Em meia troca de palavras, toda a preocupação e remorso de Orange River haviam desaparecidos. Imagine ter um completo estranho (e um Pokémon que você nunca viu antes!) dizendo que são viajantes do tempo que vieram do ano de 2005 com o objetivo de impedirem o fim do mundo e que estavam a caminho de uma certa região quando foram interceptados pelo próprio Deus Pokémon e mandados especialmente para aquele local, para aquele quarto de hotel, porque o seu amigo estava rezando para este mesmo ser que criou todo o motherfucking Universo, para te tirar da deprê...
Isso é informação suficiente para atiçar a curiosidade de qualquer um, mesmo no cérebro de alguém que estava, dois segundos atrás, completamente submersa em tristeza.

Orange não queria dar o braço a torcer. E de fato, no lugar dela, qualquer um estranharia. Era MUITA informação para você simplesmente acreditar de primeira.

Brown então pega o Rotom Phone de Lang e o mostra para Orange.


Como uma boa fotógrafa, Orange verifica todas as informações disponíveis na câmera do Rotom Phone, ou melhor dizendo, DAS CÂMERAS.







Movida por uma curiosidade sem precedentes, Orange então pega a sua própria câmera do L.E.N.S., e abre o navegador para pesquisar...

Após o viajante do tempo fornecer informações sobre seu passado, Orange chega a um artigo intitulado "Aluno Intercambista e Recém Consagrado Campeão da Blueberry Academy desaparecem após invadirem ilegalmente a Área Zero". A data da Publicação? 2005.
O artigo também tinha um seção apenas para falar da incrível Violet, la Violent, que chegou à escola arrasando e logo se tornando uma das Gym Leaders da BB League, com seu time baseado em som, seus poderes vocais e, é claro, seus trajes holográficos extremamente realistas, uma inovação tecnológica para a época.








Nessas alturas do campeonato, Orange está tão incrédula, que até consegue deixar escapar um sorriso com tamanha descrença. Como que algo assim poderia ser real? Não que ela não estivesse vivendo coisas absurdamente loucas desde que entrou para a Associação, mas aquilo ali era de nível ficção científica (mesmo em um mundo em que tudo parece fantasia).
Ao mesmo tempo em que quer acreditar, tem uma parte da sua mente que se recusa a deixar que todas aquelas afirmações façam algum sentido. E isso, estranhamente (ou não) estava a motivando a querer buscar a verdade, a ir atrás de respostas, algo que, desde que ela perdeu seus Pokémon, Orange tinha perdido totalmente a vontade de fazer.


Aquela frase tem um impacto tão profundo em Orange, que Lang não tem nem ideia da chave que ele acabou de virar dentro dela.




Então, para a surpresa de Brown...



(Flashback)
Sabe, Orange... O luto, a sensação de perda... Ela só é possível porque sentimos amor. Para que não sintamos o luto, é preciso que em contrapartida, também não sintamos nenhum tipo de afeto. O que aconteceu com os seus Pokémon... E o jeito como você está se sentindo agora... Só é assim porque você os amava. Senão, você apenas viraria as costas e seguiria a vida como se nada tivesse acontecido. E não é isso o que queremos, não é?
O luto vem de qualquer lado, a qualquer momento... Quando menos estamos esperando... Nós podemos estar brincando de boa em nosso aconchegante lar e nosso pai simplesmente sair para comprar um cigarro e nunca mais voltar... Podemos estar em um carro, voltando para casa, e num momento de descuido, seja do motorista, seja do bêbado que não aprendeu que trago e direção não combinam, tudo terminar bem ali, para todos, menos você... Podemos, do nada, receber uma ligação dizendo que nossa mãe faleceu e nós passamos a nos culpar pelo resto da vida por não ter retornado a sua ligação... A vida é cheia de surpresas! Não temos como prever ou controlar tudo.Carregar amor no peito, é carregar a dor de uma eventual separação. A necessidade que os humanos têm de se aproximarem uns dos outros é o que faz a despedida ser tão dolorosa. Mas aí eu lhe pergunto... Para evitar essa dor, você abriria mão de todas as coisas boas? Você deixaria de amar? Tornaria o seu peito um buraco negro, incapaz de se compadecer a nada nem ninguém?Nós não podemos viver nossa vida com medo das perdas, mas podemos aproveitar o presente, cada pequeno instante, ao lado de quem amamos. A despedida é certa. Tudo eventualmente chega a um fim, e nós não podemos fazer nada a respeito disso, apenas aproveitar o que temos enquanto ainda temos.Você é uma garota jovem, ainda tem muito pela frente. Não pode desistir agora. Vamos, eu vou lhe deixar sozinha, para que possa processar tudo o que aconteceu... Afinal, cada um vive o luto de uma maneira diferente e você ainda precisa encontrar a sua.Mas saiba que, no que precisar, eu estou aqui.Ah, e mais uma coisa... Você tinha razão...
Os seus Pokémon. Eles ainda estão vivos... Essa separação que vocês sofreram foi involuntária, para ambos os lados, então você ainda pode encontrá-los (ou vice-versa).
Rosa Grey tragou mais uma vez, pegou a bituca do cigarro, amassou-a sob seus pés (...)
(Fim do Flashback)


Os olhos de Brown enchem-se de lágrimas. Deu certo! A oração a Arceus funcionou! A sua garota estava de volta, movida por um fator que ele jamais pensou que pudesse arrastá-la para fora da cama: a curiosidade!

Brown abraça a garota, deixando que as lágrimas rolassem silenciosamente pelo seio da face.



Continua...
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