BW2 — Capítulo 01

     Naquela manhã acordei cedo. Peguei minhas trouxas e saí em disparada de casa. Meu objetivo era atravessar a região em um só dia. Não seria um trabalho fácil, mas eu estava disposto a buscar meu pokémon inicial. Na noite anterior eu já havia me cadastrado na liga pokémon pela internet, agora só faltava eu pegar umas coisinhas que ainda me faltavam, mas para isso, eu teria que voltar para Aspertia Town, minha cidade natal...

Capítulo 01

VS Ampharos


    Durante a manhã inteira cruzei por Opelucid City, Icirrus... Desci mais um pouco e encontrei Mistralton, mais um pouquinho e passei pela sede do Pokémon World Tournament. Pego um barco às 11 horas e logo me vejo atravessando o oceano... Ao meio-dia passei pela cidade poluída conhecida como Virbank, atravessando as matas e rotas ao seu redor e finalmente às 13 horas, chego na minha antiga cidade.
     O sol brilhava forte e estava um calor do inferno. Mas era por uma boa causa. Eu, Nate White, iria receber o meu pokémon inicial, minha pokédex e o meu trainer card. Tudo o que eu precisava fazer era me dirigir pelo novo laboratório da cidade, que fica no mesmo lugar onde eu morava, há alguns anos atrás.
     O Professor local redecorou minha antiga casa. Onde antes era uma simples moradia, agora é um laboratório repleto de tecnologia, com os mais diversos estudos e análises de pokémons locais sendo enviados para o mundo todo pela internet. Unova cresceu mesmo em muito pouco tempo. Há dois anos atrás eramos só mais uma região onde todo mundo ia visitar, agora, somos uma república unida, com uma base de poder única que está investindo tanto na educação quanto na saúde.
     Mas voltando ao assunto, era muita emoção voltar pra minha antiga casinha. Fazia um bocado de tempo que eu não ia ali e era realmente um prazer eu voltar pra rever o pessoal. Falando nisso...
    – Nate? É você?
    – Senhorita Grey?
    – Sou eu!
    A menina olhou para mim, acenando. De longe reconheci seu cabelo com formato de rosquinha e fui logo correndo para abraçá-la.
     – É realmente uma honra poder ver a senhorita de novo!
     Rosa Grey era uma antiga amiga. Eu sempre gostei dela, não como uma simples amiga, até mais do que isso. Sabe quando uma garota é super meiga com você e sempre faz tudo parecer romântico ou fofinho? Pois é, esta é a Rosa.
     – Por onde andou? Eu tava preocupada! Por que não respondeu minhas mensagens? Nunca mais entrou no Space Book!
     – Eu ando muito ocupado ultimamente! Tenho muita coisa pra fazer em casa.Ultimamente o Dewott tem me dado trabalho... Acredita que ele chegou a pegar sarna? Sorte que eu corri e levei ele para o Centro Pokémon!
     – Dewott?
     – Ah, desculpa! Eu não te apresentei o meu melhor amigo! Vai, Dewott!
     Dewott sai da pokébola exibindo suas conchas, parando de olhos fechados e com o nariz empinado. Sua típica personalidade de orgulhoso.
     – Ai, que fofo! Deixa eu pegar?
     – Claro!
     Rosa faz carinho na cabeça de Dewott, que começa a fazer um som como o ronronar de um Shinx.
     – Ai, ele é tão fofinho... Agora eu preciso apresentar os meus pokémons! Vai!
     De uma das pokébolas lançadas salta um barril de banha flamejante: Pignite, um pokémon porco de fogo. Eu sabia muito sobre tal pokémon, afinal, até conhecer Dewott eu era fascinado por ele.
     E da outra, surge a serpente de grama, Servine, outro pokémon com a personalidade semelhante à do Dewott.
     – Pig, pig!
     – Ser... Vine!
     – Uau! Olha que legal, Dewott!
     Dewott vira a cara pro lado, empinando o nariz mais ainda. Pignite desaba, e começa a chorar, enquanto Servine faz o mesmo que o pokémon de água, demonstrando uma certa rivalidade.
     – Dewott, o que você fez? Pokémon mal! – Pignite corre para os braços de Rosa e finalmente para de chorar...
     Dewott levanta a perna direita e começa a coçar a orelha com ela, não se importando com o bebê-chorão.
     – Mas enfim, Nate... Pra onde você tá indo?
     – Eu vou pro laboratório. Me oficializei como um treinador pokémon agora só preciso do meu pokémon inicial!
     – Mas você tem, não tem?
     – Dewott não é meu inicial. Eu consegui capturar ele há algum tempinho. Agora vamos ver qual eu vou escolher, né? Snivy, Tepig ou Oshawott.
     – Acho que Oshawott não, né? Porque você já tem o Dewott, que é a evolução do Oshawott!
     – Pois é. Mas eu vou indo então. Foi um prazer ter te reencontrado! Vamos, Dewott!

     Apertamos o passo e fomos em direção à minha casinha no sul da cidade. De longe eu podia ver as antenas da televisão e da internet, do mesmo jeitinho que a gente tinha deixado. Era possível ver a janela aberta e a porta logo da lado. Dava pra ver também o canteiro onde eu plante algumas flores e berries. Tinha até as exóticas Apricorns...

     – É aqui.
     – Wott!
     – Dewott, a nossa jornada começa aqui e agora!
     Respirei fundo, fechei os olhos e senti o coração pulsar. Logo toquei a campainha. Estava ansioso para ver o novo professor da região...

     – Em que posso ajudá-lo?


     – O Professor Colress por favor?
     – É ele. E você deve ser Nathan White, o mesmo menino que trocou de roupa com o Black algum tempo atrás, certo?
     – Sim. Como você sabe?
     – Digamos que no passado eu fazia parte da Equipe Plasma... mas enfim, o que deseja?
     – Eu quero buscar meu pokémon inicial, segundo as leis da Liga Pokémon!
     – Eu vejo que já tem um Dewott, mas tudo bem. Vem, é por aqui!

     Colress me leva para uma salinha onde costumava ser o meu quarto. Lá os três pokémons iniciais estavam a minha espera. Eu só podia escolher um deles para ser o meu parceiro. Mas qual? Era difícil, ainda mais sendo tão fofinhos...


     – Um Tepig, um Snivy e um Oshawott! Ótimo! Eu escolho... Snivy!
     – Sny!
     Peguei a pokébola do tipo grama e minha pokédex vermelha, logo atrás.
     – Ei, Nate! Não esquece disso!
     Colress me entrega uma cinta com nove pokébola penduradas.
      – Obrigado. Falta mais alguma coisa?
      – Não. A não ser que esteja interessado em me ajudar com o meu novo projeto de poké-civilização.
      – Ah, não. Muito obrigado, eu já vou indo.
      – Tudo bem, então. Só não se esquece de manter contato!
      – Claro, mas como eu faço?
      – Atrás da pokédex está gravado o número do telefone do laboratório. Eu espero que sirva pra alguma coisa.
      – Ah, ok. Eu vou indo então.
      – Wott!
      Saí do laboratório rapidamente. Não durou cinco minutos, eu acho, mas estava com pressa. As coisas não poderiam demorar mais tanto. Ainda tinha que ir para a rotas batalhar contra outros treinadores.
      – Onde será que a Rosa se meteu? Queria tanto batalhar com ela...
      – E aí, moleque! Tá se metendo em encrenca de novo?
      Olhei para trás e vi ninguém mais ninguém menos do que Hiroshi Black, ou "Hue", um garoto de dupla personalidade. Quando olho pra ele, até me esqueço que isso é um problema gravíssimo.
     – Quer uma batalha, perdedor?
     – Eu aceito. E você, Dewott?
     – Wott! – Dewott balança a cabeça, afirmando que sim.
     – Então, tá na hora de botar pra quebrar! Ampharos, eu escolho você! Vai!
     – Amph!
     – Ampharos? Muito bem, eu poderia usar a Snivy... Que tal?
     – Wott, wott!
     Dewott concorda, então eu só deixo a pokébola voar, liberando meu mais novo pokémon.
     – Sny, sny!
     – Um Snivy? Há eu tenho um movimento perfeito pra usar contra ele! Signal Beam! Agora!
     Ampharos cria uma luz multicolorida que faz seu corpo brilhar e em seguida dispara essa luz na forma de uma rajada energética, que atinge Snivy com tudo, formando uma explosão ao redor do tipo planta.
     – Snivy, não!
     – Ampharos, use o Thunder Punch!
     – Sny!
     Snivy se levanta e volta para a luta, dando um sorriso sarcástico para Ampharos.
     – Use o Leaf Storm!
     Snivy vira de cabeça para baixo e começa a girar no chão, como se estivesse dançando. Em seguida, sua cauda ganha um brilho especial, na cor verde, que invoca um tornado de folhas verdejantes que avança pra cima de Ampharos, acertando o tipo elétrico em cheio.
      – Agora, Snivy! Aproveita que ele caiu e use o Tackle!
      Snivy salta e avança com tudo, dando uma cabeçada em Ampharos, que estava caído...
      – Ampharos!
      – Cuidado, "Hue"! Eu sei muito bem virar uma batalha!
      – Sabe, é? Ampharos, Thunder Punch!
      Ampharos se levanta e pega Snivy de surpresa, acertando-lhe um soco poderoso.
      – Sni!
      Snivy começa a faiscar. Está levando um choque por causa do ataque.
      – Perfeito! Agora paralisou de vez! Use o Signal Beam!
      – Não mesmo! Snivy vire-se e ataque com Leer!
      Ampharos começa a brilhar, enquanto Snivy solta-lhe um olhar assustador, que acaba por diminuir as estatísticas do pokémon elétrico. No entanto, o Signal Beam continua e avança com tudo pra cima de Snivy, formando uma explosão maior do que a anterior.
     – Sni-- @-@!
     – Snivy, não!
     – Wott!
     – Tem razão! Snivy é fraco demais para enfrentar um oponente avançado como o "Hue" aqui.
     – Mas que selvagens! – Uma voz feminina adentra no campo de batalhas. Quando olhamos para o lado podemos ver três pessoas: um menino de cabelos verdes e outras duas garotas. Estavam usando roupas esquisitas, como as que se usava antigamente.
    – Anthea, acalme-se. É só uma batalha pokémon.
    – É, mas olha só o que ele fez com o pobrezinho do Snivy!
    – Calma, é preciso tempo para que as pessoas entendam que batalhar de forma bruta não é "legal".
    – Desculpa, quem são vocês mesmo?
    – Wott!
    – Ah, desculpe-nos pela intromissão, mas já que perguntou eu sou "Nate", mas pode me chamar de N. E essas são minhas irmãs, Anthea e Concordia!
     – Que coincidência! O Meu nome é Nathan, mas todo mundo me chama de Nate!
     – Que legal! Mas enfim, vamos deixar vocês batalharem!
     O menino de cabelos verdes se afasta, mas Hue vai até ele, encarando-o.
     – Ei! Eu sei quem você é, seu pilantra! É um dos membros da Equipe Plasma, que eu sei! Alguém aí chama a polícia!
     – Com licença, criança! Eu era da Equipe Plasma. Hoje faço parte de uma ONG chamada "Liberte".
     – Ah, não creio! Você é o fundador da Liberte? – Tentei mudar de assunto antes que aquilo virasse uma briga.
     – Sou.
     – Cara, eu também concordo com as suas ideias! Os pokémons não podem ser simplesmente rotulados ou colocados em pokébolas o dia todo. Eles também tem sentimentos! Olhem para meu Dewott! Ele adora ficar fora da pokébola!
     – Wott, wott!
     – Ah, é mesmo um ótimo pokémon! E aí, estão a fim de virem jantar na nossa fundação?
     – Não, muito obrigado. Eu tenho que sair da cidade ainda hoje. Tenho que ir para as rotas vizinhas para capturar mais e mais pokémons. E você, "Hue"?
     – Se você vai ir embora da cidade, eu também vou! Desculpe, pessoal!
     – Não foi nada, entendemos! A gente se vê por aí!
     N e as irmãs "coloridas" vão embora. Dei graças a Arceus, afinal não é muito legal um ex-plasma surgir assim do nada e ainda ficar convidado para ir jantar, né? Mas enfim, a luta estava acaba agora. Snivy estava desacordado e Ampharos havia vencido. Eu devia saber, afinal "Hue" saiu em sua jornada um ano antes de eu iniciar a minha.
     – Bom, Snivy... Volte!
     – Você também, Ampharos! Fez um ótimo trabalho!
     –  Então? Rumo à Rota 19?
     – Ei! Aonde pensam que vão sem mim?
     – Senhoria Grey?
     – Quem mais poderia ser?
     – Aonde a senhorita pensa que vai?
     – Eu vou viajar com vocês dois!
     – Oque? Eu não vou com ele!! – Eu e Hiroshi falamos ao mesmo tempo. Aquele menino era insuportável. Eu não poderia ir na minha jornada com ele.
     – Ah, então acho que eu vou ter que escolher...
     Eu sabia que Hiroshi também gostava da Rosa. Sabia que ele era a fim dele. Talvez seja por isso que a gente tem tanta rivalidade em nossos corações. Talvez seja por isso que a gente vive discutindo. Só que agora está na mão da Rosa? Em quem ela confia mais? De quem ela gosta mais? Com quem ela vai sair na sua jornada?

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