M02: Shining Legends - Capítulo 03

Pokémon XY Adventures 2
Shining Legends

Decidimos voltar aos trilhos. Pra começar, não devíamos nem ao menos termos deixado o grupo de lado. Agora, estávamos horrorizados com o sumiço daquelas pessoas. Trevor formulou diversas teorias, mas ele estava muito indeciso (como sempre) em raciocinar qual era a mais válida e mais provável. Seriam fantasmas? Estaríamos vendo coisas? São pessoas pára-normais? Médiuns? Espíritos de um outro mundo? Ou algum Pokémon estaria nos causando aquelas "visões"? Ninguém sabia responder, mas decidimos não ficar no El Dorado para descobrir.
        Quinze minutos haviam se passado e nós estávamos de volta à excursão, no trajeto rumo à Árvore-Mãe. E pelo visto, o Diretor Chevalier havia se zangado (e um monte) com a nossa saidinha sorrateira.
        — E não façam mais isso, ouviram?
         — T-tudo bem! — choramingou Tierno.
         — Ah, qualé, diretor? — (Nós tínhamos o direito) — Por que não podemos sair? Estamos em uma cidade diferente, queremos conhecê-la! E aliás, todos nós já fomos treinadores "avulsos" um dia, portanto, sabemos muito bem como nos cuidar sozinhos!
         — Srta. Bouvié — Ok, eu O-D-E-I-O quando ele me chama assim. É "Shauna", pô. — Creio eu que o objetivo dessa excursão seja estudar a parte biológica e a parte histórica da Árvore-Mãe, uma das mais antigas espécies Lendaro-Xernípicas ainda existentes em nosso país!
         — Mas a gente já tava voltando! Não precisava esse escarcéu todo! Bando de exagerados! u.U
         — Se continuar se comportando mal na frente do nosso guia, terei de levá-la de volta para Shalour! Eu poderia continuar complicando, mas até uma garota complicada (e perfeitinha) como eu sabe quando é a hora de parar com suas "compliquices". Estávamos todos bem e era isso o que importava para o diretor, então, eu não iria arriscar a ser expulsa de (mais uma) escola. Tenho a impressão de que o diretor Chevalier deu um "desculpas" discreto para um homem de cabelos loiros e camisa social e depois continuou falando, dessa vez para a turma toda ouvir — Pessoal, pessoal! Este é Riley, filho do famoso detetive Looker! Ele será nosso guia pela grande árvore!
         — E aí, galera! — Ui, loirinho-tesão! — Bom, eu sou o Riley e estou pesquisando a Grande árvore há cerca de 20 dias! Como podem ver, isso é o suficiente para que eu já tenha me tornado um guia, rsrs. Mas enfim, a árvore fica há só duas quadras daqui e eu tenho certeza de que todos podem enxergá-la de longe! — Riley apontou para o horizonte e lá estava uma enorme árvore branca, com folhas laranjas como todo o resto da cidade. A turma vibrou e começou a falar coisas bobas como "olha, que legal" ou então "nossa, ela é gigante". Bando de pucha-sacos. Estavam era com medo de tomarem mais um xingão do diretor.
        Mas eu, como sou uma garota muito, muito, muito, muito, muito chata, resolvi ir o caminho inteiro cantarola coisas como "árvore-tola de mãe não tem nada". Vez ou outra o diretor e a Srta. Le Blanc me olhavam com cara de c*. Bitch pliz, a vida é minha e eu faço o que eu quiser dela. Querem que eu tenha modos? Ah, eu vou ter. Só que nunca. NINGUÉM NUNCA VAI ME AMARRAR E ME MOLDAR! Eu sou livre, e tenho o direito de expressar minhas vontades. Se você for legal comigo, eu serei legal com você. Mas se você for um idiota... Ah, vai ter que me enfrentar.
        Caminhamos mais alguns minutos pelas belas ruas laranjas de Laverre City. A turma fazia silêncio enquanto a Srta. Le Blanc explicava o fenômeno biológico que fazia com que as árvores ficassem tão avermelhadas naquela cidade e bla bla bla. Enquanto isso, Tierno e Trevor dividiam um pacote de salgadinhos. Eu estava enojada demais pra comer. Ora, quem eles pensam que são? Eu vou aonde eu quiser! Não estou fazendo nada de errado!
        E outra: De que interessa saber sobre a p*rra da árvore-mãe? Não cai no vestibular! E se cair, é tudo uma questão de interpretação de textos! Se eu por ventura não passar, eu ainda posso tentar uma vida como treinadora Pokémon! É o que todos da minha idade fazem! Mas não, papai tinha que me matricular nessa escolinha dos infernos em uma cidade dos infernos, longe de tudo o que me é mais precioso. Longe da minha cidade, longe dos meus amigos — não que eu não tenha amigos aqui também, mas eu ainda sinto saudades dos outros amigos que fizeram parte de minha vida —, longe da minha família, longe de tudo.
        Eu era muito feliz vivendo em Lumiose City até que um certo Pokémon "instável" criado pela ciência (seu nome era Mewtwo) resolveu arrasar a cidade, transformando as pessoas em zumbis ao seu comando psíquico para lutarem contra uma equipe de mal-feitores que na verdade eram seus próprios criadores. No meio desse rebuliço todo eu reencontro Y, que era minha amiga de infância. Nós sempre aprontávamos juntas. Essa é na verdade a única parte de se estar presa em Shalour que eu não reclamo: a de ter Y do meu lado. Sem falar dos meus preciosos e fiéis escudeiros: Tierno e Trevor, que acabaram se tornando parte de minha família e me ajudaram no momento de maior solidão durante o ano escolar.
        Talvez eu estivesse satisfeita de tê-los por perto, mas essa parte de ter que seguir regras... Definitivamente não é comigo. Meu sonho é me tornar uma mulher famosa, assim como Y foi quando revolucionou o mundo da moda na antiga Parisia. Mas eu quero fazer isso de uma maneira diferente. Eu quero ser eu mesma, junto de meus Pokémons! Quem sabe se eu me tornasse a Campeã da Liga? Não, eu quero algo a mais do que isso! E se... Bom, isso é só uma suposição que está em minha cabeça há bastante tempo, mas e se eu mesma criasse um novo método de Batalhas Pokémon. Tipo um Contest, só que diferente, não abrangendo tantas dificuldades quanto ginásios, mas mantendo a grandiosidade das batalhas contra líderes... Enfim, é tudo um sonho, mas se Arceus quiser, eu serei a inventora do que eu chamo, inicialmente, de Pokémon Showcase, um novo estilo de competição que se espalhará por toda Kalos e por todo mundo. Então meu nome será aplaudido por todo o globo e eu serei como uma rainha! Eu governarei o mundo! Sintam inveja, inimigas, pois Shauna Bouvié não é apenas uma rebelde, mas sim uma revolucionária!!
        — Shauna! SHAUNA! — Tierno me chamou a atenção. Acho que eu estava perdida demais em meus pensamentos. — Tá pegando fogo! Vamos sumir daqui!
        — Hã? — Olhei pra frente e pude ver a grande árvore, em chamas. Fogo negro rodeava o caule branco e as folhas laranjas não paravam de cair, mais e mais a cada minuto. O que estava acontecendo afinal?
        O pânico tomou conta da galera. A turma da professora Le Blanc se agitou e todo mundo saiu correndo em direção ao Centro da Cidade, onde estariam em segurança. Todos tão desesperados assustados.
        — O que está acontecendo? — Gritei e os únicos que puderam me ouvir foram Tierno e Trevor.
        — Shauna, tem certeza de que você não viu nada? Em que mundo você estava? — Trevor estava preocupado, seus braços e pernas tremiam. O fogo negro se alastrava e bolas de chamas voavam da copa da árvore pra bem pertinho da gente. Ou saímos dali ou viraríamos churrasquinho. — SÃO ELES, SHAUNA! SÃO ELES!
        — Estão lá! Olhe! — Tierno apontou pra cima, para um galho bem alto da árvore, que também pegava fogo. E elá estavam 5 caras. Na verdade, quatro mulheres e um homem muito esquisito, vestidos com roupas laranjas, perfeitamente disfarçáveis no meio de tanto vermelho ao nosso redor. Quando vi aquilo, o primeiro nome que me veio à cabeça foi "Team Flare", uma organização criminosa que até pouco tempo atrás era secreta, mas que agora resolveu agir. A polícia não descobriu ainda quais são seus objetivos, mas toda a região de Kalos estava assustada com os tais Flares, principalmente pelo fato de eles atacarem adolescente indefesas.
        As criaturas flamejantes riam incessantemente lá em cima. Foram eles que causaram o incêndio, logo pensei. E é claro que eu não ia ficar de fora e ia puxar minha pokébola para uma batalha pokémon, no entanto, nesse exato momento, surge bem á minha frente , quase que como por meio de um teleporte, o homem que batalha no El Dorado, aquele que derrotou cruelmente o Mega Beedrill utilizando de um Mega Scizor. Aquela capaz de sumir misteriosamente e aquele que tinha risada de maníaco tão endemoniada que me dava arrepios.
        — Ora, ora, ora... O que temos aqui? — Disse ele, se aproximando, vindo em nossa direção. — Se não são os pestinhas que andavam me espionando!
        — D-desculpe, senhor... Nós não tínhamos a intenção de... — Trevor tremia tanto que dava pra ouvir o ranger de seus ossos a quilômetros de distância. E não era pra menos. Aquela gente era estranha. E até demais.
        — Pois eu acho que vocês SABEM DEMAIS! — Continuou o homem, ignorando o ato de piedade de Trevor. Ele lançou-me um ar frio, gélido e de pura maldade. Como se não devêssemos estar ali, tipo a hora errada e o lugar errado. — É uma pena ter que me livrar de crianças tão doces... Mas vocês não podem interferir em meus planos! Vaaai!
        O ruivo esquisitão disparou uma pokébola pra cima e eu jurava que era seu Mega Scizor novamente, mas graças a Deus, não era. Aliás, não sei o que era pior: aquele Pyroar rosnando pra gente ou o M-Scizor detonador.
        — Fire Spin! — Gritou o homem de terno cinzento, e naquele exato momento, Pyroar invocou uma onda de chamas vívidas, em um tom de vermelho muito intenso. Meio segundo depois, estávamos cercados por uma roda de fogo de mais ou menos 1 metro de altura, impedindo nossa passagem. Trevor, Tierno e eu éramos oficialmente feitos de reféns pela Equipe de ladrões mais temida da atualidade.
        — O QUE ESTÁ FAZENDO COM MEUS ALUNOS? — O Diretor Chevalier saltou do meio das sombras e se pôs perto da gente, afastado do fogo, é claro. — VOCÊS NÃO VÃO LEVAR ELES!!
        — Sr. Chevalier! É melhor o senhor deixar isso comigo! — E quando a gente pensava que a festinha estava completa, chega mais uma pessoa! É ele, o loirinho-tesão: Riley!
        — MAS O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? —  O diretor já estava sacando suas pokébolas quando Riley segura fortemente seu braço, impedindo-o.
        — Eu sou um detetive, filho de Looker, estou investigando essa árvore há quase um mês! E... Sinceramente, eu já estava esperando por eles! Ainda mais depois que Essentia, uma de minhas agentes... Disse que três crianças viram a batalha dela contra o ruivo altão aí. Ela disse que não sabia se o homem tinha visto as crianças, mas ela me passou um perfil para eu me assegurar de que elas estariam seguras: Uma garota escandalosa com penteado estranho, quase que indescritível, um menino baixinho, ruivo e com cabelo à la Justin Bieber e por último, mas não menos importante, um garoto enorme! Alto e um pouco acima do peso e com as laterais do cabelo raspadas! Adivinha de quem ela estava falando?
        — SHAUNA, TREVOR E TIERNO! Ah, mas só podia ser os três encrenqueiros! Não me diga que vocês,,,
        — Bem, sabe o que é que é, Diretor? A gente não queria ficar nessa excursão chata, quer dizer, belíssima. Acontece que estávamos cansados por causa da viagem e... Nós resolvemos ir ao El Dorado, o Clube de Batalhas Pokémon da cidade. — Tierno começou a se explicar, como um bom menino. — E... Lá dentro, tinha uma garota com uma roupa de ninja, uma máscara esquisita... E... Bom... — Tierno ergueu o dedo, apontando para o ruivo à nossa frente, o dono do Pyroar. — ...E ele! Estavam batalhando com Mega Evoluções! Eu nunca tinha visto uma luta tão selvagem na minha vida. No final, a grota perdeu e eles simplesmente sumiram, evaporaram como fantasmas.
        — Então nós pensamos que estávamos vendo coisas e resolvemos voltar para a expedição. — Trevor continuou com o discurso. — Foi quando os Flares surgiram e...
        — Espera aí! Você disse "Flares"? — O Diretor voltou-se de queixo caído para a árvore, observando os cinco de pé no galho chamejante. — Então quer dizer que... Então quer dizer que estes são os vilões que andam assombrando nos telejornais!
        — Ah, com certeza são! E se o senhor permitir,esta batalha aqui é minha! — Riley empurrou o corpo do diretor pra trás e jogou três pokébolas pra cima, revelando enormes Pokémons, aparentemente ferozes, poderosos e prontos pro combate.
  
         O primeiro dos gigantes era Krookodile, um crocodilo vermelho com detalhes negros por todo o corpo. O segundo, Pangoro, um panda com uma expressão assustadora e olhos miudinhos, esmagados pela cara de malvado. O terceiro e último reconheci como Blaziken, um pokémon inicial de altíssimo nível. Tipo fogo, habilidoso com saltos e golpes físicos.
        — Vamos, meus Flares! Podem se divertir! — O ruivo que batalhara contra Essentia falava como se aquilo não fosse uma preocupação. Na verdade,  quase que como se aqueles Pokémons fossem vermes que eles poderiam esmagar facilmente.
        Assim, três das quatro mulheres saltaram de cima da árvore: As de cabelos verde, laranja e roxo. A de peruca azul ficou lá em cima, junto do pançudo esquisito. As três então gritaram, em coro:
        — FORMAÇÃO A-B-C!!! — E dispararam em conjunto suas pokébolas, revelando três difíceis oponentes para Riley. Mightyena, o pokémon da de cabelo alaranjado, Liepard, da de cabelos verdes e Manectric, da de cabelos púrpuros.
  
        E o que os treinadores mais requintados chamam de "Triple Battle" começou. Três Pokémons em campo. De um lado, uma única pessoa. Do outro, três. Uma para cada Poké  daquele lado do campo. Riley deu as primeiras coordenadas e Krookodile iniciou com Stone Edge. O crocodilo Rock N Roll invocou rodas de pedras pontiagudas, lançando-as diretamente contra Mightyena. Em seguida, Pangoro e Blaziken vieram com golpes fisicamente diretos. O urso-panda utilizava de um poderoso Hammer Arm, que consistia basicamente em uma super martelada com o próprio braço, previamente energizado e o frango flamejante vinha com Blaze Kick, um chute incendiário.

  

        Strike Triplo! Os três golpes atingem diretamente seus oponentes, causando diversos danos. Mas parece que as meninas da Team Flare não esquivaram de propósito, como se zombassem de Riley, dizendo que aquilo era o mesmo que um arranhão pra elas.
        E então as garotas revidaram. Mightyena iniciou com Shadow Ball, disparando uma terrível bola de energia negra, que acaba explodindo no nariz de Krookodile. Liepard se vinga com Hyper Beam, uma poderosa rajada energética que acertava Pangoro com tudo e Manectric terminava o trabalho enviando uma poderosa carga de eletricidade contra Blaziken. Um golpe conhecido como Thunder Wave, resultando em uma paralisia do gigante de fogo.

  

        Mas parece que havia algo de errado. No que eu não estava prestando atenção? Ah, é claro! O maldito Flare que havia derrotado a garotinha e seu Beedrill! O homem ruivo que há pouco estava na nossa frente. Onde ele estava agora? O que estava fazendo? De repente havia sumido, deixando apenas Pyroar por ali, pra controlar a roda de fogo ao nosso redor.
        — S-Shauna, está ficando quente aqui! — Trevor se agarrava em Tierno, tremendo de medo, cheio de suas inseguranças.
        — E vai ficar mais quente ainda! — falei. — Meninos, vocês viram aonde ele foi?
        — Quem? — Tierno olhava pelos lados, procurando pro algum alguém. Estava em estado de choque.
        — O ruivo que nos prendeu nesse Fire Spin! Onde está ele?
        — Ah, é mesmo! Ele sumiu! — Trevor se juntou nas buscas com Tierno. Eles procuravam por todos os lados, mas o homem não estava lá, apenas o Pyroar que vez ou outra reforçava sua barreira de chamas, nos mantendo cada vez mais presos.
        — Lá está ele! — Tierno apontou pra cima da árvore, de onde era possível ver um enorme avião. Estilo ultra-mega-hiper-moderno, e superpoderoso. Como aqueles dos quartéis, sabe? E dava pra ver o pançudo, a mulher de cabelos azuis e o ruivo lá dentro. Os três haviam subido e nós nem havíamos prestado a atenção. Mas o que faziam em um "caça" como aquele? Será que iriam nos bombardear? Não... Iriam arriscar demais as meninas que estavam lutando contra Riley e os Pokémons delas. Mas então o que?
        Mal concluí meu pensamento e a resposta já veio à tona. Do enorme veículo surgiram garras mecânicas,  como cabos de guindaste. Cada uma das 10 garras era grande e forte o suficiente para destruir uma casa e só de olhar para aqueles instrumentos colossais, dava medo. E quando eu pensava que os Flares usariam aquilo pra nos massacrar,  as garras cravam-se todas na Árvore-Mãe
        — Mas o que--
        — HAHAHAHAHAH! QUE SURJA O GUARDIÃO!! — Gritou o ruivo de lá de dentro, com aquela sua risada maquiavélica de dar calafrios. E então um estranho barulho, como o de um motor gigante começou a processar. As garras fincaram-se cada vez mais na estrutura da árvore e começaram a puxar. E então eu entendi o que estavam tentando fazer: ARRANCAR A ÁRVORE!! Mas por quê? E de que guardião estavam falando?
        Não demorou muito e a árvore cedeu. Estava velha, a madeira apodrecendo e não foi muito difícil erguer os primeiros centímetros do chão. Algumas raízes velhas e compridas saltaram pra fora da terra e o chão começou a tremer. Senti o helicóptero gigante "patinar" no céu. Estava fazendo força. Eles estavam puxando a árvore com sua máxima potência. O barulho de motor esganiçado tornou-se cada vez mais alto e a terra ia cedendo. A força daquela máquina estava fazendo com que toda a estrutura do chão ao nosso redor se modificasse. Mini-terremotos estavam acontecendo por toda a parte, interferindo inclusive na luta de Riley, fazendo com que os Pokémons errassem seus alvos por causa dos tremores.
        O chão tremeu mais um pouco e agora já havia mais de três metros de raízes velhas e enrugadas pra fora da terra. Foi então que um grande rugido tomou a todos de surpresa e o chão começou verdadeiramente a tremer. Pyroar lutou para que seu Fire Spin continuasse acesso e por pouco não foi vencido.
        Olhei pra cima e uma enorme criatura saía do chão, do buraco da árvore. Um ser sombrio e peculiar. Na verdade, a Serpente-Dragão que diziam as lendas viver nas raízes da Árvore-Mãe. Agora sabíamos que era verdade e estava prestes a nos devorar vivos! Se bem me lembro, seu nome era... ZYGARDE!!
        As sirenes policiais começaram a soar. Os tiras chegaram! Bem na hora! Olhei através da roda de fogo que nos cercava e vi que os policiais estavam abaixados, escondidos atrás das portas das viaturas, apontando seus rifles e armas para os Flares. Mas era arriscado demais atirar. Tinha gente inocente demais na cena do crime e eles poderiam nos ferir. Talvez tenha sido por isso que o ruivo nos prendeu aqui dentro dessa redoma de fogo. Para impedir que os policiais os acertassem.
        — Tierno! Trevor! Temos que fazer alguma coisa! Temos que sair daqui!
        — Como? — Sussurrou Trevor.
        — Tem uma maneira! Voando! Podemos passar por cima da roda de fogo! — Se pudéssemos voar com algum pokémon, era muito fácil de sair do Fire Spin, afinal, não estávamos em uma redoma, mas em um redemoinho de chamas que circundavam o chão.
        Nisso, a terra começou a tremer novamente e um brilho cegante começou a irradiar de Zygarde. O Lendário Pokémon começou a vibrar e a terra ao seu redor começou a desestabilizar, formando um terremoto poderosíssimo. O chão começou a rachar e enormes buracos sugavam tudo o que viam pela frente pra dentro da terra. Era como se o chão de repente tivesse ganhado vida, como se a natureza estivesse em fúria.
        Os carros dos tiras logo  capotaram, virando de cabeça pra baixo. Instantaneamente caímos todos com o impacto e a tremura do solo. A batalha de Riley e as garotas da Team Flare interrompeu-se e o fogo que nos prendia se esparramava pela vegetação ao redor, enquanto Pyroar era puxado pra um buraco no fundo da terra.
        — Aaaaaaaaah! — Eu não conseguia fazer mais nada a não ser gritar, gritar e gritar.Por culpa de uns idiotas estávamos sendo vítimas da fúria do "guardião".
        Os policiais ajudavam-se uns aos outros, enquanto seus carros eram sugados pro fundo da terra. Tierno, Trevor e eu corremos, agora que estávamos livres do fogo, em direção à floresta ao redor. Era o melhor lugar para nos escondermos e o melhor lugar para evitarmos ser engolidos pelo chão.
        Meu primeiro raciocínio foi o de subir em uma árvore, mas uma que fosse bem distante, pois as próximas estavam todas desaparecendo debaixo do solo.
        — Pra onde essas coisas estão indo?! — Meu Deus, será que aqui de baixo é tudo... "oco"? Ou será que... As coisas estão sendo todas esmagadas pela pressão da terra? Eu prefiro nem pensar. A melhor coisa que eu podia fazer no momento era disparar minha pokébola pra cima e revelar minha única salvação: Meus parceiros pokémons!
        Tierno e Trevor seguiram meus passos e liberaram um Poké cada um. Agora eram três em campo e três para nos ajudar a nos proteger, enquanto o terremoto continuava com força total, sem ceder nenhum minuto.
  
        — Pansage! Swellow! Zangoose! — Falei em alto bom som, para todos os três pokémons ouvissem. — Vocês... Vocês tem que nos ajudar a sair daqui! Temos que ir pra bem longe!
        — Zangoose, abra caminho! Corte esse brejo todo! — Trevor apontou em direção à floresta ao nosso redor e com o Crush Claw, Zangoose cortava a vegetação, abrindo facilmente a passagem enquanto corríamos em direção ao local.
        — Swellow! — Ordenou Tierno. — Use Gust e empurre-nos na direção da mata!
        O pássaro agitou suas asas, criando um vendaval que nos empurrou pelo caminho que Zangoose havia aberto, mas sua força não era tão grande, embora o suficiente para nos afastar cerca de 1 metro  e meio em poucos segundos, e isso já era de grande ajuda, pois estávamos ganhando tempo.
        — Agora, Pansage! — Eu dei as últimas ordens. — Segure-se em mim e use Bullet Seed!
        O macaquinho de grama cuspia balas de semente com tamanha velocidade que o impacto das balas atingindo o chão e projetando-se de sua boca fazia com que seu próprio corpo fosse impulsionado pra trás, e como eu estava me segurando nele, eu ia junto. E assim foi. Zangoose abria passagem, Tierno e Trevor corriam com a ajuda das correntes de vento de Swellow e eu era empurrada por Pansage. Parece ser um plano idiota e pouco funcional, mas na hora do pânico, foi a única combinação que conseguimos pensar. Digo-lhes ainda que foi eficiente. Em poucos minutos, nos distanciamos uns 100 metros do caos.

  

        E quando estávamos longe o suficiente, ousei olhar para trás. O Chão ainda estava vivo e continuava engolindo tudo, como um buraco negro não-espacial, mas a imagem mais aterrorizante de todas não era a dos policiais lutando para recuperar seus carros, ou de Riley e o Diretor Chevalier fugindo com Krookodile, Pangoro e Blaziken, mas sim de uma enorme árvore sendo carregada por um avião, completamente arrancada do solo, pra bem longe dali.

Continua...

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