À medida em que a noite ia caindo, meu nervosismo ia aumentando. Amanhã, exatamente às novos horas da manhã eu iria buscar meu pokémon inicial. Se eu estou preparado? Não. Eu nunca quis sair em uma jornada pokémon, mas assim que eu soube que isso me ajudaria em minha carreira de detetive, eu tive que mudar de opinião. Afinal de contas, não deve ser tão ruim assim cuidar de um pokémon e batalhar em ginásios, não é mesmo? Eu até posso ganha mais fama do que sendo um detetive profissional... Quem sabe? Além disso, posso me tornar o campeão e "governar" a região... Ah, tantos sonhos... Talvez eu nunca consiga realizá-los. Talvez eu não tenha tanta sorte quanto outros que tentaram isso antes de mim. Só o que eu tenho a fazer é engolir minha ansiedade e me preparar, pois amanhã será um longo dia...
Capítulo 1
VS Froakie
– Mãe, eu já te disse que agora eu me chamo "X"! – Minha mãe não entendia que eu tinha mudado meu verdadeiro nome, escondendo-o por baixo de um nickname, um apelido que servia tanto para minha jornada pokémon quanto para minha futura carreira como detetive profissional. – Por favor, não fale mais esse nome aí!
– Tudo bem, filho. Já que insiste... Ah, é estranho ver meu menininho tornando-se um mocinho crescido pensando em suas responsabilidades e deveres. Agora vá, "Ekss"! E lembre-se de que eu sempre estarei ao seu lado.
– Valeu, mãe! Eu farei de tudo para realizar o meu sonho!
– Estou contando com você. Não me decepcione!
– Tudo bem! Eu vou lá evou arrasar! É um promessa! - Saí de casa correndo. Eu mal podia esperar para pegar o meu pokémon inicial em um laboratório, não muito longe dali. Tudo o que eu tinha que fazer era mostrar meu cartão-postal e eu ganharia um pokémon, de graça. Só haveria uma dificuldade nisso tudo: um escolha. Entre três pokémons eu devo escolher somente um, optando ou pelo tipo planta, ou pelo tipo fogo, ou pelo tipo água. Ainda estou indeciso, só quando chegar a hora para eu tomar a decisão certa.
Sai de minha casa voando. Passei por algumas casas de conhecidos, mas não cheguei e nenhuma. Meu pokémon inicial estaria me esperando às nove horas, mas já eram nove e dez. Alguém já poderia ter pego um dos pokémons, ou piro, poderia não ter sobrado nenhum. Por isso, juntei minhas economias do mês passado inteiro só para poder comprar um par de patins novos. Com eles eu posso chegar mais rápido a qualquer local!
Com sorte, consegui travessar a cidade em mais ou menos cinco minutos, quando de repente, uma desgraça me acontece. Decidi parar para tomar uma água e vou revisar minha mochila. Tive o cuidado de pegar uma pokébola, uma pokédex antiga, na verdade, a primeira que meu pai ganhou em seus tempos de treinador e um diário, para eu escrever tudo o que me aconteceu e o que não me aconteceu durante minha jornada. Minha mãe havia me dado um mapa para eu poder me guiar pelo país. Tive que dobrá-lo para caber dentro da mochila. Mas eu sentia que estava faltando alguma coisa. Olhei por todos os bolsos e não achei meu cartão-postal em lugar nenhum. Sem ele eu não posso pegar meu o pokémon inicial...
– Droga! Eu não posso ficar sem o meu pokémon!
Senti uma tontura, mas fiquei forte logo em seguida. Eu precisava achar meu cartão postal. Na pressa, meu coração disparou como um "Aqua Jet". Minha pele começou a ficar encharcada de suor e camiseta começava a grudar nas minhas costas. Tentei refazer o meu trajeto percorrido até então, mas como as ruas da cidade eram muito movimentadas, alguém já podia ter pego o meu cartão-postal e o meu pokémon. Isso seria uma desgraça, uma tragédia Eu precisava recuperar o que era meu antes que eu perdesse mais outra coisa.
– Com licença, senhora! você por acaso não achou um cartão-postal de treinador por aí? - Perguntei para todo mundo, mas tinha muita gente na cidade. Ninguém sabia me responder.
– Você não viu por acaso um cartão-postal de treinador? – Perguntei par todo o tipo de gente. gente que eu conhecia, gente que eu não conhecia. Gordo, magro, alto, baixo, normal, esquisito, rico, pobre... Não adiantava. Ninguém sabia me responder. Alguns chegaram até a me dar informações erradas. Já deveria ser umas dez horas da manhã ou mais tarde ainda e eu presumia que o meu pokémon inicial tivesse sido levado por outra pessoa... Naquele desespero eu cheguei até a perder a noção do tempo, correndo pela cidade toda de patins. Devo ter emagrecido uns dois quilos só naquele dia.
– Oui, você me parece tão triste! O que houve, criança? – Quando eu passava na frente de um café, o mais famoso da cidade, para ser mais preciso, um palhaço me parou. Ele viu que eu estava triste e veio me perguntar o porque.
– Eu perdi meu cartão postal! Não posso receber o meu pokémon – Eu já estava aflito com toda aquela situação. Nada que eu fazia dava certo. – Revisei minha bolsa dez vezes antes de sair de casa e tava tudo lá. Depois que eu saí eu revisei de novo e o meu cartão já não estava lá!
– E você olhou quantas vezes depois que saiu de casa? Pode ser que tenha ficado escondido em sua mochila e você não tenha visto!
– Sabe, senhor palhaço, você tem toda razão Vou olhar de novo.
Sentei-me em frente ao café, nas escadas que davam para a porta principal e revirei minha mochila. Tirei tudo o que tinha lá dentro e coloquei tudo de novo. Foi só assim que eu achei o meu cartão e fiquei com muita vergonhado senhor palhaço.
– Hahahah... Aqui estava ele... E eu fazendo esse papel de bobo...
– Muita calma nessa hora, amiguinho! Qualquer um poderia ter se enganado, ainda mais quando se está nervoso para começar uma jornada pokémon.
– É, pois é, né? – Respondi com um sorriso falso. Eu estava quase que explodindo por dentro. Raiva e vergonha lado à lado, e que combinadas geravam uma onda de lágrimas que eu já podia sentir atrás de meus olhos...
– O dia está quente hoje, não?Achoque vai chover! Se eu fosse você iria buscar logo o seu pokémon inicial!
– É-é o que eu vou fazer! – Gaguejei mas segui em frente, com o rosto completamente vermelho. Morto de vergonha.
Dobrei a esquina quase encostando no chão. Foi não foi uma curva nada fácil e eu ainda não tinha me acostumado aquele modelo de patins. Era extremamente difícil usar aquilo nos pés, ora que eu mal me mantinha de pé quando não estava em movimento. Levei meu cartão-postal na mão, para ter certeza de que eu não iria perder ele de novo.
– Ah,só mais um pouco e eu chego no laboratório... É só dobrar essa esquina e--
– Olha por onde anda! - Um garoto de skate corta a minha frente, saindo de uma outra esquina e me pegando com tudo... Nós dois rolamos pelo asfalto e nos esfolamos todos... Pude notar algumas marcas de sangue em minhas mãos,que ardiam muito e o rosto do outro garoto, todo arranhado...
– Argh! Isso dói sabia? – O menino, que devia ter por volta de quinze ou dezesseis anos, aproximadamente a minha idade, ficou zangado comigo.
– Mas... Eu não tive culpa! Você surgiu do nada e me pegou desprevenido! Eu também me machuquei! Não fiz por que eu quis! Se eu tivesse visto você descendo a ladeira, eu teria saído do caminho!
– Vamos resolver isso da maneira mais certa que existe! Em uma batalha pokémon! Chespin, eu escolho você!
Ele lançou uma pokébola no ar e dela saiu um brilho azul carregado de outros brilhosinhos, como pequenas faíscas, que foi tomando forma e enfim, tornou-se um pokémon. E este não era um pokémon comum, era um dos três pokémons inicias disponíveis para a escolha no laboratório, Chespin!
– Ches! Pin! - O pokémon com dentes grandes e espinhos pela cabeça sorriu para mim, mas era um sorriso falso, maléfico, como se estivesse me desafiando, me menosprezando. Pena eu não ter um pokémon ali na hora.
– Ei, espere! Eu ainda não consegui o meu pokémon inicial! Eu estava indo buscar ele agora mesmo!
– Ih, acho melhor você voltar pra casa, cara! Já são onze e meia da manhã! O Laboratório acabou de fechar! Peguei o Chespin às nove em ponto, mas parece que só eu estive presente para buscar o inicial.
– Ah, é que eu tive um probleminha com o meu cartão-postal. Sabe como é, né, "Z"? – A camiseta branca do garoto, por baixo do casaco, tinha um grande "Z" que cobria toda a frente da camisa, impossível de não se notar.
– Como assim, "Z"?
– Sabe, essa letra na sua camisa... Eu...
– Ah, é a minha marca registrada! O meu nome é Zack, muito prazer! – Ele me estendeu a mão e eu o cumprimentei, dizendo:
– O meu nome é... Bom, pode me chamar de "X"!
– Essa é a sua marca?
– Não exatamente! Tá mais para um nickname! Bom, acho que eu já vou indo! té a próxima!
– Vou ficar esperando você! Quero uma batalha, viu?
– Ok... Vou buscar meu pokémon inicial assim que possível! E me desculpe pelo "acidente"!
– Ah, não foi nada! Eu nem me lembrava mais disso! Te vejo na Rota 1. - A Rota 1, ou a rota inicial, como todos chamavam, era a primeira rota pokémon que se podia acessar através da cidade. Ela era cheia de árvores e fica ao lado de um grande floresta, onde o sol mal consegue entrar por entre as árvores.
– Essa não! Meu cartão-postal sumiu!
Olhei para todos os lados e percebi que meu cartão-postal havia sumido. Ele estava comigo até momentos antes da batida, mas parece que deixei ele cair quando me espatifei no asfalto.
– Se você ficar sem o seu cartão, vai ficar sem o seu pokémon também!
– Oui! Eu sei! Não posso ficar sem o meu pokémon,senão, não conseguirei realizar meu sonho! Droga! essa é a segunda vez que isso acontece, só hoje!
– Calma! Talvez ele tenha voado para baixo de alguma coisa. Ah, ali está!
Zack se abaia e puxa meu cartão debaixo de uma lata do correio. Mais um pouco e era capaz do cartão voar e entrar dentro da lata, misturando-se com as cartas. Aí sim, eu estava feito.
– Muito obrigado, mon ami! Devo tudo à você!
Olhei para todos os lados e percebi que meu cartão-postal havia sumido. Ele estava comigo até momentos antes da batida, mas parece que deixei ele cair quando me espatifei no asfalto.
– Se você ficar sem o seu cartão, vai ficar sem o seu pokémon também!
– Oui! Eu sei! Não posso ficar sem o meu pokémon,senão, não conseguirei realizar meu sonho! Droga! essa é a segunda vez que isso acontece, só hoje!
– Calma! Talvez ele tenha voado para baixo de alguma coisa. Ah, ali está!
Zack se abaia e puxa meu cartão debaixo de uma lata do correio. Mais um pouco e era capaz do cartão voar e entrar dentro da lata, misturando-se com as cartas. Aí sim, eu estava feito.
– Muito obrigado, mon ami! Devo tudo à você!
– Ah, quê isso? não foi nada! Bom, assim que você receber o seu pokémon e estiver disposto a batalhar contra o meu Chespin, me liga para este número, ok? – Ele me entrega um cartãozinho com o número do seu telefone celular.
– Oui! Eu aceitarei o seu desafio assim que for possível, Zack! – Tudo bem, então! À bientôt!
Ele pegou seu skate e se foi pela avenida, seguindo na mesma direção em que eu estava indo antes de pecharmos, até que ele sumiu no horizonte, bem distante, saindo da cidade...
"Bom, já é quase meio-dia e eu não posso voltar pra casa! Vai demorar muito para eu chegar até o Centro de novo, então, vou ter que comer por aqui mesmo" – pensei.
Qualquer lancheira que tivesse por ali subia ladeira acima e de patins isso não iria dar muito certo, então resolvi voltar ao local onde eu encontrei o palhaço, o café mais famoso da cidade, conhecido mundialmente como "Irresistible",que em espanhol significa "Irresistível" . Pensei em pedir um simples sanduíche, para manter a boa forma,afinal, eu teria que percorrer quilômetros de patins, às vezes à pé, às vezes de bicicleta e às vezes correndo, e isso não seria nada fácil, mas eu também precisava me alimentar direito, por isso pensei em pedir algo mais especial e com mais "conteúdo".
Dobrei a esquina e cheguei lá em poucos minutos. Subi as escadas e pude ver que o palhaço já não estava mais por lá (Graças a Arceus). Tirei os patins e troquei por meus tênis de corrida, que estavam na mochila. Passei pela porta de entrada e dei de cara com a moça que trabalhava no balcão.
– Um Hambúrguer, por favor!
– Alguma coisa para beber?
– Uma soda, por favor!
– Ei! O que é isso na sua mão? É um cartão postal? – Os olhos dela brilhavam como se fossem fogos de artifício do ano novo, dando um contraste em seu lindo cabelo loiro, que parecia ganhar vida.
– É sim! – Respondi – Porque?
– Porque eu também tenho um!
– É sério? Você vai ser uma treinadora?
– Sim! Eu deveria ter buscado o meu pokémon hoje às nove horas, mas o meu expediente acaba só à uma.
– Ah,que pena. Bem, você não quer vir comigo? Eu pensei em comer um lanche e ir para lá depois, já que o laboratório fechou para o almoço.
– Ah, isso seria demais! Muito prazer, o meu nome é Y!
– Y? Isso me lembra uma estilista muito famosa!
– É porque eu sou uma estilista muito famosa! – Ela fez uma pose estranha, exibindo seu look.
– E o que uma estilista como você faz aqui em um café? E porque iria buscar um pokémon inicial?
– Bem, você sabe... às vezes a inspiração acaba e então eu decidi sair em uma jornada pokémon para ver se encontro o que preciso. E quanto ao café... Eu não me importo de trabalhar aqui! Na verdade, a minha tia é a dona do estabelecimento, e ela me ofereceu um salário muito bom para trabalhar aqui, mas hoje é o meu último dia! – Uma parágrafo e ela me contou a sua vida inteira. – E você? Como se chama?
– O meu nome é... Bom, pode me chamar de X!
– Oui! Eu me amarro nesse seu sotaque francês! É tão romântico! Você é daqui da região mesmo?
– S-sim... – Fiquei envergonhado. Era quase como um assédio sexual. Aliás, nessa idade eu ficava envergonhado por qualquer coisa. – Anotou o meu pedido?
– Claro! O Trent logo vai trazer o seu hambúrguer!
Sentei-me em uma mesa ali perto e peguei o mapa que eu trazia em minha mochila. Se eu quisesse seguir para a Rota 1 eu tinha que pegar o caminho ao norte da cidade e passar por algumas casas até enfim sair da área urbana. Decidi pegar o meu diário enquanto o pedido não vinha. Anotei tudo o que me aconteceu até então em palavras resumidas e sem que eu percebesse, Trent, o garçom estava ali, me trazendo o meu lanche. Sabe, naquele café não tinha só "café". Era como uma lancheria. Era tudo o que eu queria!
– Hmm... O cheirinho tá ótimo! Hã? Um... Bilhete?
Tinha um bilhete em baixo do meu prato. Empurrei-o para a frente e peguei o bilhete. Comecei a ler o cartãozinho. Era de Y. Ele dizia as seguintes palavras:
Olhei para o Balcão e vi Y apoiada com os cotovelos sobre a madeira, olhando fixamente para mim, com aqueles olhinhos lindos, que brilhavam à medida em que o sol batia em seu rosto. Acho que estou apaixonado por ela... er... Quer dizer... Acho que ela é muito bonita e tal...
– Tudo bem, eu posso te esperar, Y!
Devorei meu hambúrguer em poucos minutos. Fiquei com o roso coberto de mostarda e ketchup, como uma criança fazendo arte. Bebi o meu refrigerante de uma vez só, como um verdadeiro porco e com muita falta de classe,mas Y se divertia com isso e ria de mim de um jeito tão fofo e delicado... De repente, parece que eu havia chamado a atenção de todos no café. Me limpei e fui logo para a rua. Resolvi caminhar para "abaixar" a comida antes que a Y saísse do serviço.
O sol havia desaparecido entre as nuvens. O dia estava nublado e a temperatura havia caído uns cinco ou seis graus. As folhas que caíam das árvores (Ah, era outono quando decidi iniciar minha jornada) eram varridas pelos ventos até alcançarem o telhado de algumas casas. Ao norte vi a Torre da cidade, conhecida como a "Torre Eiffel", o maior ponto turístico de minha cidade, que além de ser tão delicada e meiga, era enorme, maior que todas as casas por ali. Sua base era extremamente "larga" e quanto mais alta ela ficava, sua estrutura ia afinando. Lembrei-me de que o laboratório ficava por ali e seria uma ótima oportunidade para eu visitar à torre, que, de noite, tem luzes multi-coloridas, que chegavam ser vistas do espaço.
– Uma soda, por favor!
– Ei! O que é isso na sua mão? É um cartão postal? – Os olhos dela brilhavam como se fossem fogos de artifício do ano novo, dando um contraste em seu lindo cabelo loiro, que parecia ganhar vida.
– É sim! – Respondi – Porque?
– Porque eu também tenho um!
– É sério? Você vai ser uma treinadora?
– Sim! Eu deveria ter buscado o meu pokémon hoje às nove horas, mas o meu expediente acaba só à uma.
– Ah,que pena. Bem, você não quer vir comigo? Eu pensei em comer um lanche e ir para lá depois, já que o laboratório fechou para o almoço.
– Ah, isso seria demais! Muito prazer, o meu nome é Y!
– Y? Isso me lembra uma estilista muito famosa!
– É porque eu sou uma estilista muito famosa! – Ela fez uma pose estranha, exibindo seu look.
– E o que uma estilista como você faz aqui em um café? E porque iria buscar um pokémon inicial?
– Bem, você sabe... às vezes a inspiração acaba e então eu decidi sair em uma jornada pokémon para ver se encontro o que preciso. E quanto ao café... Eu não me importo de trabalhar aqui! Na verdade, a minha tia é a dona do estabelecimento, e ela me ofereceu um salário muito bom para trabalhar aqui, mas hoje é o meu último dia! – Uma parágrafo e ela me contou a sua vida inteira. – E você? Como se chama?
– O meu nome é... Bom, pode me chamar de X!
– Oui! Eu me amarro nesse seu sotaque francês! É tão romântico! Você é daqui da região mesmo?
– S-sim... – Fiquei envergonhado. Era quase como um assédio sexual. Aliás, nessa idade eu ficava envergonhado por qualquer coisa. – Anotou o meu pedido?
– Claro! O Trent logo vai trazer o seu hambúrguer!
Sentei-me em uma mesa ali perto e peguei o mapa que eu trazia em minha mochila. Se eu quisesse seguir para a Rota 1 eu tinha que pegar o caminho ao norte da cidade e passar por algumas casas até enfim sair da área urbana. Decidi pegar o meu diário enquanto o pedido não vinha. Anotei tudo o que me aconteceu até então em palavras resumidas e sem que eu percebesse, Trent, o garçom estava ali, me trazendo o meu lanche. Sabe, naquele café não tinha só "café". Era como uma lancheria. Era tudo o que eu queria!
– Hmm... O cheirinho tá ótimo! Hã? Um... Bilhete?
Tinha um bilhete em baixo do meu prato. Empurrei-o para a frente e peguei o bilhete. Comecei a ler o cartãozinho. Era de Y. Ele dizia as seguintes palavras:
Espero que goste do Hambúrguer. Eu mesmo preparei ele especialmente para você, mon ami! Eu sei que você está ansioso para a sua jornada, eu também, mas será que você poderia esperar por aqui até a uma
Com carinho, Y
Olhei para o Balcão e vi Y apoiada com os cotovelos sobre a madeira, olhando fixamente para mim, com aqueles olhinhos lindos, que brilhavam à medida em que o sol batia em seu rosto. Acho que estou apaixonado por ela... er... Quer dizer... Acho que ela é muito bonita e tal...
– Tudo bem, eu posso te esperar, Y!
Devorei meu hambúrguer em poucos minutos. Fiquei com o roso coberto de mostarda e ketchup, como uma criança fazendo arte. Bebi o meu refrigerante de uma vez só, como um verdadeiro porco e com muita falta de classe,mas Y se divertia com isso e ria de mim de um jeito tão fofo e delicado... De repente, parece que eu havia chamado a atenção de todos no café. Me limpei e fui logo para a rua. Resolvi caminhar para "abaixar" a comida antes que a Y saísse do serviço.
O sol havia desaparecido entre as nuvens. O dia estava nublado e a temperatura havia caído uns cinco ou seis graus. As folhas que caíam das árvores (Ah, era outono quando decidi iniciar minha jornada) eram varridas pelos ventos até alcançarem o telhado de algumas casas. Ao norte vi a Torre da cidade, conhecida como a "Torre Eiffel", o maior ponto turístico de minha cidade, que além de ser tão delicada e meiga, era enorme, maior que todas as casas por ali. Sua base era extremamente "larga" e quanto mais alta ela ficava, sua estrutura ia afinando. Lembrei-me de que o laboratório ficava por ali e seria uma ótima oportunidade para eu visitar à torre, que, de noite, tem luzes multi-coloridas, que chegavam ser vistas do espaço.
"Ah... Isso é uma maravilha" – pensei – "Eu moro na melhor cidade do mundo!" – Observei as pessoas ao meu redor. Havia uma mãe com um bebê no carrinho. Um Munchlax brincando com um frisbee, um Pikachu tentando (mas só tentando) escalar a torre... As folhas caindo, as nuvens se movimentando. Alguns poké-pássaros bebendo água nos chafarizes e jovens namorados deitados na grama, olhando para o alto da torre, pensando no futuro... Havia também alguns skatistas pela calçada, crianças correndo por todo o lado e algumas amigas com muita, mas muitas compras em suas sacolas. Alguns jovens carentes falando no celular com suas esposas e empresários correndo de um lado para o outro, e eu ali, me imaginando como um treinador, junto de meus pokémons, voando ao redor da torre...
Quando chegou a uma hora, fui até o café de patins e encontrei Y com uma mochila um par de patins na mão. Ela vestia botas compridas, uma saia vermelha e uma blusa preta de tecido algodão. Em sua cabeça um chapéu cor-de-rosa e um óculos novinho em folha.Puxei a mão dela e saímos pela cidade, dançando enquanto seguíamos nosso trajeto, deslizando no chão, até chegarmos ao tão esperado laboratório.
– Bonsoir! É aqui que fica o laboratório Pokémon?
– Sim! Entrem, por favor! – Uma mulher com um jaleco nos atendeu. Ela pediu que sentássemos na sala de espera antes que o professor viesse nos atender.
– Olá, garotos! Je m'appelle Jean – Um homem veio nos receber. Ele se apresentou como Jean. Respondi:
– Enchanté! – "Prazer em conhecê-lo!"
– O professor responsável deu uma saída, mas me deixou temporariamente no cargo! O filho dele sofreu um acidente de moto agora à pouco... – Ele nos explicou – É uma pena vocês não poderem conhecê-lo...
– Coitado. Será que o filho dele está bem?
– Eu ainda não sei. Teremos que aguardar para descobrirmos mais informações! Bom, vamos direto ao assunto! O que vocês desejam?
– Viemos buscar nossos pokémons iniciais! – Y entrega ao homem nossos cartões-postais, e ele verifica tudo certinho em seu notebook, em cima da mesa ali perto...
– Muito bem, parece que ainda temos o Froakie e o Fennekin! Zack, um outro treinador pegou o Chespin hoje cedo!
– Ah, quanto a isso, desculpe-nos! Tivemos alguns compromissos!
– Desculpe pela pergunta, mas vocês são namorados? – Y responde que sim, e começa a contar uma série de mentiras sobre nós dois. Ela puxou meu braço e "encaixou" o dela no meu,fazendo umas caras um tanto estranhas e aparentemente falsas. Fiquei com vergonha (de novo). Aquilo não fazia sentido e era óbvio que eu ia interrogar ela depois.
– Bom, acompanhem-me até a "mesa de escolhas".
Acompanhamos o homem e ele nos levou até uma sala onde dois pokémons comiam o restinho de sua ração em cima da mesa.
– Peguem estas pokébolas e apontem para os pokémons que quiserem! Esta da esquerda pertence ao Fennekin, nosso tipo fogo.
– Fen! Fennekin!
– Ai, que fofinho! Eu quero levar este! – Y pega a pokébola e aponta para o pokémon, lançando um raio laser que encolhe o seu tamanho e trás o pokémon para dentro da pokébola.
– Bom, só me sobrou este! Froakie, vem comigo!
– Froa! Kie!
Apontei a pokébola que restava na direção de um "pokémon-sapo" e recolhi ele para dentro da bola.
– Por favor, assinem este contrato e considerem-se treinadores oficializados pela Liga Pokémon! – Assinamos rapidamente a papelada e saímos do laboratório correndo, ou melhor "deslizamos".
– Merci beaucoup!
– Au revoir!
Agradecemos e o "professor substituto" nos disse algo como "até logo", em francês. Tentei me lembrar se não nos esquecemos de nada, mas não. Estava tudo certinho. Ele nos deu as pokébolas, a pokédex e acima de tudo, os pokémons. Decidi que não faltava nada e seguimos em frente. Paramos para comprar sorvete e como já estava tarde para sairmos explorar a Rota 1 e com certeza não chegaríamos na próxima cidade de noite, decidimos ir à Torre Eiffel. Lá, Y prometeu que iria me explicar tudo.
– Vamos, Y! Por que você disse que somos namorados?
– Falei só por falar... Você não gostou, X?
– Não, por que é mentira! Não somos namorados! Você passou o dia inteiro dando em cima de mim, o que você quer?
– Desculpe, X... Eu... Eu juro que não faço de novo! Eu... Só queria chamar atenção! Não precisa brigar comigo! Olha, eu vou sair do seu caminho! Vou sozinha na minha jornada! Não preciso de você! – Ela começou a chorar. Eu não estava entendendo. Pela primeira vez, percebi que pisei em cima dos sentimentos de uma mulher, embora aquilo não fizesse sentido nenhum em minha cabeça.
– Ah, não chora, amour!
– Amor?
– Não chora. Vem, me dá um abraço!
– Não chora. Vem, me dá um abraço!
Nos abraçamos bem forte. Apertei ela contra o meu corpo e dali em diante, passamos a ser considerados os melhores amigos. Não, não éramos um casal. Ela me desculpou pela minha rebeldia e assim, fizemos as pazes. Estávamos apenas nos conhecendo, compartilhando nossas informações, adquirindo confiança na palavra um do outro. Talvez isso não venha ao caso, mas ficamos por ali a tarde toda, até que a noite caiu. Ficamos sentados na grama sob as luzes da grande Torre Eiffel, ao redor daquele verdadeiro "Central Park". Não sei como, mas tínhamos muitas coisas em comum, embora eu não trabalhasse em um café, atrás do balcão, e não fosse um estilista.
Era estranho pensar nisso. Eu achava que iria buscar meu pokémon inicial no início do dia e pronto, mas muita coisa acabou acontecendo. Conheci uma série de pessoas, das mais queridas até as mais rudes. Perdi meu maldito cartão-postal duas vezes seguidas. Conheci Z e Y, outras duas pessoas que são chamadas por "letras", assim como eu. Consegui receber meu pokémon inicial somente à tarde e não treinei ele nem um pouquinho.
Era estranho pensar nisso. Eu achava que iria buscar meu pokémon inicial no início do dia e pronto, mas muita coisa acabou acontecendo. Conheci uma série de pessoas, das mais queridas até as mais rudes. Perdi meu maldito cartão-postal duas vezes seguidas. Conheci Z e Y, outras duas pessoas que são chamadas por "letras", assim como eu. Consegui receber meu pokémon inicial somente à tarde e não treinei ele nem um pouquinho.
No final das contas, eu e Y começamos a nos conhecer e decidimos sair em nossa jornada juntos, lado à lado como um verdadeiro casal. Percebi que, mesmo Y sendo muito, mas muito rica, ela tem um coração humilde e puro, sabe? Ela não era gananciosa. Por um momento, esqueci de que estava ali para me tornar um detetive... É claro que agora eu também deveria dar atenção para o Froakie, que tinha que ser treinado arduamente até alcançar sua evolução, mas isso não seria problema, não comigo. Y e eu brincamos com nossos pokémons como se fossemos crianças e o resultado disso foi muita bagunça. Pelo menos conseguimos descobrir os movimentos que eles usam...
Mais tarde, Alugamos quartos separados no Centro Pokémon e passamos a noite por lá, esperando que no outro dia, pudéssemos sair em nossa jornada, a fim de realizarmos nossos sonhos. Mas ainda era estranho pensar em como o dia começou e em como ele terminou, só que depois de algumas hora de meditação no escuro, pude perceber que a vida é assim, nem sempre sai do jeito que a gente quer, mas no final, tudo acaba dando certo se você lutar pelo que sonha e desde aquele dia, este tornou-se o meu princípio, a razão pela qual eu me sacrifico para realizar os meus sonhos. Essa é a minha fé. Essa é a minha razão.
Continua...
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