(One-Shot) Pokémon Laços: Topaz & Tourmaline

 

No passado do mundo Pokémon, já existiram humanos que podiam sentir e controlar o poder da Aura, descrito como a essência de cada criatura viva. Esses humanos, conhecidos como Guardiões da Aura, viajavam por aí fazendo boas ações e transmitindo suas habilidades para aqueles que também possuíam essa habilidade inata. Um famoso Guardião da Aura foi Sir Aaron de Rota, que tomou um Lucario como seu aprendiz e se tornou um herói quando ele se sacrificou para impedir que uma guerra destruísse a área ao redor da chamada Árvore da Origem.

No entanto, esta não é uma história feliz... Os Guardiões da Aura desapareceram da história, por algum motivo desconhecido, muito, muito antes da era atual...



*INTRO*

Agora, em um presídio de segurança máxima, afastado da civilização por quilômetros e quilômetros de mata densa...

 Ai, ai, ai, que tédio...
 Não tem nem um filminho pra gente assistir...
 Pipoca seria bom agora! (Saudades do Miau)
 QUALQUER COISA seria bom... Eu só não aguento mais ficar aqui!
 Então acho que hoje é seu dia de sorte...
De repente, uma mulher se projeta na frente da cela onde Jessie e James estavam confinados (desde os eventos de Pokémon Laços: Advanced), no ano 2000. Assim que eles a avistam, reconhecem-na de imediato.
 VOCÊ?!?!?!
 O que faz por aqui?!
 Não é óbvio? Eu vim soltar vocês!
 Do que você está falando? O Chefe pagou a fiança para a Elite dos Quatro de Kanto rapidinho e pra gente, ele nem deu bola! Estamos aqui mofando há ANOS...
 Digamos que... Estamos sob nova direção.
A mulher então tirou o sobretudo da Equipe Rocket que cobria seu novo uniforme vilanesco, com um símbolo em formato de "G" estampado no peito, símbolo este que não lhes era familiar...
Jessie e James arregalaram os olhos, sem acreditar no que estavam vendo.
 !!!
 !!!
 O que você fez?!
 Pra quem você está trabalhando?!
 Bom, eu não tenho o dia todo... Banette, que tal agilizar as coisas, querido? Faça-os virarem seus irmãos, por favor!
 Ban, ban!
O Pokémon marionete começa a emitir um olhar penetrante que se propaga nos corpos e mentes dos encarcerados, como se uma força maligna muito, mas muito superior, estivesse tentando assumir o controle.
 O que está acontecendo?
 E-e-eu... Me sinto tonto...
 Baaaan!
 Pronto, Banette?
 Ban, Ban!
 Então juntem-se a mim, meus leais súditos!
  *Com um olhar divago* Sim, Mestre!!
 "Deus fez o homem à sua imagem e semelhança..." Eu fiz o homem do jeito que sempre deveria ter sido: inferior à mulher.



*ATO I: Amizades*

Esta história não é sobre uma Jornada Pokémon, afinal, não há como resumir um ano inteiro em apenas um capítulo. Esta história é, na verdade, sobre um acontecimento trágico que ocorreu durante uma incursão Pokémon... Um ACIDENTE! E como todo começo, é natural que exista um contexto para quem está observando de fora possa se situar, então aqui vai... Como tudo começou... Como a história da morte de Ash Ketchum se deu.


2007

Após anos e anos em jornada, nosso herói Ash Ketchum está cada vez mais polido quando o assunto é Batalhas Pokémon. Desde que saiu em sua jornada aos 10 anos, ele já passou por diversas Regiões buscando sempre por novos desafios e novas conquistas que o tornassem respeitável entre os Pokémon selvagens, com o objetivo final sendo tornar-se um Mestre Pokémon.
Ele já viajou por Kanto, em 1996...
Ilhas Laranja, em 1997...
Johto, em 1998 (depois ele desistiu e retornou só no ano seguinte, em 1999)...
Pokémon Island, nos anos 2000...
Ilhas TCG em 2001...
 
Hoenn, em 2002...
Orre em 2003...
Holon, em 2004...
Ilhas Sevii, em 2005...
E Fiore, em 2006...

E agora, com um currículo mais que extenso, ele estava prestes a ser direcionado para outra localidade, ainda não explorada por ele, no extremo norte do Japão. E isso se deu a partir do momento em que ele enfrentou um outro treinador de Pikachu, e PERDEU...

  

 Vamos, Pikachu! Ele já está fraco! Uma última Cauda de Ferro já deve bastar!
 Pika, pika!
 Huh... Se é isso o que você pensa...
 Agora, Pikachu! Finalize!
 Chuuu... aaaaah... PIKA!
O rabo em formato de raio do Pikachu de Ash se transformou em Aço Orgânico, brilhando conforme a luz incidia sobre a superfície do metal, enquanto o tipo Elétrico corria até o outro lado do campo de batalhas, mirando no outro Pikachu.
 O seu Pikachu até pode ser mais rápido que o meu, mas não é mais poderoso... Vamos lá, Pikachu! Mostre a eles QUEM vai finalizar QUEM!
 Pika! Pika, pika, pika, pika, pika, pika, pika, pikAH!
Antes que o Pikachu de Ash pudesse se aproximar o suficiente, o Pikachu do adversário começou a correr em sua direção. Por um instante, Ash pensou que o oponente estava facilitando as coisas, até que o Ataque Rápido do inimigo começou a se misturar com o Choque do Trovão até se transformar em algo novo e inesperado!!
A estratégia da Cauda de Ferro se foi pelos ares, assim como o Pikachu de Ash, empurrado por uma força esmagadora resultante da colisão com o adversário cujo corpo havia sido eletricamente carregado de forma brutal e assombrosa.
Uma nuvem de poeira se ergueu e Ash, preocupado com o bem-estar de seu Pokémon de infância, correu em meio à fumaça, procurando-o...
 Pikachu! PIKACHU!
 O inevitável ocorreu...
 O que foi isso?! Que ataque foi esse?! Eu nunca vi nada assim antes!!!
 Este golpe se chama Investida Trovão, e é um movimento que apenas os Pikachu podem aprender!
 Aaaah! Sério?! Você me ensina?!
 Ensino. Se você me provar que não é um treinador imprudente...
 Hã?
 A Investida Trovão é um golpe que afeta tanto o adversário quanto o próprio Pikachu, causando sérios efeitos colaterais. Por isso, é preciso ter maturidade e um grande senso de respeito ao seu próprio Pokémon para usá-lo.
 Mas eu respeito o Pikachu!! Eu respeito os meus Pokémon! Todos eles!
 Eu sei. Eu não disse que não. Mas eu quero ver isso em batalha. Portanto, me procure no Ginásio Pokémon da Cidade de Sunyshore, após ter reunido todas as outras sete insígnias de Sinnoh...
 Sunyshore? Sinnoh? Eu nunca estive em Sinnoh antes...
 Nunca esteve? Então você vai se surpreender com as espécies que encontrará por lá! Inclusive... Talvez elas nem sejam reconhecidas por essa sua pokédex que você tem aí...
 Hã? O que tem a minha pokédex?
Ash pegou a pokédex que usou ao longo da batalha. Era o modelo 2.0 da pokédex de Kanto, utilizada por ele durante a Batalha da Fronteira, depois que a sua Pokédex de Hoenn ficou viciada e não segurava mais a bateria sem estar ligada direto na tomada.
 Nada... É só que... Isso me traz algumas memórias. Sabe, Ash... Eu fiz parte da Segunda Geração de Detentores da Pokédex de Sinnoh.
 Segunda Geração?
 Desde que a Poké-Agenda Eletrônica de Sinnoh foi inventada, o Professor Rowan enviou dois grupos de três treinadores para uma jornada em Sinnoh a fim de coletar informações sobre os monstrinhos que por lá vivem, com uma diferença de anos entre o envio do primeiro e do segundo grupo... A primeira geração de detentores foi composta por duas garotas e um garoto... Johanna, Fantina e Palmer.
 Já segunda Geração, que saiu com o propósito de atualizar os dados iniciais coletados pela primeira com as novas informações ambientais, foi composta por mim e meus amigos Flint e Candice...
 E eu ouvi dizer que muito em breve, um novo grupo de três treinadores está prestes a ser enviado pelo Professor Rowan para mais uma expedição... Eles, inclusive, já estão cadastrados e só estão esperando a liberação para poderem pegar o seu Pokémon inicial e partirem em uma jornada!
 Mas como eu ia dizendo... A sua pokédex atual não vai ser suficiente para catalogar as mais de 493 espécies que podem ser encontradas por lá... Então eu quero que fique com a minha.
O Pai do Naruto Líder de Ginásio tira do bolso um aparelho pokédex já velhinho, todo desgastado, com vários arranhões e marcas do tempo, mas que ainda funcionava perfeitamente, e o entrega com muita consideração a Ash.
 É sério? E-e-eu... Posso ficar?
 Pode. Contanto que cuide com carinho... Eu não preciso mais dela, mas você sabe... Ela tem um valor sentimental para mim.
 Puxa, muito, muito, muito obrigado!
 Agora não há nada que lhe impeça de conhecer Sinnoh em sua integralidade... Lembre-se de enfrentar os sete primeiros ginásios. Depois disso, venha me encontrar no OITAVO. Quando fizer isso, eu lhe ajudo a ensinar a Investida Trovão para o seu Pikachu.
 Está certo! Eu... Aceito o seu Desafio! Eu vou para Sinnoh, vou escalar na Liga Pokémon, enfrentando cada ginásio e te provar que eu... Ou melhor... que NÓS somos capazes de usar um golpe tão poderoso quanto a Investida Trovão!
 É assim que eu gosto de ouvir!
 Pode deixar! A gente não vai te decepcionar!
O homem então vira as costas para Ash, o Pikachu vitorioso sobe em seus ombros e ele começa a andar, afastando-se... Mas antes de ir embora e desaparecer completamente, ele se vira, acena e diz em alto e bom som:
 Ah! E não se esqueça disso, moleque... Volkner. Meu nome é Volkner!






Quando Ash Ketchum colocava uma coisa na cabeça, ninguém podia tirar... Ao retornar para sua casa em Littleroot, ele convenceu a mãe de que precisava sair em uma nova jornada. Delia nem argumentou. Quanto mais Ash saía em jornada, mais monstrinhos ele mandava para casa, e ela simplesmente havia se encontrado como uma Criadora Pokémon, vivendo a partir da comercialização das centenas Ovos produzidas anualmente pelos Pokémon do Ash. Então, obstinado a ensinar a Investida Trovão para seu Pikachu, ele partiu rumo ao norte. Assim que chegou na Região de Sinnoh, Ash aprendeu sobre o Physical/Special Split, estudado pelo Professor Rowan e já se inteirou das novidades no cenário competitivo. Ele só não estava preparado para uma coisa: o frio.

 Caramba, Pikachu! Sinnoh é mesmo muito bonita! Pena que esse ventinho me incomoda...
 Pika, pika!
 Mas não me incomoda a ponto de não permitir que eu faça novos amigos! Está na hora da nossa primeira captura por estas bandas!
 Mas não quero apenas capturar por capturar... Primeiro, eu quero me conectar com os Pokémon, e só então perguntar se eles querem vir comigo. Você entende, não entende?
 Pikah! *Sim*
Para um treinador experiente como Ash, realizar capturas não era algo difícil. Na verdade, era algo trivial e prazeroso. Mas retirar um Pokémon de seu habitat natural e forçá-lo a lutar ao seu lado não era uma atitude de Mestre, ele aprendeu depois de anos e anos de jornada. Então, por ora, Ash apenas se concentrou em imaginar que tipos de amigos ele encontraria pela Região...

A jornada de Ash por Sinnoh havia apenas começado. Era passado da meia-noite e ele estava acampando sozinho na Rota 201 quando, em seus sonhos, viu tudo acontecer. Ash se viu caminhando pelos arredores da Cidade Sandgem, quando foi surpreendido por uma forte tempestade que se aproximava. Relâmpagos cortavam o céu, e o som dos trovões reverberava por entre as árvores. Com Pikachu, o único Pokémon que trouxe para a Região de Sinnoh, ao seu lado, Ash decidiu buscar abrigo em uma área mais densa da floresta.


Foi então que, no meio da tempestade, um raio desceu do céu e atingiu uma árvore enorme à frente de Ash. O tronco da árvore explodiu em uma nuvem de faíscas e estilhaços de madeira. O impacto foi tão forte que destruiu completamente o ninho de uma mamãe Staravia, que havia sido construído nos galhos mais altos. Ash observou, com horror, os destroços caindo ao chão, levando consigo os ovos da Pokémon, que, em um último ato de sacrifício, se lançou para proteger sua ninhada, mas acabou sucumbindo ao poder do raio.

Quando a poeira baixou, Ash se aproximou cautelosamente dos destroços. Entre os pedaços quebrados dos ovos, havia um único ovo intacto, preservado milagrosamente por ter caído sobre os outros. No sonho, Ash observou o tempo passar depressa. Dias e noites se sucederam e o ovo, protegido de predadores pela grama alta, finalmente começou a eclodir. Uma pequena fissura surgiu em sua superfície. Logo, de dentro do ovo, emergiu um Starly, frágil e confuso, sem a presença de sua mãe ou irmãos para guiá-lo. A pequena ave olhou em volta, buscando desesperadamente a figura materna que nunca conheceria. Ash acordou num pulo, todo suado. Não havia se passado nem meia-hora que ele havia pego no sono. Ele nunca havia tido um sonho tão vívido assim antes, mas concluiu que havia sido apenas isto: um sonho.


Nos dias que se seguiram, entretanto, Ash chegou à Cidade Sandgem, apenas para ter uma surpresa: Havia mesmo um Starly órfão vivendo pelas redondezas, e que estava sendo monitorado de longe pela Enfermeira Joy local. Incapaz de voar e com um medo instintivo do mundo ao seu redor, Starly vivia à margem da floresta, incapaz de se integrar à vida selvagem ou aos humanos. A enfermeira, comovida, deixava pequenas porções de comida para ele, mas o Pokémon, arisco e desconfiado, evitava qualquer interação direta.


Determinado a ajudar, então, Ash decidiu que faria o possível para ganhar a confiança de Starly. Afinal, para se tornar um verdadeiro Mestre Pokémon, o treinador da Cidade de Pallet precisava ser capaz de formar laços profundos com qualquer Pokémon, independentemente de suas dificuldades ou traumas. Ash passou dias tentando se aproximar de Starly, mas cada vez que ele tentava, o pequeno Pokémon voava desajeitadamente para longe, sem nunca conseguir alcançar as alturas que desejava.

Naquela tarde, porém, Ash teve um pressentimento... Ele deixou o Centro Pokémon e procurou por Starly, mas não o encontrou em lugar algum. Acontece que durante mais uma de suas muitas tentativas, o Pokémon Pássaro, em seu esforço desesperado para voar, acabou se lançando do topo de um penhasco, acreditando que o vento o sustentaria. Porém, o jovem Pokémon, ainda inexperiente, começou a cair rapidamente. Ash, que avistou Starly à distância e percebeu o perigo no qual o pequenino havia se metido, correu ao seu encontro sem hesitar. Com um salto, ele se lançou para alcançar Starly no meio da queda. Abraçando-o firmemente, Ash conseguiu segurar-se em uma rocha saliente, salvando ambos de uma queda mortal.

Enquanto segurava o pequeno Pokémon em seus braços, Ash sussurrou palavras para o assustadiço Pokémon, prometendo a Starly que ele nunca estaria sozinho novamente. Sentindo a sinceridade nas palavras de Ash e o calor de seu abraço, Starly, pela primeira vez, relaxou e permitiu que o treinador o segurasse. Naquele momento, Starly compreendeu que Ash não era como os humanos que ele temia. Ele era diferente, alguém que valorizava a vida de todos os Pokémon e que estava disposto a arriscar a própria vida para protegê-los. Foi então que o Pokémon Pássaro decidiu, finalmente, aceitar o convite de Ash para se juntar a ele em sua jornada. Ash então pegou uma Pokébola, e Starly, sem resistência, tocou-a suavemente com o bico, sendo capturado e oficialmente se tornando parte do time de Ash.

Mas capturar Pokémon não era a única especialidade de Ash. Ele também conseguia capturar o coração das pessoas, fazendo amizades muito facilmente. Bem... Acho que esse era o intuito de se tornar um Mestre, não é? Formar Laços... E assim, ele rapidamente se aliou a dois jovens que também estavam em uma expedição por Sinnoh, cada um com seus próprios objetivos...


Ferdinando...
 "Nando", para os mais íntimos!
...era um Músico Pokémon passando por um bloqueio criativo terrível!
 Eu preciso sair, escutar os sons da natureza para me inspirar e aí quem sabe eu possa compor novamente...

Isso, no entanto, era o que Nando dizia para a maioria das pessoas. Mas Ash, assim que o viu pela primeira vez, no Centro Pokémon da Cidade Sandgem, sentiu que havia algo mais naquele jovem... Algo profundo e enraizado, que ele escondia de tudo e de todos, mascarando com sorrisos e gentilezas. Ferdinando, ou simplesmente Nando (sem nome artístico), sempre foi conhecido como um prodígio musical na Região de Sinnoh. Desde criança, ele possuía um dom extraordinário: a habilidade de capturar os sons da natureza e transformá-los em melodias que tocavam o coração de qualquer um que as ouvisse. Seu talento não apenas o destacava como um músico, mas também como treinador, já que Nando parecia ser capaz de atrair Pokémon selvagens com sua música e ganhar sua confiança, uma habilidade que Ash invejou no começo.

Com o objetivo de vencer os ginásios de Sinnoh, entretanto, Ash seguiu seu caminho. Coincidentemente, porém, os dois estavam indo para a Rota 202, e eles logo se reencontraram. Foi aí que o músico chamou Ash para conversar. Nando, que guardava sua dor para si há tanto tempo, sentia que precisava de alguém que lhe ouvisse. Em um momento de desespero, ele se abriu para Ash, após reconhecer o bom coração do jovem de Pallet, tendo acompanhado o caso do pequeno Starly à distância, enquanto estava hospedado no Centro Pokémon de Sandgem. Ash parou o que estava fazendo e ouviu atentamente, pois sentia, em seu interior, que aquilo era importante...

Acontece que ainda jovem, Nando foi diagnosticado com uma doença degenerativa rara que afeta sua audição. Desde então, ele tem sido obrigado a conviver com a terrível notícia de que, eventualmente, perderá completamente a capacidade de ouvir, um destino devastador para alguém cuja vida era inteiramente dedicada à música.

À medida que a doença avançava, Nando começou a perceber a gradual diminuição dos sons ao seu redor. Os riachos murmurantes e os sussurros do vento nas árvores, que antes enchiam sua alma de criatividade, começaram a desaparecer, como se o mundo estivesse lentamente se distanciando dele. O bloqueio criativo que se seguiu foi um golpe brutal. Sem poder ouvir os sons que tanto amava, Nando sentiu-se aprisionado em um silêncio torturante. Pior ainda era o medo de que, em breve, os sons que restavam em sua memória também se apagassem, levando consigo a última conexão que ele tinha com sua paixão: a música.

Em um ato de desespero, Nando partiu em uma jornada solitária, acreditando que, ao se lançar nos braços da natureza, ele poderia encontrar alguma forma de cura ou, ao menos, uma inspiração final para compor a música que sempre quis deixar como legado. Foi então que Ash estendeu a mão para o rapaz e disse que, embora não pudesse fazê-lo voltar a ouvir, gostaria de ajudá-lo em seu objetivo de compor sua "canção final". Aquilo pegou Nando de surpresa, o jovem músico não soube como reagir. Pela primeira vez, ele sentiu que não estava sozinho. Então, Ash disse a Nando que o acompanharia onde quer que ele quisesse ir para encontrar sua música, se ele também o acompanhasse em seus desafios de ginásio por Sinnoh. Nando aceitou. Nasceu ali, uma bela amizade.

 E você não se importa que eu seja bissexual?
 Eu posso até ter vindo de uma Região rural, que é Kanto, mas eu não ignorante... É claro que eu não me importo!!
 Obrigado, amigo. Você é um amigo. ♫💖

A outra pessoa de quem Ash se aproximou foi Zoey, uma ambiciosa Coordenadora Pokémon, com o sonho de participar do Grande Festival de Sinnoh e levar para casa a Taça da Fita!
 Se eu ganhar... Quer dizer... "Se", não, mas "quando" eu ganhar o Grande Festival, eu vou poder ostentar o título de Top Coordenadora! E aí eu jamais serei esquecida!

Zoey cresceu em um orfanato na gélida Cidade Snowpoint, onde o frio constante e a escassez de recursos tornavam a vida difícil para as crianças. Em meio a essas dificuldades, Zoey encontrava alegria ao fingir ser uma grande artista, criando performances e apresentações imaginárias para entreter os outros órfãos. Ela era como uma irmã mais velha para todos, especialmente para Kenny, um jovem que a admirava profundamente e sonhava em seguir seus passos. Os momentos em que Zoey liderava as brincadeiras e encenava suas histórias eram os mais felizes para aquelas crianças, que viam nela uma luz em meio ao ambiente frio e austero.

Entretanto, em uma noite fria de inverno, uma avalanche devastadora desceu das montanhas próximas, soterrando o orfanato sob toneladas de neve e gelo. O desastre foi tão repentino e avassalador que muitos dos órfãos não tiveram a menor chance de escapar. Zoey e Kenny foram alguns dos poucos sobreviventes, resgatados por equipes de emergência depois de horas sob o gelo. A tragédia deixou Zoey emocionalmente marcada, carregando consigo a culpa de ter sobrevivido enquanto tantos outros, que dependiam dela para apoio e alegria, não tiveram a mesma sorte. A perda de seu lar e daquelas crianças que ela considerava sua família a deixou sem rumo durante muito tempo...

Com o fechamento do orfanato, então, Zoey e Kenny seguiram caminhos diferentes, e ela nunca mais teve notícias dele. Até que Zoey decidiu embarcar em uma jornada Pokémon, determinada a vencer o Grande Festival e tornar-se uma Top Coordenadora famosa, não apenas para encontrar um propósito em meio ao caos que havia se tornado sua vida, mas também para garantir que as memórias de sua infância e das crianças perdidas na avalanche não fossem esquecidas. Para Zoey, cada vitória, cada aplauso, era uma homenagem à memória daqueles que ela amava e que nunca tiveram a chance de viver seus próprios sonhos.


Ash e Nando estavam atravessando a agora nevada Rota 202, quando Ash começou a sentir uma estranha sensação de inquietude, como se algo, ou alguém, estivesse prestes a cruzar seu caminho de maneira significativa. Sem entender o que o estava atraindo, ele decidiu seguir sua intuição e guiou Nando até uma clareira coberta de neve, onde encontraram uma jovem treinadora ruiva ao lado de um Glameow, lutando para acender uma fogueira. A jovem em questão era Zoey. Ao ver Ash e Nando, ela ficou inicialmente reservada, mas algo nos olhos de Ash — uma espécie de compreensão silenciosa — a fez baixar a guarda.

Enquanto conversavam, Ash mencionou de forma casual que, no momento em que a viu, sentiu uma forte conexão, quase como se estivesse destinado a encontrá-la. Zoey, surpresa, revelou que desde que partiu em sua jornada, tinha sonhado repetidamente com dois treinadores que a ajudariam a superar os desafios de sua vida. Quando ela olhou para Ash e Nando, percebeu que eles eram exatamente como em seus sonhos. Convencida de que o encontro não era uma coincidência, Zoey decidiu (mentalmente) se juntar a Ash e Nando em sua jornada pela Região de Sinnoh, acreditando que o destino havia colocado aqueles dois ao seu lado para ajudá-la a encontrar forças para honrar a memória de seus amigos perdidos e alcançar seu objetivo de se tornar uma Top Coordenadora.

Mas Zoey não iria simplesmente pedir para viajar com dois estranhos, assim do nada. Até porque, sendo uma mulher, os perigos eram ainda maiores... Então, ela decidiu testar Ash e Nando em uma batalha, acreditando que a verdadeira força e caráter de um treinador se revelavam no calor do combate. Com sua Glameow, seu único Pokémon, Zoey enfrentou Starly de Ash e Budew de Nando. Glameow, apesar de ter conseguido derrotar os dois adversários, apresentou dificuldades durante a partida. Dificuldades essas que envolviam o controle de movimentos, e que Ash e Nando não puderam deixar de notar. 

Foi então que o comportamento dos rapazes após a batalha, a impressionou. Em vez de ficarem desapontados com a derrota, Ash e Nando a parabenizaram sinceramente, reconhecendo sua habilidade e também oferecendo ajuda para superar as limitações de Glameow. Isso fez Zoey perceber que eles eram diferentes de outros treinadores que havia encontrado — eles não estavam apenas interessados em vencer, mas em apoiar uns aos outros para alcançar seus objetivos. A forma como eles lidaram com a situação, permitiu que Zoey encontrasse uma confiança genuína em tais garotos, decidindo ali mesmo que esses dois treinadores eram as pessoas certas para acompanhá-la em sua jornada por Sinnoh. Então bastou perguntar para receber um grande "sim" como resposta. Ela poderia seguir jornada ao lado deles...

Ainda em sua jornada pela Rota 202, o sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons alaranjados e rosados. O agora trio estava exausto e precisava encontrar um lugar para descansar antes de continuar sua jornada no dia seguinte. Foi então que, ao longe, avistaram uma pequena casa de madeira, escondida entre as árvores, à margem de uma trilha que quase já não era mais visível. A casa parecia abandonada há muito tempo, com janelas quebradas e a vegetação crescendo descontroladamente ao seu redor. Zoey, com um calafrio, sugeriu que fosse melhor seguir em frente, mas Ash sentiu algo diferente. Havia uma sensação estranha, quase sobrenatural, que o atraía para aquela casa. Ele insistiu que precisavam investigar, convencendo Zoey a acompanhá-lo, mesmo que contra a vontade dela.

Ao entrarem na casa, foram recebidos pelo silêncio e pelo cheiro de madeira envelhecida. O interior estava coberto de poeira, mas as paredes ainda exibiam fotos antigas, que contavam a história de um homem idoso e seu jardim magnífico. Ash, Nando e Zoey exploraram os cômodos vazios até chegarem aos fundos, onde uma porta levava a um jardim outrora exuberante, agora devastado pelo tempo. Lá, no meio das plantas murchas e flores mortas, estava um murcho Turtwig, com a expressão de um ser que havia perdido tudo. Suas pequenas patas estavam sujas de terra, e ele tentava, em vão, reavivar as plantas ao seu redor. Quando Ash e Zoey se aproximaram, viram que Turtwig estava regando as plantas literalmente com suas próprias lágrimas, em um esforço desesperado para trazer de volta à vida o jardim que tanto amava.


Ao ver a cena, Ash sentiu uma profunda tristeza, um sentimento que ele logo percebeu advir do pequeno Turtwig, como se o Pokémon estivesse lhe transmitindo aquelas emoções. Então, ele se aproximou do Tipo Planta lentamente, oferecendo-lhe palavras gentis e prometendo ajudá-lo. Ash percebeu que o jardim era o legado de um velho jardineiro, que, em vida, havia criado aquele paraíso com a ajuda de Turtwig e outros Pokémon. Após a morte do jardineiro, Turtwig ficou sozinho, lutando incansavelmente para manter o jardim vivo, como uma forma de honrar a memória de seu amado treinador. Tocado pela história, Ash decidiu que não podia deixar Turtwig continuar sozinho em sua dor. Com a ajuda de Nando e Zoey, ele começou a replantar o jardim na manhã seguinte, revirando a terra e plantando novas sementes, tudo em memória do jardineiro.


Ao final do dia, Turtwig, sentindo a sinceridade de Ash, em um gesto de confiança, pegou uma das pokébolas no cinto do treinador e capturou a si mesmo, surpreendendo a todos! Finalmente abrindo seu coração, o Pokémon de Planta aceitou a ajuda do jovem treinador e decidiu recomeçar sua vida, saindo em uma jornada ao lado dele e de Pikachu, enquanto ainda carrega consigo a lembrança do velho jardineiro e do jardim que cultivou por tanto tempo com amor e carinho.

Logo após, o grupo chegou à famosa Cidade Jubilife, onde Zoey competiu em seu primeiro Concurso Pokémon (e para sua surpresa, quem ela descobre que também está tentando vencer o Grande Festival? Ele mesmo, Kenny. Agora, seu antigo colega de orfanato e melhor amigo de infância é seu rival. Mas isso não a desmotivou, pelo contrário, ela só ficou mais e mais interessada!). 


Mas foi em um lago na Rota 204, a caminho da Cidade Floaroma, que Ash conheceu Buizel...


Buizel havia se tornado o guardião solitário de um lago na Rota 204, um lugar famoso pelas suas águas traiçoeiras e pelas inúmeras tragédias que ali ocorreram ao longo dos anos. O lago, cercado por uma densa floresta, era profundo e cheio de correntes inesperadas que já haviam ceifado a vida de muitos Pokémon e humanos que se aventuraram em suas águas. Buizel, com seu instinto protetor e suas habilidades aquáticas excepcionais (incluindo uma boia em seu pescoço que impede que ele afunde), dedicava sua vida a vigiar o lago, resgatando qualquer um que se estivesse em perigo. No entanto, de acordo com os treinadores da Rota, em um dia fatídico, Buizel enfrentou a maior tragédia de sua vida. Uma criança, atraída pela beleza do lago, acabou caindo nas águas traiçoeiras. Buizel mergulhou rapidamente, lutando contra as correntes para alcançar a criança, mas, apesar de todo o seu esforço, ele não conseguiu chegar a tempo. A criança foi levada pelas águas, e Buizel, devastado pela culpa e pela dor, passou a ver a si mesmo como uma maldição, incapaz de proteger aqueles que precisava...


Desde então, Buizel vivia em isolamento, afastando com agressividade qualquer um que ousasse se aproximar do lago, acreditando que a única maneira de evitar mais tragédias era manter todos longe. Quando Ash e seus amigos chegaram ao corpo d'água, foram recebidos com hostilidade por Buizel, que os atacou sem hesitar. No entanto, Ash, com sua sensibilidade aguçada, logo percebeu que a agressividade de Buizel não era fruto de maldade, mas sim de uma profunda tristeza e sentimento de culpa. Ao investigar o local e conversar com moradores da região, Ash descobriu a história trágica do Buizel e entendeu o peso que o Pokémon carregava. Instigado a ajudar Buizel a encontrar paz, Ash se aproximou dele não como um adversário, mas como um amigo, mostrando que o valor de um protetor não está apenas em evitar tragédias, mas em aprender a seguir em frente após elas. E que nem tudo está sob nosso controle, muitas coisas são inevitáveis. Com paciência e compreensão, Ash conseguiu ganhar a confiança de Buizel, que finalmente entendeu que ele não estava sozinho e que, ao lado de Ash, poderia continuar a proteger e cuidar, mas desta vez, com o apoio de um verdadeiro amigo. Mais um companheiro no time de nosso herói.

Ao chegar à Cidade Oreburgh, Ash estava determinado a conquistar sua primeira insígnia da Região de Sinnoh. Ele sabia que o líder do Ginásio, Roark, era famoso por sua especialização em Pokémon do tipo Pedra, e que a batalha seria um verdadeiro teste de habilidade, assim como todo e qualquer ginásio que ele enfrentou nas regiões anteriores que percorreu. Com Turtwig e Buizel ao seu lado, Ash entrou no ginásio, onde foi saudado por Roark, que, com um sorriso confiante, aceitou o desafio. O campo de batalha estava repleto de pedras e obstáculos, o que favorecia os Pokémon de Roark.


Quando a batalha começou, Roark enviou seu Onix, um Pokémon de pedra gigantesco que intimidava com sua presença. Ash, que já foi companheiro de viagem de Brock, não hesitou. Ele escolheu Turtwig, sabendo que seu Pokémon do tipo Planta tinha uma vantagem natural não apenas contra o tipo Pedra de Onix, como também contra seu tipo secundário, Terrestre. A batalha entre Turtwig e Onix foi intensa. Roark comandou Onix fazendo uso do ambiente rochoso para desferir ataques poderosos, como o Cauda de Ferro e o Pancada Brusca, e levantando uma mesquinha Tempestade de Areia. No entanto, Turtwig, ágil e resistente, esquivou-se habilmente dos ataques, contra-atacando com seus movimentos do tipo Planta, como o Folha Navalha e o Semente Sanguessuga. Mesmo com Onix tentando cercar Turtwig com sua massa e força, Ash utilizou a velocidade e a determinação de Turtwig para desgastar lentamente o gigante de pedra. Escondendo centenas de Folhas Navalha na Tempestade de Areia que fustigava o campo de batalhas periodicamente, Turtwig conseguiu derrubar Onix de forma sorrateira, deixando Roark surpreso e impressionado com a estratégia de Ash!


Com Onix caído, Roark enviou seu Cranidos, um Pokémon pré-histórico feroz e rápido, que rapidamente colocou Turtwig em desvantagem com seu ataque Lança-Chamas, um golpe brutal que deixou Turtwig sem condições de continuar. Ash, percebendo que a situação estava crítica, chamou Turtwig de volta e enviou Buizel para o campo. Buizel, com sua velocidade e agilidade, enfrentou Cranidos em uma batalha de reflexos e força. Cranidos atacava incessantemente, mas Buizel, utilizando movimentos rápidos e vantajosos como Revólver d'Água e Aqua Jato, conseguiu evitar os golpes diretos, enfraquecendo Cranidos pouco a pouco. No momento decisivo, Ash comandou um Aqua Jato frontal, que colidiu diretamente com a Cabeçada Zen de Cranidos. O impacto foi imenso, mas Buizel se sobressaiu.


Com Cranidos incapaz de continuar, Roark reconheceu a habilidade e o espírito de luta de Ash, entregando a ele a Insígnia de Carvão, a primeira de sua jornada em Sinnoh.


Atravessando agora a densa e sombria Floresta Eterna, Ash, Nando, e Zoey ouviram rumores de um antigo castelo abandonado, o Old Chateau, envolto em lendas de espíritos e criaturas que vagavam por seus corredores em busca de algo perdido. Intrigado, Ash decidiu explorar o local, sentindo uma estranha atração pelo mistério que cercava o castelo. Ao se aproximarem do Old Chateau, foram recebidos por uma atmosfera pesada e um cheiro estranho de coisa velha, de mofo. O ar estava frio, e o silêncio só era interrompido pelo som ocasional do vento assobiando pelas janelas quebradas. Dentro do castelo, o ambiente era ainda mais sinistro: as paredes eram cobertas por teias de Ariados, e o chão de madeira rangia a cada passo. À medida que exploravam os corredores, eles começaram a ouvir sons estranhos, como arranhões e batidas, vindos das profundezas da construção abandonada.


Em uma das salas mais escuras, iluminada apenas por feixes de luz que passavam pelas janelas sujas, Ash e seus amigos ouviram um som agudo e inquietante, como o de um lamento. Nando, munido de uma lanterna, contou aos seus amigos, fazendo uma voz macabra, que ele havia ouvido falar de um "Gaki", uma pessoa que reencarnou em um vampiro, que vagava por aquele castelo em busca de carne e sangue. As histórias contavam que, durante noites de lua cheia, esse Gaki se alimentava de cadáveres nos cemitérios próximos, sendo um espírito atormentado de uma alma que, em vida, havia desperdiçado alimentos e agora sofria com uma fome e sede eternas, sem jamais encontrar satisfação.

Pikachu dava risada, enquanto Ash e Zoey estavam tremendo de medo... Até que repente, até mesmo ele murchou as orelhas: uma figura alada emergiu das sombras, planando sobre eles com movimentos rápidos e assustadores... O GAKI! Não. Ash tinha olhos afiados... Olhos de um Mestre Pokémon! Não era uma assombração ou qualquer coisa sobrenatural... Era um Gligar, com seus olhos brilhando no escuro e suas garras afiadas prontas para atacar. 


Ao observar Gligar mais de perto, ao invés de encontrar um monstro faminto, ele viu um Pokémon magro e fraco, que parecia mais assustado do que assustador. Ao tentar se aproximar, Ash descobriu a verdadeira história por trás da lenda: Gligar não era um demônio, mas sim um Pokémon nascido em cativeiro e que, há muito tempo, havia sido abandonado no castelo por seu antigo treinador, sendo incapaz de sobreviver por conta própria na natureza. Sozinho e faminto, Gligar foi forçado a sobreviver nos arredores do Old Chateau, onde as histórias sobre ele foram distorcidas ao longo dos anos. Ele havia se alimentado do que podia, mas a solidão e o medo o transformaram em uma criatura desconfiada e assustada. Em razão de sua fome, Gligar estava sempre lambendo os beiços, e isso meio que se tornou sua marca registrada, o que o diferenciava de outros de sua espécie.


Ao compreender o sofrimento de Gligar, Ash, com a ajuda de Nando e Zoey, conseguiu ganhar sua confiança, enfiando-se na frente de seus ataques de propósito e lhe mostrando que não era mais preciso vagar sozinho pelos corredores escuros do castelo. Com um gesto gentil e um sorriso caloroso, Ash ofereceu a Gligar uma nova vida, longe do terror e das sombras do Old Chateau. Gligar, aceitando a oferta, juntou-se a Ash, deixando para trás as lendas e o passado doloroso, para começar uma nova jornada ao lado de seu novo amigo.


Na Cidade Eterna, Ash estava confiante para sua batalha de ginásio contra Aaron, o especialista em Pokémon do tipo Inseto. A partida foi marcada por ser uma batalha dupla, com Aaron enviando seu Kricketune e Vespiquen ao mesmo tempo, enquanto Ash escolheu Pikachu e Starly. O campo de batalha era cercado por árvores altas, recriando o ambiente de uma floresta, o que dava aos Pokémon de Aaron uma vantagem natural. Quando a batalha começou, Kricketune iniciou com um Corte Furioso, avançando rapidamente contra Pikachu, enquanto Vespiquen, majestosa, pairava acima do campo, pronta para atacar. Starly tentou usar sua velocidade para desferir golpes rápidos, mas Vespiquen respondeu com uma poderosa Gema Poderosa, atingindo Starly e rapidamente derrotando-o.


Kricketune, usando a técnica Canção, emitiu uma melodia hipnótica que colocou Pikachu em um transe profundo. Ash tentou desesperadamente acordar Pikachu, mas a música de Kricketune era forte demais. Com Pikachu incapaz de ouvir os comandos de Ash, Vespiquen aproveitou a vantagem e, com uma rápida Ordem de Ataque, golpeou o Pokémon de Ash com uma precisão letal, deixando-o sem condições de continuar. Em poucos minutos, Ash viu sua estratégia desmoronar. Aaron saiu vitorioso, concedendo uma derrota amarga a Ash. Pikachu, envergonhado por não ter conseguido lutar, fugiu imediatamente após a batalha, desaparecendo na direção da densa Floresta Eterna.

Desesperado para encontrar seu parceiro, Ash correu pela floresta, mas mesmo com Starly sobrevoando a área, parecia impossível encontrá-lo devido à densidade da mata. Em meio à sua angústia, Ash teve uma ideia: usar a canção de Nando, conhecida por atrair Pokémon com sua melodia encantadora. Nando, contudo, explicou que, para encontrar Pikachu, Ash teria que tocar a canção por si mesmo, pois os Pokémon reconhecem a intenção e a emoção por trás da música. Sem experiência em música, Ash começou a tocar a harpa de Nando, mas seus dedos inexperientes produziram sons desajeitados e errados. No entanto, foi justamente essa sinceridade e esforço que trouxe Pikachu de volta, gargalhando ao perceber que Ash era ruim naquilo. Ao vê-lo, então, o roedor elétrico compreendeu o quanto Ash se importava, e os dois se reconciliaram.

Revigorado, Ash retornou ao ginásio para sua revanche contra Aaron. Desta vez, Ash utilizou o barulho das asas de Starly para interferir na Canção de Kricketune, criando uma distração que evitou que seus Pokémon caíssem no sono. Pikachu, agora mais determinado do que nunca, se lançou com ataques elétricos potentes em Vespiquen, enquanto Starly usava sua agilidade para desviar dos ataques consecutivos de Kricketune e atacar com ainda mais velocidade. Com o grilo neutralizado e a abelha rainha sobrecarregada pela pressão combinada dos ataques de Pikachu e Starly, Ash conseguiu virar o jogo. Após uma dura batalha, Pikachu e Starly derrubaram os Pokémon de Aaron, e Ash conquistou sua tão merecida Insígnia da Floresta, marcando mais um momento de superação e crescimento para ele e seu time.


E, logo saindo do ginásio, mais uma surpresa... O pequeno Starly de Ash parecia estranho. Ele estava se sentindo tonto e desorientado. Foi quando então, seu corpo envolveu-se em um brilho branco iridescente, e começou a crescer de forma espontânea, evoluindo para um Staravia, com plena capacidade de voo, garantindo a Ash a certeza de que progresso estava sendo feito enquanto treinador!


Mas Ash não era o único que estava progredindo. Seus amigos (humanos) também estavam... Pouco a pouco, conforme avançavam em sua jornada, o time de Zoey e Nando também foi se diversificando... A coordenadora capturou vários Pokémon novos com a ajuda de Glameow, Pokémon estes que foram responsáveis por criarem diversas técnicas e combinações para os Contests, que a levaram a adquirir suas três primeiras fitas em um espaço de tempo relativamente curto. Entre eles, Misdreavus, Finneon, Shellos, Ralts e Eevee. Muito embora ela ainda não tivesse conseguido superar seu maior rival, Kenny, Zoey estava indo bem e, de acordo com os mais entendidos no quesito Torneios, seu nome despontava como uma das favoritas a levar o Grande Festival aquele ano...


Nando, por sua vez, escolhia seus parceiros com base nas habilidades musicais de cada monstrinho. Além de Budew, que rapidamente evoluiu para Roselia, e depois Roserade, ele se uniu rapidamente a uma Buneary (que por ventura era apaixonada pelo Pikachu de Ash), uma Sunflora, um Kricketot e um Swablu. Conforme seu time aumentava, mais Nando se esquecia de sua terrível doença, e sentia que podia continuar compondo suas canções. Ele até trabalhava duro no Underground, quebrando pedras para aliviar a frustração, e isso o estava deixando cada vez melhor em termos de saúde mental.


Nesse ponto, tudo parecia estar indo muito bem. Ash conquistou a Insígnia da Emenda após derrotar a Estupenda May Lee (ou melhor, Maylene) no Ginásio Veilstone.


 
 
         


E a Insígnia do Pântano, na Cidade Pastoria, após dar um show contra o líder, o Magnífico Montanha.


 
               
 


Mas chegou um ponto em que a confiança de Ash estava lá em cima. Tendo adquirido quatro das oito insígnias da Região, nosso herói achava que tudo o que ele podia cultivar era amizade, mas ele estava redondamente enganado...


*ATO II: Inimizade*

"Se olhares demasiado tempo dentro de um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de ti." (Friedrich Nietzsche - "Para Além do Bem e do Mal")

Em uma noite qualquer, Zoey estava participando de um Super Contest na Cidade Hearthome, que por coincidência, era a cidade do quinto ginásio de Sinnoh.


Ash e Ferdinando estavam na plateia, torcendo pela amiga...


...que estava em sua batalha final contra Kenny, seu rival contra quem ela já batalhou em diversos torneios! O tempo estava correndo e faltava menos de 1 minuto para acabar. Durante esse período, quem retirasse mais pontos do oponente, seria consagrado o campeão.

 Vamos, Glameow! Não baixe a cabeça! Nós ainda temos tempo de virar o jogo!
 Prrrrrrr!
 Virar o jogo?! Por acaso você se esqueceu quem ganhou da última vez? E na anterior? Fui EUZINHO aqui! O Grande Kenny!
 Prin, prinplup! ♥
 Bom, tem a primeira vez para tudo! Glameow, Onda de Choque!
 Pppprrrrr!
 Depressa, Prinplup, bloqueie com a Garra de Metal!
 Kenny foi veloz naquele bloqueio! O que seria um acerto superefetivo em uma partida convencional, acabou por ser um revés para Zoey, que perde pontos pelo insucesso na execução!
 Grrrrr!
 Ela já está desestabilizada, Prinplup! Continue com a Garra de Metal!
 Desestabilizada? Eu?! Querido, você ainda não me viu desestabilizada. E nem queira! Glameow, agora!
Utilizando sua cauda, Glameow intercepta a ofensiva de Prinplup, e utilizando a força de sua mola, arremessa o oponente para o alto...
 Parece que Prinplup foi mandado para os ares! Como Kenny irá se livrar dessa?
 Ora, isso é simples! Prinplup, mire seu Jato de Bolhas no chão e crie um colchão!
Com muita inteligência, vigor, estilo, graciosidade e elegância, Prinplup cria bolhas suaves que amortecem sua queda.
Não apenas isso, elas funcionam como uma espécie de cama elástica, que impulsionam Prinplup de volta à posição de pé, enquanto estouram às suas costas, soltando uma chuva de brilho que mina os pontos de Zoey, deixando-os próximo do esgotamento total.
 Uau! Que virada! E o tempo está acabando...
 Dez segundos, pessoal, e o vencedor desta partida estará decidido!
 Confia em mim, Prinplup! Nós podemos eliminar a Zoey ainda antes do tempo acabar! Redemoinho!
 Prinp!
Prinplup então cria uma torrente de água em espiral que gira em alta velocidade, formando uma barreira entre ele e Glameow.
 Glameow, dê a meia-volta no vórtice d'água com o Ataque Rápido!
 O que?!
Mas com a agilidade conferida pelo Ataque Rápido, Glameow praticamente se teletransporta para o outro lado do Redemoinho, pegando Prinplup de surpresa!
 Agora! Garra Sombria!
Glameow acerta Prinplup e o derruba. Desta vez, não dá tempo de criar um colchão de bolhas e o Pokémon de Kenny acerta o palco com força, levando um tombo feio.
 Finalize com Bola Sombria!
Então, para acabar com o Redemoinho que seguia rodopiando vorazmente, Glameow enviou duas bolas feitas de ectoplasma, com ainda mais velocidade, para dentro do turbilhão. As esferas perfuram a formação de água, desfazendo-a por completo e enchendo o Pokémon de Zoey com o brilho das gotículas se desfazendo e caindo sobre seu pelo.
E para finalizar com chave de ouro, Glameow pousa ilesa no chão, utilizando sua cauda de mola para "cair de pé", como a boa felina que era.
E um sinal sonoro se propaga... "TUUUM", fazendo com que todos voltassem seus olhos para o telão.
 O tempo acabou! Vejamos agora quem é o grande vencedor do Torneio da Cidade de Hearthome!
A expectativa era grande. Tanto Zoey quanto Kenny estavam tão absortos na batalha que eles acabaram nem prestando atenção no placar enquanto rolava a partida. Agora ambos seguravam a respiração enquanto o computador calculava o resultado.
 ...
 ...
 Senhoras, Senhores e Senhories! Quem acaba de levar a Fita Hearthome para casa é...
 ...ZOEY, com 2% de pontuação a mais que Kenny!!! Parabéns!
 O que? Eu ganhei?!
 Meoooow!
 Puxa vida... Nós conseguimos! Glameow! Nós conseguimos!
 Prrrrr!
Zoey se abraça a Glameow e começa a girar com ela no colo, repleta de felicidade.
 Eu nem acredito! Caramba!!
Kenny então se aproxima da vencedora e lhe estende a mão.
 É, eu odeio admitir isso, "Dee Dee", mas você mereceu...
 Eeei! Pare de me chamar assim!😡
 Hahahah! Desculpa! É a força do hábito...

Nisso, Ash e Ferdinando descem correndo das arquibancadas, para parabenizar a amiga por sua excelente vitória.
 Eeei! Zoey!
 Parabéns, garota! Parabéns!
 Ash! Nando!
Os três então se reúnem em um abraço triplo.
 Muito Obrigada, garotos! Muito obrigada! Esta é a minha terceira fita, o que me coloca a dois passos de conseguir entrar para o Grande Festival!
 Ainda te faltam duas fitas? Pois pra mim, falta apenas uma... Te vejo lá, Dee Dee!
E Kenny sai do palco, deixando apenas a emocionada Zoey e seus dois amigos.
 Gente, eu não acredito que eu consegui! Não acredito!
 A Glameow foi incrível!
 Foi não, foi?
 E você também, Zoey!
 Obrigada, Ash. Eu estava aqui pensando--
 NNNNNGGGGGHHHHH!!!
De repente, Ash solta um grito e começa a se contorcer, segurando a cabeça com as duas mãos. Nando e Zoey, pegos no susto, imediatamente se preocupam com o amigo, aproximando-se dele para averiguar o que diabos estava acontecendo...
 Ash! O que foi?!
 M-m-minha cabeça...
Ash cai de joelhos no chão, com muita dor. Era como se alguma força do além estivesse pressionando seu cérebro, tentando comprimi-lo ao tamanho de uma ervilha, sob o peso de um milhão de toneladas. Não era uma dor constante, mas latejante, pulsos de dor que vêm e que passam com intervalos regulares. Mas assim como foi excruciante, foi passageiro. Meio segundo depois, a dor havia passado completamente, deixando para trás apenas um jovem todo suado, abalado pela repentina sensação agonizante.
 Vou ligar para uma ambulância!
 Não precisa, Nando. Já passou.
Quando Ash ergue o rosto, sorrindo para tranquilizar seus amigos, no entanto, surte o efeito contrário: Zoey e Nando arregalaram os olhos, assustados, como se tivessem visto um fantasma.
 O que foi?
 Ash, seu nariz!
 Meu nariz?
 Está sangrando. Muito.
 Pi, pika-chu! 😰
Ash então passa o braço no rosto, apenas para que o membro voltasse vermelho, completamente encharcado.
 O que é que é isso?!
 Venha comigo. Vamos ao banheiro, lavar esse rosto e depois você vai ao médico, mocinho.
 Eu espero vocês do lado de fora!
 Obrigado, Nando. Obrigado, Zoey. Mas não precisa de nada disso. Eu estou bem. Vocês viram? Já passou.
 Ash, não está nada bem! Isso não é normal!
 Pikaaaah...
  Esqueçam isso. Hoje é dia de comemorar, Zoey. Você acabou de ganhar sua 3ª fita. Não quero roubar seu protagonismo.
 Deixa de ser bobo, Ash! Você precisa--
 EU sei o que eu preciso! Eu preciso é de um pouco de ar! Vamos lá para a rua, Pikachu!
 Pika!
 Eu só preciso respirar um pouco. Vai ficar tudo bem. A dor já passou.
 Ash...
 Que homenzinho teimoso!
Apesar de discordarem totalmente da decisão de Ash, não há nada o que Nando e Zoey possam fazer. Ele já é adulto, não dá para arrastá-lo à força. Não há como ajudar quem não quer ser ajudado.
Então eles simplesmente observam Ash saindo do Contest Hall e o seguem, com medo de que algo pior pudesse acontecer. E de fato aconteceu, mas não com relação à saúde do rapaz...



Saindo do prédio, Ash, limpando o nariz com um pedaço de papel higiênico, de repente é atraído por sons intensos de uma batalha que acontecia nas proximidades. Seguindo o barulho de golpes e gritos, seus olhos se deparam com dois Pokémon envolvidos em um combate feroz: um Lucario selvagem e um Chimchar que era comandado por um jovem treinador que Ash não reconhecia.
Lucario, munido de uma expressão severa no rosto em consonância com seus movimentos precisos, dominava o campo. Chimchar, por outro lado, lutava com bravura, lançando brasas e investidas na tentativa de conter o oponente, mas era evidente que não tinha a mesma experiência que o adversário.
 Hã? Um Lucario!
Ash pega a pokédex que recebeu de Volkner e escaneia o Pokémon canídeo, não porque Ash não o conhecia, afinal, Lucario é uma espécie muito famosa no mundo todo, mas porque ele queria saber informações mais técnicas e precisas sobre o monstrinho, que batalhava com muito vigor.
 Lucario, o Pokémon Aura, de Tipos Lutador e Aço. Uma criatura de aparência muito galante. Ele concentra sua energia mental e dispara ondas misteriosas chamadas auras, que podem transformar pedras de grande tamanho em pó. Ele usa essas ondas para abater suas presas. Não só percebe auras, mas também ganhou o poder de controlá-las.
 E o outro é...
 Chimchar, o Pokémon Chimpanzé, de Tipo Fogo. Nem a chuva pode apagar a chama em seu rabo. Antes de dormir, Chimchar apaga sua chama para não incendiar sua floresta. Sua chama fica bem menor quando ele está doente. O combustível dessa chama é um gás feito em seu estômago. Escala, agilmente, enormes penhascos para viver no cume de montanhas íngremes. 
 Incrível!
 *Concordando* Pika, pika!
 Chimchar, não perca o foco.

 Use Lança-Chamas!
O macaquinho de fogo cospe um raio flamejante que se propaga com velocidade crescente em direção a Lucario, mas o Pokémon selvagem dá um rugido feroz e salta para longe, tornando a ofensiva inútil.
O Pokémon Lutador então projeta garras de energia a partir das saliências metálicas em seu punho e acerta Chimchar pelas costas, jogando o Pokémonzinho longe.
 Patético... 
Chimchar, mesmo cambaleante, tenta agradar seu amargo treinador e se reergue com dificuldade.
 Roda de Fogo!
Chimchar envolve o próprio corpo em chamas, girando em alta velocidade, o que causa a ilusão de o mesmo ter se transformado em uma bola flamejante. Assim, ele parte para cima de Lucario, que usando o poder da aura, visualiza perfeitamente a trajetória de Chimchar, podendo se esquivar completamente.
Foi então que Ash, observando a batalha de longe, começou a se sentir ruim novamente. Os pulsos de dor voltaram a atormentá-lo.
 Nnngh! Pikachu...
 Pika?!
Então, Lucario concentrou sua energia e desferiu um poderoso Aura Esférica. No momento em que o monstrinho arremessou a bola pulsante, o ataque selou o destino da batalha, e Ash parou de sentir a maldita dor de cabeça.
O golpe atingiu Chimchar com uma força descomunal, jogando-o ao chão, incapacitado de continuar lutando. 
 Que inútil...
O treinador de Chimchar apenas lançou um olhar de desprezo para o pequeno ao invés de correr para ajudar seu parceiro. Antes que o treinador pudesse sequer pensar em retaliar, Lucario, com um olhar rápido e cauteloso, saltou para dentro dos arbustos densos ao redor da clareira. Em segundos, o Pokémon desapareceu entre as sombras da vegetação.
 Como eu pude pensar que você seria capaz de me ajudar a capturá-lo? Você é um Pokémon fraco, e Pokémon fracos não têm espaço no meu time!
O treinador de Chimchar então aperta o botão da pokébola de Chimchar de forma insistente, e um brilho azul envolve o corpo do Pokémon, indicando sua soltura.
 Chim... Chaaaar!! 😰
Sem acreditar que estava sendo abandonado, Chimchar corre e se prende na perna do agora ex-treinador, mas isso apenas irrita o homem de cabelos cinzentos, que CHUTA Chimchar para longe!!! Os olhinhos do Pokémon se fecharam, e ele se contorceu, conforme a dor apertava. Dor esta que não era apenas física, mas também emocional, pelo baque de ter sido abandonado e tratado daquele jeito.
 Não me siga!
 Chaaa-- 😖
Ver aquilo fez com que o sangue de Ash fervilhasse. Ele já não havia gostado do treinador pela forma como ele havia liberado Chimchar apenas por ter perdido a batalha, chamando-o de inútil... Agora então, com aquele chute, Ash o estava detestando. Na verdade, só de ver a agressão que o treinador havia cometido com seu Pokémon, Ash o quis morto. Violência contra Pokémon é imperdoável, e isso não poderia passar IMPUNE! Então Ash desejou fazer justiça com as próprias mãos...
 Ei, você! 😡
 Hã?
 Você mesmo! 😡
 Está falando comigo?
 Por que fez isso?! Aquele Chimchar só não queria ser abandonado! 😡
O treinador olhou com desprezo para Ash. A expressão era tão absurdamente dramática, que parecia que ele já ia cuspir nos pés de Ash, isso se ele não cuspisse no ROSTO!!
 E você, quem é?!
 O meu nome é Ash Ketchum, da Cidade de Pallet e você?
 Escute, Ash Ketchum da Cidade de Pallet... O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta!
 O que você disse?!
 É isso mesmo o que você ouviu. Agora, se me der licença, eu tenho mais o que fazer!
O homem, que nem sequer se apresentou, então virou as costas para Ash, e esta foi a gota d'água. Se havia um pingo de paciência no treinador de Pallet, esse pingo se evaporou completamente. Seu coração bombeou sangue 10 vezes mais rápido para os músculos, em uma reação subconsciente, enquanto a adrenalina passou a fervilhar, cozinhando todas as células de seu ser, que clamavam por uma resposta. Ash nem pensou, só fez. Fechou a mão e esmurrou o rosto do infeliz.
 Mas o que--
O homem caiu, mas meio segundo depois, já estava de pé. Ele também havia ficado p***. Agora sim, não havia mais volta. Surpreso (de uma forma totalmente negativa) com a atitude de Ash, o ex-treinador de Chimchar não deixou barato. Ele reagiu, e começou a descer o cacete em Ash. A briga estava formada. As centenas de pessoas que estavam há poucos minutos apreciando o Concurso Pokémon, agora se reuniam ao redor dos dois, enquanto eles se rolavam, distribuindo socos e pontapés um no outro, cada qual tentando, com todas as suas forças, matar o outro à base da porrada. E o mais engraçado, é que ninguém, exceto pelos amigos de Ash, parecia ter o interesse em intervir, eles só estavam interessados em assistir a miséria alheia se materializando, assistir e torcer pelo "showzinho", enquanto os dois jovens inconsequentes estavam se matando... A verdadeira decadência da sociedade humana, o prazer pela tragédia e a desgraça do outro, confirmando a teoria de que todos já estamos vivendo em uma distopia.
 Parem já com isso!!!
 Ash! AAAAASH!!!
Pikachu e Chimchar estavam aflitos, ao redor dos treinadores, tentando pará-los, mas era inútil. Em poucos segundos, a briga havia tomado proporções devastadoras. Sangue havia espirrado no chão. O boné de Ash já nem estava mais na cabeça. A violência era tanta, que eles já estavam quase arrancando as roupas um do outro.
Enquanto Pikachu enrubescia suas bochechas que já eram naturalmente vermelhas, Chimchar, por outro lado, sentia-se muito, muito confuso. O Pokémon de fogo só queria chorar... Ele não queria ver seu antigo mestre sofrendo, mas por outro lado, ele gostava da ideia de ver Ash o defendendo após ter sido chutado. Essa dualidade de sentimentos o fazia se sentir mal, afinal, ele não desejava o mal para seu ex-treinador, mas algo em seu interior o fazia se sentir levemente vingado toda vez que Ash dava um soco no mesmo.
 ChimCHAAAAAR!! 😱
 Pika, pika! Pikaaaah! 😨
A boca de Ash estava transbordando, os dentes manchados de líquido escarlate, um familiar gosto de ferro tomando conta de suas papilas gustativas, mas ele não deixou barato. Revidou, dando um doloroso murro na boca do estômago do rapaz, seguido por um direto no queixo que ele rapidamente desviou.
Seu desgraçado!
 Vai tomar no **! Eu nem te conheço, seu arr*****o!
 Isso é pelo que você fez com o Chimchar!!
Ash soca o rosto do adversário em um audível "crec" no momento em que ele quebra seu nariz, deixando-o tomado por sangue tal e qual Ash havia ficado minutos atrás, com a dor de cabeça lancinante.
 Filho da--
 Isso! Fale da minha mãe, fale! Fale e você vai apanhar como nunca na sua vida, seu pau no--
 ASH!!!!
Eis então que alguém resolve tomar uma atitude.
 Pikaaaa...CHUUUUUUUU!
O Choque do Trovão praticamente incinera os órgãos dos dois briguentos, encerrando a disputa de uma vez por todas, enquanto a "plateia" se calou, o silêncio pesando sobre todos. Pikachu não estava nem aí, ele não suportava ver Ash passando aquele vexame. Não por estar apanhando (não era o caso - ambos estavam batendo, e muito!), mas por estar agindo irracionalmente, de forma inconsequente. Que tipo de treinador era esse, que não pensava na sua reputação, tampouco nos sentimentos dos próprios Pokémon? Chimchar precisava ser defendido, sim, mas não daquela maneira. Ele precisava de justiça, não de vingança. São coisas completamente diferentes. Agora, Pikachu se sentia completamente humilhado, constrangido. Não pelo que ele fez, mas sim pelo que Ash havia feito.
 Então é uma batalha que você quer? Electivire, caia matando!
 Vrrrrrrrr!
Electivire soca Pikachu e o derruba no chão. Na sequência, ele soca o chão (tudo isso em questão de milésimos de segundos). O golpe provoca um Terremoto na área, que consome toda a energia do roedor elétrico de uma só vez, derrotando-o vergonhosamente.
 PIKACHUUUU!
 Tsc. Patético.
Ash corre até seu parceiro Pokémon e o segura no colo. Enquanto isso, o treinador coloca Electivire de volta na pokébola e dá as costas para Ash, e sem se importar, simplesmente vai embora.
 Volta aqui!!!
Ash grita, mas o treinador nem sequer para de caminhar. Ele, sem nem virar a cabeça para olhar diretamente nos olhos de Ash, simplesmente diz:
 Homens de verdade procuram resolver as coisas em uma batalha... Oh, espere! Eu me esqueci... Você não é homem nem tem capacidade para isso!
A humilhação foi forte. O homem se vai, deixando Ash para trás, que sai como perdedor. Mas o que importa é que Chimchar está a salvo agora...
 Pikachu, me perdoe por envolvê-lo nisso.
 *No Colo* Pikaaah...
Ash e Pikachu já estavam há tanto tempo juntos que não havia como Pikachu não perdoá-lo, embora seu primeiro Pokémon o estivesse ODIANDO neste exato momento.
 Chimchar... Eu jamais vou deixar que aquele desgraçado encoste UM dedo em você! Eu PROMETO!
 Char?
Então, Ash tem uma ideia. Lhe ocorre que aquela não foi a última vez que seu caminho se cruzaria com o daquele maldito treinador. Então ele resolve aproveitar a infeliz ocasião e fazer um convite para o Pokémon abandonado à sua frente:
 Venha comigo, Chimchar. Venha comigo, e nós vamos crescer juntos. Vamos ensinar uma lição para aquele filho da...
Ash iria dizer "filho da mãe", mas pela sua experiência de vida, ele se lembrou que não foi sua mãe que o abandonou, então ele se corrige:
 Para aquele "filho do pai".
Chimchar, quase chorando por toda a desgraça que acabou de acontecer, resolve acatar o pedido de Ash. Ele abraça o treinador, agradecendo por tê-lo defendido.
Ash sente o corpo quentinho de Chimchar, era a melhor sensação do mundo. Como alguém poderia ser tão cruel assim e agredir um serzinho de luz como aquele? Então, o treinador de Pallet joga uma pokébola vazia para cima... Chimchar já sabia o que fazer.
Em poucos segundos, o time de Ash pela Região de Sinnoh havia ficado completo.
 ASH KETCHUM! QUE IDEIA FOI ESSA?!?! 😡
Zoey e Nando estavam indignados. A coordenadora, particularmente, estava furiosa. Não apenas porque seu momento de glória no Torneio de Hearthome havia sido arruinado, mas também porque ela se preocupava com Ash.
 Aquele cara chutou o Chimchar! Eu não pensei, só agi. Não suporto gente que maltrata os Pokémon!
 Ash, eu sei que sua intenção foi pura, mas você poderia ser preso por agressão!
 Eu sei... Eu só não consegui me segur-- NNNNNGGGHHHH!
 AAASH!
A dor de cabeça voltou. Ash sente seu cérebro ficando menor, a dor lancinante tomando conta de cada centímetro de terminação nervosa em seu corpo. O nariz começa a sangrar novamente, e o líquido rapidamente se mistura com o sangue da briga, tornando um derramamento indistinguível do outro.
 Você precisa ver um médico, imediatamente!
 Está tudo bem. Já passou... Já passou...
 Ash, eu sei que a sua intuição é muito boa, mas talvez dessa vez você devesse ouvir a nossa.
 Sabe o que é engraçado? Eu não era assim... Não até vir para Sinnoh.
 Não mude de assunto, mocinho!
 Por favor, vá até um médico, Ash. Por favor.
Ash respira fundo e pondera. E se seus amigos estivessem certos? Então ele cede e concorda.
 Tudo bem. Eu vou.



Ash sentou-se na sala de espera do pronto atendimento, ansioso e inquieto. O médico exigiu vários exames e até que o resultado saísse, expressamente ordenou que ele ficasse em recuperação, em repouso total. Ash fica atordoado, afinal, ele quer continuar sua jornada, mas seus Pokémon o obrigam a ficar no hospital. Todos eles, incluindo Pikachu, que ainda estava de cara com o treinador, mas não podia deixar de se preocupar com a saúde do mesmo. Então ele cede, e concorda com a internação.

Passada uma semana, Ash já está com o braço todo picado, de tanto lhe tirarem sangue. Ele já fez raio x, tomografia da cabeça, e uma série de outros exaustivos exames a fim de determinar a causa de sua dor de cabeça lancinante e o sangramento desenfreado do nariz... O médico vai até Ash, cheio de papelada, observando o resultado dos exames e, surpreso, diz que não há problema algum com ele... Ele parece normal, por incrível que pareça. O médico então o libera, mas diz a Ash que se sentir qualquer desconforto novamente, que o chame de imediato. Sem entender nada, Ash concorda, agradece e vai embora.



Passado o caos, estava na hora de dar continuidade à jornada por Sinnoh de onde havia parado. Ash entrou confiante no ginásio de Hearthome, ciente de que enfrentar Fantina, a especialista em Pokémon do tipo Fantasma, seria complexo. O campo de batalha estava envolto em sombras, em uma escuridão excessiva, e luzes de velas bruxuleavam de forma misteriosa, criando um ambiente escabroso.

 

Ash começou com Buizel, enquanto Fantina enviou Drifloon. Drifloon flutuava pelo campo, envolto em um manto de sombras. Sem perder tempo, Buizel disparou diversos Revólveres d'Água, mirando diretamente em Drifloon, mas o Pokémon fantasma escapou habilmente de cada golpe, flutuando com a leveza de um balão para o lado. Em resposta, Drifloon contra-atacou Vento Ominoso, uma rajada de ar escuro que empurrou Buizel para trás. Rapidamente, Ash improvisou, mandando Buizel mirar no chão. O impacto do jato d'água gerou um impulso que lançou Buizel para cima, permitindo que ele não apenas evitasse o próximo ataque de Drifloon, como também ganhasse altura, aproximando-se o suficiente do Pokémon de Fantina para agarrá-lo. Agora segurando-se a Drifloon, não havia como o Pokémon Fantasma escapar de qualquer ofensiva, tudo o que Buizel precisou fazer foi se impulsionar com um Aqua Jato contra o chão do Ginásio, levando Drifloon consigo para uma queda mortal.
       
Fantina então traz Dusknoir para o campo, um Pokémon bizarro capaz de usar ondas de rádio para contactar o espírito dos mortos no além, segundo a líder (o que fez Zoey e Nando estremecerem enquanto assistiam a batalha no banco). Imediatamente, Dusknoir deu um jeito de nocautear Buizel. Ash então decidiu substituí-lo pelo novato Chimchar, que ele julgava não ser nada fraco, ao contrário do que pensava seu antigo treinador. Apesar de tudo, as Bolas Sombrias que Fantina insistentemente pedia que Dusknoir disparasse estavam consumindo muito depressa a energia de Chimchar. Com uma ideia rápida, Ash então mudou o rumo da batalha: ele pediu para que Chimchar usasse seu Lança-Chamas no chão para criar uma cortina de fogo, escondendo-se por trás dela. Dusknoir, confuso, lançou ataques às cegas através das chamas, mas Chimchar aproveitou o momento e, com o Cavar, surgiu por trás do inimigo, disparando um Lança-Chamas concentrado que finalmente derrubou o adversário.
 
Com Dusknoir derrotado, Fantina trouxe Rotom, seu último Pokémon para o campo. O pequeno Pokémon cujo corpo era feito de plasma, era veloz e imprevisível, lançando seu Choque do Trovão em todas as direções, em uma tática de deixar Pikachu com inveja! Chimchar lutou bravamente, mas foi atingido por um ataque direto, forçando Ash a trazer seu recém evoluído Gliscor para o campo (Ash havia equipado o esfomeado Gligar com uma Presa Afiada ainda na noite anterior, justamente para se preparar para a batalha de ginásio).
Gliscor, com sua envergadura impressionante, planou pelo escuro, utilizando sua inata ecolocalização para se esquivar com habilidade dos ataques de Rotom. Mas o inimigo ainda era muito ligeiro. Ash, percebendo a velocidade de Rotom, ordenou que Gliscor usasse Presas Flamejantes de maneira diferente: Gliscor atacou as paredes do ginásio, derrubando pedaços de entulho e criando uma barreira que soterrou e limitou os movimentos de Rotom. Com Rotom encurralado, Gliscor usou as sombras para se aproximar sorrateiramente, pegando Rotom de surpresa com um ataque certeiro. O golpe foi decisivo... Rotom tentou revidar, mas Gliscor finalizou com um movimento rápido e preciso, garantindo a vitória de Ash como uma forma de agradecimento por ter sido resgatado e bem alimentado pelo treinador...
         

Ash já havia se esquecido dos acontecimentos ruins dos últimos 10 dias quando Nando o convidou para visitar a Amity Square (Praça da Amizade), onde Nando gostaria de tocar uma nova música que compôs, para os Pokémon Selvagens.


O local era incrível, um lugar perfeito para os Pokémon da turma brincarem, acamparem e se divertirem, de forma segura e monitorada. Mas as coisas não podiam ser diferentes: Ash teve um cutuque, um pressentimento de que ele deveria estar ali, como se algo sussurrasse em seu ouvido para ir até a Praça naquele dia, naquele horário. Desde quando ele começou a ter essas sensações? Esse sexto sentido? Bom, ele não se lembra... Mas que estava começando a parecer sobrenatural, estava. Foi então que os olhos do Treinador de Pallet foram arrastados na direção da equipe, e Ash começou a reparar em um dos monitores do parque. Não que ele estivesse atraído fisicamente pelo moço, mas algo nas feições do rapaz estava instigando Ash. Ele não sabia explicar como, mas sabia que tinha que ir falar com aquele jovem.


Mas então, antes que Ash pudesse fazer qualquer pergunta, o próprio moço se aproximou e perguntou:
 Ah, então foi você que bateu no meu irmão?
 Aaaah! Você é irmão daquele cara?! *Pensando* Eu bem que achei parecido...
 Santo Arceus!
 *Espiando* Chim?
 Me desculpe, amigo. Nós não queremos confusão...
 Não se preocupem, eu não vim aqui para brigar.
 Hã?
 Paul e eu estamos brigados já tem um tempo...
 Paul? Então esse é o nome dele...?
 Isso. E você deve ser o Ash, certo? Meu nome é Reggie. Muito prazer.
 Prazer, Reggie. Este aqui é o Pikachu, este é o Nando e esta é a Zoey.
 Encantado.
 Prazer.
 Eu quero te agradecer, Ash.
 Agradecer?
 Pela surra. Ele mereceu...
 O que? Não, eu... Não devia ter feito aquilo.
 O que está feito, está feito. O passado não pode ser mudado, mas o futuro... Talvez o futuro traga algo novo para o Paul, depois daquilo.
 Hã?
 Ash, você não só quebrou o nariz do Paul, mas fez com que ele refletisse sobre suas escolhas. Algo que eu venho tentando alertá-lo há muitíssimo tempo, infelizmente sem sucesso.
 Então o Paul se arrependeu do que fez com o Chimchar?
 Eu não sei se ele se arrependeu, mas... Ele com certeza ficou apreensivo. Ele me ligou, depois de houve e me contou tudo. Você sabe há quanto tempo eu não ouvia a voz do Paul, Ash? Há mais de um ano, desde que ele brigou comigo!!
 *Apenas Observando*
 Puxa...
 O que você fez não foi certo, Ash, mas eu não estou aqui para julgá-lo. Estou aqui para lhe pedir um favor...
 Um favor?
 Da próxima vez que encontrar Paul, faça-o entender.
 Entender? Entender o que?
Reggie então coloca a mão no ombro de Ash e olha no fundo dos seus olhos. Ash consegue sentir uma energia pulsante, passando do corpo de Reggie para o dele, um calor, uma faísca. Não era algo ruim, nem algo sexual. Era... Aura.
Então, Ash pôde ver. Era como um sonho, um sonho acordado... Reggie criou Paul sozinho, já que sua mãe era viciada em opioides e o pai, que sobrevive de fazer biscate, gasta todo o dinheiro com bebida. Alcoólatra, ele bate na esposa e nos filhos, enraizando traumas em toda a família. Quando Paul ainda era bem pequeno, Reggie lhe fez uma promessa: disse que se tornaria um Líder de Ginásio para que Paul jamais passasse qualquer necessidade. E o pequeno Paul amou essa ideia, ele transformou a figura do irmão em um herói, durante muitos e muitos anos, acreditando no sonho de Reggie. E Reggie, por sua vez, era um excelente treinador, e estava indo muito bem em seu objetivo. Ele batalhou contra diversos líderes de diversas regiões ao longo de dois, três anos, mas um dia... Reggie perdeu uma batalha feroz para Volkner, o Líder que fez Ash vir até Sinnoh, e desistiu de continuar. Na verdade, Reggie percebeu que aquela profissão não era para ele, e decidiu mudar de área, tornar-se um Criador Pokémon, trabalhando na Amity Square. Seu irmão mais novo, Paul, desprezou o irmão por aquilo... Pela desistência. Pois para Paul, aquilo significava que o irmão havia desistido DELE. Então, eles brigaram... Bem, PAUL brigou com Reggie. Reggie apenas escutou, calado, enquanto Paul proferia os mais tenebrosos desaforos... Paul saiu de casa, iniciou sua própria jornada ao lado de um Turtwig como inicial. Ele urrou aos quatro cantos que faria o que o irmão não havia conseguido, e tornar-se-ia um Líder de Ginásio, mas para isso, Paul jurou abdicar da fraqueza. Ele prometeu tornar-se um colosso, rígido e frio como aço, para que as emoções não afetassem o seu desempenho e não o fizessem desistir, como seu irmão fez.
E a visão acabou. Ash ainda estava no meio da sua frase. Foi tudo muito rápido. Menos de 1 segundo...
 Entender? Entender o que?
 Entender que ele nunca será um Líder de Ginásio agindo daquele jeito.
E assim que Reggie diz isso, ele se virou de costas e se afastou rumo a seus afazeres, deixando Ash e seus amigos para trás. Eis então que o treinador de Pallet fica pensativo...
 *Pensando* Um Líder de Ginásio? Então esse é o objetivo do Paul... Por isso ele não quer nenhum Pokémon "fraco" no seu time. Mas... Não é justamente o papel de um Líder treinar um Pokémon até que ele se torne forte?
 Gente, o que foi isso?
 Sei lá... Lelé da cuca!
 Chiiimmm... 😥



Naquela noite, enquanto o grupo dormia, Chimchar permanecia acordado, perturbado com a conversa que havia escutado mais cedo entre Ash e Reggie. As palavras ficavam martelando em sua cabeça... Sem conseguir encontrar paz, Chimchar decidiu que precisava enfrentar seu passado e resolver as coisas com seu antigo treinador. Com cuidado para não acordar ninguém, o macaquinho flamejante se levantou e saiu sorrateiramente do acampamento, fugindo para encontrar-se com Paul.

Horas depois, Pikachu se acordou e percebeu a ausência de Chimchar. Preocupado, ele imediatamente acordou Ash, puxando sua orelha e apontando para o espaço vazio onde Chimchar deveria estar. Ash, ainda meio grogue, chamou Gliscor e Staravia, ordenando que patrulhassem os céus em busca de qualquer sinal de Chimchar. Ash depressa acordou os outros e então o grupo partiu, a preocupação tomando conta conforme eles percorriam a Rota 212 em meio à escuridão.


Após algum tempo, enquanto Staravia e Gliscor sobrevoavam a área, eles avistaram algo incomum: um brilho de fogo à distância. Poderia ser uma simples fogueira, afinal, muitos treinadores e treinadoras costumavam acampar em rotas no meio de suas jornadas (Eles próprios estavam fazendo isso!), mas dava para perceber pelos ruídos que aaquilo era uma batalha.

Ash correu em direção à luz, tendo certeza de que encontraria Chimchar do outro lado das árvores. Dito e feito! Mas ele não apenas encontrou Chimchar, como o pegou batalhando desesperadamente CONTRA Paul!
 Mas o que--
 Torterra, Giga Dreno!
Paul estava no comando de um Pokémon totalmente evoluído contra o pobre e indefeso Chimchar. E quanto mais o macaquinho apanhava, mais Torterra ficava saudável.
 Chaaar! >.<
Mas Chimchar queria provar para Paul que não era fraco. Algo no fundo dele estava ferido, e buscava esta aprovação. Então ele se reergueu, mergulhou no chão com o Cavar...
...e reapareceu atrás de Torterra, pegando-o de surpresa com um soco seguido de um Lança-Chamas.
Mas o golpe não foi tão forte quanto Chimchar pensou que seria, e Torterra não precisou nem mover a cabeça para trás para nocauteá-lo. Com uma pisada firme no solo, o Pokémon de Paul invoca raízes de Planta Mortal, e o nome não era à toa.
O golpe dá um tombo em Chimchar, que luta para se levantar, mas sem sucesso... Paul dá uma risadinha de canto, de escárnio, e zomba da força de vontade do Pokémon.
 Hmpf... Patético. Eu já não lhe falei para não me seguir? Seu verme inútil...
É nesse momento que Ash finalmente alcança a clareira onde Paul e Chimchar estavam se enfrentando.
 EEEEEEI! Ei, você!
 Hã?
 Eu já não disse para não tratar o Chimchar dessa maneira?!
 Ah, não! Você de novo, não...
 Eu de novo SIM! Nós ainda temos assuntos inacabados, Paul.
 Como sabe o meu nome?
 É segredo.
 Por que vocês insistem tanto em perturbar quem está quieto?
 Chimchar veio até você, não foi? Ele quer acertar as contas.
 Eu não tenho nada a acertar com ele... Nossa relação acabou no momento que ele me fez perder aquele Lucario. E você, por que se importa tanto?
 Chimchar faz parte do MEU time agora! Eu me importo com o sentimento dos meus Pokémon, e você deveria fazer o mesmo!
 Tsc. Pode ficar com ele. Vocês dois se merecem... Mas por que eu deveria me importar?
 Porque para ser um Líder de Ginásio, é preciso compreender a dor e respeitar o espaço dos Pokémon!
 *Entendo tudo* Reggie... Seu linguarudo...
Paul dirige um olhar de desaprovação para Ash e Chimchar, enquanto Pikachu, Zoey e Nando se tremem de preocupação que uma nova briga comece.
 Eu não preciso dos conselhos de um zé ninguém. Aliás, como é seu nome mesmo? Deixa pra lá, não faço a mínima questão de saber...
Paul cospe na cara de Ash e vira as costas. Ash se controla, embora estivesse queimando de raiva por dentro, o sono evaporando completamente naquelas alturas do campeonato. Quem não se segura, porém, é Chimchar, que começa a literalmente arder em cólera. A chama em sua cauda se amplia drasticamente e os olhos do Pokémon ficam vermelhos.
 CHAAAAAARRRRR!!!!
 Chimchar?!?!
 O que é isto?
 Parece que Chimchar despertou a habilidade Incêndio!
 Mas Incêndio só aumenta o poder de movimentos de Tipo Fogo quando o Pokémon está ferido, e não incendeia a floresta literalmente...
 Tem razão. Eu nunca vi tanto poder assim!
 Aí está você. Quando eu te conheci, Chimchar, você estava assim... Mas nunca mais foi capaz de despertar esse poder de novo, então eu o descartei. Não preciso de um Pokémon que não sabe se controlar!
 Grrrrrrrr! Você me enoja!!! 😡
 A sua opinião é igual pizza: tenho certeza que eu não pedi! Torterra, acabe com esses pivetes... Gume de Pedra!
Torterra invoca rochas afiadas que flutuam ao redor de seu casco rígido. Com um rugido, o jabuti florestal envia todas elas de uma só vez na direção de Chimchar. O pokémon enfurecido salta com habilidade e escapa de muitas delas, mas não consegue se esquivar de todas, tomando uma surra.
 CHIMCHAAARR!
 Desistam. Vocês já eram.
Paul tinha razão. Chimchar não podia mais continuar lutando, caso contrário, ele correria sérios riscos à saúde. Mas a fúria que o Pokémon despertou era imparável. Em um acesso de raiva, Chimchar se reergueu, mesmo nocauteado, e seu corpo começou a brilhar...
...transformando-se num Monferno ainda mais furioso que sua forma anterior.
 E-e-ele evoluiu!
 E ganhou o Tipo Lutador no processo!
 Monferno, o Pokémon Brincalhão, de Tipos Fogo e Lutador. É a primeira evolução de Chimchar. Ele controla habilmente a intensidade da chama que queima em sua cauda para manter inimigos a uma distância ideal. Ele os intimida usando a alta intensidade do fogo para parecer maior.
 Monferno, por favor! Pare já com isso! Você vai se machucar!
Ash, percebendo a gravidade da situação, tenta intervir e impedir que Monferno siga batalhando, mas a sua tentativa de acalmar o Pokémon primata é inútil. Monferno cospe mais um Lança-Chamas em Torterra, que absorve o impacto não tão tranquilamente quanto antes...
 Seu poder aumentou, mas você ainda é um Pokémon fora de controle. Escute o meu conselho, "Ash": abandone esse aí antes que ele se volte contra você também!
 Ué, você não disse que não sabia meu nome?
 Huh... Eu mantenho uma anotação mental com o nome de todos os meus inimigos.
Inimigos. Aquela palavra era pesada, Ash pensou, mas era verdade. Ele e Paul não tinham uma boa relação, e talvez nunca viessem a ter. Ash não queria se juntar com alguém da laia de Paul, jamais. E a raiva que ele sentia pelo irmão de Reggie parecia só aumentar, isso fazia dos dois inimigos.
 Torterra?
 Tooooor!
Com um chicotear estalante, Torterra açoitou Monferno, cuja chama se apaga completamente ao cair, sem mais se levantar.
  Podre.
 Grrrrrrr! Paul, escuta o que eu estou te dizendo!
 Hum?
 Eu ainda vou batalhar contra você e te fazer ENGOLIR tudo o que você disse!
 ...
 Não vai dizer nada?! 😡
 Tanto faz. Eu não estou nem aí para pirralhos como você!
 Seu filho d-- AAAAAARRRGGHH!!!
Ash sente uma fúria pulsando dentro dele. E quanto mais essa fúria pulsa, mais sua cabeça dói. A dor infernal voltou com tudo, de uma só vez! Parece que seu crânio está prestes a explodir, enquanto Ash grita, caindo sobre o corpo caído de Monferno. Seu nariz jorra sangue e o mundo ao redor parece ficar mais escuro que o normal, tudo gira e o olhar de indiferença de Paul é a última coisa que ele se lembra de ter visto antes de apagar completamente...



Pi. Pi. Pi. Ash acordou com o barulhinho da máquina monitorando seus batimentos cardíacos. Ele estava em uma sala deveras clara, tanto que chegava a arder nos olhos. Era o hospital. De novo. A enfermeira, que estava no local no momento em que o treinador de Pallet recobrou a consciência, imediatamente correu para chamar o médico...
 Doutor?
 Parece que nos vimos de novo...
 O-o-o que aconteceu?
 Você teve uma hemorragia, mas nós contivemos o sangramento.
 O-o-onde está o Pikachu? Monferno? E Nando... E Zoey? Meus Pokémon?
 Calma, você precisa ficar de repouso.
 Ah, não! De novo, não!
  De novo SIM! Ash! Eu não disse para você me avisar caso sentisse qualquer desconforto de novo?!
 Mas... Eu não senti nada... Foi de repente!
 Sorte a sua que eu sou bonzinho.
 Hã?
 Seus exames novamente não acusaram nada de anormal. Eu vou pedir que fique esta noite no hospital e amanhã pela manhã, você já está liberado.
 "Mas"?
 MAS eu quero pedir mais exames. E você vai fazê-los.
 Tudo bem.
 Eu não entendo, Ash. Sinceramente... Nunca vi nada parecido com o seu caso. Os exames não indicam nenhuma alteração substancial, você está aparentemente bem! Não parece haver nada de errado com você, eu não entendo porque você está passando mal assim. Isso me preocupa.
 Honestamente, doutor... Eu estou começando a ficar preocupado também.



No dia seguinte, tal como prometido pelo doutor, Ash teve alta. Mas agora, ele tinha um acordo a cumprir: ele seguiria a risca todas as recomendações do médico e faria todos os exames solicitados regularmente. Ele PRECISAVA descobrir o que havia de errado consigo. Foi quando ele, sem querer, parece ter se esbarrado com a resposta.

Havia uma velhinha bem miudinha, toda curvada, com óculos de fundo de garrada, aguardando ser chamada, numa fila de bancos.


Ela parecia discutir com uma linda donzela que fez Ash corar assim que colocou os olhos nela. A jovem mulher estava acompanhada de um Gastrodon do Mar Oeste, à sua direita, e uma Roserade à sua esquerda. Ash a reconheceu de imediato: aquela era Cynthia, a novíssima Campeã da Região de Sinnoh, e isso o fez ficar acanhado. Ele não queria abordá-la, tinha até vergonha de passar perto dela!

 Mas vovó, eu já lhe disse... Não dá para passar na frente!
 Mas eu sou idosa!
 TODO MUNDO que está aqui para fazer cirurgia de catarata é idoso!
 Isso é um absurdo!
 O que é absurdo é não ter paciência!
 Mas eu vou perder a minha novelinha da tarde!!!
 Recém são 9h da manhã, vovó, ainda está bem longe da sua novela começar...
Ash deu uma risadinha contida enquanto passava pelas duas no corredor, ansioso para reencontrar-se com Pikachu, Nando, Zoey e os outros. De repente...
 EI, VOCÊ!!!
 Hã? Eu?
 É, você mesmo!
 ???
 A solução que você procura para o seu problema não pode ser encontrada aqui!
 Vovó, o que você--
 Psiu, Cynthia! Eu sei o que eu estou dizendo! Minha intuição nunca falha... Escute, jovem treinador. O seu problema não está no seu corpo, está na sua "aura".
 Na minha o que?
 Aura. Nunca ouviu falar? É a essência de todos os seres vivos, a energia que existe dentro de cada um de nós. A sua aura está tentando se manifestar ativamente, mas você, inconscientemente, a está rejeitando.
 Rejeitando?
 Você é um espécime raro. Um dos extintos Guardiões da Aura, renascido! Se você não aprender a controlar sua aura, ela controlará você!
 Guardião da Aura?
 Você tem sensibilidade à aura... E esse é um poder muito, muito especial.
 N-n-não, acho que você está enganada.
 Centenas de anos atrás, os Guardiões da Aura estavam por toda parte! A Região de Sinnoh era seu lar, e agora, você está aqui, pisando neste solo.
 E-e-eu...
 Você não acredita em mim, não é? Mas vai acontecer de novo, e quando acontecer, você se lembrará de mim e do que eu lhe disse...
 Acontecer o que?
 Você sabe o quê. A aura está contigo.
 Ahm... Tenho certeza que eu não sou nenhum tipo de... "Lucario-Humano", senhora.
 Perdoe minha avó, rapaz... Depois dos oitenta, ela começou a achar que é sensitiva.😅
 Rooose... 😅
 Gastro-dooon. 😅
 Eeer...😅
Que constrangedor. A velha estava caducando! Ash não sabia o que dizer ou fazer.
 Eu me chamo Cynthia, prazer.
Cynthia estendeu a mão, tentando deixar a situação menos caótica. Ash acolheu o cumprimento da mesma e se apresentou, corando da cabeça aos pés. Ele nunca havia encostado em um mulherão daquele calibre: inteligente e f*dasticamente forte!
 Eu estudo os mitos e lendas da Região de Sinnoh.
 Então você estuda esses tais "Guardiões da Aura"?
 Eu já devo ter esbarrado com o tema em um livro ou outro, mas no momento, eu estou interessada em pesquisar o Pokémon de controla o tempo, uma das principais divindades da antiga Sinnoh!
 Puxa! Celebi?
 Não, não. Celebi é um Pokémon Mítico que dizem viajar no tempo... Esse que eu estou pesquisando é o próprio tempo encarnado, a razão de o tempo fluir do passado em direção ao futuro... Dialga. Mas como eu ia dizendo... Talvez minha avó tenha pego um de meus livros e ficado com essa história de "Guardiões da Aura" na cabeça.
 Ah, entendi.
 Por favor, perdoe-nos.
 Está tudo bem.
Ash acenou e começou a se afastar de fininho, todo constrangido, enquanto ouvia a velhinha bufar com a neta:
 Aff, Cynthia!!! Sua estraga prazeres...
*Ato III: A Investida Trovão*

"O usuário se eletrifica e ataca o alvo. Isso também prejudica bastante o usuário e pode deixar o alvo paralisado."

Ash seguiu sua jornada como se nada tivesse acontecido. Todos os seus exames continuavam sem acusar nada. Ele já estava começando a ficar preocupado, mas não a ponto de deixar que isso o impedisse de continuar avançando com seu objetivo de obter todas as insígnias da Região...


Aos poucos, ele estava vendo todo o resultado de seu esforço se materializar nas novas formas e movimentos de seus amigos Pokémon, que seguiam evoluindo em um ritmo acelerado.


Ao chegar na cidade Canalave, Ash enfrentou Byron, pai de Roark, pela Insígnia da Mina.


O campo de batalha era cercado por estruturas metálicas e grandes pilares de aço, combinando com a grande capacidade defensiva do time do Líder de Ginásio. Quando a batalha começou, o primeiro Pokémon que Byron escolheu foi sua Wormadam (Casaco de Lixo), para sondar o time de Ash. Não era um Pokémon forte, nem de longe, mas estava ali para entender como Ash batalhava. Ash, por sua vez, escolheu Staraptor para começar. O pequeno Starly havia crescido tanto, que agora estava mais forte do que sua própria mãe um dia já fora. Staraptor dançava pelos ares em voos rápidos, aproveitando sua velocidade para confundir Wormadam. Mas lá pelas tantas, Byron pega Ash de surpresa ao ordenar um Hiper Raio. Wormadam disparou o poderoso feixe de energia, que saiu rasgando, mas Staraptor foi veloz e se esquivou na vertical, subindo aos céus. Em seguida, o Pokémon de Ash desceu em alta velocidade,  usando Pássaro Bravo para golpear Wormadam com força total, e se aproveitando da imobilidade temporária do Pokémon Inseto após o uso do Hiper Raio. A colisão foi tão intensa que Wormadam foi arremessada contra uma das colunas de metal... O golpe foi devastador, derrubando-a antes que ela pudesse ver o que a atingiu...


Byron então chamou seu Magnezone, um Pokémon com uma defesa robusta e uma habilidade assustadora de controlar o campo de batalha. Ash esperou que ele utilizasse algum movimento de Tipo Elétrico para fritar Staraptor, mas surpreendentemente Magnezone começou com o Supersônico, emitindo ondas sonoras dissonantes que deixaram Staraptor desorientado no ar. A partir daí, foi ladeira abaixo... Staraptor começou a bater a própria cabeça nas paredes enquanto voava adoidado, se atirando para tudo quanto era lado, na mais completa confusão. Ele já havia se machucado com o uso do Pássaro Bravo anterior, e agora estava condenando a si mesmo à derrota. Sem opção, Ash enviou Monferno ao campo. O Pokémon que outrora pertencera a Paul, então começou a correr ao redor de Magnezone, desviando de todos os seus ataques. Ash então teve uma ideia inusitada: ordenou que Monferno usasse Cavar, mas não entrasse no solo, apenas criasse um buraco no campo de batalhas. Com um Soco Mach, Monferno enviou Magnezone diretamente para o solo, envolvendo o Pokémon de Byron em um ambiente que representava sua maior fraqueza: terra. Byron tentou recuar e trazer Magnezone de volta à pokébola, mas a luz não conseguia atingir o buraco. Preso e sem poder flutuar para fora, Magnezone era uma vítima fácil. Bastou um Lança-Chamas para Monferno acabar com ele.

         

Com Magnezone derrotado, Byron enviou seu último Pokémon: Probopass, uma montanha de aço com alto poder defensivo. A maior arma do Pokémon de nariz peludo era sua Bomba Magnética, que criava esferas de metal flutuantes que circundavam o adversário, prontas para explodir a qualquer momento. Mas esta não era a única ameaça a Monferno, já que Probopass também tinha ótimos ataques de Tipo Terrestre. Com a queda do Tipo Fogo, Ash não hesitou em substituí-lo por Buizel. O Pokémon de água entrou em cena e, com uma rápida manobra, usou Pulso d'Água para destruir todas as esferas metálicas que o cercavam. Aproveitando o momento de distração, Buizel continuou com um combo de ataques, direcionando os golpes em duas áreas estratégicas: primeiramente nos Mini Noses, as três unidades independentes que cercam o corpo do Moai de Páscoa; depois diretamente nas juntas do mesmo, enfraquecendo todas as suas defesas. Probopass tentou resistir, mas Buizel saltou sobre o Pokémon gigante, golpeando-o de cima com uma ofensiva final, que derrubando-o com um estrondo... 

         
  
Seis insígnias! Ash estava no seu ápice! E a caminho da Cidade Solaceon, para mais um Concurso Pokémon de Zoey, Ash se deparou com o último membro da entrar em sua equipe de Sinnoh... Ele já estava com seis Pokémon, um time completo, mas quando soube da história de Gible, não hesitou em querer convidá-lo a integrar sua party.


O pequeno Pokémon Dragão cuja boca representava uns 30% de seu corpo, era conhecido como "O Destruidor de Casas", e temido pelos treinadores locais. Gible vagava furiosamente pelas rotas ao redor de Veilstone)... Após Caçadores de Pokémon levarem sua mãe, Garchomp, Gible ficou completamente descontrolado, desenvolvendo um ódio profundo por todos os humanos. Movido pelo desespero de reencontrar sua mãe, ele chegou à cidade Veilstone e, usando o poderoso movimento Meteoro de Dragão que Garchomp o havia ensinado, destruiu um bairro inteiro, deixando um rastro de devastação por onde passava.

 

Por sorte, Veilstone estava preparada para desastres desse tipo, já que no passado, a cidade havia sido vitimada por chuvas de meteoros, então as pessoas conseguiram reconstruir suas casas com facilidade, mas o pânico gerado pelo ataque de Gible ficou marcado na mente de todos. Desde então, "o destruidor de casas" se tornara uma ameaça constante, atacando violentamente qualquer treinador que ousasse atravessar seu caminho, bloqueando as rotas e impedindo o trânsito.

 

Quando Ash chegou à rota 215 e, consequentemente, à rota 210, ouviu os rumores sobre o pequeno Pokémon que parecia "nadar" no solo, como se estivesse nadando na água, apenas a barbatana para fora, e atacando inadvertidamente todos os treinadores que por ali passavam.


Em vez de se intimidar, ele ficou ainda mais interessado a ajudar o Pokémon. E mesmo sabendo do perigo, Ash fez de tudo para encontrar Gible cara a cara. Ao vê-lo, Gible imediatamente lançou um ataque feroz, disparando pedras e raios de energia em ataques ininterruptos. Sua intenção era MATAR. Ash, mesmo sendo atingido e levado ao chão várias vezes, se levantava repetidamente, recusando-se a recuar. Ele sabia que Gible estava agindo assim por causa da dor e da perda de sua mãe, e não por maldade. Se Ash queria mesmo se tornar um Mestre Pokémon, ele a sua vontade de fazer amizade com todos os Pokémon deveria ser inabalável, e esta era uma prova que ele precisava passar, um teste de sua capacidade como futuro mestre. Então, quando Ash estava próximo o suficiente, ele começou a mostrar todas as suas insígnias a Gible, sempre com um sorriso no rosto, tentando provar não só que era um treinador de respeito, mas que também era forte.

Ash exibiu uma a uma suas conquistas, começando pelas insígnias de Kanto, passando pelas Ilhas Laranja, Johto, Hoenn, Sinnoh, e até mesmo os Símbolos da Batalha da Fronteira, o qual havia se consagrado Campeão no passado.







Gible, que até então o atacava sem piedade, parou para observar. Ele ficou impressionado com a quantidade de insígnias que Ash possuía. Para qualquer Pokémon selvagem (Que naturalmente sentia inveja/ciúmes dos Pokémon treinados), isso significava que Ash era um treinador verdadeiramente habilidoso, alguém que havia superado inúmeros desafios e derrotado os mais fortes oponentes ao lado de Pokémon que ele treinou e coordenou, permitindo que crescessem e evoluíssem ao seu lado. A persistência de Ash e sua disposição em se machucar para mostrar suas boas intenções começaram então a quebrar essa barreira de ódio que Gible havia construído. Finalmente, o Destruidor de Casas cessou os ataques e ficou quieto, encarando Ash com curiosidade e respeito.

Aproveitando a deixa, Ash se aproximou ainda mais de Gible e fez um convite: que ele se juntasse a Ash em sua jornada. O treinador de Pallet prometeu que, juntos, eles procurariam pela mãe de Gible, e que ele nunca mais precisaria estar sozinho ou odiar os humanos. Sentindo a sinceridade e a compaixão nas palavras de Ash, Gible aceitou a proposta, permitindo que Ash o capturasse. A partir daquele momento, "O Destruidor de Casas" morreu para dar lugar a um valioso membro do time de Ash.

Ao se aproximarem da Cidade Snowpoint, o grupo precisou lidar com a notícia de que Zoey se afastaria, pois não gostaria de voltar à cidade e reviver toda a tragédia de sua infância, pelo menos não por enquanto. Ash e Nando respeitaram sua decisão e se separaram temporariamente da garota, enquanto Ash correu para enfrentar a sétima líder de ginásio, Candice. A líder, por sua vez, era amicíssima de Zoey, lamentou que elas não tivessem se reencontrado, mas entendia a decisão da coordenadora em evitar a neve por um tempo.


Com a insígnia do Sincelo em jogo, Ash resolveu dar tudo de si, mesmo que muitos dos Pokémon em seu time apresentassem desvantagem ao tipo Gelo, enquanto Candice, por outro lado, se destacou como a primeira líder de Sinnoh a utilizar 4 Pokémon na partida. O campo de batalha estava coberto por uma camada espessa de neve e algumas partes lembravam uma pista de patinação Russa, como aquelas vistas na Zona de Batalha, mais ao norte de Sinnoh. O ar gelado parecia cortar a pele. Um ambiente verdadeiramente inóspito, insuportável, mas Candice não parecia ter medo do frio, ela usava saia e mangas curtas.


A líder começou com Piloswine, e Ash com Grotle. Um tinha vantagem sobre o outro, graças ao Tipo Terrestre do Pokémon suíno. Este, porém, tinha o privilégio da prioridade, graças a seu movimento Caco de Gelo, uma rajada de fragmentos afiados as quais Grotle não conseguia desviar, já que agora que evoluiu, perdeu grande parte da agilidade que tinha como Turtwig. Ponto para Candice!


Mas Ash não desanimou com a derrota de Grotle, e logo enviou Monferno, que rapidamente nocauteou Piloswine, vingando o companheiro de equipe. Candice, sem perder tempo, enviou Glaceon para o campo. A Eeveelution tinha o poder de criar uma Nevasca que envolvia todo o campo, dificultando a visão de Monferno. Mas Monferno era realmente muito bom. Ash não entendia porque Paul o havia abandonado... Estava há tão pouco tempo na equipe e já havia se tornado seu ás. Movendo-se com agilidade, ele conseguiu evitar diversos golpes gelados... A estratégia de Ash foi usar o terreno a seu favor: Monferno desferiu um Soco Mach direto no chão, quebrando a camada de gelo e fazendo Glaceon perder o equilíbrio. Aproveitando a brecha, Monferno se lançou com um golpe fulminante, atingindo Glaceon antes que ele pudesse reagir.


Quando Candice chamou Glalie, entretanto, as coisas começaram a ficar divertidas e, de certa forma, inusitadas... Glalie começou a girar em alta velocidade, usando a Proteção para criar uma tempestade de gelo ao seu redor enquanto se defendia. Ela almejava utilizar aquela estratégia em um Super Concurso da Região de Sinnoh algum dia, e resolveu tentar introduzi-la na partida. Ash, por sua vez, pensou que talvez pudesse se apropriar da mesma para futuras batalhas, e foi assim que surgiu o seu famoso "Escudo Contra-Ataque". Com Monferno derrotado, o garoto de Pallet trouxe Floatzel para o campo.


Com sua velocidade, a forma evoluída de Buizel começou a correr em círculos ao redor de Glalie, criando uma corrente de ar que enfraqueceu a tempestade de gelo. Então aumentando seu poder físico com a Força Bruta repetidas vezes, até maximizar o poderio ofensivo de Floatzel. O tipo água terminou atacando Glalie com toda a sua força. O impacto foi tão forte que fez Glalie colidir contra as paredes do ginásio em um baque surdo, sendo derrotado em um único golpe.


Finalmente, Candice enviou sua Pokémon mais desafiadora, Froslass, que surgiu do meio da neblina como um espectro fantasmagórico. Froslass não tinha medo de Floatzel, assim como não teve medo de deixar Ash com apenas um Pokémon, forçando-o a enviar Staraptor para o campo de batalhas. Staraptor não lidava bem com o frio, mas por outro lado, tinha imunidade à obliterante Bola Sombria de Froslass. Ash, percebendo a velocidade e agilidade de Froslass, decidiu usar a própria natureza fantasmagórica de seu oponente contra ela. Ele fez Staraptor voar diretamente em direção a Froslass, mas no último segundo, mandou-o subir abruptamente, criando uma corrente de ar forte com suas asas poderosas. A corrente fez com que a leve e etérea Froslass fosse arrastada para cima, desorientando-a temporariamente. Aproveitando o momento, Staraptor mergulhou em um arco amplo, circundando Froslass e criando um vórtice de vento ao redor do Pokémon fantasma, que não sabia voar, propriamente dito: ela apenas flutuava. Isso desestabilizou Froslass completamente, impossibilitando que ela permanecesse constante.

        

Com Froslass presa no vórtice e lutando para manter o equilíbrio, Ash ordenou que Staraptor usasse Asas de Aço. Mas, em vez de atacar diretamente, Staraptor utilizou o movimento para cortar através do vórtice, dividindo o ar ao redor de Froslass e colidindo com ela por trás, onde sua defesa estava mais vulnerável. Froslass, surpreendida pela estratégia inesperada e sem tempo para contra-atacar, foi atingida em cheio, sendo lançada ao chão e ficando incapacitada de continuar a luta... E para um Pokémon que inicialmente não sabia voar, Staraptor estava tendo uma evolução e tanto... Que desempenho!!

Hora de dar o fora daquela cidade dos infernos... Digo, "INVERNOS".

Passado o embate com Candice, Ash e Ferdinando se reencontram com Zoey, que está animadíssima, pois nesse meio tempo, conquistou sua quinta e última fita, classificando-se para o Grande Festival. Nando também está entusiasmado, pois está se preparando para um concurso musical promovido pela Campeã Cynthia, que consiste na criação de uma canção original. O primeiro colocado terá sua música incorporada à Sala da Campeã no Palácio da Liga Pokémon durante partidas oficiais. O segundo colocado será o nome por trás da trilha sonora da Elite dos 4. E o terceiro lugar será o músico que dará qualidade sonora às apresentações do Grande Festival.

Ash, vendo a evolução de seus amigos, não quis ficar para trás. Ainda havia mais um desafio pela frente em sua jornada: enfrentar Volkner, o último Líder de Ginásio. E para isso, ele sentiu que precisava se preparar mais. Embora tenha vencido Candice, ele sentiu uma certa dificuldade durante a partida, o que podia ser um indicador de que seu time estava começando a ficar com uma disparidade de nível em relação ao nível dos Pokémon dos Líderes. Por isso, em sua estadia em um Centro Pokémon qualquer, ele resolveu que queria treinar contra outros treinadores. Infelizmente não havia ninguém. Ninguém, exceto...


...a própria Enfermeira Joy local, que parecia feliz em ajudar. Na verdade, ela própria era uma excelente treinadora e só não estava em jornada por conta do emprego no Centro Pokémon. Mãe de dois bebês, Mime Jr. e Happiny, ela parecia ser uma oponente fácil de derrotar, mas só parecia.

 

Isto porque os dois picorruchos estavam no Nível 100, isto é, o nível máximo, e só não haviam evoluído ainda porque... Bem, ela os achava fofos naquela forma!


Durante o treino com a Enfermeira, Ash conseguiu evoluir não apenas um, mas dois de seus Pokémon. Gible para Gabite, e Grotle para Torterra, este último tendo aprendido a lidar melhor com a perda de sua velocidade ao evoluir, tornando-se um verdadeiro tanque defensivo agora no estágio final.


E é claro que Ash iria utilizá-los em sua última partida de Ginásio, na Cidade Sunyshore... E por sua vez, na manhã seguinte...


 Olááá. Tem alguém aí?
 Hã?
 Ah, aí está você, Volkner. Lembra-se de mim?
 Ash! Pikachu! Vocês vieram! Mas é claro que eu lembro! Estive aguardando vocês esse tempo todo!
 Nós conseguimos, Volkner! Derrotamos os sete Líderes de Ginásio de Sinnoh e conquistamos as sete Insígnias! Só falta você... E a aprendizagem da Investida Trovão que você nos prometeu, é claro!
 Vejo que você e Pikachu cresceram juntos. Mas será que você está pronto para "manusear" um movimento tão poderoso quanto esse?
 Eu sabia que você diria isso, então eu vim preparado para lhe mostrar em batalha! Você está aceitando novos desafios, não está?
 Só se for agora...
Volkner pega uma de suas pokébolas. Ash abre um sorriso. O desafia estava para começar.
 Opa! É assim que eu gosto! Valendo a insígnia e a Investida Trovão?
 Valendo a insígnia e a Investida Trovão.
 Ótimo! Nós não vamos te decepcionar, Volkner. Eu prometo.
 
A batalha começou com Volkner enviando Pachirisu para o campo. Ash escolheu Gabite como seu primeiro Pokémon. Já que seu STAB Faísca não funcionava contra o Pokémon que Ash escolheu, Pachirisu tinha que vencer aquela partida se apoiando em outras técnicas. Assim, ele começou a se mover rapidamente com uma combinação de Cativar Ataque Veloz, fincando lâminas estelares nas juntas de Gabite, atravessando mesmo um couro grosso como o do tubarão terrestre. Ash então ordenou que Gabite usasse Tumba de Areia, mas em vez de lançá-la diretamente, Gabite direcionou o movimento para o chão ao redor de Pachirisu, criando um círculo de areia e pedras que limitou os movimentos do pequeno Pokémon. Com Pachirisu encurralado, Gabite lançou uma poderosa Fúria de Dragão, atingindo Pachirisu e forçando Volkner a retirá-lo do combate.


Volkner então enviou Electivire, um Pokémon robusto contra o qual Ash teve uma experiência ruim no passado. Paul... Como não se lembrar dele? Gabite tentou continuar a batalha, mas Electivire contra-atacou rapidamente com um Soco de Gelo, acertando Gabite com força e desestabilizando-o. Ash percebeu o perigo e então chamou Torterra para o campo. Torterra, com sua estrutura colossal, se manteve firme contra os ataques de Electivire. Quando Electivire tentou um Lança-Chamas, Torterra usou Escalada, subindo em uma das rochas do campo de batalha e evitando o golpe com um salto incrível para um Pokémon lento. Aproveitando a altitude, Torterra concentrou clorofila em uma Bola de Energia, lançando-a diretamente em Electivire, que até tentou usar Proteção, mas a força do ataque foi tão intensa que quebrou a barreira, atingindo Electivire em cheio. Mesmo assim, Electivire conseguiu se recuperar e desferiu mais um Soco de Gelo, que, apesar de derrubar Torterra, também deixou Electivire exausto, consumindo toda a sua stamina.

        

Bastou um golpe bem dado do Gliscor de Ash para nocautear Electivire, e na sequência, Volkner enviou um Pokémon no mínimo curioso: Rotom (Calor), que lembrava um forno de cozinha. Ash já havia batalhado contra um Rotom no Ginásio de Fantina, mas se ele bem se lembra, o Pokémon era completamente diferente! O que aquela nova forma de Rotom escondia? Enquanto tentava desvendar esse mistério, Ash comandou Gliscor para uma ofensiva. No entanto, Rotom interceptou com Fogo Fátuo, lançando chamas espectrais que dançavam ao redor de Gliscor, causando queimaduras que não só consumiam a vitalidade do morcego como também cortavam seu ataque físico pela metade. Mas Ash, com uma estratégia improvisada, ordenou que Gliscor usasse Nocautear para dissipar as chamas, golpeando o ar ao seu redor e desfazendo o ataque. Rotom então continuou com o Superaquecimento, mas Gliscor, ao invés de esquivar, lançou Gume de Pedra no chão, criando uma barreira de rochas que absorveu parte do impacto. No último momento, ambos os Pokémon colidiram com seus ataques finais: Descarga de Rotom combinado com Superaquecimento (como nos Contests) contra Asas de Aço de Gliscor. A explosão resultante dos golpes foi tão poderosa que deixou o campo de batalha em ruínas, e quando a poeira baixou... ambos os Pokémon estavam incapacitados de continuar, resultando em um empate...

                

 Chegou a hora do nosso embate final, Ash. Acho que você já sabe qual será meu último Pokémon...
 Pikachu...
 Isso mesmo.
 Neste caso, vamos dar o nosso máximo, Pikachu!
 *Concordando* Pika, pika!

  

 Espere!
 Hã?
 Antes de começarmos a batalha... Eu vou cumprir a promessa. Vou lhe ensinar o movimento.
 Sério?
 Sério. Mas você tem que me prometer que não vai abusar desse poder e machucar o Pikachu.
 Eu jamais faria uma coisa dessas, não é, amigão?
 *Concordando* Pikaaah!
 Além disso, nós já lidamos com movimentos perigosos no passado, como o Desmantelar e a Faca de Dois Gumes, e continuamos lidando até hoje, como com o Pássaro Bravo e a Blitz de Labaredas.
 Você está MESMO pronto para isso, Ash?
 Eu confesso, Volkner. Decepcionei o Pikachu muitas vezes ao longo desta e de outras jornadas. Cometi muitos erros em minha trajetória e muitos vacilos dos quais eu não me orgulho. Mas Pikachu está comigo desde a infância, nós crescemos juntos. E sempre que eu penso em partir em uma nova jornada, eu penso em fazer isso COM ELE. Não faz sentido para mim ir para qualquer lugar novo, explorar qualquer desafio, sem a sua presença. Eu jamais colocaria sua vida em risco... Na verdade, eu sinto que talvez a minha vida ficasse em risco caso qualquer coisa ruim acontecesse ao Pikachu...
 Resposta Certa. Acompanhem-me, por favor. A partir de hoje, o poder de seu Pikachu vai mudar. Ele vai alcançar um novo status. Entrego em suas mãos essa responsabilidade, Ash.
 Eu aceito.

O treinamento começou de forma árdua... Para dominar o Investida Trovão, o Pikachu de Ash precisaria primeiro fortalecer sua resistência elétrica. Volkner montou um circuito de treinamento utilizando grandes bobinas de Tesla que lançavam faíscas constantemente, estalando perigosamente pelos ares.


O Pikachu de Ash teve que correr entre os raios, absorvendo pequenas descargas elétricas para acostumar seu corpo à energia intensa necessária para o movimento. A cada passada, as faíscas se tornavam mais intensas, e Ash observava preocupado, mas confiando na capacidade de seu parceiro, afinal, se Pikachu foi capaz de confiar que Ash não sairia mais no soco com Paul, cabia agora ao Ash confiar que Pikachu sabia o que estava fazendo. O Pikachu de Volkner, por sua vez, liderava o caminho, demonstrando como canalizar a energia através de seu corpo e transformá-la em um impulso poderoso, que seria essencial para executar o ataque.


Após várias horas de treinos focados em resistência, Volkner intensificou o regime, introduzindo exercícios de precisão. Pikachu precisava lançar pequenas rajadas de eletricidade em alvos móveis que surgiam ao longo do campo de treinamento, mantendo a carga estável enquanto ajustava sua mira. Essa parte do treinamento exigia concentração absoluta. Para manter o equilíbrio entre poder e controle, o Pikachu de Ash precisou aprender a sincronizar seus movimentos com sua carga elétrica, evitando o excesso de energia que poderia causar um curto em seu circuito interno e prejudicar seu desempenho. O Pikachu de Volkner monitorava de perto cada tentativa, corrigindo a postura e a técnica do Pikachu de Ash, enquanto o treinador de Pallet incentivava seu parceiro a continuar, mesmo quando ele parecia exausto.


Na etapa final do treinamento, Volkner colocou os dois Pikachu frente a frente. O objetivo era simples: cada um deles teria que executar a Investida Trovão simultaneamente, lançando-se um contra o outro em um duelo de pura energia. Ele passou as instruções com precisão e o Pikachu de Ash, que havia concentrado muita energia dos treinos anteriores, poderia executar o movimento com maior facilidade neste primeiro momento.

 AGORA!
Pikachu sentiu a eletricidade percorrer seu corpo, e quando Volkner deu o comando, ambos os Pikachu se lançaram com uma explosão de faíscas e trovões. A colisão foi brutal, arremessando com força os dois roedores elétricos, um para cada lado. Mas o Pikachu de Ash conseguiu manter o controle e, pela primeira vez, executou com sucesso o movimento. Ele caiu de pé, exausto, mas com uma nova técnica dominada... e um sorriso de satisfação por saber que havia se tornado motivo de orgulho para Ash!



Com o sol se pondo no horizonte, banhando o campo de batalha do ginásio de Sunyshore em uma luz dourada, Ash e Volkner se preparavam para um confronto final entre seus Pikachu. Os dois Pikachu se encaravam no centro do campo, faíscas de eletricidade estalando em suas bochechas, enquanto Nando e Zoey apenas observavam, na arquibancada.

Volkner fez a gentileza de começar comandando o seu Pikachu a utilizar o Cavar, desaparecendo rapidamente no solo. Ash sabia que seu Pikachu estava em desvantagem se ficasse no chão, então, sem perder tempo, ordenou que ele usasse Cauda de Ferro no próprio chão. O impacto foi tão forte que criou uma pequena onda de choque, forçando o Pikachu de Volkner a emergir antes do esperado. Aproveitando a oportunidade, o Pikachu de Ash avançou com um Ataque Rápido, acertando o oponente no momento em que ele saía do buraco. O Pikachu de Volkner foi lançado para trás, mas com um giro no ar, caiu de pé, pronto para continuar a luta.


A Investida Trovão, no entanto, não era o único movimento excepcional que o Pikachu de Volkner sabia usar: logo na sequência, o líder ordenou que seu parceiro usasse Surf, uma jogada que Ash não esperava! O Pikachu de Volkner então conjurou uma grande onda de água que começou a varrer o campo. Ash, no entanto, pensou rápido. Ele sabia que a água amplificaria os ataques elétricos, então ordenou que seu Pikachu usasse Choque do Trovão diretamente na onda. A eletricidade percorreu a água, atingindo o Pikachu de Volkner em pleno ato de execução do ataque. Isso criou uma explosão de energia que surpreendeu a todos e deu a Ash uma breve vantagem, enquanto o Pikachu de Volkner se esforçava para resistir ao impacto.


Recuperando-se rapidamente, Volkner decidiu ir com tudo: Hora da Investida Trovão! O Pikachu do Líder de Ginásio canalizou toda a sua energia e se lançou contra o Pikachu de Ash, envolto em uma camada de pura eletricidade. Ash sabia que precisava pensar rápido. Quando os dois Pikachu estavam prestes a colidir, ele ordenou que seu Pikachu usasse Cauda de Ferro novamente contra o chão, mas desta vez para se lançar no ar em um salto acrobático.


O Pikachu de Volkner passou diretamente por baixo, e Ash imediatamente deu o comando para usar Investida Trovão de cima. O Pikachu de Ash desceu do céu como um relâmpago, acertando o Pikachu de Volkner com força total, antes que ele pudesse reagir... Um acerto crítico!!

A colisão resultou em uma explosão de luz, eletricidade e poeira que cobriu o campo. Quando a poeira finalmente assentou, os dois Pikachu estavam ofegantes, mas ainda de pé. No entanto, o Pikachu de Volkner finalmente cedeu ao cansaço e caiu de joelhos, incapaz de continuar.


Ash correu para abraçar seu parceiro, enquanto Volkner sorria, impressionado com a criatividade e a força de Ash e seu Pikachu. E ao final do conflito, não deu outra: Ash recebeu a Insígnia da Baliza, completando sua coleção Sinnohana de emblemas.
 Agora nosso objetivo na região de Sinnoh foi concluído, Pikachu... Para que região será que vamos viajar a seguir?
 Espere! Mas o desafio da Liga Sinnoh ainda não acabou. Você não vai enfrentar a Elite dos 4?
 Eu não tenho interesse na Liga. Meu objetivo é me tornar um Mestre Pokémon.
 Oh, então você quer fazer amizade com todo e qualquer Pokémon, certo? Pois eu sei de mais uma coisa que você pode fazer antes de partir de Sinnoh...
 Hã?
 Se você quer mesmo se tornar um Mestre Pokémon, precisa abrir seu coração para todo e qualquer Pokémon. Mas será que você é capaz de conquistar a amizade de um Pokémon cujo coração se fechou para os seres humanos há tanto tempo que a sua própria existência passou a ser considerada um mito?
 Um Pokémon Mítico?
 Isso mesmo. A Campeã Cynthia acabou de descobrir o paradeiro de um verdadeiro Pokémon Mítico, Darkrai, em uma ilha próxima. A ilha é uma reserva natural, então é proibida a entrada de treinadores, mas Cynthia conseguiu abrir uma exceção para os mais hábeis treinadores de Sinnoh tentarem capturar Darkrai ao lado de dela (para fins de estudos, é claro). Eu fui convocado. Posso pedir para incluírem você na lista, se quiser. Você topa?
 Um Pokémon Mítico... É, dizem que os Pokémon míticos e lendários não se abrem para os humanos tão facilmente. Será uma prova para mim enquanto candidato a Mestre Pokémon. Se eu conseguir amigar com Darkrai, então consigo amigar com qualquer Pokémon!
 Pensei que diria isso... Receio, no entanto, que seus amigos não possam ir junto.
 Hã? Nando...? Zoey...?
 Está tudo bem, Ash.
 Estamos com você, mentalmente.
 Sabemos do que você é capaz. Nenhum outro treinador é tão bom em conquistar o coração dos Pokémon quanto você!
 Aceite o convite de Volkner e vá até essa ilha. Você merece.
 Obrigado pessoal, eu vou dar o meu melhor.



Mas a caçada por Darkrai começaria a apenas dali alguns dias. Ou melhor dizendo, noites, durante a Lua Nova, quando seria mais provável o encontro com Darkrai... Até lá, o resultado do concurso de Nando saiu.


A canção que ele nomeou como "Sinfonia de Topázio e Turmalina, em G Menor, n. 2" (em homenagem a suas seções de desestresse no Underground) acabou ficando em terceiro lugar na competição, o que significava que ele não iria representar a Liga Pokémon de Sinnoh, mas ainda era uma vitória, pois a melodia composta com todos os seus Pokémon, Roserade, Lopunny, Sunflora, Kricketune, Altaria e Armaldo, iria embalar o próximo Grande Festival, que já estava em vias de acontecer!


Zoey, por sua vez, estava mais do que preparada. Seu time, composto por Glameow, Mismagius, Lumineon, Gastrodon (Mar do Oeste), Gallade e Leafeon, havia crescido e se tornado tão bom em batalhas quanto em apresentações. Eles sabiam misturar movimentos, criar combinações e esparramar pelos palcos de Sinnoh muito "appeal" em performances de encher os olhos da plateia! Mas também sabiam lutar como verdadeiros defensores de sua treinadora, podendo nocautear qualquer adversário em minutos!


E foi a combinação destes fatores que levou Zoey à final do torneio mais importante da Região de Sinnoh!









De forma resumida, o evento foi apresentado pela "magnifique" Fantina, enquanto os jurados eram os já famosos Sr. Sukizo, Sr. Raoul Contesta, a Enfermeira Joy da Cidade Jubilife, e o Lendário Wallace.

 
 
 

Mas a verdadeira competição se formou quando Zoey enfrentou seu amigo e rival Kenny nas finais, em um embate épico entre Empoleon e Mismagius!


O pinguim imperador, com sua enorme resistência devido à sua parte Tipo Aço, lançou uma série de ataques poderosos com Beleza, Vigor, Graciosidade, Estilo e Inteligência, entre os quais pode-se citar o ataque definitivo Hidro Canhão, o Bico Broca e o Raio Congelante. Mas Mismagius, usando sua agilidade e sobretudo, suas habilidades ilusórias, evitava os golpes com uma delicadeza assustadora e precisão, respondendo com sua Folha Mágica, Onda de Choque e Onda Psíquica. No momento decisivo, Zoey ordenou que Mismagius utilizasse Raio Confusão para desorientar Empoleon, seguido por uma combinação final de Onda de Choque com Folha Mágica, que minou completamente os pontos de Kenny, selando a vitória de Zoey e garantindo-lhe o título de Top Coordenadora.


Ash, Nando e todos os seus Pokémon comemoravam enquanto Zoey erguia, orgulhosa a taça da fita, mas foi quando ela deu seu discurso de vitoriosa, que uma lágrima de emoção escorreu no rosto de todos que a acompanhavam...

 A todas as crianças e cuidadoras que perderam a vida no desastre da avalanche na Cidade Snowpoint há 15 anos atrás, eu dedico esta vitória. O prêmio em dinheiro que eu acabei de receber será doado para a ONG Preserva Piconeve, presidida pela Líder de Ginásio Candice, e que visa a prevenção de desastres naturais em minha cidade natal.

Após a final do evento, Kenny se aproximou de Zoey nos bastidores, nervoso, mas decidido a fazer uma confissão. Com o coração na mão, ele admitiu que sempre a admirou e que, durante a jornada, havia desenvolvido sentimentos mais profundos pela garota... Zoey, com um sorriso suave, respondeu com delicadeza, dizendo: "Eu jogo no mesmo time que você". A revelação chocou um total de zero pessoas (mais Kenny). O coordenador parou por um momento, processando as palavras, e logo entendeu o recado. Embora surpreso, ele respeitou a honestidade de Zoey e, com um sorriso, estendeu a mão. Zoey aceitou o gesto, e eles selaram sua amizade com um aperto de mãos, reconhecendo-se como adversários, e dispostos a seguir em frente sem deixar que isso afetasse a relação que eles tinham um com o outro.



Era uma manhã gelada de dezembro quando Ash, junto com outros sete treinadores poderosos, subiu a bordo da barca de um velho e enigmático marinheiro chamado Drad.


O céu estava encoberto por nuvens escuras, e uma brisa fria cortava o ar, fazendo as águas ao redor se agitarem de forma inquietante. A barca, uma embarcação robusta e envelhecida pelo tempo, navegava lentamente em direção à misteriosa Newmoon Island. Rumores sobre a presença do Pokémon Mítico na ilha haviam atraído esses treinadores de renome, cada um selecionado a dedo por Cynthia, por sua força e coragem. Todos estavam cientes dos relatos assustadores: pesadelos terríveis acometiam aqueles que ousavam se aproximar da ilha, e os rumores diziam que Darkrai era o responsável por essas visões sombrias.


Na barca, Ash e Pikachu olhavam o horizonte ansiosos, sem saber o que lhes aguardava no futuro... Mas mesmo nervoso, o treinador de Pallet, em seu novo e classudo uniforme, costurado à mão por Nando, estava com boas expectativas acerca de amigar com Darkrai.


Ditetamente ao seu lado, estava Volkner, com um Rotom agora na forma Lavagem, ainda mais bizarro que o forno.


Flint, o Elite dos Quatro, mantinha seu Magmortar ao seu lado, o Pokémon exalando calor em contraste com o frio que permeava o ar.


Candice, que (mais uma vez) era companheira de jornada de Flint e Volkner, estava com um imponente Abomasnow ao seu lado. Pikachu estava com medo, e ficava a todo segundo encarando Abomasnow de canto, mas o Pokémon Yeti / Pé-Grande / Árvore de Natal apenas manteve-se em seu lugar, calado, apenas mexendo os olhos, o que era ainda mais assustador.


Paul, sempre focado e distante, estava acompanhado de seu Nidoking, cuja aura ameaçadora parecia afastar qualquer distração. A estas alturas do campeonato, dava para perceber que o jovem que queria se tornar um Líder de Ginásio tinha uma afeição pelos Tipo Terrestre.


Entre os treinadores, havia também Tobias, um homem enigmático que se escondia por trás de um cabelo longo, apenas absorvendo a interação dos demais, permanecendo em silêncio com seu Latios, um Pokémon Lendário da Região de Hoenn.


Outro treinador arrevesado era Riley, cujo parceiro Pokémon era um Lucario. Mas não um Lucario qualquer: aquele que Paul estava tentando capturar quando Ash infelizmente o conheceu. Paul não queria nem olhar na cara de Riley, estava furioso por ter perdido Lucario para um "engomadinho", isso deixou Ash feliz.

                     

Por fim, Cynthia, a campeã da Liga de Sinnoh, estava presente com sua poderosa Garchomp e um gracioso Togekiss, observando os outros treinadores com um olhar de calma autoridade.


Todos compartilhavam um objetivo comum: desvendar o segredo de Newmoon Island e, possivelmente, enfrentar Darkrai, cujo poder de manipular sonhos e pesadelos era tido como uma verdadeira desgraça pelas pessoas. Mas o próprio Gible de Ash já fora considerado um "Destruidor de Casas" e hoje era um prodígio na equipe do treinador de Pallet, então Ash sabia que qualquer apelido ou estereótipo negativo que as pessoas davam para alguns Pokémon, não era motivo para se assustar, mas para se compadecer. E por falar em Gible, Ash teve um cutuque de perguntar à Cynthia, sua voz tremulando diante da beleza da moça, que o atraía profundamente:


 C-c-com licença... Cynthia?
 Hum? Aaah, oi. É você, Ash! Então você foi o treinador que Volkner recomendou!
 Sim. Sou eu mesmo. Deixa eu te fazer uma pergunta... Essa Garchomp com você... Por acaso ela foi vítima de Caçadores de Pokémon no passado, antes de você a conhecer?
 Não, Garchomp está comigo desde que era um ovo. Eu a vi eclodir em Gible, até se tornar quem é hoje. Por que a pergunta?
 Ah, por nada, não. Deixa para lá.

Todavia, a pergunta que Ash fez a Cynthia despertou a curiosidade de Paul, que estava só ali no canto, observando.
 ..........
Nesse momento, a barca atracou na misteriosa Newmoon Island, coberta por um nevoeiro espesso que tornava impossível enxergar qualquer coisa a meio palmo de distância. O barqueiro Drad gritou da câmara que aquela era a última parada, e que a partir de agora, eles estavam por si.
 Darkrai... Aí vamos nós!
 E que vença o melhor!
 Huh...

*Ato IV: Caça ao Mítico*

Um acampamento foi montado em um claro dentro da densa vegetação que recobria toda a Newmoon Island. A atmosfera era macabra, como se a própria ilha estivesse viva, observando-os com olhos invisíveis. Mesmo durante o dia, a luz do sol mal penetrava a escuridão da floresta, criando sombras alongadas que pareciam se mover sozinhas. O vento assobiava suavemente, trazendo consigo um som quase como um lamento distante, aumentando a sensação de inquietação entre os treinadores. Mas saber que eles precisavam aguardar até o anoitecer para saírem à caça do Mítico era o que mais os estava preocupando... Se aquele lugar já era horripilante de dia, imagine à noite!


Todos os oito treinadores estavam reunidos em silêncio ao redor da fogueira, esperando o cair da noite. A quietude deixava tudo ainda mais tenso. Todos eles competiam entre si, mas precisavam, de alguma forma, ajudarem-se para poderem chegar até Darkrai. De repente, quebrando o silêncio pesado, Paul se levantou abruptamente, seus olhos fixos em Ash.
 Levante-se.
 Hã?
 Chega de fazer-se de inocente. Quero uma batalha, aqui e agora.
 !!!!
 !!!!
 !!!!
 !!!!
A declaração pegou todos de surpresa, e os olhares se voltaram para Paul. Ash levantou a cabeça, encarando Paul direto nos olhos. Embora surpreso, Ash não recuou.


Ele sabia que Paul estava sempre buscando provar algo, mas naquele lugar, naquela ilha que exalava perigo, o desafio parecia ainda mais carregado de significado.
 Se você perder, quero que vá embora desta ilha e desista do Mítico.
 O QUÊ?! Paul, você está louco?!
 O que foi? Tá com medinho, é?
 Não é isso, é que estamos todos aqui para tentar capturar Darkrai para fins de estudo!
 Tsc. Não me faça rir, pivete. Nenhum desses treinadores, exceto a Cynthia, está realmente interessado em estudar Darkrai, mas no poder que ele tem! Aceite esse desafio e vamos colocar de uma vez por todas quem é o treinador mais forte!
 Você só pensa em poder, Paul. O poder te CEGA!
 E daí? Não é isso o que mais importa em nossa sociedade? Poder? Não é isso o que faz com que os treinadores com status de Campeão governem suas Regiões? O que há de errado em ter ambição na vida?
 Ambição é uma coisa, ganância é outra!
 Você fala demais, mas já era esperado. Você está tentando desviar o foco do desafio.
 De jeito e maneira alguma, Paul. Eu aceito a batalha. MAS...
 Mas?
 Tem mais uma condição....
 Desembucha.
 Se você perder, vai ter que pedir desculpas para o Chimchar...
 Hmpf.
 O que foi? "Tá com medinho?" Não foi isso o que você me disse?
 Eu não vou perder. Nidoking, esmague-o como o verme que ele é!
 Grooooooarrr!
A batalha teve um início feroz com o Floatzel de Ash sendo mandado para enfrentar o poderoso Nidoking de Paul. Floatzel usou Redemoinho, criando uma espiral de água que envolveu o coelho rinoceronte de Kanto, tentando desorientá-lo e causar dano com a força da correnteza. Mas Nidoking, resistente, aproveitou a proximidade da água para lançar um Choque do Trovão direto dentro do redemoinho. A eletricidade se espalhou pela água, atingindo Floatzel e o derrubando rapidamente.


Nidoking saiu vitorioso, mas Ash não perdeu tempo e enviou seu Torterra para o campo. Torterra usou sua enorme resistência para suportar os ataques de Nidoking e, ao perceber uma abertura, lançou-se contra ele com toda sua força. O embate foi duro, mas com uma recuperação rápida utilizando Síntese, Torterra absorveu a luz ao seu redor (ainda que pouca), recuperando parte de sua energia, e finalizou Nidoking com um golpe decisivo, garantindo a vitória.

Logo depois, Paul trouxe Gastrodon (Mar do Leste) para a batalha. Gastrodon começou lançando Água Barrenta, um ataque lamacento que cobriu o campo. Torterra, com suas raízes profundas, resistiu ao impacto inicial e aproveitou o solo úmido para se fortalecer ainda mais com sua habilidade de absorção de nutrientes da terra. Com um movimento estratégico, Torterra utilizou a lama ao seu favor, deslizando no chão escorregadio para escapar de ataques com muito mais facilidade (e velocidade!). Ao final, ele surpreendeu Gastrodon, golpeando-o com a árvore em suas costas, neutralizando o Pokémon aquático e garantindo mais uma vitória! Ash decidiu, então, recolher Torterra para descansar, enquanto Paul trouxe seu Gliscor para o campo.


Ash mandou seu próprio Gliscor para o confronto. Para saber qual era qual, bastava olhar para a boca: O de Ash seguia lambendo os beiços, uma característica que se manteve desde que era um pedequeno Gligar esfomeado... Os dois Gliscor, a comando de seus treinadores, se enfrentaram num duelo aéreo, com Paul ordenando um Giga Impacto direto. O morcegão de Paul avançou com velocidade, mas o de Ash desviou no último segundo, subindo mais alto e aproveitando a inércia do ataque de Paul para contra-atacar com a Tesoura X nas costas do oponente. O golpe foi um acerto crítico, derrubando o Gliscor de Paul... A brecha foi dada! Vendo que o seu Pokémon estava arfando, mas ainda não derrotado, Ash recolheu seu Gliscor para descansar, enviando Gabite para o campo em seguida. Gabite entrou decidido e, após uma batalha intensa de esquivas e golpes aéreos, conseguiu derrubar permanentemente o Gliscor de Paul com a Garra de Dragão.


Com a derrota de Gliscor, Paul trouxe envia nada mais nada menos que uma Garchomp, com uma presença imponente e figura familiar para Gabite. O "Destruidor de Casas" que lutava ao lado de Ash parou de responder os comandos de seu treinador, e assim também fez a Garchomp, do outro lado do campo de batalhas. Ash sentiu, em sua aura, que algo incomum estava acontecendo... Aquela era a Garchomp fêmea que foi roubada por caçadores de Pokémon, a mãe de Gible e, que reconhecendo o filho já evoluído, recusou-se a lutar contra o mesmo!


Por mais que Paul fosse um ser humano péssimo, não dava para reclamar dele como treinador. Garchomp estava em ótimas condições! Bem alimentada, bem treinada, com bons EVs, movimentos e atributos, no geral. Gabite sentiu-se aliviado por ver a mãe bem, finalmente acalmando a fúria que o tornou no "Destruidor de Casas". Garchomp, que compartilhava a dor da separação com o filho, aproximou-se e o abraçou, dizendo em língua de Pokémon, que tudo estava bem. Paul, furioso com o comportamento errático de sua Pokémon pseudo-lendária, berrou com ela, mas Garchomp não obedeceu. Ela não atacou o próprio filho. Sem resposta de Garchomp, a juíza Cynthia declarou Gabite como vencedor por desistência do oponente.

 Inútil...

Paul, irritado (quase a ponto de agredir Garchomp, assim como fizera com Chimchar), chamou seu próprio Torterra para a batalha, mais uma espécie que Paul tinha em comum com Ash, apesar dos dois não serem nada parecidos. Gabite tentou enfrentar o Torterra de Paul, mas foi rapidamente dominado pela Tempestade de Folhas do oponente, sendo nocauteado.

Ash então trouxe seu Gliscor de volta para enfrentar o Torterra de Paul. Gliscor tentou usar sua agilidade aérea para desviar dos ataques, mas o Hiper Raio de Torterra foi devastador, atingindo Gliscor em cheio e derrubando-o no chão, sem chances de recuperação.


Com mais um Pokémon fora de combate, Ash enviou Pikachu como sua última esperança. Estalando eletricidade, o redor confiante e veloz conseguiu se esquivar das ofensivas torrenciais de Torterra, aproveitando o momento de recarga do Hiper Raio para lançar um ataque surpresa com Cauda de Ferro. O golpe cortou a árvore nas costas do Torterra de Paul, antes de Pikachu correr pelas costas do jabuti gigante e acertou Torterra de Paul com forçá-lo mais uma vez direto na cabeça, de cima para baixo, derrubando-o e garantindo a vitória...


Agora com o Electivire de Paul no campo, a batalha recomeçou com o Pikachu de Ash  tentando usar sua velocidade a seu favor. Ele atacou com a Cauda de Ferro, girando com agilidade para acertar um golpe direto em Electivire, mas Paul antecipou o movimento. Electivire contra-atacou com um Soco Trovoada duplo, desviando-se no momento exato e acertando Pikachu com um poderoso murro que o jogou para trás.


Ash, sem desistir, ordenou que Pikachu usasse a arriscada Investida Trovão. Pikachu se envolveu em uma aura de eletricidade e se lançou contra Electivire... Mas o golpe teve um efeito inesperado! A habilidade Impulso Motor de Electivire se ativou com seu uso, aumentando a velocidade do Pokémon de Paul ao invés de levar causar dano, enquanto Pikachu seguia sofrendo os efeitos colaterais de um usar golpe tão perigoso e nocivo.


Com sua nova agilidade, tudo o que Electivire precisou fazer foi grudar um Quebra-Telha na cara de Pikachu, acertando-o de cima para baixo e garantindo a vitória de Paul novamente.


Ash, sentindo a pressão, trouxe o já cansado Torterra de volta para o campo. Torterra começou com Escalada, utilizando sua imensa força para erguer-se nas rochas ao redor e descer com um golpe pesado contra Electivire. Mas, com sua velocidade aumentada, Electivire desviou facilmente, lançando-se para o lado e em seguida executando a Dança da Chuva.


Nuvens escuras começaram a se formar rapidamente, e logo a chuva caiu intensamente, favorecendo os movimentos elétricos de Electivire e prejudicando a recuperação com a Síntese por parte do Pokémon de Planta. Torterra tentou usar o solo enlameado a seu favor com Terremoto, fazendo o chão tremer violentamente e criando fissuras por toda a arena. No entanto, isso não foi o suficiente para derrubar Electivire, que saltou sobre as fissuras e usou a água da chuva ao seu favor, lançando um Trovão que desceu das nuvens diretamente sobre Torterra, intensificado pelo clima. O Tipo Terrestre normalmente seria imune a movimentos desse tipo, mas Electivire mirou em um ponto fraco: na boca de Torterra, então o raio plasmático percorreu seu interior, cozinhando os órgãos internos da molhada tartaruga com extrema brutalidade!!!


Na sequência, Paul faz com que Electivire ataque a si mesmo com o Trovão, para ampliar ainda mais sua velocidade. Torterra, ferido mas ainda resistindo, reergueu-se nesse meio tempo e retaliou com o poderoso Martelo de Madeira, tentando acertar um golpe definitivo, mas Electivire, já praticamente intocável devido ao Impulso Motor, esquivou-se agilmente e contra-atacou com outro Quebra-Telha. O golpe acertou Torterra no ponto fraco, aproveitando-se do peso do grande Pokémon para derrubá-lo com um impacto direto. O campo tremeu quando Torterra caiu, incapacitado de continuar, selando mais uma vitória para Electivire.

 

 Patético. Eu teria vergonha de ser chamado de treinador, se eu fosse você.
 Vergonha deveria ter você, que bate em Pokémon!
 Um Pokémon só apanha para um humano se for fraco e não souber lutar!
 Ah, é? Por que não experimenta dizer isso na cara do Infernape?!
 Neeeipe!
O pequeno e indefeso Chimchar estava morto. O que havia agora era um corpulento e vigoroso Infernape adulto, cujas chamas aqueciam mesmo a dois, três metros de distância. Paul olhou torto para o Pokémon, esnobando-o...
 Eu me pergunto de que maneira unir-se a um treinador fraco te faz forte?
 Não somos fracos, Paul. Você vai engolir cada uma das suas palavras... Infernape, ação!
O Tipo Fogo começou a batalha usando sua velocidade para atacar com um *Soco Mach*, avançando como um raio em direção a Electivire. Por mais que estivesse com a velocidade em níveis estratosféricos, ele não poderia correr de um golpe de prioridade. Mas Paul sabia disso e em resposta, ordenou que Electivire usasse Quebra-Telha como defesa, erguendo o braço e bloqueando o golpe com força bruta, desviando o impacto e deixando Infernape exposto.
Aproveitando a brecha, Electivire contra-atacou com Soco Trovoada, acertando Infernape no peito e jogando-o para trás. Infernape rolou no chão, mas rapidamente envolveu sua cauda preênsil em uma árvore e, apoiando-se nela, se reergueu, com as chamas em sua cabeça queimando ainda mais forte. Infernape então cavou rapidamente para o subterrâneo, desaparecendo de vista.
Electivire manteve a posição, observando cuidadosamente o solo para identificar qualquer movimento. De repente, Infernape emergiu bem atrás do gorila, acertando um soco que fez Electivire recuar. Mas Electivire se aproveitou das últimas gotas de chuva que ainda caíam para dificultar o poder dos movimentos de fogo de Infernape e disparar um Trovão certeiro, cuja descarga causou muitos danos à estrutura muscular do adversário.
Mas Ash estava pronto... Ele ordenou que Infernape aquecesse os músculos com seu hálito de fogo, para evitar que ficasse paralisado, e o macaco emergiu sem maiores complicações. Na sequência, Infernape parte rapidamente para um golpe direto com o Soco Mach, que pegou Electivire de surpresa, acertando um golpe direto no queixo do Pokémon elétrico. Electivire, porém, tornou a usar sua Dança da Chuva para modificar o clima. Gotas pesadas começaram a precipitar sobre o campo, apagando parte das chamas de Infernape e diminuindo novamente a potência de seus ataques de fogo. 
Infernape, sem perder tempo, utilizou a água escorrendo pelo chão para sua vantagem, deslizando pelo campo e atacando com Soco Trovoada, tentando sobrecarregar o sistema de Electivire. No entanto, o ataque elétrico apenas ativou a habilidade Impulso Motor de Electivire (a qual Ash havia se esquecido completamente), aumentando ainda mais sua velocidade! Aquele poderia ser um erro fatal (conforme observado por Paul, que fez questão de jogar isso na cara de Ash)... Aproveitando seu novo impulso, Electivire então lançou mais um Trovão que caiu diretamente sobre Infernape, jogando-o ao chão e deixando-o momentaneamente enfraquecido.
Mas Ash sorriu. E então Paul entendeu o porquê de ele ter feito aquilo. Infernape brilhou, seus olhos acendendo de raiva, e as chamas em sua cabeça explodiram, ativando sua habilidade especial, Incêndio.
Com sua potência de fogo aumentada, agora a chuva não era mais um problema. Infernape usou a evolução natural de sua Roda de Fogo: o movimento Blitz de Labaredas, agora com uma força devastadora. Não se engane ao achar que fogo azul é menos quente que fogo vermelho. Pelo contrário... Quanto mais altas as temperaturas, mais os objetos envoltos neste calor tendem para o azul. E assim foi... Electivire tentou resistir, mas a intensidade do ataque flamejante foi demais para ele, queimando o solo ao redor e forçando Electivire a recuar.
Com Electivire exausto e suas defesas abaladas, Ash deu o comando final. Infernape, com uma combinação rápida de Cavar e Soco Mach, desapareceu no chão e surgiu logo abaixo de Electivire, acertando-o com um soco fulminante que o lançou para o alto.
E, enquanto Electivire ainda estava no ar, Infernape saltou furioso (dado o efeito colateral de seu Incêndio), carregando toda sua energia restante em um último Blitz de Labaredas que envolveu o campo em uma explosão de chamas... Quando a fumaça se dissipou, Electivire jazia caído, sem mover um dedo, enquanto o macaco, mesmo ofegante, permanecia de pé, observando extasiado todo o estrago que ele havia feito...
 SEU FILHO DA MÃE, O QUE VOCÊ FEZ?! VOCÊ DEVE ESTAR TRAPACEANDO, SÓ PODE!!!!
 A batalha foi limpa. Ash Ketchum venceu. Pegue suas coisas e retire-se da Ilha. Você está fora da caçada a Darkrai.
 NÃO!
 Mas foi você mesmo quem propôs os termos, Paul!
 Vá se ferrar, seu bastardo!
Bastardo: Paul não fazia ideia do quanto aquela palavra machucava Ash.... Isso porque ele realmente era um filho bastardo, fora do casamento. Infernape sentiu a dor de seu treinador (afinal, todo Pokémon se liga a seu mestre por meio da aura) e rapidamente interviu, colocando o pé no peito de Paul e empurrando-o com força.
Paul cai no chão, sem ar. Agora ele e Infernape estavam quites!
 Vá embora, Paul. Você perdeu.
 Coff, coff... E-e-eu vou...
Humilhado, Paul começa a se levantar devagar, a dor da derrota ardendo muito mais que a dor do chute. Infernape pegou leve com ele. Pelo que Paul fez, ele merecia muito mais! Mas então...
 Ei, Paul. Você está se esquecendo de uma coisinha...
 Hã?
Infernape derruba Paul com prazer de volta no chão lamacento, e pressiona sua cara contra o chão. Aquilo era ao mesmo tempo afrontoso e degradante, Paul se sentiu impotente sob os músculos do Pokémon que outrora ele subjugara com um único chute. E isso fez com que ele imediatamente se lembrasse do pai, que pai nele, no irmão e na mãe, quando chegava bêbado em casa, altas horas da noite! E talvez esse fosse o grande problema de Paul. Talvez, não. Com certeza! Ele aprendeu desde cedo que ou você bate, ou você apanha! E isso fez com que ele se tornasse hostil e amargo, para com tudo e todos! Mas agora que Infernape o havia derrotado de forma ultrajante, havia uma chance de mudar, de rever esses seus conceitos... Afinal, aquela derrota jamais desgrudaria da mente de Paul e por anos e anos a fio, ele pensaria em Ash e se lembraria daquele que destruiu seu ego.
 Você esqueceu de pedir desculpas ao Infernape.
 Neeeipe!
 Isso é um absurdo! Eu não vou pedir nada!
Mas Paul ainda estava muito ferido para tornar-se abruptamente humilde. Essas coisas requerem tempo e muita, muita reflexão. Ash, no entanto, queria uma resposta de imediato.
 Ah, é? Que tal, Infernape,?
 IN - FER - NOOOO!
Infernape pressiona ainda mais a cara de Paul no chão, enquanto Ash dava risada, obrigando Paul a se desculpar. A humilhação fez com que o sangue de Paul fervilhasse, implorando para que aquela situação se encerrasse e ele pudesse sair logo dali. Então ele o fez. Mesmo que de mal grado, mas fez.
 Está bem! Está bem! Me desculpa! Me desculpa! Eu errei, falou? Eu errei! Agora, por favor, tira suas patas de cima de mim!
 *Aliviado* Infern! Neipe!
Paul se levanta todo enlameado, seu orgulho profundamente ferido... Ou melhor: mais que isso. Seu orgulho estava DESTRUÍDO. Mas nem ele imaginava que esse orgulho poderia se destroçar ainda mais.
 Ei Paul... Mesmo que você se torne um Líder de Ginásio de Sinnoh, eu, como Campeã, farei de tudo para que você seja banido e cassado permanentemente! Eu não aceito quem maltrata os Pokémon na minha ou em qualquer outra Liga!
 *Engolindo a seco*
 Pegue suas coisas. Você não é mais bem-vindo aqui.
Paul está bufando, mas mais do que isso... Ash pôde perceber de relance. As mãos do irmão de Reggie estavam tremendo, e seus olhos estavam lacrimejando. Ele estava com medo, com medo de pagar pelas consequências dos próprios atos, e foi embora chorando. Não havia mais nada que pudesse ser feito por Paul. Agora era com ele... Ele é quem precisava lutar para mudar e se tornar um ser humano melhor!
 Muito obrigado, Cynthia.
 Ora, não tem de quê!



Quando a noite começou a cair, Riley se reuniu ao lado de Ash na fogueira, pegando o treinador de Pallet que ainda rememorava sua vitória sobre Paul, de surpresa!
 Este lugar está vago?
 S-s-sim!
Riley se senta no tronco de árvore ao lado de Ash.
 É ótimo ter outra pessoa como eu nessa empreitada de buscar o Darkrai.
 Assim como você?
 Você não é treinado, não é? Eu posso sentir a sua aura lutando para sair de dentro de você, mas você luta para mantê-la presa... Como se uma porta fosse capaz de conter uma explosão! Manter-se cético não vai anular os fatos. Você é um Guardião da Aura, assim como eu, e eu acho que você sabe disso, só tem medo de admitir.
 De novo esse papo de aura?
Riley então toca na testa de Ash e a cabeça do treinador de Pallet começa a doer. Aquela mesma dor lancinante de antes!
 AAAAARRRRGGGHHH!!!!
Quando começa a escorrer sangue pelo nariz de Ash, o que não leva muito mais que dois segundos, Riley afasta o dedo. A dor cessa instantaneamente!
 Você é teimoso!
Os olhos de Ash estão arregalados neste momento. Como Riley fez aquilo? E como ele SABIA que Ash tinha essas dores de cabeça? E mais... Como ele se aproximou de Ash sabendo que possivelmente Ash teria esse dom de sentir a aura de pessoas e Pokémon? O que era isso, afinal de contas? O que era a aura? E por que Ash estava começando a desenvolver essas habilidades justo agora? Teria ligação com o fato de estar em Sinnoh, a terra em que, conforme a avó de Cynthia havia dito, já abrigou inúmeros Guardiões da Aura no passado? Seria por isso que, próximo de Lucario, a cabeça de Ash explodiu pela primeira vez? O que Ash precisava fazer para controlar isso? E que outros tipos de habilidades (além do sexto sentido evidente) ele ainda poderia desenvolver se aprendesse a lidar com a aura de forma ativa? Eram tantas perguntas sem resposta, e todos esses questionamentos se desencadearam de uma só vez, graças à interação com Riley.
 E-e-então... Isso que é a aura?! Eu sou mesmo um Guardião?
 Você é.
Ash finalmente acredita. A velha estava certa!
 Então como... Como eu faço para controlar esse poder?
 Eu vou te ajudar com isso. É uma promessa.



Com Paul fora do grupo, os sete treinadores restantes se prepararam para partir em busca de Darkrai. Era meia-noite e a escuridão envolvia a floresta densa de Newmoon Island. A serração espessa perdoava, e mesmo com inúmeros usos do movimento Desneblinar, nada parecia melhorar a visão. A lua mal iluminava o caminho, e os galhos das árvores balançavam ao vento, produzindo um som sinistro. Era verdadeiramente assustador. Não dava para saber se você ainda estava acordado ou se já estava vivendo um pesadelo de Darkrai. E por falar em pesadelo, eles sabiam que não podiam dormir, pois ceder ao cansaço significaria abrir caminho para os mais terríveis sonhos e distorções da realidade causados pelo Mítico.

Enquanto avançavam com cautela, cuidando onde colocavam cada pé, um urro ecoou pela floresta... Um grito de agonia profundo, carregado de angústia, aflição e poder... DARKRAI! Os corações de todos aceleraram, e os sete correram em direção ao som, pisando nas folhas secas e desviando de galhos e raízes que estavam ali para atrapalhar. Ash e Riley arfavam dando o seu máximo para chegarem até a fonte do grito, até que finalmente alcançaram a uma clareira onde, à luz pálida da lua, avistaram uma figura alta, esguia e ameaçadora: uma mulher com um rosto fino e olhar penetrante.

Diante dela, duas jaulas de metal, aprisionavam não apenas Darkrai, o mítico Pokémon dos pesadelos, mas também Cresselia, o Pokémon lendário dos sonhos, sua contraparte!
As jaulas pareciam estar conectadas a uma espécie de máquina estranha, repleta de luzes e botões que piscavam freneticamente. A mulher observava com satisfação, claramente se deleitando com seu sucesso em capturar dois Pokémon legendários de uma só vez...
 Darkrai!
 E Cresselia!
 Daaaaaark!
 Darkrai, o Pokémon Azeviche, de Tipo Sombrio. Ele persegue as pessoas e os pokémon, causando-lhes profundos pesadelos. Caso queira, pode fazer o seu corpo se tornar um vulto no chão e se locomover neste estado.
 Selia!
 Cresselia, o Pokémon Lunar, de Tipo Psíquico. Cresselia representa a lua crescente. Todo aquele que dormir segurando uma de suas penas, terá garantido sonhos muito felizes. Ela pode curar as pessoas que sofrem com os pesadelos de Darkrai. Só existem fêmeas desta espécie.
 Quem é você?!?!?!
 Huhuhuhu... Eu sou aquela que mudará o mundo!
 Mudar o mundo? Do que é que ela está falando?
 Aquele "G" em suas vestes! Eu já o vi antes! É o "G" da Equipe Galáctica.
 Equipe Galáctica?!
 Uma organização misteriosa que tem espalhado suas raízes pela Região de Sinnoh... Seu objetivo ainda é incerto.
 Acertou em cheio Campeã. Eu sou Neptune, da Equipe Galáctica. O seu único erro, entretanto, foi achar que o seu grupinho ficaria com Darkrai. Ele é meu.
Agora, a mulher se apresentava como Neptune, mas seu nome já foi Sird Storc. Ela era uma das agentes da Equipe Rocket, em Kanto. Ash conhecia a Equipe Rocket de nome, sabia que não eram pessoas boas... Então deduziu que a Equipe Galáctica também não deveria ser.
 Eu estou nessa ilha há duas semanas tentando pegá-lo. Foi só quando eu fui até a ilha gêmea desta aqui, a Fullmoon Island, pegar sua irmã Cresselia de refém, que ele veio voando até mim!
 Estas jaulas possuem um mecanismo de defesa que impede que eles tentem nos colocar para dormir. Na verdade, ela reflete as ondas hipnóticas e faz com que os próprios Pokémon dentro delas adormeçam. Olha só para esses dois... Não são uns anjinhos?
 ZzZzZzZzZzZzZ!
 ZzZzZzZzZzZzZ!
 Infelizmente, eu não consegui pegar Darkrai antes de vocês aparecerem aqui... Uma pena, eu teria evitado cruzar com vocês. Mas como não é o caso, acho que não tem o que fazer. Agora, se me derem licença... Eu estou de partida...
 Ah, você não vai a lugar nenhum! Darkrai parece estar SOFRENDO dentro dessa jaula!!!
 Nós estamos aqui para estudar Darkrai, e não para prendê-lo à força desse jeito!
 Eu cheguei primeiro, eu venci. Darkrai e Cresselia são meus!
 Nós acabamos de expulsar um cara que maltratava Pokémon do nosso grupo! Por que faríamos vista grossa para você?!
 Fique na sua, garotinho. Darkrai virá com a Equipe Galáctica para cumprir seu propósito. Ninguém me impedirá de fazer isso!
 Ninguém, é?
Ash pega a pokébola de Infernape, mas antes que ele pudesse arremessá-la...
 Eu pensaria duas vezes antes de tentar atacar, chuchuzinho.
Ash olha para os lados e de repente, todos os outros cinco treinadores (exceto por ele e Riley) estão rendidos. Um Persian está com as garras em torno do pescoço da Campeã Cynthia. Candice está sendo sufocada por uma Seviper. Um Carnivine mira seus dentes afiados na cabeça de Volkner. Uma Yanmega paralisa Flint com suas vibrações supersônicas capazes de ferir os órgãos internos de seus adversários. E um Lickilicky aperta Tobias com sua língua.


 Vocês acharam mesmo que eu viria sozinha? Saiam das sombras, meus fiéis súditos!
  Hã?!?!

 Veja, que voz é essa que eu ouço?
 É a voz que nos tira do fundo do poço!
 Viajando pelo vento...
 Passando as estrelas...
 Roubando você!
 Levando o caos para toda parte...
 Eliminar a esperança é a nossa arte!
 Uma pétala de rosa é o que há de mais belo no mundo...
 A destruição mundial é nosso trabalho imundo!
 Venus!
 E Uranus!
 E Meowth... Digo, Persian, que é meu nome!
 Tirando de todas as pessoas a fé
 A Equipe Galáctica...
 ...estará no seu pé!
 Woooooobbuffet!
 Mime, mime!
 Um Persian falante!
 Posso ser muito mais do que apenas isso, Guardião da Aura!
 Espere! Aquele cabelo horroroso... Eu o conheço de algum lugar... Já sei! Aquela é Jessie, da Equipe Rocket! E o outro deve ser James! Eles são bandidos famosos! Havia inúmeros cartazes de procurados estampando o rosto deles por toda Kanto, mas eles não estavam  presos?!
 Jessie e James morreram, meu jovem. Agora eles estão sob meu controle.
Dava para perceber, olhando para os olhos de Venus (Jessie) e Uranus (James), que eles estavam sob algum tipo de possessão. Sua vontade pessoal havia sido anulada, e agora eles serviam ao exército da Equipe Galáctica, sem questionar.
 Muahahahah! Viram? É inútil voltarem-se contra Neptune! Eu já venci. Se não querem ficar assim também, é melhor se renderem de uma vez!
 JAMAIS!
 Hã?!
Tobias se soltou, e estava vindo com tudo para ajudar Ash e Riley, para a surpresa de Sird, ou melhor, de Neptune.
 Ash! Riley! Vamos lá!
Com Tobias e seu lendário Latios unindo-se ao embate, Riley e Ash não hesitaram em chamar seus companheiros Pokémon... Riley bradou por Lucario, enquanto Ash fez a escolha mais rápida: Pikachu, que já estava do lado de fora da pokébola.
 Seus idiotas...
Sird bufou, e enviou automaticamente sua Starmie, um Pokémon alienígena de 10 braços que agia de forma esquisita à noite.
Ash, Tobias e Riley formaram uma frente unida contra Starmie. A batalha começou com o Pikachu de Ash abrindo os trabalhos com um Ataque Rápido, tentando pegar Starmie de surpresa. No entanto, Starmie usou Giro Rápido, rodopiando com incrível velocidade e esquivando-se facilmente do ataque.
Como se estivesse brincando com seus oponentes, Starmie se reposicionou colocando-se bem no meio de Pikachu e Latios. Tobias, aproveitando a abertura, ordenou que Latios usasse Aura Esférica, mas Starmie rapidamente usou Tela de Luz, que por si só já mitigaria o impacto do ataque, mas antes que o golpe de Latios encostasse nela, ela acabou recuando no último segundo, fazendo com que a esfera de energia passasse direto, atingindo Pikachu.
Riley então ordenou que Lucario usasse Fúria de Ossos para restringir seus movimentos. Lucario arremessou seus ossos de aura em direção a Starmie, mas, novamente, a estrela-do-mar girou depressa e desviou com facilidade, mantendo-se fora de alcance.
Pikachu então tentou surpreender Starmie com Cauda de Ferro, saltando no ar para desferir um golpe direto, mas Starmie desviou em um Giro Rápido no momento exato, posicionando-se bem atrás de Pikachu. No último segundo, Pikachu quase colidiu com o Latios de Tobias, que se esquivou por pouco com uma manobra ágil. A cada movimento, Starmie parecia estar um passo à frente, sempre manipulando o campo e seus oponentes a atacar uns aos outros!
Latios, irritado com a evasão constante de Starmie, tentou mais uma vez com Purga de Esplendor, seu movimento assinatura, mas Starmie, que também era do Tipo Psíquico, estava protegida pela Tela de Luz, reduzindo o dano do ataque massivo e escapando por uma margem mínima. Ash, frustrado, ordenou que Pikachu usasse Choque do Trovão, mas Starmie respondeu com seu próprio Choque do Trovão, neutralizando a eletricidade no ar.
Então, em um movimento súbito, Starmie usou Psíquico para controlar o campo ao seu redor, movendo pedras e galhos para criar obstáculos adicionais entre ela e seus oponentes, dificultando ainda mais o alcance de qualquer ataque direto.
Eis então que Latios, Lucario e Pikachu combinam sua estratégia para formar um círculo em torno de Starmie. Agora, o único lugar que ela poderia escapar era para cima, mas Starmie estava bem debaixo de uma sorveira gigante, então não poderia dar um evasiva limpo para o alto. Os três Pokémon miraram seus ataques: Lucario com Aura Esférica, Pikachu com Investida Trovão e Latios com Cabeçada Zen.
Tudo o que Starmie fez foi atirar-se de costas no chão. Os ataques passaram por cima dela e colidiram entre si. Pikachu e Latios explodiram ao darem de cara um contra o outro, e sobretudo, banhados com a energia da Aura Esférica de Lucario, o único a escapar ileso por ter atacado à distância.

À medida que a batalha prosseguia, o ritmo se tornava mais exaustivo para Pikachu, Latios e Lucario. Seus ataques começaram a perder potência, e a frustração aumentava enquanto Starmie permanecia praticamente intocável, protegida por sua Tela de Luz e seu incessante Giro Rápido para a evasiva. Os três treinadores começaram a sentir o peso do cansaço de seus Pokémon, percebendo que, por mais que tentassem, Starmie ainda estava de pé, intacta e sem mostrar sinais de desgaste... Neptune era excelente!!
 Formação "RGP"!
Das sombras densas que cercavam o campo de batalha, de repente três Unown emergiram, flutuando rapidamente em socorro a Starmie. Cada um deles tinha uma forma distinta: um no formato da letra R, outro da letra G, e o último da letra P. Sem aviso, seus olhos começaram a brilhar com uma energia misteriosa e intensa.
Num instante, os três Unown lançaram seu ataque Poder Oculto em sincronia perfeita! O Unown R disparou uma rajada de chamas, o Unown G lançou um raio elétrico, e o Unown P conjurou uma onda gélida de puro gelo. As três forças elementares convergiram no campo, gerando uma explosão!!!

Em poucos segundos, os três Pokémon que lutavam para salvar Darkrai estavam exaustos, com seus movimentos lentos e respirações pesadas, o que deixou Ash, Tobias e Riley ainda mais alarmados.
 Gyahahaha! Agora, como eu ia dizendo... Au revoir.
Sird acena para Ash e os outros e lhes dá as costas, com Jessie e James a seguindo, segurando as pesadas jaulas de Cresselia e Darkrai em seus ombros. Seviper e os outros Pokémon da "Ex-quipe Rocket" seguem prendendo e ameaçando os demais treinadores...
 NÃO!!
 Voltem aquiii!
Então, numa sucessão repentina de eventos, algo inesperado acontece. Um portal misterioso se abre nos céus, acima de nossos heróis. Ash lembra-se de ter olhado para cima e visto uma pata gigante rasgar o portal para fora, antes do resto do corpo de um dragão de 5 metros e meio de altura saltar e pousar no chão com um baque surdo.
 GUGYUGUBAH!!!
 Mas o que-- 😱
 É Dialga!!
 Dialga?
 O Pokémon do Tempo!
Ash imediatamente se lembrou do primeiro encontro que teve com Cynthia, quando ela lhe contou sobre sua pesquisa relacionada a um Pokémon que podia controlar o tempo... Ou melhor, que era a própria personificação do mesmo!
Então, ele olhou para a Campeã de Sinnoh, que permanecia com as garras de Persian perigosamente próximas de sua jugular. Ela estava de olhos fechados, com as mãos cruzadas, em silêncio. Estaria ela... rezando?
Então Cynthia abre os olhos, sem qualquer tipo de espanto ou admiração e diz:
 Eu orei para a Toda-Poderosa Sinnoh e ela nos enviou Dialga para interceder em prol do bem!
Dialga emanava um brilho azulado enquanto seus olhos fixavam-se nas jaulas onde Darkrai e Cresselia estavam aprisionados.


Cynthia sentiu o coração bater mais forte ao ver Dialga surgir diante dela. Era o Pokémon que ela havia pesquisado e desejado ver durante toda a sua vida... E ele estava bem ali, respondendo ao seu chamado.! Era simplesmente SURREAL! (até demais!)
 GUGYUGUBAH!!!
O Pokémon Lendário, entretanto, parecia furioso. Ele começou a atacar, sem dó nem piedade...
Dialga rugiu com um som profundo que ecoou pela ilha, fazendo o chão tremer e as árvores balançarem. Ele ergueu sua cabeça e canalizou sua energia, lançando seu ataque das lendas: o Rugido do Tempo, direto nas jaulas! As jaulas explodiram ao entrarem em contato com o feixe energia púrpura impulsionado pelo grito assustador de Dialga, libertando Darkrai e Cresselia de seu cativeiro.

O Duo dos Sonhos, agora livre, se voltou para seus captores, Neptune, Venus e Uranus, com olhos cheios de ódio. Numa explosão de fúria, Darkrai e Cresselia se moveram com Pulso Sombrio e Corte Psíquico, causando um tumulto, enquanto os Pokémon de Jessie e James se dispersam, e assim os demais treinadores.
 Daaaaaark!
 Selia!
Dialga, desconfiado e furioso, então voltou sua atenção para os humanos ao redor, acreditando que todos eram responsáveis pela captura de Darkrai e Cresselia. Sem hesitar, ele preparou outro Rugido do Tempo, mirando em direção aos treinadores presentes.


Ash, Tobias e Riley então decidem enfrentar Dialga de frente, lançando seus Pokémon contra o lendário em uma tentativa desesperada de contê-lo! Latios atacou com sua Purga de Esplendor, Lucario lançou sua Palma da Força e Pikachu mergulhou na Investida Trovão com toda sua força.



Dialga, entretanto, desviou dos ataques com um simples movimento, retribuindo com um feixe poderoso de energia temporal.


Um dos raios de Dialga voou na direção de Ash, e o atingiu antes que ele pudesse reagir. O impacto o lançou para trás com violência, fazendo-o cair no chão, sem conseguir se mover.
 ASH!!!
 UUUGH!
Riley, em um ato de coragem, correu para a frente de Ash e concentrou seu poder da aura, criando uma barreira ao redor de ambos. Porém, a energia de Dialga era forte demais... O escudo de Riley começou a se desfazer sob o impacto de outro tiro, e Ash foi atingido mais uma vez.

No meio do caos, Dialga mirava novos raios e feixes em todas as direções. Uma das rajadas atingiu Persian, que estava ao lado de seus aliados. A manipulação temporal de Dialga foi tão intensa que o gato regrediu para Meowth!!!
 Santo Arceus!!!
Ao verem o Pokémon regressando à forma anterior, Jessie e James despertam de seu transe profundo e arregalam os olhos, no meio da zona de guerra.
 Hã?
 Meowth?!
Com um grito agudo enquanto regredia mais e mais no tempo, Meowth caiu no chão, confuso e enfraquecido, enquanto Jessie e James assistiam, aterrorizados com o poder de Dialga. O caos estava por toda parte... Os treinadores e Pokémon restantes tentavam desesperadamente encontrar uma maneira de conter a ira do lendário Protetor do tempo, resultando numa chuva de poderes que em circunstâncias mais felizes, parecer-se-iam com fogos de artifício.


Ash, sentindo seu corpo adormecer, finalmente cedeu e a última coisa que ele se lembra de ter visto foi o brilho amarelo da Investida Trovão de seu amado Pikachu. A partir daí, o som ao redor foi ficando cada vez mais distante, como se viesse de um outro mundo... Um lugar onde tempo e espaço não faziam sentido. A batalha continuava ao seu redor, mas tudo parecia se desvanecer na escuridão que começava a dominar sua visão, até tudo ficar preto. Morte.

*OUTRO*

"Quem olha para fora, sonha... Quem olha para dentro, acorda." — Carl Jung.

Ash despertou no hospital, o branco das paredes ardendo em seus olhos desacostumados com a luz. Nando e Zoey, que estavam ao seu lado direito e esquerdo, respectivamente, pularam de alegria ao vê-lo abrir os olhos novamente.
 ASH!
 Nando... Zoey... O que aconteceu?!
 Ash! Que felicidade! Pensamos que íamos perdê-lo.
Os olhos de Zoey estavam vermelhos, o que indicava que ela estivera chorando. Nando não parecia menos abalado.
 O que...?
 Ash, você teve uma parada cardíaca. Os médicos precisaram intervir para ressuscitá-lo.
 Por sorte, Cynthia realizou uma massagem cardíaca de emergência, e foi o que te salvou!
 Uma parada cardíaca...? Nah, vocês estão brincando!
Ash olhou para Nando e Zoey como quem diz: deixem de besteira, eu me sinto ótimo! Mas o olhar de seus amigos indicava que eles não estavam mentindo. Ash se apavorou...
  Mas, eu... Não me lembro de nada! Tudo ficou escuro e de repente... Eu acordei aqui.
 Acho que esse é o conceito de morte, meu amigo...
 Você vai ficar bem, os médicos disseram. Mas isso não me deixa menos preocupada... Eu até adiei meu voo para Hoenn.
 Hã? Hoenn?
 Vou tentar os Concursos Pokémon de lá.
 Puxa, Zoey! Isso é... Sensacional! E você, Nando? Já decidiu o que vai fazer a partir de agora?
 Eu estou indo para fora do país.
 Para o exterior? Puxa vida!
 Estados Unidos. Daqui a um mês. Vou tentar uma nova empreitada musical que é um fenômeno por lá. Você deveria ir me ver, quando puder.
 Claro! Com certeza!
 É, mas agora, mocinho... Você precisa descansar! Repouso absoluto! Nada de batalhas, nada de viagens, nada de emoção! Você vai me prometer que não vai sair dessa cama por nada no mundo!
 Nem para ir ao banheiro?
 Nem pra i... Ah, aí você vê o que faz!
 E por falar em emoção... Ash, tem uma pessoa que quer vê-lo.
 Hã?
 Ele ficou aí fora a noite toda, e não quis ir embora, nem para comer.
 Quem?



Quando Riley entrou no quarto, Ash mal acreditou. Ele se lembrou que o Guardião da Aura havia tentado criar uma barreira em torno deles para proteger Ash dos raios de Dialga. Aquilo foi, sem sombra de dúvidas, extraordinário! Mas será que o Ash poderia aprender a fazer algo assim futuramente? Sua intuição dizia que era exatamente sobre isso o que Riley veio tratar.
 Ash. Você está bem?
 Riley!!! Você está bem?
 100%, Campeão. E você? Como se sente?
 Ah, normal, eu acho... O que aconteceu na Ilha depois que eu apaguei?
 Bem, você já deve imaginar... A batalha continuou. Darkrai ordenou que Cresselia, sua protegida, fugisse para não ser pega, e ela desapareceu rumo ao oceano. Com muito esforço, Dialga foi contido por Cynthia e desapareceu em um buraco de minhoca logo em seguida. Só restou Darkrai, que por fim foi capturado por Tobias...
 Puxa! O Tobias?
 É isso mesmo. Fiquei feliz por ele. Acho que a aura dos dois combina: Cada qual mais trevoso...
 Mas e a Neptune? E Jessie e James?
 Neptune desapareceu sem deixar rastros, já seus vassalos, eles e seus Pokémon fugiram. Nós tentamos correr atrás, mas eles foram mais rápidos: decolaram como um foguete e desapareceram nos céus neblinosos.
 Uau... Eu perdi muita coisa!!
 Nem tanto. O mais precioso, você não perdeu: a vida.
 Nem brinca! Obrigado por ter me ajudado aquela hora, Riley. Eu não sei se estaria aqui agora se não fosse por você.
 Estaria. Se você soubesse usar a aura e conjurar uma barreira protetora você mesmo, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Mas eu estou aqui porque lhe fiz uma promessa, lembra? Eu vou lhe ensinar a controlar a aura, se você me permitir, é claro.
 Puxa, Riley. Será um prazer.
 Então eu quero que você conheça uma pessoa... Pode entrar.
De repente, uma menina de cabelos verdes entra no quarto. Ela era baixinha e magrinha (e certamente atraiu a atenção de Zoey!), e vinha com a pokébola de seu Luxray na mão.
 Ash, esta é Angie. Ela é uma Guardiã da Aura, assim como você e eu.
 Prazer em conhecê-la, Angie.
 P-p-prazer.
 Angie e eu estamos partindo para a Região de Almia na virada do ano, para iniciarmos um treinamento intensivo de controle e manipulação da aura. Você quer vir conosco?
 Almia?
 "Almia" vem de Alma. Nada mais poético, considerando que a Aura é uma energia análoga ao que os humanos chamam de alma...
 Eu... Preciso pensar, Riley.
 Você deveria ir, Ash!
 Hã?
 Será uma ótima oportunidade para aprender mais sobre seus dons. Arceus sabe o quanto eu queria ter poderes! Aproveite as chances que a vida te dá, menino!
 Você não pode mais deixar que essas dores de cabeça o afetem... Se controlar a aura vai trazer uma solução para isso, eu não pensaria duas vezes!
 Será, Zoey?
 É claro, seu bobo! Pense comigo: Você já viajou diversas vezes em busca de Pokémon, ginásios e insígnias, mas nunca com o objetivo de encontrar o seu eu interior...
 Está na hora de procurar um outro lado seu que sempre esteve ai presente, mas que você nunca deu atenção, e nunca permitiu aflorar... Está na hora de viajar em busca de autoconhecimento e sabedoria. Se você não gostar, sempre pode voltar atrás...
 É, acho que vocês têm razão, pessoal. Obrigado pelo conselho. Eu aceito o convite, Riley. Vou para a Região de Almia com vocês! Quero aprender mais sobre a Aura e sobre mim mesmo!
 Ótimo!
 Eu sabia que tomaria a decisão certa, Ash!
 Eu só quero o que é melhor para mim e para meus amigos, Riley.
 Tenho certeza que sim. Este é o papel de um herdeiro da Aura... Prezar pela paz e a união, e lutar para acabar com o sofrimento. Desde que eu te vi pela primeira vez, eu pude sentir, Ash. Você é destinado a grandes coisas em sua vida... Coisas que você não pode nem imaginar!



Ash parte com Riley, Angie e Pikachu para a Região de Almia no dia 1º de janeiro do ano seguinte, trajando as vestes do lendário Sir Aaron, um famoso Guardião da Aura que conseguiu parar uma guerra no passado compartilhando o poder de sua Aura com o Pokémon Mítico Mew.
 Você está pronto, Pikachu?
 Pika, pika!

 
A Região de Almia estendia-se diante dos olhos de nossos herói a perder de vista. Ele mal podia esperar para começar a explorar aquelas novas terras, mas o mais importante era saber que não estava sozinho. Ele tinha novos companheiros unidos por um lema que ditaria o rumo de Ash enquanto treinador, enquanto futuro Mestre Pokémon e, acima de tudo, enquanto pessoa:
   A aura está comigo!!!



Enquanto isso, nos confins de um porão ou, melhor dizendo, laboratório abandonado, na Cidade Eterna...
 Sinto muito, Mestre. Eu falhei.
 Eu lamento que nosso plano de mergulhar o mundo em uma ilusão através dos pesadelos de Darkrai tenha ido por ralo abaixo... Mas eu li o seu relatório, Sird... E aquele encontro com Dialga me deu uma nova ideia de como remodelar o mundo à minha imagem:
 Recriando-o do Zero.
 Mestre...?
 Dialga, o Pokémon do Tempo, e Palkia o Pokémon do Espaço. Eles são a chave para criar um novo mundo, livre da miséria humana. Eu não pouparei esforços para encontrá-los. Temos muito trabalho a fazer!!




Disclaimer: Oi, o meu nome é Kevin e eu sou um homem adulto que gasta horas e horas de seu precioso tempo escrevendo e editando fanfictions de Pokémon por pura diversão! Eu não recebo um centavo por isso! Nunca recebi uma doação sequer para apoiar minha produção! Todo o meu trabalho é movido puramente por amor à franquia e eu o faço para me sentir feliz, o que geralmente acontece toda vez que eu termino um capítulo, e mais ainda, quando eu termino uma história. Então, se você chegou até aqui, não esqueça de deixar um comentário abaixo, caso contrário, não tem como eu saber se estão gostando ou não, nem receber sugestões de melhoria. Vamos lá, comente! Assim como eu escrevo sem receber nada por isso, comentar também é de graça e ajuda o autor a entender melhor os seus erros e aprimorar a escrita.

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