Pokémon Laços: prophecies — Alola: A Ultra Ruína de Eclipse

Alola: A Ultra Ruína de Eclipse


Flashback: Há 1 Semana Atrás, nas Ruínas do Conflito, a Base dos Ultra Guardiões na Ilha Melemele, Região de Alola...


O sol poente banhava as Ruínas do Conflito em tons dourados quando os Ultra Guardiões originais — Gladion, Acerola, Molayne, Sophocles, Olivia, Phoebe (que decidiu retornar a Alola para se distrair e não pensar na filha desaparecida, Sapphire - da Associação) e Hapu — se reuniam para mais um dia de monitoramento rotineiro.


A base, escondida entre os antigos pilares de pedra, estava tranquila, até que...

BEEEEEP! BEEEEEP!

Os alarmes estrondaram, Sophie acordando-se num pulo!!!. As telas de holograma piscaram em vermelho, mostrando múltiplas Ultra Fendas Espaciais se abrindo simultaneamente sobre as ilhas de Melemele, Akala, Ula'ula e Poni...







 (gritando sobre o barulho) Isso é IMPOSSÍVEL! As Fendas nunca se abrem todas ao mesmo tempo!
 (correndo para os monitores) E não são Ultra Fendas normais... Olhem essas assinaturas energéticas!!!
Nas telas, criaturas desconhecidas emergiam dos portais.

Nada como as Ultracriaturas que haviam enfrentado antes! Do mais absoluto nada, diversos organismos alienígenas começaram a se arrastar pelas praias de Alola. Alguns pareciam-se com caveiras de dragão (ou mesmo como os braços de Regidrago), mas no fundo eram apenas gosmas de um verde radioativo que animavam o crânio.
A areia foi tomada por criaturas rasteiras que se protegiam em pedras que se pareciam com conchas, mas que olhando de longe, lembravam cookies.
Havia um ser cujas pernas traseiras se dobravam para trás. Seus braços eram enormes, assim como seu nariz. Tinha dois pares de olhos em cada lado do rosto e parecia vestir uma máscara bizarra. Você não gostaria de se encontrar com um desses à noite... Junto a ele, uma criatura de pedra do tamanho de um Torterra com uma enorme clava de ossos na ponta. E o mais estranho de tudo era que seu rosto ficava na parte debaixo da barriga. Macabro.
Havia também um ser quadrúpede e azul que tinha um chifre de parasaurolophus, dentes pontudos, dedos demais em cada pata e o mais sinistro de tudo: sua pele tinha buracos (literalmente), deixando seus músculos azuis abaixo à mostra.
Mas foi nas câmaras de monitoramento da Ilha Poni que Gladion fixou os olhos.

Um peixe gigantesco, de pé nas patas traseiras, com uma cabeça que lembrava um mamífero pré-histórico, emergiu da Fenda, arrastando-se para fora como um predador saindo das profundezas. Suas nadadeiras tinham... dedos? E seus olhos brilhavam com uma maldade que não era deste mundo conforme o ser destripava vários Cutiefly e Ribombee que por ali viviam, levando-os à boca e engolindo-os sem pestanejar, o sangue amarelo dos insetos escorrendo por entre seus dentes afiados.

 Estamos ferrados!!!

(Fim do Flashback)




Agora...

CAOS TOTAL!

Se algum dia Alola já passou por uma crise, nada se compara com o que está acontecendo agora... Afinal de contas, Alola é a Região mais TRANQUILA de todo o Mundo Pokémon, aqui todos convivem em paz e harmonia, como em nenhum outro lugar na face da Terra.

Mas este paraíso estava arruinado. Nesse momento, com chamas que se espalhavam pelas florestas e subiam coqueiros acima, tingindo de vermelho-sangue o céu da noite, mais parecia-se com um INFERNO.

Casas sendo destruídas. Vilas inteiras sendo devastadas por seres que não eram Pokémon, pelo menos não como os desse mundo.

Desde que os portais se abriram simultaneamente sobre as principais Ilhas de Alola, ninguém mais conseguiu dormir sossegado. E aliado ao fato de que muitos Pokémon começaram a despertar auras e Movimentos Z espontaneamente por toda a Região, o ambiente tornou-se um verdadeiro campo de batalha expandido, no qual todo o território das ilhas tornou-se palco de uma luta intensa e que não parecia ter fim!

Explosões podiam ser ouvidas por todos os lugares. Em meio a essa anarquia, Alola parece ter se transformado em um cenário de guerra! E não é no sentido figurado, não! Era os daqui lutando com os de lá! Uma luta federal se alastrava como fogo pelo arquipélago, levando uma poluição sonora incessante até mesmo os cantos mais remotos...

Assim, os Ultra Guardiões mais antigos ficaram encarregados de evacuar todas as Ilhas Principais e escoltar os habitantes em segurança para as Ilhas Menores. Mas enquanto isso, todos os Trial Captains e membros da Elite dos Quatro, espalhados em suas respectivas ilhas, lutavam para proteger as pessoas comuns e seus Pokémon, que não tinham a menor chance contra os invasores.

Em Melemele...


Ilima, Hala e o Professor Kukui meneavam ataque atrás de ataque, na esperança de conter a tragédia que já havia deixado milhares de feridos e muitos mais ainda, mortos...
 Ele é forte, mas se atacarmos todos juntos...
 Tirou as palavras da minha boca, Ilima! Oricorio, dê tudo de si!
 Bewear, estou contando com você!
 Não fique para trás, Smeargle!
Os golpes colidem e explodem como mísseis teleguiados, criando uma nuvem de fumaça colossal.

De repente, silêncio

...

Todos aguardam, imóveis, mas antes mesmo da poeira se desfazer completamente no ar, aquele rugido agonizante ecoa e uma pata do tamanho de uma porta irrompe do local da explosão.

E a criatura gigantesca que lembrava paredes de um templo em ruínas com uma antiga escrita Unown sobre sua superfície de pedra, continuava marchando em direção a sabe-se-lá Arceus onde!, destruindo tudo o que estava em seu caminho.
Uma pisada do ser misterioso e todos os Pokémon estavam fora de combate...

Enquanto isso, em Akala...


Os oponentes eram cactos gigantes que andavam em um grupo de doze indivíduos. A maioria deles tinham um olhar bobo e aparência desengonçada...
 
Mas o 13º parecia ter se arrastado para fora de um poço em um filme de terror que contaminou a televisão de alguma criança para que ela nunca mais dormisse à noite de luz apagada. Parecia um Cacturne, mas não era um Cacturne...
Seu olhar vazio era como um buraco negro que sugava toda a luz ao seu redor. E de forma lenta, mas persistente, ele se movia com suas três pernas, gritando comandos que somente seus parceiros espinhudos pareciam entender...
 E-e-estamos perdendo!
 Estamos perdendo por que vocês não obedecem aos meus comandos! Por que vocês não me obedecem?!
 Ah, não sei... Será que não é por que ninguém TE SUPORTA, seu velho escroto?! Ninguém te deve nada!
 C-c-calma, Pablo!
 Calma, nada! Eu estou entrando em erupção!
 Agora não é hora para brigarmos! Temos coisas mais importantes para resolvermos!
 Façam como eu digo e concentrem-se nos maiores!
 Não façam isso! O líder deles é aquele do meio! Se o derrubarmos, todas as outras marionetes acéfalas caem!
 Ai, ai... Esses dois, viu?
 Lana, lembre-me de na próxima vez que cactos gigantes invadirem Alola, não convidar essas crianças adultas...
 Bom, agora a c4g4d4 já está feita... Só nos resta lutar enquanto eles batem boca! Certo, Araquanid?
 Shiinotic, vamos lá!
 Eu não tenho nada a ver com isso, foi ele quem começou!
 Independentemente de quem começou ou não, ATAQUEM!!!!
 A garota está certa! Bruxish, vamos lá!
 Ah, meu pai... Ele segue disparando na direção errada... Turtonator! Dê cobertura a esse velho caquético ou ele vai acabar em pedacinhos!






Em Ula'ula...



O Professor Samson Oak, acompanhado de Sophocles e Acerola, combate uma matilha liderada por um cão cujos membros eram nada mais nada menos que... SINAPSES! Isso mesmo, conexões cerebrais vibrando em energia psíquica pura. E em sua boca, uma língua bífida como a de um Seviper, sibilando entre seus múltiplos dentes afiados, todos caninos.
E se os Lycanroc eram conhecidos por serem lobos de pedra, esses aqui eram literalmente FEITOS de minerais. 

E numa emboscada perfeita, cercaram e atacaram, pegando Samson e os outros de surpresa!
 Genguinho! Essa não! Esse cachorro SINISTRO te machucou!
 Se até VOCÊ está achando sinistro, é porque a coisa está realmente feia, Acerola!
 Esse "Psicocão" não parece ser do Tipo Dragão, mas mesmo assim eu o quero para mim!
 E isso é hora de pensar em captura, Ryuki?!
 Depressa, saquem suas pokébolas e ataquem!
 Não precisa falar duas vezes, Professor! 
 Dhelmise! Tiro de Âncora!
 Raichu, Choque do Trovão!
 Kommo-o, Ultraje no Estilo Rock 'N Roll!!!
 Persian, Trama Maldosa combinada com Pulso Sombrio!




E em Poni...

 Enfermeira! Enfermeira!
 O que foi que aconteceu?!?!?! 😱
 Rápido! Precisamos estancar o sangue! Mina foi ferida!
 Aaaagh! Minha perna... Minha perna!!!
 Essa não! Foram as Ultracriaturas?!
 Nós perdemos! Os 4 Tapus caíram em combate... Precisamos evacuar a imediatamente! Mande os últimos barcos arrancarem, Jenny!
 Deixe comigo!
 Blissey, rápido, venha cá! Comfey, ajude a cauterizar a ferida!
 NNNGGGHHHH! Isso dói!
 Shhhh! É para o seu próprio bem...
 Aproveitando o ensejo, Enfermeira... Precisamos também que cure nossos amigos...
 Santo Arceus! O que foi que aconteceu com vocês?!



Ao mesmo tempo, ainda em Poni, mais precisamente em Poni Grove...


A nova formação dos Ultra Guardiões, composta por Gladion Aether, Elio Sunstar, Sorrel Supernova, Verity Planet, Mana "Eve" Evening, Akira Day (a ausente Selene Moonstar) e Hau Marshadow Eclipse, andam em fila indiana em meio à vegetação alta, cuidando cada pisada para não fazer som e atrair atenção indesejada para si... Eles já estavam acompanhados de seus Pokémon que caminhavam do lado de fora das pokébolas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Um cheiro estranho de ferro e salitre impregnava o ar. Eclipse pisou em algo mole e olhou para baixo — um Ribombee esmagado, suas asas translúcidas quebradas como vidro, o corpo aberto de dentro para fora, soltando uma gosma branca nojenta. Ele engoliu seco, sentindo o estômago revirar.  
Arceus me ajude...
À frente, Gladion examinava os restos de um Dragonite, seu pescoço torcido em um ângulo impossível, as escamas arrancadas em tiras. A carne exposta estava marcada por sulcos profundos, como se algo perfurante a tivesse rasgado.
Não são mordidas. É como se ele tivesse sido... gulp! "desmontado"!
Sunstar encostou em uma árvore, tentando não olhar para o Alolan Dugtrio esfolado ao seu pé. Três cabeças, três corpos, todos desfiados como cordas.  
 Isso não é caça. É... brincadeira! Algo — ou alguém — está se divertindo e m4t4nd0 por pr4z3r! 
Verity cobriu o nariz com a mão, os olhos marejados. Seu Piplup se encolheu em seus braços, todo arrepiado.
 Por que alguém faria isso?!
Sorrel ajoelhou-se ao lado de um Jangmo-o decapitado, a cauda ainda se contraindo em espasmos pós-morte, típicos de Poké répteis.
 Não é "alguém". É o Peixe Mau! Uma Ultracriatura! Elas não precisam de motivo... Elas simplesmente são os predadores de TOPO do seu planeta/dimensão natal! 
Tokio, silencioso e sério como sempre, ergueu a cabeça. Seus olhos estreitaram ao avistar pegadas de algo que se arrastou no solo lamacento, como que tendo dificuldade de se locomover em terra. Eram três dedos com membranas entre eles, maiores que as pegadas de um Oranguru. 
 Ele está perto.
Nesse momento, um ruído ecoou na floresta. Algo grande (ou melhor, ENORME) se arrastando entre as árvores. Algo que chiava como ar escapando de um cadáver.  
Mana agarrou seu Rowlet, que a acompanhava onde quer que fosse, os dedos brancos de tanto apertar.
 Grruuuuh! 😣😭
 A gente... a gente deveria correr?  
Akira sacou mais que depressa uma pokébola...
 Para onde? Ele já sabe que estamos aqui.  
E então, as folhas se abriram.

As folhas foram se movendo beeem lentamente, revelando apenas escuridão entre os galhos. O grupo se entreolhou em silêncio. Até o som da respiração parecia perigoso.
 (sussurrando) Ele... Ele parou?  
 Não. Ele está nos farejando.  
Então... Um rastro de baba espessa e brilhante escorreu das sombras, pingando no solo com um "tsss" que queimava a vegetação. O cheiro de carne podre encheu o ar.  
 Creio-em-Arceus-Pai!!! Isso é...
 Fluidos digestivos. Ele já está nos vendo como COMIDA!
De repente, algo se moveu rápido demais para ser visto. As árvores ao lado de Eclipse explodiram em estilhaços, lançando farpas afiadas que cortaram seu braço.  
(gritando de dor) AAAAAH! MERDA!
Mais que rapidamente, Gladion puxa Eclipse para trás e o repreende!
 SILÊNCIO! Vai atrair ele!  
Mas era tarde demais.  

Dois olhos apareceram na escuridão.  

Gigantescos, com fendas no lugar de pupilas. Eles se fixaram em cada um deles, piscando lentamente com uma pálpebra interna que lembrava a membrana dos olhos de um Krookodile. Até que, dois segundos depois, com um rugido gutural ensurdecedor, a criatura saltou, revelando o corpo inteiro de uma só vez!

Senhoras, Senhores e Senhories... O PEIXE MAU! Seu corpo era peludo, espinhoso e escamoso (tudo ao mesmo tempo), com pernas curtas e grossas, que eram meio nadadeiras, meio pés, e mãos semelhantes às de humanos, com garras afiadas.
 Isso... Isso não é um peixe...
 (Recuando) N-não... Isso é um...
 Tá na cara que é um telquine!
 Tel, o quê?
 Telquine, das lendas que a minha mãe me contava quando eu era criança...
De repente, Verity lembrou-se do sumiço de sua mãe, Cynthia, e os olhos automaticamente ficaram marejados.
 (Alisando o braço que agora sangrava) Rotom Dex, diga-nos de uma vez por todas: O que é aquilo?
 Sem dados. Sem dados. Sem dados.
 Como assim sem dados? Você não é um Pokédex?
 Um Pokédex, não um adivinha. Bzzzt.
De repente, enquanto os novos Ultra Guardiões tentavam não se mexer, para evitar serem devorados pela criatura, o Peixe Mau atacou, soltando um líquido cor-de-rosa da sua boca. O golpe soava como um Revólver d'Água, mas era tão poderoso quanto uma Hidro Bomba. E tanto o seu cheiro quanto a sua composição química desconhecida eram um alto indicativo de perigo.

 GYAAAAAAHHHHHHH!!!

Mana deu um berro, separando-se de seu pequeno Rowlet ao atirar-se no chão para desviar do ataque. A água misteriosa bateu em uma árvore e com a força da pressão, a derrubou. Os olhos de Tokio, que não se assustava por qualquer coisa, se arregalaram. E foi aí que Eclipse percebeu a magnitude do ser com quem estavam lidando.

Então, o Peixe Mau começa a fazer algo que os surpreende... Ele começa a imitar a voz humana, distorcida e úmida, de um jeito muito peculiar e muito assustador, quase como o ex-Presidente Temer trocando de voz durante um pronunciamento e clamando por pastilhas. O som veio de dentro dele, como se estivesse regurgitando as últimas palavras de suas vítimas.  
 O Dragonite gritou bem menos...
 ELE IMITA VOZES!
 Está LONGE de ser uma boa imitação...
 Ainda assim... É surpreendentemente terrível!
 TODOS, ATAQUEM AGORA!
 Ultra Afirmativo!
Mas antes que qualquer um pudesse reagir, o chão sob eles afundou, revelando-se ser a língua da criatura, que se estendia metros e metros abaixo do solo.
 Aaaah! Quando foi que--
Nisso, a língua se enrola no pé de Mana, que é puxada para baixo com força!
 NÃO! NÃÃÃ--
Seu grito foi cortado quando a mandíbula do Peixe Mau se fechou com um "CRUNCH" que ecoou por toda a floresta.  

O silêncio que se seguiu ao desaparecimento da "caçula" foi mais aterrorizante que qualquer grito. O Peixe Mau recuou para as sombras, sua massa verde pulsante misturando-se com as folhas das árvores. A língua monstruosa que havia engolido a jovem treinadora lentamente se retraiu, deixando para trás apenas um rastro de saliva ácida e sangue.  
Verity tremia, segurando seu Piplup contra o peito. O pequeno Pokémon aquecia suas mãos geladas, mas nem mesmo seu calor conseguia afastar o frio que se instalara em seu coração.
 Nós... nós precisamos...  
Sorrel não esperou. Ele olhou para Lucario e nem precisou dizer nada. Com o poder da aura, Lucario avançou, seus olhos brilhando com uma luz avermelhada sob a escuridão da floresta.
 Lucario, Aura Esférica! Agora!
O ataque iluminou a mata por um breve instante, revelando o Peixe Mau agarrado a uma árvore como um demônio à espreita. A esfera de aura atingiu-o em cheio, mas ele apenas riuuu, um som úmido e distorcido, antes de desaparecer novamente na escuridão, enquanto se ouvia seus passos rastejantes em meio à mata fechada. Aparentemente, ele corria usando os braços que era muito maiores e mais musculosos que suas pernas. E o que deixava as marcas no chão eram suas mãos com longos dedos que pareciam humanos.
 Flanqueie ele! Type: Full, Modo Elétrico! 
 
 Silvally, Modo Planta! 
 
Os dois Silvally avançaram em sincronia, suas "crinas" (ou o que quer que fossem as estruturas atrás de suas cabeças) brilhando enquanto mudavam de tipo. Tokio não disse uma palavra, mas seu olhar era mais afiado que qualquer lâmina.
Multi-Ataque à Esquerda!
Direita!
Os dois ataques colidiram no ar, ambos os Silvally machucando um ao outro, enquanto o Peixe Mau soltava uma gargalhada maquiavélica, deslizando ileso para longe. Mas a sorte da "Ultracriatura" não durou muito...
 Incineroar?
O monstro guinchou, sua pele fumegando onde o fogo o atingira.
 Sssskkkkkkkrrrreeeeehhhh!
Deu certo! Incineroar, continue! Vamos evaporar esse filho da--
Incineroar não esperou o comando completo. Ele saltou, soltando fogo de seu cinturão direto no olho da criatura, causando uma explosão ardente! O Peixe Mau estrondeou, recuando, mas então...
 Mostre a ele a sua "canção da morte", Primarina!
 AGORA!

A melodia foi tão linda quanto letal. Uma chuva torrencial envolveu o monstro, fazendo-o contorcer-se como se estivesse sendo esmagado por dentro. Cada pingo era como uma navalha, invocando a Priscilão de Girls in the House do além-túmulo.
 Lycanroc, depressa! Sabe o que fazer!
Lycanroc arranhou o solo, lançando uma avalanche de pedras afiadas que rasgaram a pele escamosa do Peixe Mau. Sangue negro jorrou, espirrando na vegetação como tinta venenosa. Aí estava a prova cabal de que aquele ser não era deste mundo...

E então, algo inesperado aconteceu.  

Rowlet – o pequeno Pokémon de Mana – voou direto para o monstro, suas penas arrepiadas de ódio.  
 (piando furiosamente) Gruuh-GRUUUUUUH! 


Ele não tinha uma treinadora para comandar. Não tinha estratégia. Apenas dor.  

O Peixe Mau apenas riu, abrindo a boca para engoli-lo vivo...
 LUCARIO, INTERCEPTE!
O  guerreiro disparou como um míssil, socando o queixo do monstro com um Corpo-a-Corpo que fez seus dentes quebrarem. O Peixe Mau guinchou, recuando, mas agora ele estava cercado.
 É nossa chance! DEEM TUDO O QUE TÊM! 
 Piplup, Jato de Bolhas! Rowlet, Bola de Energia!
 Surra Intratável !
 Eco Grandioso !
Incineroar, hora de metralhar! Pancada Ardente !
 Lycanroc, Estilhaços Afiados !
 Type: Full! Sync Move: Multi-Ataque Audacioso!
  Silvally, Carreira Esmagadora!

Os ataques convergiram num turbilhão de energia que atingiu o Peixe Mau em cheio! Ele gritou – um som que não era mais humano, nem Pokémon, apenas dor pura – antes de desabar no chão, seu corpo tremendo. 

Por um momento, tudo ficou em silêncio.  
 (Ofegante) Nós... conseguimos? 
O Peixe Mau não se moveu.
 Não cheguem perto. Ele pode-- 
Antes que terminasse, o corpo do monstro implodiu*, reduzindo-se a uma poça negra que evaporou no ar, deixando apenas um cheiro podre para trás. 

Rowlet pousou no chão, olhando para onde Mana havia desaparecido. Ninguém disse nada.

As mãos pequenas de Akira afundaram na terra úmida com um som abafado. Cada punhado de terra removida parecia pesar mais que o último. Rowlet batia as asas freneticamente, seus pios agudos cortando o ar como facas...
 Grrrruuh!!

Mas infelizmente, para Rowlet e para todos, aquele era um lamento que não encontrava resposta...  
 (Com a voz embargada, cobrindo a boca):"Ela... ela não devia estar aqui. Ela era a mais nova de todes...
 (Apertando Primarina contra o peito, como se o Pokémon pudesse protegê-lo da realidade) Nós... Nós devíamos ter protegido ela melhor. 
 (De joelhos, as mãos sujas de terra e sangue): Puta merda... Puta merda, puta merda, PUTA MERDA!
Os punhos de Eclipse bateram no chão, uma vez, duas, até que Gladion o puxou para trás.  
 (Frio, mas com os olhos vermelhos) Chega. Já está feito.
  (Ajudando Akira a cavar, as palavras saindo entre dentes cerrados) Tem que ser rápido. Antes que... Antes que os outros predadores cheguem. 
Eis então que... As mãos de Akira atingiram algo mole. Ele engasgou, recuando.  
 Achei... achei ela!
O que sobrou de Mana mal parecia humano. Suas vestes estavam reduzidas a trapos ensopados, sua pele marcada por sulcos onde os ácidos do monstro haviam queimado até o osso. Rowlet lançou-se para frente, esfregando o bico no rosto inerte da treinadora, sem entender por que ela não respondia.
 Row? Row...row...?
Um tilintar cada vez mais fraco, conforme ele ia perdendo as esperanças de obter uma resposta.
 (Pela primeira vez, com voz rouca): ...Ela segurou ele. Até o fim.  
Nas mãos retorcidas de Mana, mesmo na morte, suas Pokébolas ainda estavam intactas. Ela as protegera.
 NÃO É JUSTO!
O choro de Verity ecoou na floresta como um BERRO, onde os corpos dos Pokémon mortos ainda jaziam. Ela, que vinha tendo sérios problemas para dormir à noite desde que sua mãe foi dada como desaparecida, se ainda tinha algum pingo de esperança, agora perdeu-se para sempre com a morte da melhor amiga...
Enquanto todos se abraçavam, chorando e soluçando em um pesar coletivamente carregado, Gladion ergueu o corpo leve de **Mana** em seus braços, envolto em seu casaco:
 Vamos... Vamos levar ela de volta pra casa.
Rowlet empoleirou-se no ombro sem vida de sua treinadora, recusando-se a deixá-la. Ninguém teve coragem de tentar tirá-lo dali.

O silêncio pós-batalha só foi quebrado por um rugido distante — não o guincho úmido e borbulhante do Peixe Mau, mas algo mecânico, como o motor de uma nave despedaçando o céu.  
 (Erguendo a cabeça, os olhos arregalados) Que diabos foi--
Antes que pudesse terminar, o sol desapareceu.  

Uma sombra colossal deslizou sobre eles, bloqueando a luz em um piscar de olhos. Quando olharam para cima, viram isso — um Sharpedo monstruoso, do tamanho de um dirigível, suas nadadeiras dorsais desaparecendo como se dissolvidas no ar, revelando extremidades invisíveis. Sua pele bege/marrom brilhava sob o sol residual, e suas presas — cada uma do tamanho de um homem adulto — pingavam sangue, sangue de suas vítimas.  
 N-n-não é possível!!!
 Rotom Dex, o que é aquilo?!
 Hmmm... Que tal um "Foguete Ésper"?
 Foguete Ésper?
 Gostou? Acabei de inventar!
 Então você não tem a menor ideia do que é aquilo?!
 E você por acaso tem, bzzt?
 FOGO! TUDO O QUE TÊM, AGORA!
Mas era tarde demais.  

A criatura — o "Foguete Ésper" — abriu a boca.  

De sua garganta, rajadas de energia psíquica dispararam como balas de uma metralhadora, cada uma mais rápida que um Caco de Gelo.
Verity tentou correr. Um tiro a atingiu nas costas, explodindo seu torso em uma chuva de vísceras e fragmentos ósseos. Piplup pipilou uma última vez antes de ser completamente vaporizado.

Sorrel gritou algo para Lucario, mas um segundo tiro decapitou o Pokémon Aura antes que ele pudesse se mover. O terceiro atingiu Sorrel no peito, deixando apenas uma cratera fumegante onde seu coração estivera.

Akira e Lycanroc saltaram para os lados, mas os tiros os perseguiram, 3squ4rt3j4nd0 Lycanroc no ar antes de perfurar e atravessar o crânio de Akira.

Tokio não emitiu som algum. Um projétil empalou seu Silvally e depois seu estômago, grudando-o em uma árvore como um inseto em uma coleção.

Um último tiro atingiu o Rotom Dex do Eclipse, que rapidamente se pulverizou em mil pedaços, o Pokémon de plasma sendo involuntariamente arremessado de dentro dele, já sem forças para continuar.


Em segundos, só restaram Eclipse, Gladion e Sunstar — ilesos não por habilidade, mas porque o Foguete Ésper simplesmente parou de atirar, satisfeito com a m4t4nç4.

O monstro pairou no ar, seus olhos sem pupilas fixos neles, como se avaliasse o que sobrara. Se valia a pena continuar m4t4nd0 ou não.

 Foi... foi ele! Ele que matou todos aqueles Pokémon, não o Peixe Mau!
 (Olhando para os corpos despedaçados de seus amigos) O Peixe Mau só... limpava os restos!
 (Em choque) Então nós... Nós matamos o lixeiro. E agora o verdadeiro predador veio cobrar a conta!

O ar cheirava a sangue queimado e terror. Eclipse, Sunstar e Gladion estavam de pé no meio da devastação, seus corpos cobertos de feridas abertas, suas roupas rasgadas e encharcadas do vermelho escuro de seus amigos mortos. Incineroar e Primarina jaziam ao lado deles, corpos inertes e sem vida, vítimas dos disparos psíquicos do Foguete Ésper. O monstro pairou no céu, suas asas quase invisíveis vibrando com um zumbido sinistro, como se estivesse se preparando para o golpe final.  

Eclipse respirou fundo, sentindo o gosto de ferro em sua boca. Ele olhou para Sunstar, cujo rosto estava pálido, os olhos vidrados de choque. Gladion, ao seu lado, apertava o braço ferido, os dentes cerrados em um misto de dor e raiva.  
Não temos escolha...
Eclipse murmurou, a voz rouca. Ele estava evitando tomar aquela medida tão drástica, mas as circunstâncias não deixaram escolha.
 É agora ou nunca.
Ele sacou a Pokébola de seu cinto — não uma comum, mas uma que havia sido criada pela Fundação Aether. Dentro dela, algo se contorcia, faminto e furioso.  
 Guzzlord, por favor, me obedeça! Só dessa vez...
 Hau! O que você?!
O ar estremeceu quando a Ultracriatura foi liberada. Guzzlord emergiu como um pesadelo tornado realidade, sua massa negra e disforme se expandindo, a boca gigantesca escancarada, babando saliva corrosiva. Seus olhos amarelos brilharam com fome insaciável, e ele gritou, um som que fez o chão tremer.
 AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!!
O Foguete Ésper parou no ar, como se reconhecendo um rival à altura. Por um momento, os dois titãs se encararam — um, uma aberração tecnológica e psíquica; o outro, um devorador de mundos.  

E então, o primeiro golpe foi desferido.  

O Foguete Ésper disparou uma rajada de energia psíquica, mas Guzzlord simplesmente engoliu o ataque, sua garganta distendendo-se por um momento antes de digerir a energia como se fosse um petisco.


O monstro negro respondeu com uma Voracidade , seus dentes afiados rasgando o ar e quase alcançando as asas translúcidas do Foguete Ésper.  


Sunstar recuou, tropeçando nos corpos de seus companheiros. Ele gritou, olhando para Gladion.
 Isso não vai ser suficiente! Precisamos de algo mais!  
Gladion não respondeu. Seus olhos estavam fixos em Guzzlord, que de repente começou a brilhar com uma aura vermelha característica das Ultracriaturas.


O que está acontecendo?!
Eclipse gritou, sentindo a energia estranha emanando de seu Pokémon.

Era como se algo dentro de Guzzlord tivesse despertado. O ar ao seu redor distorceu, e então, sem qualquer comando, a Ultracriatura moveu-se sozinha.  

Eclipse Buraco Negro!

A voz não veio de Eclipse. Veio do próprio Guzzlord, um rosnado gutural que ecoou como um trovão. O céu acima deles se partiu.

Um Buraco Negro se formou no ar, uma esfera de escuridão pura que começou a sugar tudo ao seu redor.


O Foguete Ésper guinchou, tentando recuar, mas a gravidade era implacável. Suas asas invisíveis se contorceram, suas escamas se esticaram, e então — num piscar de olhos — ele foi engolido, desaparecendo no vómito cósmico.  

Mas o Buraco Negro não se fechou. Pelo contrário:

Ele cresceu.

 NÃO!
Sunstar gritou, sentindo seus pés levantarem do chão.
 ELE NÃO ESTÁ SOB CONTROLE!
As árvores ao redor começaram a ser arrancadas com raízes e tudo, voando em direção ao vórtice. Os corpos de Verity, Sorrel, Akira e Tokio foram arrastados, seus membros se contorcendo grotescamente antes de serem espaguetificados, esticados como macarrão até se despedaçarem cruelmente em partículas cada vez menores até se transformarem em poeira menor que um átomo.  

Sunstar foi o primeiro dos sobreviventes a cair. Ele tentou se agarrar a uma rocha, mas seus dedos escorregaram no sangue que encharcava suas mãos. Seu corpo foi puxado para cima, seus braços se esticando como massa de pão, sua pele se rasgando. Ele mal teve tempo de gritar antes de desaparecer no horizonte de eventos...

Eclipse olhou para Gladion com os olhos cheios de terror.
 SAI DAQUI!
Ele berrou, antes de ser arrancado do chão. Seu corpo bateu em um tronco, quebrando suas costas com um CRAAAAAC antes que ele também fosse sugado, seu rosto se deformando sob a força da gravidade.

A última coisa que ele pôde pensar antes de ser varrido da existência foi:
 É o fim do mundo mesmo... Boa Sorte aos que ficam.
E foi completamente aniquilado, seu corpo estraçalhado até sumir em meio à n3grura sem fim.

O último dos Ultra Guardiões e também o mais centrado líder, Gladion, agiu por instinto. Ele sacou a Pokébola de Porygon-Z...

... que com sua Habilidade Kitakamiana Transferência Dimensional, ativou o teletransporte do ambiente físico para o virtual no último segundo possível!


O mundo ao seu redor se dissolveu em pixels, o rugido do Buraco Negro se tornando um eco distante.  

E então — silêncio.  

Gladion caiu de joelhos no chão frio da base dos Ultra Guardiões em Melemele, saindo da tela de um computador como se tivesse sido ejetado de um jogo. Ele estava sozinho. O laboratório estava vazio, as luzes piscando, os monitores mostrando alertas de energia anômala em toda Alola. 

Ele olhou para suas mãos. Elas ainda estavam cobertas de sangue e pedaços de pele e vísceras pegajosas que se misturavam ao barro.

E então, a realidade o atingiu.  

Guzzlord estava solto.  

E o Buraco Negro ainda estava lá.

Postar um comentário

0 Comentários