírem nocauteados.

















Diana então pula de dentro do Castelo direto na água do mar, a aproximadamente dois metros de altura. A idosa aventureira era acostumada a enfrentar situações extremas que requeriam um certo grau de habilidade de sobrevivência. Diferentemente de um treinador Pokémon, um aventureiro Pokémon não liga para a competição e o esporte, ele parte em busca de mistérios em torno de lendas e mitos de povos antigos, arriscando-se em meio a ruínas e cidades perdidas no meio da mata densa e fechada, passando por labirintos e armadilhas deixadas por aqueles que não queriam que seus segredos fossem descobertos.
Então, apesar da idade, Diana continuava bastante ativa. Ela malhava todos os dias às 4 horas da manhã e se precisasse, comia ovo cru para se manter viva. Em outras palavras, a velha era casca grossa!

Terapagos, no entanto, sentia-se extremamente ameaçado pela aproximação da humana, que nadava bravamente indo ao seu encontro.


Terapagos começa a atacar, disparando flechas de energia Terastal que caem como meteoros na direção de Diana. A brava avó de Liko, no entanto, se esquiva nadando em ziguezague, e mergulhando eventualmente para escapar de alguns mísseis, tal qual Terapagos havia feito para se defender anteriormente...


Todos ficam apreensivos, com o coração na mão, ao ver a idosa se arriscando por Liko.

















Terapagos, no entanto, permanece desconfiado, e essa desconfiança é o que o leva a atacar novamente, desta vez mirando diretamente em Diana, com a intenção de afastá-la.
Um Pulso d'Água é emitido, engolindo a velha senhora como uma onda que pega um banhista desavisado. A água entrou por todos os orifícios, afogando-a.



A onda veio e foi, e a idosa desapareceu no oceano escuro, submergindo completamente.


O silêncio se fez presente... A mensagem era clara... Diana estava MORTA.


Então, repentinamente, Diana emerge novamente, cuspindo a água terrivelmente salgada e tomando fôlego.



Os olhos de Diana estavam vermelhos e sua garganta ficou terrivelmente seca. Ela precisava beber água (potável, é claro), mas como havia prometido, não sairia do mar antes de ter o que queria.




A minha neta... Ela já sofreu demais nessa vida! Ela perdeu a mãe ainda novinha, com quatro anos de idade, brutalmente assassinada bem na sua frente. E pode-se dizer que ela também perdeu o PAI nesse incidente. Aquele imprestável jamais compreendeu as necessidades da garota...
Se ao menos eu tivesse a guarda dela, eu poderia cuidar dela, mas... Como eu poderia vencer em uma batalha judicial contra Alex? O pai dela estava sempre em casa, eu estava sempre viajando o mundo. Uma garota tão pequena precisa de estabilidade, precisa de um teto, de estudos, de cuidados... Algo que uma aventureira como eu não poderia oferecer! E até hoje eu me arrependo disso! Eu deveria ter me aposentado e cuidado dela eu mesma! Mas... Eu não o fiz... Eu acreditei que Alex pudesse ser um pai responsável e como eu estava enganada!
Hoje eu me arrependo amargamente disso!
Eu queria ter estado lá por ela! E quando isso aconteceu... Quando ela virou pedra! Eu não estava lá. Levou mais de uma semana para o Friede aqui conseguir me localizar e me dar a notícia... Acontece que eu estava enfiada no mato, procurando por uma cidade perdida, e não tinha sinal.
DROGA! Eu sempre fui uma velha tola enfiada em minhas próprias merdas, procurando por coisas que ficaram no passado e isso me fez perder o tempo presente! Isso me afastou das pessoas e eu não pude conviver o tanto que eu gostaria com aqueles que me amavam... Eu perdi um casamento assim... Depois a minha filha... E agora, a minha neta...
Eu sei que eu não presto, eu não sou flor que se cheire. Nunca fui. Em outras épocas, eu simplesmente te capturaria e te arrastaria para longe daqui, até você me dar o que eu quero. Mas... Eu não sou mais assim. Eu estou vindo até aqui como alguém que precisa de um FAVOR. Alguém que está implorando por uma chance. A chance de fazer tudo diferente. Por favor, Terapagos...
Deixe-me rever a minha neta, em carne e osso! Deixe-me começar de novo com ela... Eu só preciso deste favor, e nada mais! Depois disso, eu prometo, você estará livre! Por favor, Terapagos, eu me curvo diante de ti. Atenda ao meu pedido! Por favor!
Terapagos ficou em silêncio por alguns minutos, observando Diana, olhando diretamente nos olhos da idosa, que não piscaram nem por um segundo, por mais que estivessem ardendo terrivelmente devido a água do mar.

Então, para a surpresa de todos, Terapagos cedeu. Sua concha Terastal se desfez e ele retornou à sua forma Normal.





Terapagos concorda acenando a cabeça de cima abaixo, provocando uma sensação de relaxamento coletiva que pareceu se espalhar como uma infecção contagiosa. Todos suspiraram aliviados, mesmo Friede, que ainda sentia dor em seu braço recém recuperado, enquanto o Pokémon se aproximou, finalmente baixando sua guarda.
***
Dentro do Velho Castelo, o corpo de Liko jazia intocado, congelado nas entranhas do bloco enorme de Cristal Terastal. Assim que Terapagos viu a garota, ele se lembrou do que havia feito, há aproximadamente um bilhão de anos!

Aquele poderia não ser o mesmo Terapagos que Friede, Amethio, Cynthia e Briar enfrentaram em Kitakami, mas era o mesmo que havia feito aquilo para Liko.


Terapagos confirma novamente com a cabeça e se coloca em ação.
A concha do quelônio começa a absorver a energia cristalizada em estado sólido em torno do corpo da menina, e como se liquefizesse, ou melhor, gaseificasse a rocha, Terapagos fazia com que toda essa energia voltasse para dentro da concha, lentamente desintegrando o bloco que tem estado no formato de pedra há cerca de um bilhão de anos, ou, em outras palavras, mil milhões de anos... É o número 1 seguido de nove zeros...




Terapagos termina o trabalho com um grito que ecoa por todo o castelo, assustando os Pokémon selvagens que ali habitam. O corpo de Liko caiu imóvel no chão. Todo mundo ficou olhando em silêncio...

Mas não havia resposta da menina. Ela estava completamente inerte, sem esboçar qualquer tipo de sinal de que estava viva.
Até que...
"COF, COF, COF!"
Liko começa a ter um ataque de tosse no momento em que seus pulmões se enchem de ar novamente, após dez milhões de séculos sem serem utilizados.


Liko levanta a cabeça com dificuldade, seu corpo ainda está dormente, como se ela estivesse acabando de sair de um coma, o que de fato era meio que verdade...



Diana, Friede e Roy correm para abraçar a menina, apertando-a com força contra seus corpos. Liko, por sua vez, não entende o que está havendo...


Friede suspirou, sentindo um grande alívio. Por tudo o que era mais sagrado, ele passou três meses lutando para ter Liko de volta, e agora, isso finalmente havia acontecido. Ele até se lembrou de beliscar o próprio braço para ver se não estava sonhando, mas não. Era real.
Neste momento, o peito de Friede estava saltando de alegria. Ele mal podia acreditar em seus próprios olhos, que por sua vez, estavam transbordando, conforme o Professor genuinamente chorava, e seu nariz afrouxava.
Liko, por outro lado, estava meio zonza ainda, mas ela conseguiu colocar as duas mãos no chão para se apoiar. Elas estavam ensanguentadas e enfaixadas. A cabeça robótica que ela outrora segurava jazia caída no chão, desligada. Então, apoiando o peso do próprio corpo nas mãos, que não estavam feridas nem nada (o sangue não era dela), ela se levantou.

















Liko mostra as bandagens ensanguentadas para os Trovo+Troublenautas, que ficam extremamente surpresos, em choque com aquela revelação.











Diana e Roy correm para abraçar Liko novamente, mas a garota friamente se esquiva do contato físico. Ela não se lembra mais o que é isso.





Liko de repente abre sua pochete, que apesar de ter mais de um bilhão de anos, continuava preservada intacta, incluindo o conteúdo em seu interior. De dentro, ela puxa uma Master Ball, a melhor pokébola já construída pela humanidade.

Sem pestanejar, ela arremessa o item, acertando Terapagos e o sugando para seu interior. O lacre é ativado na hora. Não há escapatória. A Fonte do Misterioso Fenômeno Terastal estava contida! Liko era agora, sua treinadora...
Liko se vira, com a Pokébola de Terapagos nas mãos, enquanto todos a olhavam em estado de choque, sem acreditar no que ela havia acabado de fazer, e diz:

Ela sorri. Ninguém sorri de volta. Está todo mundo com o queixo no chão.

Os Trovonautas estavam novamente reunidos, enfim, embora a diferença de tempo que passou entre cada um deles fosse extremamente RELATIVA. Friede podia ter um braço mais velho e outro mais novo, mas Liko, que tinha um corpo jovem, era mais velha que todos os membros do grupo, incluindo o vovô Ludlow, que passou a viagem inteira dormindo!
O que quer que tivesse acontecido nas dependências da Área Zero, havia afetado para sempre a configuração do grupo, e Liko sabia que as relações entre eles jamais seriam as mesmas, mas ela estava disposta a tentar... Depois de muito tempo sozinha, conversando mentalmente apenas com sua outra personalidade, ela perdeu o jeito de falar com as pessoas, então não conseguia esboçar física e verbalmente o que estava sentindo com exatidão, mas por outro lado, ela estava contente de ter uma nova chance de viver. O que quer que fosse a vida ANTES de ela ter sido congelada, ficou há tanto tempo no passado, que ela nem mais se lembrava com precisão, mas já que ela estava de volta, já que o Universo lhe havia concedido uma nova chance, a garota-anciã sentia-se cativada e extremamente instigada a TENTAR.
Continua...
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