Anteriormente em XY Adventures, Y consegue recuperar o seu Braixen, retornando para a escola com uma insígnia novinha em mãos. Então um antigo amigo volta para atormentar a vida de Matthew (ou não): Zack, agora também conhecido como “Jack”. Y também descobriu que para batalhar no segundo ginásio é necessário um certificado de Duelo Pokémon e a escola está realizando torneios onde o prêmio é justamente este certificado todos os sábados. Resta agora a nossa querida heroína derrotar todos os seus oponentes neste duelo e ganhar o seu tão aguardado certificado (...)
Quarta-feira, o dia estava cinzento. O vento cortante dançava pelo céu a procura de uma nova vítima, Uma porta aberta, um copo na beiradinha da mesa, um monte de areia no chão... Estava cruel. Mas, para nossa sorte, já não estava mais tão calor e as salas estavam muito bem aquecidas. Depois de uma explicação interessantíssima da Senhorita Le Blanc sobre como os Pokémons tipo Grass se alimentam apenas com a luz solar, descemos para o pátio e fomos caminhando em direção ao dormitório... Foi quando uma voz conhecida me chamou:
– E aí, Y?
– Ah, oi Calem! – Calem estava vestindo apenas uma camiseta de mangas compridas e uma calça preta. Estava encarangando naquele frio desgraçado. – Não está com frio? O Inverno chegará muito em breve!
– N-não... – Disse, batendo os dentes.
– Tem certeza? Vamos para o dormitório!
– Não podemos! – Ele disse, enquanto soprava as mãos para tentar esquentá-la.
– Por que não? – Perguntei.
– O duelo é nesse sábado. E você sabe que nem eu e nem você temos a segunda insígnia. Temos que correr para treinar.
– Mas os meus pokémons já estão suficientemente treinados.
– Não! Não desse tipo de “treinados”. Temos que Prepara-los para um duelo de verdade, com as regras do duelo. – ele explicou.
– Ah, é? E como faremos isso?
– A Escola possui uma academia destinada justamente aos Duelos Pokémon. Podemos nos inscrever e começarmos ainda esta noite!
– Pra mim parece uma ótima ideia! Onde que a academia fica? Não me lembro de ter ouvido falar sobre este tipo de aula aqui na escola, mas tudo bem... Você sabe o caminho?
06 - #Duels
Após passar por algumas salinhas próximas ao bosque atrás da escola, finalmente chegamos à Academia de Duelos. Calem tinha razão. Havia mesmo uma aula extraclasse direcionada aos duelos na escola, mas eu nunca descobriria isso sozinha, afinal a academia de duelos fica em uma salinha dentro da “academia de saúde”, onde Tierno tem passado todas as noites, tentando emagrecer. Nisso, uma menina vestindo uma roupa azul e com uma chuquinha no cabelo se aproximou da gente. Devia ter a nossa idade.
– Em que posso ajudar? – Perguntou a menina.
– Olá, gostaríamos de nos inscrever na Academia de Duelos!
– Ah, claro. Claro. Sabem que o duelo é sábado, não é? Então tem pouco tempo pra treinar... Ah não ser que estejam esperando pelo outro, semana que vem...
– Não, a gente pensou em ir ao dessa semana mesmo. – eu disse.
– Ok, então... Eu vou tentar ensinar a vocês o máximo que eu puder, ainda que seja pouco tempo...
– Peraí. PARA TUDO! Você é a professora? – Perguntei, indignada. Como uma menina baixinha, novinha (aproximadamente a mesma idade que eu e o Calem) poderia ser a Professora?
– Sou sim. – Ela confirmou. – Aliás, meu nome é Sarah. E como vocês podem ver, eu sou a responsável por esta atividade. Eu sei que eu sou meio nova, mas é uma longa história... Enfim, sigam-me! Vou fazer a ficha de vocês.
Passamos pelo estreito corredor que ligava as academias (A Academia de Saúde, dirigida pelo Professor Mike, que estava dando um trabalhão pro Tierno; A Academia Artística, onde os pintores e desenhistas podiam se expressar, sob a supervisão do Sr. Abominavillis; e por último, uma “Academia Religiosa”, na verdade uma minicapela onde a Srta. Infernallis pregava as palavras de Arceus.) e fomos diretamente para a secretaria da escola. Lá, preenchemos duas folhas inteiras com todas as nossas informações. Nome, Idade, Cor, Sexo, Sexualidade, Habilidades Mentais, Motoras e Físicas, entre tantas outras coisas desnecessárias.
Depois de tudo feito, retornamos ao corredor que ligava as academias em uma só e fomos para a salinha de duelos. Lá dentro, percebemos que éramos os únicos, até porque era de noite e a maioria dos alunos já tinha conquistado o certificado de duelista. Pra falar a verdade, acho que crianças da segunda série já estão batalhando por esse certificado e nós ali, sendo ensinados por uma garota que podia ser nossa colega.
– Então... Pra começar, vamos ver o significado de “Duelo Pokémon”. Alguém sabe responder?
Levantei a mão. Tenho quase certeza que Calem murmurou algo tipo “Aff, tinha que ser”, mas não liguei pra isso.
– Natalie?
– Y. Por favor, chame-me apenas de Y.
– Tudo bem, “Uai”. Pode nos dizer o que é e/ou como funciona um Duelo Pokémon?
– Geralmente é uma batalha em que—
– ERRADO! – Sarah gritou como se fosse uma resposta tremendamente absurda. Além disso, nem me deixou concluir. – Um Duelo Pokémon não é só uma batalha. É um torneio onde apenas um sai vitorioso.
– Era isso o que eu ia dizer...
– Bom, como eu ia dizendo – Continuou Sarah – em um duelo é aceito apenas um Pokémon por participante, portanto, vou aconselhando que escolham os seus a partir de agora, porque é com ele que vamos treinar durante nossas aulas. – Enquanto escolhíamos os nossos pokémons, Sarah mexeu no bolso e arrancou uma pokébola brilhante, reluzindo de tão polida.
– Já escolheram? – Ela perguntou.
Eu e Calem acenamos com a cabeça, dizendo que sim.
– Muito bem, por favor, queiram trazer seus pokémons para fora.
O Feneco saiu inquieto de sua pokébola. Provavelmente estava dormindo e eu o acordei. Mas ao mesmo tempo em que expressava uma cara de sono, seu corpo demonstrava vontade de lutar, um desejo ardente de batalhar.
– Y... – Sarah falou com um tom desapontado ou com pena mesmo – Você sabe que em um duelo são mais bem avaliados os pokémons que sabem golpes físicos, não é mesmo?
– Golpes físicos? – Perguntei. – O que tem de errado com o Braixen?
– Y, Braixen é um tipo Fogo com certa mediunidade e tendência a poderes psíquicos, portanto, os movimentos que costumam vir dele são do tipo “Especiais” ou de “Status”.
– Isso quer dizer que eu não posso entrar com o Braixen?
– Não. Isso quer dizer que a competição vai ser mais dura para você. – Explicou Calem. – Você pode continuar com o seu Braixen ou você poderia entrar com outro Pokémon... Helioptile, a Eevee mesmo. Ou quem sabe o Dragonair.
– Em meu último ginásio (e primeiro), Braixen não estava presente, portanto, acho que vou escolher ele desta vez. Ele merece.
– Tudo bem então. Montaremos uma estratégia baseada em cima de Braixen, mas não crie muitas expectativas. Os jurados podem não gostar.
– Ok.
– E você, Calem?
Olhei para o lado e pude ver o pequeno Pokémon, que exibia rivalidade e ao mesmo tempo coragem em seu olhar. Parecia ansioso para entrar na arena.
– Muito bem, Pancham é um tipo Fighting, portanto, seu moveset é repleto de movimentos físicos que envolvem chutes, socos, pontapés e até rasteiras. É uma ótima escolha, Calem.
– Obrigado.
– Bom, como eu ia dizendo... Nos duelos apenas um treinador sai vitorioso. APENAS UM. Esse treinador também deve usar APENAS UM Pokémon durante o
duelo inteiro. E a última regra para se vencer um duelo Pokémon é usar APENAS UM movimento.
– Me deixa ver se eu entendi... Apenas 1 treinador vence, e esse treinador tem que usar apenas 1 Pokémon e o Pokémon terá de usar apenas 1 movimento? É isso? – Repeti tudo, só pra ter certeza de que e tinha fixado aquilo.
– Exatamente Y. É o que chamados de “Regra do 1”. – Explicou Sarah.
– Nossa, que nome estranho para se colocar em uma regra!
– Calem, o nome da regra tem a ver com o “conteúdo” apresentado nela. A Regra fala que um duelo Pokémon só é um duelo Pokémon que tiver 1 vencedor, 1 Pokémon e 1 movimento. Apenas 1. Por isso o nome “Regra do 1”.
– Mas como um único movimento vai derrotar nosso oponente?
– Ótima pergunta, Y. Ótima pergunta. O movimento precisa ser (obrigatoriamente) um tiro certeiro. Sendo assim os jurados avaliam eficácia do golpe, mira, pontaria e precisão, intensidade, habilidade e técnica. Se o movimento não derrotar o oponente na hora, você será derrotado pelo tiro certeiro disparado por ele.
– Ou seja... Isso é difícil.
– Tremendamente, eu diria. – Sarah parecia ser muito positiva...
– Só que tem um problema: Existem apenas 4 movimentos que derrotam o oponente na hora. Esses quatro movimentos são: Fissure do tipo Terra. Guillotine e Horn Drill, ambos do tipo Normal. E o último, mas não menos importante: Sheer Cold, do tipo gelo. Esses 4 movimentos são conhecidos no mundo dos duelos como “One-Hit Knockout” e são meio que... Raros.
– Espera. Vamos recapitular. Apenas um movimento deve ser usado pelo único Pokémon que você tem que usar no torneio. E esse movimento TEM que derrotar o adversário, mas só existem 4 movimentos RAROS que derrotam o adversário na hora. É isso?
– Sim. Poucos Pokémons podem aprender movimentos de “One-Hit Knockout”, por isso os juízes avaliam muito bem os pokémons que dominam tais movimentos. Não estou dizendo que seus pokémons precisem aprender tais movimentos, mas se o oponente de vocês tiver esses golpes e por ventura vir a falhar, vocês vão acabar sendo desclassificados, mesmo que o oponente já tenha sido derrotado. Entenderam?
– Então se... Um Lapras, por exemplo, usar um Sheer Cold no meu Pancham e falhar, ele vai ganhar, ainda que o Pancham tenha derrotado o Lapras? – Perguntou Calem, interessadíssimo nas peculiares regras dos duelos.
– Exatamente. – Concordou Sarah.
– Que injusto. – Eu disse.
– Regras são regras. –Sarah concluiu – E vocês sabem o que acontece quando nem o seu e nem o Pokémon adversário não é derrotado com um único movimento?
– Eu sei. – Disse Calem. – “A Prova das Estrelas”.
– Exatamente. A Prova Das Estrelas. É aqui que os “pontos” realmente vão fazer diferença. Vamos supor que o seu Braixen lançou um... Sei lá... Um Extrasensory ou qualquer outro movimento psíquico em um Scyther e o maldito não foi derrotado. Nisso, Scyther lançou um X-Scissor e o golpe também não foi eficaz o bastante para te derrotar. O que vai acontecer? Os dois Pokémons passarão para a “Prova das Estrelas”, que é uma forma informal de falar “Avaliação de Eficácia, Precisão, Intensidade, Habilidade e Técnica do golpe”.
– Então... É agora que a avaliação dos jurados vai importar? – perguntei.
– Sim. Existe um limite máximo de 5 estrelas: 1 estrela para cada item avaliado: uma para intensidade, uma para eficácia, e assim por diante.
✩✩✩✩✩
“Se o seu pokémon foi bem em uma dessas categorias, o jurado que avalia a categoria correspondente irá te dar uma estrela. Se o Pokémon não for convincente, o jurado encarregado não irá dar a estrela correspondente. No final, veem-se quantas estrelas cada um ficou: o que tiver mais estrelas ganha. Se der um acaso dos pokémons terem a mesma quantidade de estrelas, os dois estão desclassificados.”
– Nossa, que injustiça.
– É a vida. Isso prova que os dois estão exatamente no mesmo nível e se os dois estão exatamente no mesmo nível, eles não podem continuar participando. É por isso que são eliminados da competição. – Sarah explicou.
– Entendi.
– Bom, essas são as regras básicas por hoje. Alguém pode me repetir tudo o que eu disse?
Levantei a mão.
– Calem? Sarah perguntou, ignorando meu braço estendido bem à sua frente.
– Hmmm... Deixa-me ver... – Ele parou um pouquinho para pensar. – Um vitorioso, Um Pokémon, Um Movimento. Essa é a “Regra do 1”. Correto?
– Prossiga.
– Existem 4 movimentos poderosíssimos que derrotam o oponente da hora e os jurados irão dar a vitória para o pokémon que possua um desses movimentos, mesmo que ele tenha sido derrotado...
– Adiante, Calem. Não temos a noite toda.
– Calma aê! Bom, por último, se os dois pokémons continuam de pé após terem recebido o único movimento possível do oponente eles vão para a prova das estrelas, onde são avaliados. Uma avaliação positiva equivale a uma estrela. Uma negativa não equivale a estrela nenhuma. No final, o Pokémon que tiver recebido mais estrelas vence. Caso haja um empate, os dois pokémons estão fora da competição por estarem no mesmo nível. É isso, PRO-FES-SO-RA?
– Ótimo. Era isso o que eu queria. Agora, antes de encerrarmos a aula eu irei duelar com cada um de vocês, separadamente.
– Separado? – perguntei.
– Isso. Imagino que vocês irão competir um com o outro. Não podem ver a estratégia que irão usar agora.
– É verdade. Tudo bem então. – Concordei.
– Calem, eu quero que você seja o primeiro. Y, pode esperar no saguão? O Calem irá te chamar quando tiver terminado. Não vai demorar cinco minutos. Um duelo é o tipo de batalha mais rápida que existe.
– Tudo bem. Estou indo.
Sai da sala e fiquei imaginando qual seria a estratégia de Calem. Eu precisava muito conquistar minha insígnia e faria de tudo para derrota-lo.
Enquanto isso, na sala, Calem e a Professora Sarah (Estranho chamar ela de professora) iniciaram o combate. Para isso , Sarah chamou uma amiga...
– Calem, eu quero que conheça “Dana”. Ele é a Mestre de Cerimônias representante da escola, portanto ela também é a jurada ou a árbitra de qualquer tipo de partida que a escola esteja envolvida.
Dana era uma mulher linda, que vestida uma roupa toda cor-de-rosa, combinando com o cabelo. Apesar do “lado menininha” expresso na roupa, sua cara era de uma mulher madura e séria, e que não parecia gostar de brincadeiras.
– Prazer. Dana. – Apresentou-se.
– O Prazer é todo meu. Me chamo Calem.
Assim, a professora (novamente: é estranho chamá-la de Professora) pediu espaço e jogou sua pokébola para cima, revelando um grande ser.
Uma enorme Kangaskhan surgiu na frente de Calem e de Dana. O Pokémon carregava um pequeno filhote na bolsa marsupial em sua barriga.
– Pancham?
– Pan!
Pancham se apresentou para o duelo, mas parecia uma formiguinha perto daquele enorme Pokémon e que ainda carregava um filhote.
– Muito bem, Pancham! Eu quero que se posicione de costas para o Kangaskhan! – Ensinou a Professora. E assim Pancham fez. Ele e Kangaskhan ficaram de costas um para o outro.
– Agora deem dez passos à frente. Quando caminharem o suficiente: virem-se e disparem seus melhores golpes a comando do treinador. – Dana continuou com a explicação.
– JÁ! – Anunciou Sarah.
Pancham e Kangaskhan começaram a caminhar, embora eu tenha certeza de que nenhum dos dois pokémons soubesse contar dez passos. Mas de qualquer forma, Dana ordenou:
– AGORA!
– Pancham-use-Vital-Throw! – Calem pronunciou rapidamente, como um tiro.
Mas do outro lado, Sarah também ordenou Kangaskhan rapidamente:
– Kangaskhan-Mega-Punch!
Pancham correu pra cima de Kangaskhan, mas o pokémon de instinto materno deu-lhe um soco que o fez voar para o outro lado da academia.
– Pan...
– Muito bem, os dois golpes foram realizados. Tanto o de Pancham quanto o de Kangaskhan. Entretanto, nenhum dos dois foi derrotado. Portanto, os dois irão participar da Prova das Estrelas! – Anunciou Dana.
A Jurada começou a anotar freneticamente em um caderninho.
– Muito bem... E o vencedor é...
Dana virou seu caderninho (simulando um telão) e mostrou o resultado de suas análises quanto o desenvolvimento dos Pokémons durante o duelo:
Em meio aos rabiscos, via-se que cada um tinha 5 estrelas: entretanto algumas estavam “pretas”: representava as estrelas que eles tinham “perdido”. Pancham tinha perdido 2 de 5 e Kangaskhan apenas 1. Portanto, a vitória era claramente da Professora.
– Vá chamar, a Y. Você não foi nada mal. Ah, e por hoje é só. – Sarah despachou Calem, que saiu correndo pela porta da academia, acompanhado de seu pitoco Pancham.
– Acha que ele tem chances contra aquele Braixen? – Perguntou Dana.
– O Braixen que estava atacando todo mundo no bosque? Não. Claro que não.
Enquanto isso, eu estava distraída, mexendo em minha Pokédex, vendo as últimas atualizações que o Professor Patrice acrescentou a ela: diferença entre sexos cada vez mais precisas e dados separando os pokémons por região.
– Ei, Y! É a sua vez. Estou indo para o dormitório. – Disse Calem, despertando-me para a realidade.
– Ah, então tá. Me espera lá.
– Pode deixar. – E Calem saiu correndo para os quartos.
Caminhei um pouquinho sob a luz da lua, que agora brilhava dourada sob um céu negro e logo cheguei ao fundo da escola, onde as outras academias já estavam ficando lotadas. Talvez eu fosse a única ali que não participasse de atividades extraclasse na escola inteira. Ou melhor: não PARTICIPAVA. Agora eu estava na academia de duelos.
Assim, dei mais uns passos e cheguei.
A Professora (Porra, como chamar uma garota da minha idade de Professora?) explicou o lance de os pokémons ficarem de costas e depois anunciou:
– Para o seu duelo eu usarei um Pokémon diferente. Com o Calem eu utilizei uma Kangaskhan, e como isso aqui não é um duelo oficial, eu posso sugerir uma substituição. Ok?
– Por mim tudo bem.
– Goat!
– Y, como o Braixen não utiliza muitos movimentos do tipo “Físicos”, eu iriei te ensinar uma coisa que eu não ensinei pro Calem. Ouça com bastante atenção que eu não vou repetir: É possível utilizar dois movimentos em um duelo, mas só se o Pokémon puder realiza-los ao mesmo tempo. Entendeu? Essa é a chamada “Regra do 2”.
– Então isso quer dizer que... Uma combinação vale a mesma coisa que utilizar um único movimento?
– Exato. – Continuou Dana, que a estas alturas já tinha se apresentado pra mim. – E os jurados avaliam muito melhor um Pokémon que sabe utilizar dois movimentos ao mesmo tempo do que aqueles que conseguem utilizar só um.
– Então eu já sei o que fazer. Eu treinei este movimento durante muito tempo com o Braixen, e agora que ele aprendeu um truque novo, acho que vai funcionar.
– Pronta pro duelo?
– Prontíssima.
Os pokémons se posicionaram da maneira como Sarah e Dana explicaram, deram os passos e depois se viraram de súbito. Esse era o momento!
Braixen lançou a varinha de condão – que na verdade era só um graveto – para cima e ele ficou completamente envolto por chamas azuis puxando para um tom de roxo. Era o movimento conhecido como “Will-O-Wisp”. Em seguida, Braixen cuspiu um jato de chamas enquanto seu corpo girava, formando assim um casulo de fogo ao redor de seu corpo. Este movimento era o “Flamethrower”. Depois, o pauzinho que estava envolto por chamas azuis caiu em cima do casulo e as chamas de coloração normal adquiram a cor azulada. A combinação estava pronta.
– Gogoat, use “Aerial Blade”!
Quem diria...
Gogoat também sabia uma combinação. Primeiro seu corpo ficou todo branco e ele deu um pulo bem alto, como se fosse voar. Reconheci o movimento “Aerial Ace”. Em seguida seus chifres ganharam uma coloração verde-esmeralda e o brilho verde se misturou com o branco anterior, deixando o corpo todo naquela coloração mista.
Então, em uma fração de segundos, Braixen começou a correr, movendo seu casulo de chamas azuis junto com ele e Gogoat desceu do céu impulsionando seus chifres brilhantes para frente.
A colisão era inevitável. Assim que a combinação de golpes teve contato uma com a outra, uma grande explosão atingiu a sala de duelos. Fui empurrada para trás com o impacto e vi que Dana e Sarah também haviam sido. Então olhei atentamente para a fumaça que havia se formado. Tanto Braixen quanto Gogoat estavam de pé...
– A Prova das Estrelas! – Anunciou Dana.
Ela pegou um caderninho e começou a rabiscar freneticamente, anotando várias observações sobre o desempenho dos dois Pokémons, suponho. Assim, ela virou o caderninho e mostrou o resultado:
VS
Gogoat Braixen
✩✩✩✩✩ ✩✩✩✩✩
Então, para minha surpresa, vi que Braixen havia conquistado todas as cinco estrelas, enquanto Gogoat havia ficado com quatro. Isso significava que eu tinha derrotado “a professora”.
– E a vitória vai para... Y! – Dana anunciou oficialmente minha vitória.
– Então... É só isso? – Perguntei.
– Y, você não percebe oque acabou de fazer? Não é “SÓ” isso! Olhe para o Gogoat. – Sarah me indicou o Pokémon com o dedo. Foi então que eu reparei no que estava acontecendo.
As folhas verdinhas nas costas de Gogoat estavam murchando. Seu pelo estava em chamas. Ardendo em chamas azuis.
– Y, “Will-O-Wisp” é um movimento que causa uma condição de status chamada de “queimaduras”, enquanto Flamethrower é um movimento que causa danos. Você pode ter não derrotado Gogoat, mas você o deixou com problemas! Os jurados vão avaliar isso como uma ótima, ou melhor, como uma EXTRAORDINÁRIA combinação de movimentos! Pode ser a sua chance de vencer!
– Mesmo? – Perguntei, não acreditando.
– Claro. Agora vai lá. Já descansar. Te vejo aqui amanhã à noite, no mesmo horário para continuarmos o treino. Quero ver essa combinação de novo, hein?
– Pode deixar.
Peguei a pokébola e recolhi Braixen, e passei de mansinho pela porta. Foi quando eu me lembrei de uma coisa:
– Obrigado, Professora. – Eu tinha me esquecido de agradecer, e pela primeira vez desde que nos conhecemos, essa era a única vez em que chamar Sarah de professora não foi estranho.
Mas os treinos estavam só começando e o torneio começaria nesse sábado, o que significam dois dias para treinar. Três se contarmos sábado à tarde, que não temos aula. Uma coisa é certa: EU PRECISO GANHAR AQUELE TORNEIO! Eu preciso do meu certificado e eu preciso daquela insígnia. O quanto antes melhor.
Continua...
Pokémon XY Adventures || Forever and Always (Season 2) – Publicado originalmente em Janeiro de 2014 / Republicação em Setembro do mesmo ano – A cópia ou distribuição desse material é totalmente proibida.
Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo. A(s) personagem (ns) – Sarah, Calem – foi (ram) criado(s) por “ #KEVIN_ ”, portanto é proibida a cópia ou o uso sem a autorização do mesmo.
~ Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos e nenhuma obtenção de lucro com a escrita dessa história. ~
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