[+18] XY Adventures 2 (New Era Book) 13 [+18]


ATENÇÃO:
Este capítulo possui cenas fortes que incluem/podem incluir:
-Cenas de Violência
-Cenas de Suicídio / Morte em Geral
Se você achar que não se sente confortável com esta leitura, interrompa-a imediatamente. O autor não se responsabiliza por nada que venha a acontecer. O recado foi dado.

Este Capítulo não é recomendado para menores de 18 Anos.
De qualquer forma, este capítulo não fará diferença na história.

Portanto se você não tem 18, não se preocupe! Pule direto para o episódio 14 e continuarás entendendo tudo.

No entanto, se você já tem mais de dezoito, lembre-se: É melhor ler durante a NOITE!!


homens como você tem uma alma tão fácil de roubar Nightmare, A7X



– Calem? Você... Está legal?
Mas o silêncio permaneceu por um longo tempo. O garoto estava encostado à parede fazia três dias. Não havia comido ou tomado banho ou feito qualquer coisa desde então.
– Calem, eu estou falando com você!
Mas o silêncio se fez outra vez.
– Calem, fala comigo! Por favor! É a Y, lembra?
Calem abriu a boca e gesticulou as mandíbulas, como se fosse falar alguma coisa, mas nada saiu. Sua garganta estava seca, completamente sem voz.
– Calem, por favor! Fala comigo!
Me abaixei e caí por cima dele, dando-lhe um abraço de urso.
– Droga, você está gelado! Também... Está vestindo sói essa camiseta e sentado nesse chão frio... Com as costas na parede... Você vai ficar doente! Quer que eu busque uma jaqueta?

...

– Quer um chocolate quente? Eu preparo um pra você!
Mas ele não respondeu nada. Apenas olhava para o horizonte, como se estivesse vendo alguma coisa que só ele conseguisse enxergar.
– Stic!
Levei um susto. Quando percebi, a gatinha Meowstic, um dos pokémons mais fiéis à Calem estava parada na porta. Seu olhar inexpressivo de sempre agora estava diferente. Demonstrava preocupação. Era como se pedisse minha ajuda.
– Ele vai melhorar! Não se preocupe, é uma questão de tempo!
Corri até o quarto e peguei os dois cobertores que estavam estendidos na cama de Calem. Voltei para o corredor e coloquei as cobertas por cima dele.
– Ah, Calem... Eu sinto muito. Ela está em um lugar melhor agora! Você só precisa continuar... Você tem que continuar aguentando firme, meu amor. E sabe por quê? Porque eu, eu ainda estou aqui! E eu vou fazer de tudo para que você também continue!
Aproximei meu rosto do dele e dei um beijo em sua testa. Estava fria como nunca. Os cabelos pretos (mais lisos do que os meus) estavam oleosos e a touca na cabeça era a única coisa no corpo dele que parecia fazer parte do inverno.
Levantei rapidamente e minhas pernas fraquejaram. Senti um torpor. Era como se minha mente estivesse dissociando a realidade, como se tudo estivesse se desfazendo ou mesmo como se eu estivesse perdendo a consciência. Talvez tenha sido exatamente o que aconteceu...

Acordei com o trovão cruzando os céus, que estavam tão negros quanto os cabelos de Calem. Tudo o que eu podia sentir era um estranho e agudo zumbido nos ouvidos e alguma pedra gelada e úmida em minhas costas. Minha cabeça doía como se alguém tivesse cravado uma espada nela. Mas como eu havia parado ali?
Até então tudo bem, mas o que eu não havia reparado era em mim mesma.  Meu cabelo parecia mais leve e mais... liso. Eu estava vestindo apenas um vestido branco, macio como seda. Pés descalços, nenhuma pulseira ou brinco. As unhas estavam com um esmalte branco, da mesma cor do vestido. Onde estavam minhas roupas? O que estava acontecendo afinal?
Senti então meus músculos ficarem fortes. Resolvi me arriscar. Precisava me levantar. Apoiei as mãos na pedra e joguei meu peço contra a gravidade, impulsionando para cima. Fiquei de joelhos. O movimento estava difícil, eu parecia entorpecida. Parecia que estava com alguma letargia ou algo do tipo. Forcejei mais um pouco, tentando mover as pernas em uma cambaleada dificultosa até que eu finalmente consegui ficar de pé.
– Onde eu estou?
Olhei para baixo e reparei que estava deitada por sobre uma calçada de cimento toda encharcada pela chuva, que agora se formava sob a forma de uma fina garoa. E bem acima de mim havia uma árvore com folhas vermelhas, em contraste com a escuridão ao redor.
Caminhei pela calçada. Precisava achar uma saída. Precisava cair fora dali o mais rápido o possível, mas onde eu estava? Como cheguei ali? Não consigo me lembrar de nada antes disso, apenas de quem eu era.
“Será que eu morri?” – Pensei. Mas como era possível? Não me lembro de nada que tenha acontecido. Nada. Então... O que foi? Como eu fui parar ali? E por quê?
Caminhei e caminhei, com os pés ardendo por estarem em contato direto com o concreto até não aguentar mais. Estava muito gelado e parecia que haviam passado apenas dez minutos desde que eu aterrissei ali. Decidi sair da calçada e encontrar uma terra fofa para caminhar. Eu só pensava em achar o caminho de volta.
Toquei o chão com a sola do pé e notei que a grama estava notavelmente quente, embora molhada. Mas em todo caso, estava melhor do que aquela pedra fria. O que eu não reparei era que quanto mais eu andava pela grama, no escuro, eu ia me afastando na cena inicial e da própria calçada de concreto.
Também não reparei que eu não sentia fome, sede ou qualquer outra necessidade fisiológica. Era como se eu estivesse fora do mundo físico. Agora as hipóteses de que eu havia realmente morrido estavam cada vez maiores... Mas eu havia morrido mesmo?
Então eu senti alguma coisa agarrando meu pé e eu tropecei na grama molhada. Foi como se uma onda de adrenalina tivesse atingido meu cérebro. Como seu meus músculos em estática tivessem ganhado vida, o coração tivesse pulsado pela primeira vez e o sangue tivesse sido bombeado depois de anos parado. A chuva não dava trégua e agora parecia se intensificar cada vez mais, em poucos segundos. O que era uma garoa fina agora se tornou em uma chuva densa, gelada, que formou uma névoa, dificultando ainda mais a visão. Tudo o que eu pude fazer no momento foi me arrastar para longe, rastejando como uma cobra velha e o relâmpago no fundo fez tudo vir à toda.
A luz do raio iluminou a coisa que me fez tropeçar. Não era um ser. Não. De fato, não. Muito pelo contrário. Talvez eu tenha me confundido... A sensação de que havia alguma coisa puxando o meu pé, talvez tenha sido um engano. Talvez tenha sido a sensação de que algo tivesse batido em mim. Eu não sei. Foi estranho. Mas o mais aterrorizante foi O QUE era essa coisa que me fez cair.
Uma cruz de madeira apodrecida, com um nome “pichado” no pedaço de pau em horizontal. A tinta me parecia fresca, porque a água da chuva projetava pingos negros quando tocava por sobre o nome escrito. Estava escuro, mas mais um raio me ajudou e eu pude enxergar exatamente o que tinha escrito ali.
CALEM
O impacto de ver aquelas palavras escritas me fez pular para trás em um surto traumático. Agora sim parecia que eu estava viva, mas se aquela cruz realmente estivesse ali e o que estava escrito nela realmente estava certo, então Calem não estava na mesma situação que eu.  Mas... Como?
Tentei fuçar na memória, me lembrando da última vez em que vi Calem, antes de minhas memórias falharem e eu acordar debaixo daquela árvore de folhas vermelhas em uma calçada velha de cimento barato.
Não pude conter as lágrimas. E se Calem realmente estivesse morto? E se o garoto que EU AMO estivesse enterrado ali, no meio do nada, em um lugar extremamente escuro, assustador e úmido? Sua alma deveria estar inquieta. Mas... E eu? O que aconteceu?
Um relâmpago rugiu nos céus e um flash de luz iluminou a grama à minha frente, depois tudo ficou escuro novamente. Agora eu chorava como uma louca. O que estava acontecendo? E porque comigo? Outro trovão fez um estrondo e mais uma vez o flash de luz, iluminando o mesmo lugar, parando o meu coração no exato instante. Onde antes havia apenas grama molhada agora estavam dois pés e duas pernas. Olhei para cima tentando enxergar quem estava ali, mas tudo ficou escuro novamente.
Um terceiro trovão e um terceiro flash surgiram nos céus, quebrando o silêncio obscuro. Mas a pessoa que estava ali já não estava mais no mesmo lugar. Havia sumido. Como uma aparição. Seria Calem?
– ELE PRECISA DE SUA AJUDA!
Uma voz aguda e rouca de repente surgiu em meu ouvido direito. Um quarto trovão me fez enxergar uma criatura sinistra parada a poucos metros de mim.
– Aaaaaaaaah! – Gritei até perder o fôlego.
Era a figura de uma mulher, na sua personificação mais sinistra o possível. Cabelos negros, lavados com a chuva, a cara estava cheia de cicatrizes, como se tivesse sido arranhada por um gato, ou como se tivesse sido esfaqueada várias vezes no mesmo lugar, sangrando. As roupas todas rasgadas, velhas, esgaçadas e com muito sangue brotando.
– Não precisa ter medo. Sou eu.
Tentei olhar de novo para a mulher, mas ela estava cada vez mais escura, misturando-se à noite infernal. Mas foi então que eu raciocinei: se pode falar, então não é uma assombração, ou um zumbi, ou um monstro, tanto faz. Se ela pode falar e está se comunicando comigo, não quer me assustar. Procurei me lembrar de sua voz, mas ninguém que eu conhecia tinha essa voz. Quem seria?
– Você não pode ter medo de mim. Tem que ter medo DELAS! – A mulher sinistra
– Delas quem? – Perguntei de volta.
– Das Trevas! – Essa resposta me fez gelar. Senti minhas costas e minhas coxas arrepiando centímetro por centímetro. Será que ela não percebeu que nós duas estávamos mergulhadas em pura escuridão? – Ele está em trevas Natalie! Você tem que ajuda-lo!
– Ele quem? E como você sabe o meu nome? – Eu estava ficando cada vez com mais medo. Me afastei da mulher o mais rápido o possível, rastejando-me pra trás.
– Não! Olhe mais atentamente! – Ela gritou e estendeu a mão branca e gélida na escuridão, tentando me advertir de alguma coisa.
Olhei para trás e com um flash distante, pude visualizar um desfiladeiro. Não havia como escapar dela. Mas pensando bem... Ela me avisou sobre o penhasco, então, porque eu deveria fugir da presença dela?
– Respondendo as suas perguntas... Aquele que você mais ama e... porque fui eu quem te trouxe pra cá, você me conhece! Talvez não nesse mundo, mas se você reparar, aqui você também está diferente.
Tudo ficou escuro e em um próximo lampejo, um grande espelho todo trabalhado surgiu ao lado da mulher. Então eu vi meu rosto pela primeira vez desde que acordei nesse mundo estranho. Meus olhos estavam extremamente limpos, sem nenhuma maquiagem (um milagre) e meus cabelos estavam lisos e fininhos, em uma coloração branca, estranhamente branca. Era como se tudo em mim fosse limpo, branco, puro, inocente.
– Essa não sou eu! Eu estou...
– Pura! Essa é a definição de você! É assim que ele te vê! Se ele consegue te ver assim, é porque VOCÊ é a salvação. Busquei ajuda com seus amigos, com seus parentes, mas nenhum deles possuía uma aura tão clara como a sua! Natalie, você é a salvação! Por favor, o faça voltar ao normal!
– Ele quem?
– Você já perguntou isso! Seu amor!
– C-Calem?
– Escute-me, você tem que ir até ele! Tem que achá-lo e tem que eliminar as influências! Tem que trazer a verdadeira personalidade dele de volta ou ele vai continuar assim, em ruínas. Você tem que salvar ele. Ele precisa de você!
– Mas... Como?
– Isso aqui vai te guiar. – Como em um passe de mágica uma luzinha pareceu brilhar no meio da escuridão e de repente a estranha mulher estava com um castiçal aceso bem no meio da chuva.
– É uma chuva espiritual, assim como essas velas! Não vão apagar!
Ela se aproximou e me entregou o castiçal.
– Volte para a estrada e siga o caminho até achar a fonte dos problemas. E Lembre-se: Você é uma intrusa aqui dentro e ele fará de tudo pra te expulsar!
Um último relâmpago e a mulher desapareceu no nada, com muita dramaticidade. A Grama e a cruz estavam ali, do mesmo jeito que estavam antes dela aparecer. A possibilidade de a mulher ser uma assombração era cada vez maior, mas ela fora a primeira pessoa que apareceu desde que eu caí neste posso sombrio, sem falar que demonstrou ser amiga... Eu devo mesmo confiar nela?
Se tudo o que ela estava falando era verdade, então eu tinha que fazer alguma coisa. Tentei refazer os meus passos a partir da direção em que caí ao bater na cruz. É só seguir para a direção de onde eu tinha vindo...
A grama estava mais encharcada do que nunca. Agora a água era tanta que dava na minha canela, como se a água estivesse subindo em uma enchente. E talvez fosse exatamente oque estava acontecendo. Não demorou muito e água estava alguns dedos mais acima. Segurei o castiçal com firmeza e corri pela escuridão.
Meus pulmões já estavam pedindo trégua quando finalmente avistei uma árvore grande como aquela onde eu estava e as folhas, ah, por Deus, eram vermelhas. Abaixo dela não dava mais pra ver a calçada de cimento. Estava submersa na água, mas eu precisava retornar para o início, fazer o que eu não fiz.
Corri e corri até atingir a árvore. Ao chegar lá, mirei o castiçal na direção da calçada, que eu não podia ver, mas sabia onde estava. Andei devagar desta vez pra poder respirar melhor, fui seguindo a trilha da calçada. Aonde quer que ela leve, tem que ser a chave desse problema.
Avancei mais um pouco, passando por várias e várias cruzes pelo caminho. Todas elas com nomes pichados borrados pela chuva.
Darkness
Lover
Kadu
Kevin
As folhas avermelhadas das árvores foram sendo substituídas por árvores completamente “nuas”, sem folha alguma, árvores completamente mortas. Ao mesmo tempo, a chuva que me atingia parou bruscamente e então se transformou em uma névoa pesada, sinistra, malévola.
Olhei para o chão e o que pude ver foi a calçada se rachando sob meus pés.
“Psiu!”
Virei meu olhar rapidamente pra frente e me deparo com um menino, uns oito anos aproximadamente. Não dava pra ver ele exatamente, a única coisa que dava pra ver era seus olhos escuros e o cabelo preto lisinho um tanto comprido, exatamente como os de Calem.
– O que está fazendo aqui com essa chuva? Deve estar com frio... Com fome... – A vozinha da criança era rouca e áspera, como se fosse a voz de um demônio. – Eu tenho umas frutas aqui... Venha comer!
O garoto estendeu a mão e nela havia um delicioso morango vermelhinho suculento...
– Não, obrigada! Eu não estou com fome!
– Tem certeza? – Ele perguntou, e eu senti como se meu estômago tivesse se revirando. Minha barriga roncou alto e minha “inércia” passou a ser uma fome maldita, de quem não come há dias.
– Me dá! – Movida pelo impulso da fome, me atirei aos pés do garoto, esticando a mão para receber o morango, mas quando olhei pra cima, ele não estava mais lá. Tudo o que eu vi foi uma criatura encapuzada empunhando uma espada.
Minha visão voltou a ficar ofuscada e tudo o que eu pude identificar foi a lâmina levantando e logo depois o espectro maligno abaixando a espada muito rapidamente, com a intenção de cravá-la em meu peito.
Foi meio que automático. Rolei para o lado e a espada cravou no chão. Então lembrei do que a moça sombria havia me falado: “Você é uma intrusa aqui dentro e ele fará de tudo pra te expulsar”.
Agora isso fazia mais sentido o que ela havia falado, mas eu buscava por mais respostas e não podia morrer ali. Corri pra longe do encapuzado, deixando o castiçal pra trás. “Haja o que houver, eu tenho que sair dessa inteira!” – pensei.
Olhei para trás e vi o encapuzado correndo atrás de mim como se fosse uma nuvem, deslizando pelos céus por debaixo daquele enorme manto esfarrapado.
– Céus!
Coloquei todas as forças em minhas pernas e corri o mais rápido que pude. O que eu não percebi é que a névoa voltou e desta vez mais intensa. Intensa o suficiente para fazer o encapuzado parar de correr atrás de mim...
Mas como eu não sabia que ele não estava mais atrás de mim, eu corri e corri até ficar sem ar, e foi quando eu percebi onde estava colocando meus pés. A misteriosa calçada de concreto – e que era extremamente gelada – agora estava ampla e era como se fosse um saguão de entrada para um enorme castelo rodeado por árvores mortas com galhos desfiados.
Nisso, a névoa se projetava cada vez mais, enquanto os céus agora exibiam uma lua cheia amedrontadora. Tomei cuidado para não tropeçar nas raízes das árvores no chão e corri pra dentro do castelo. Alguma coisa me dizia que era lá que eu encontraria todas as minhas respostas.
Mas encanto eu ia correndo freneticamente – para escapar da lâmina do encapuzado – minha visão pareceu crepitar em uma terrível cena. Próximos à porta do castelo haviam dois corpos com muito sangue preto ao redor. O primeiro deles era o de um homem, alto, musculoso. Em sua testa estava escrito com sangue a palavra “Daddy”. O segundo corpo era o de uma mulher que utilizava uma roupa extremamente simples. Na testa dela também estava escrito alguma coisa. Percebi que era com sangue também.  “Mom” era o que dizia.
– Ai! Ai... – Minhas pernas ficaram frouxas e eu corri imediatamente pra dentro do castelo. A minha maior vontade naquele momento era fugir daquele pesadelo, me esconder em algum lugar onde houvesse uma luz de verdade, onde coelhinhos bonitinhos pulassem pra lá e pra cá ao invés desses corpos estirados na escuridão.
Revirei meu cérebro em busca de significados. Eu já havia ouvido aquelas palavras antes... Mas onde? Mom... Daddy...
Mas enquanto eu pensava, eu também me preocupava com o lugar ao redor. Tudo estava muito escuro e eu estava com medo de bater na porta do castelo. Estava com medo do que poderia haver lá dentro, mas era melhor estar lá dentro do que ali fora com dois corpos mutilados e ensopados com sangue preto e ainda com uma criança encapuzada empunhando uma espada, louca pra cortar minha cabeça fora.
Foi então que meus olhos decidiram analisar a construção antiga e eu percebi que uma das janelas ao lado da porta de entrada estava aberta. Era a oportunidade perfeita. Com força nos braços me pendurei e consegui jogar meu corpo pro lado de dentro do castelo.
Está se deixando levar pelas aparências. Nada disso é real, Natalie. Não precisa ficar com medo.” – Uma voz falou comigo em minha cabeça, e não era minha. Então reconheci imediatamente o padrão. Era a voz da mulher misteriosa de preto que havia me dado o castiçal. Ela estava junto comigo, embora eu não pudesse vê-la. Meu coração então se acalmou e uma tranquilidade temporária me atingiu. Pelo menos eu não tava sozinha nessa enrascada.
Olhei para todos os lados e percebi que o lugar era sinistro tanto pro dentro quanto por fora. Os vidros de todas as janelas naquela “peça” eram vitrais coloridos como o de igrejas antigas.
As paredes eram sustentadas por enormes pilares estilizados e o teto tinha uma espécie de “desenho” com o formato de X. Por entre os pilares enormes havia grandes passagens com uns aproximadamente 5 metros de altura cada uma. Havia Centenas e Centenas dessas passagens. Deduzi que aquelas eram passagens para outras salas e outras peças do castelo, mas estava com medo de onde aquilo ia dar...
Resolvi seguir em frente, na direção do grande vitral colorido. Tentei caminhar o mais devagar o possível, pra não fazer barulho, mas parece que cada vez que eu tocava no chão alguma coisa rangia. Era como se o chão fosse de madeira, o que não era o caso. Eu estava pisando em lajotas frias e escorregadias, sem falar que eu estava de pés descalços. Não tinha como fazer barulho. Mas de onde vinha aquilo?
Corri em frente, movida pelo medo e enquanto meus pés aceleravam, as malditas rangidas mantinham o mesmo ritmo. Não era eu. Agora deu pra perceber. Minha barriga já estava doendo de tanto correr, eu estava cansada depois de tudo aquilo. Mas a minha exaustão não parecia física. Era como se a minha cabeça estivesse horrorizada, traumatizada. Era como se eu tivesse absorvido toda a desgraça daquele lugar.
– Droga, droga, droga! Aonde eu fui me meter! Como eu faço pra acordar?
Mas ninguém estava ali. Apenas eu, sozinha em um quarto sombrio. Foi então que alguma coisa muito estranha pareceu chamar minha atenção. Era algum negócio gigante por baixo de um lençol velho. Alguma coisa que estava sendo guardada para não empoeirar.
– Mas o que que é isso?
É nesse momento em que eu me culpo. Porque é que eu tinha que ter tanta curiosidade? Eu nunca vi um ser tão curioso quanto nós mulheres. Nós temos que estar informadas de tudo e se alguma coisa cheirar mal, nós temos que confirmar o que está acontecendo.
Mas por que, Senhor? Por que eu tenho que ser assim? Eu fiz o que não devia ter feito. Quase levei chumbo por isso. Peguei o lençol e o puxei, revelando o que tinha debaixo dele. Era um órgão, um instrumento musical gigante parecido com um piano, mas cheio de tubos de ar, que canalizavam e produziam o som das notas tocadas. Com certeza uma boa velharia. Mas o mais estranho era que pela primeira vez desde que eu pisei naquele lugar, o órgão era a única coisa que apresentava um simbolismo “do bem”. Todo o instrumento era rodeado por pequenas estatuetas de anjos com as mãos para cima, reverenciando a Deus.
Passei a mão pela estrutura delicada e toda estilizada na madeira que compunha o pé do órgão. Percebi que um dos anjinhos estava desprendido dos demais, como o gesso estivesse rachando. Peguei a estatueta e analisei-a profundamente, estava a trocando com a  alma. Estava fazendo preces para que o anjo me mostrasse a luz, para o que anjo me trouxesse a bênção necessária para me mostrar uma saída, uma porta, um caminho... Qualquer coisa era melhor do que aquele lugar sinistro. Qualquer Coisa.
Foi quando tomei um grande susto. Meu coração acelerou e o sangue bombeou dez vezes mais rápido. Um estrondo macabro foi emitido pelo instrumento. Ele estava sendo tocado. Era uma espécie de música de entrada de casamentos com uma marcha fúnebre. A pior combinação de sons que eu já ouvi em toda a minha vida. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Não era eu que estava tocando aquilo. A minha primeira reação foi fugir dali. Me esconder em algum lugar. Tudo o que eu fiz foi ficar atrás de um daqueles pilares enormes. Mas então eu ouvi uma voz fina e arranhada. Estava falando comigo. Sabia que eu estava ali.
– Não tem pra onde fugir!
Meu coração surtou. Entrei em pânico. As lágrimas escorreram pro meus olhos. Eu acho que estava entrando em estado de choque. Alguma depressão profunda ou sei lá o que. Toda aquela aura negativa do lugar estava me afetando, de uma forma ou de outra.
– Não chore! Sou eu!
Olhei para o órgão e quem estava lá? A mulher de preto. Estava tocando o instrumento com precisão. Sabia as notas de cor. Não sei por que, mas desta vez ela estava inexpressiva. Seu olhar estava distante, mas ela ainda tinha a consciência de que eu estava ali. Mas não me senti feliz por vê-la ali. Não mesmo. Estava com raiva daquela bruxa.
Foi então que me ocorreu o pensamento de que poderia ser tudo uma farsa. Talvez ela tenha me guiado justamente para o castelo porque queria que eu ficasse presa ali ou talvez porque queria me torturar naquele templo ou então fazer a mesma coisa que fez com a “Mom” e o “Daddy”.
– O que foi? Acha que eu não sei que está aí? Escute... Você--
Não a deixei terminar de falar e voei pra cima dela. Eu sabia que havia alguma coisa errada, mas porque eu não havia desconfiado mais cedo? Porque eu havia seguido exatamente suas palavras? Talvez ela estivesse controlando minha mente. E aquele castiçal? Talvez ele tenha atraído àquela criatura encapuzada. A calçada misteriosa talvez tenha sido um Plano B. Um plano pra me trazer pro castelo caso eu tenha conseguido escapar da espada. Os corpos na frente da construção... Talvez aquilo tenha sido pra me deixar assustada, pra ofuscar minha visão e o meu pensamento. É isso. Ela me pegou direitinho, mas eu ainda tinha uma carta na manga: a estatueta do anjo.
Corri pra cima daquela mulher misteriosa e com toda a minha raiva joguei a estátua na cabeça dela. Eu esperava que aquilo desse um traumatismo craniano nela, ou mesmo a matasse. Eu sei que aquilo poderia ser um crime ou qualquer coisa parecida, mas ela era uma assassina e ainda tinha poderes hipnóticos. Eu sabia que ela estava me hipnotizando esse tempo todo. E o fato de que eu não tinha visto ela quando entrei no castelo só confirmou meus rumores. Ela sempre estava junto comigo, mas eu não podia vê-la porque ela estava se ocultando com algum tipo de magia. Tenho a impressão de que ela queria assistir à minha morte. Talvez ela tivesse o prazer de ver os outros sofrendo em agonia. O fato é que não dava pra confiar nela. De jeito nenhum. Talvez tivesse sido melhor se eu tivesse caído daquele precipício...
Mas para minha surpresa não funcionou como tinha que funcionar. Quando a estátua do anjo se aproximou a mais ou menos cinco centímetros da cabeça dela, a mulher já não estava mais ali. O gesso escorregou e eu deixei a estátua cair no chão, partindo-se em milhares de pedacinhos pequenos, migalhas.
Eu não sei se estava ficando louca ou se era a magia dela mesmo. Eu sei que quando eu percebi, ela já não estava mais onde estava. Só havia o órgão vazio, que continuava tocando, mas dessa vez sozinho.
– Está me procurando?
A Voz vazia e oca da bruxa ecoou em meu ouvido direito, como se ela estivesse bem atrás de mim. Virei de costas e não vi ninguém. Eu estava sozinha de novo. Tornei a olhar para o piano e pulei pra longe. Ela havia aparecido exatamente no lugar onde estava quando eu a ataquei com a estátua. Estava ali, mas há pouco não estava e eu tinha a clara certeza de que ela estava em minhas costas há alguns poucos segundos.
– Sua bruxa! Está tentando me enfeitiçar!
– Não! – Ela respondeu imediatamente, erguendo as mãos para cima. – Natalie, preste atenção! Não fui eu quem enfeitiçou você!
– Mentirosa! Você me atraiu até aqui pra poder me matar igual fez com aqueles dois lá fora! – Eu não sabia se estava chorado ou não. A raiva era tanta, mas tanta, que eu nem sentia as lágrimas. A raiva acima de tudo, não era nem pela mulher, era por mim mesma. Por ter me deixado ser enganada. Como eu fui tão burra? Como eu fui tão burra a ponto de acreditar que aquela mulher cheia de cicatrizes e com cara me megera poderia ser minha amiga? Ela disseque era minha amiga. Disse que eu a conhecia em outro mundo, mas eu não me lembro dela. Nunca vi, nem ouvi. Ela é uma estranha.
– Não é verdade! Foi ELE quem te deixou assim! Natalie! Presta atenção! Fui eu quem te trouxe para este lugar! ELE queria que você me acertasse por isso plantou abobrinhas em sua cabeça! Foi ele quem te fez ficar assim! ELE sabia que se você acertasse a mim, o transportador, você sairia da cabeça dele! ELE sabia que se você me golpeasse você voltaria para sua vida normal!
– Para de falar “Dele”! Quem diabos é ele?
– Eu já expliquei, não expliquei?
– Natalie, por favor, não cometa nenhuma loucura! Eu disse que ele te tiraria daqui de qualquer jeito porque ele sente a sua presença e sabe que você é uma intrusa! Eu não disse?
Fiquei olhando fixamente para a mulher, prevendo algum movimento em minha direção. Talvez uma espada, ou uma faca. Qualquer coisa. Ela queria me matar e eu tinha que me defender a qualquer custo. Não podia deixar que ela me assassinasse.
– Você viu não viu? Viu os olhos dele e então ele fez alguma coisa com você pra você se aproximar dele! Com isso ele revelou sua verdadeira forma e tentou te matar. Você não percebe? Ainda está sob o efeito da ilusão dele! Aqueles olhos pretos... Eles... Tem poderes mágicos que nem eu nem você conhecemos! Eles podem te levar pra outro mundo se você não tiver consciência do que está realmente acontecendo! Natalie, por favor!
A mulher levantou a mão direita em minha direção, mas eu fui mais rápida e agarrei o pulso dela com força, não deixando que ela fizesse o ataque.
– Eu poderia fugir Natalie. Você sabe disso. Mas aqui estou, estou à sua mercê, só pra provar que não fui eu quem te encantou! ELE é o vilão. Acredite. As aparências enganam!
Apertei o pulso dela com mais força ainda. Uma luz branca emergiu de minha mão. Quanto mais eu apertava, mais luz saía. Foi quando o lugar ao meu redor pareceu desmoronar. Eu via alguns flashes de outra dimensão. As paredes do castelo eram sólidas, depois estavam iguais às do dormitório da escola e mais uma vez ficavam sólidas. O ciclo era tão rápido que parecia que tudo estava piscando ao meu redor.
– Está me destruindo. Se me destruir...
– Eu voltarei pra minha vida normal... Foi o que você falou. – De repente, uma luz surgiu dentro de mim. Foi como se eu entendesse toda a verdade. Foi como se eu tivesse aberto os olhos e visto a verdadeira face daquela mulher. E era verdade. Ela estava tentando não ajudar a mim, mas também como o verdadeiro inimigo.
Soltei o pulso dela e as paredes pararam de piscar. Voltei para o castelo.
– Você não tem que ter medo, Natalie.
Ela fixou seus olhos inexpressivos diretamente em mim.
– Você o conhece, só tem que ajudar a libertá-lo.
E então a figura da mulher começou a desaparecer bem na minha frente, como um fantasma sumindo e as palavras dela fizeram sentido mais uma vez.
“Pura! Essa é a definição de você! É assim que ele te vê! Se ele consegue te ver assim, é porque VOCÊ é a salvação. Busquei ajuda com seus amigos, com seus parentes, mas nenhum deles possuía uma aura tão clara como a sua!”
– Se eu tenho uma aura... Uma aura pura... Então... – Tudo começou a fazer sentido e então eu realmente entendi um pouco do que estava acontecendo ali. Meu vestido era branco, logo eu era pura. E se eu era pura, isso significa que eu tinha poderes para destruir as trevas. Eu era a libertação e a mulher estava certa. Certíssima. Foi por isso que quando eu a toquei uma luz surgiu. Esse é o meu poder. Eu sou capaz de destruir toda a escuridão aqui neste lugar. Eu sou a luz. Havia uma única questão: onde estaria “ELE”?
O órgão parou de tocar magicamente e eu consegui ouvir de novo as rangidas misteriosas. Foi quando senti minha testa molhar. Toquei-a e um líquido preto escorreu por meus dedos, mas logo desaparecia. Talvez esse fosse o meu recém-descoberto poder entrando em ação. As trevas estravam se dissipando.
Olhei pra cima e então o teto desmoronou por cima de mim, literalmente. Uma penca de tijolo e muito concreto caiu muito rapidamente por cima de minhas pernas e me derrubou, mas eu ainda estava consciente e eu tinha que lutar, apesar de toda a dor que o impacto causara... Olhei pra cima mais uma vez e no buraco – de onde desmoronaram os tijolos – havia um terceiro corpo, pendurado pelo pescoço. A corda balançava para um lado e para o outro, produzindo aquele rangido estranho que eu continuava ouvindo.
– Deus... – Então a corda que sustentava o corpo no ar não resistiu e se arrebentou, a jovem mulher caiu de bruços, bem à minha frente.
– Certo, Y... Nada de pânico.
Puxei os braços da mulher já morta e a virei para cima, para que eu pudesse ver seu rosto. Notei então que eu não a conhecia, mas ela se parecia e muito com a mulher misteriosa. Não era a mesma, mas era parecida.
E novamente na testa do corpo havia uma coisa escrita com tinta preta – que eu julgava ser um sangue velho –, dizia o seguinte: Sister.
Foi então que consegui traduzir. “Sister” significava Irmã em inglês e a testa daqueles outros dois lá fora dizia “Mom”, mamãe e “Daddy”, papai. Irmã, Mamãe e Papai. Isso estava começando a me assustar e muito, mas eu sabia que podia lidar com aquilo. O que fiz então foi naturalmente natural. Fechei os olhos da moça e então o corpo começou a brilhar em um tom de branco – o mesmo de quando eu agarrei o pulso da mulher misteriosa – e o corpo desapareceu como uma lembrança sendo esquecida através dos túneis da memória.
– Ah, então é assim que funciona...
Meu cérebro então passou a agir mais rápido. A ideia me veio tão sorrateiramente e tão depressa que quando eu percebi, já estava correndo de volta para o lado de fora do castelo. Pulei a janela e fui até os dois corpos, “Mom” e “Daddy”, e então repeti o que eu havia feito com a “Sister”. Os cadáveres desapareceram.
A lua lá no céu agora brilhava em um tom prateado que iluminava mais (muito mais) do que antes. Foi então que eu percebi em como as minhas ações afetavam aquele lugar. Quando eu estava com medo, mais e mais “assombrações” me apareciam e quando eu estava determinada, o lugar começou a deixar e ser tão sombrio...
As árvores ao meu redor também estavam mudando. Antes elas eram mortas e todas esfiapadas. Agora elas estavam brotando folhas em todas elas. Mas eu sentia que algo ainda estava errado. Eu ainda tinha mais o que fazer além de cremar defuntos. Então olhei para o topo do castelo e na última sala, a mais alta o possível havia uma luz branca, exatamente igual à minha. Era como se fosse a Estrela Guia indicando onde Jesus iria nascer para os Reis Magos.
Senti como se algo apertasse meu coração. Como se algo me estrangulasse. Senti como se eu precisasse agir rápido. Então o lugar que parecia ser menos sombrio encheu-se novamente com muita névoa e do nevoeiro brotou uma chuva gelada.
– Mas... O que está acontecendo?
Olhei para o céu novamente e um trovão rasgou as nuvens. A mudança de uma lua brilhante e prateada para um temporal foi tão repentina que eu não consegui sair do meio do “pátio” antes de ficar completamente encharcada. Olhei para meus pés e a água estava subindo depressa. Talvez isso fosse um sinal. Talvez eu devesse ir até a torre mais alta... Ou talvez seja novamente uma ilusão para me manipular e me levar exatamente aonde “ELE” quer que eu vá.
Quando percebi, a água já estava em meus joelhos. Era muita chuva em tão pouco tempo. Como se fosse uma chuva mágica, criada pro alguma pessoa. Eu não tinha escolha a não ser me abrigar no castelo. Desta vez empurrei a grande porta de entrada e o que eu vejo na minha frente? Uma escadaria de mármore brilhando.
Corri para cima, mas acho que esqueci a porta aberta. Pouco importava agora. Subi a escadaria confiante. Primeiro Andar, Segundo Andar, Terceiro, Quarto, Quinto, Sexto, Sétimo, Oitavo, Nono, Décimo, Décimo Primeiro, Décimo Segundo e finalmente o Décimo Terceiro. Cerca de Trezentos degraus. Estranhamente não fiquei cansada como deveria ter ficado. Acho que eu ainda estava confiante por ter consumido aqueles cadáveres.
Mas eu sabia que mais coisa sinistra viria por aí, portanto, tratei de baixar a bola. O andar de número 13 estava silencioso, mas eu sentia uma vibração boa vinda dali (a primeira e única vibração boa naquele lugar). Corri até a única porta que havia no lugar inteiro.
Toquei na maçaneta, mas hesitei. Talvez eu estivesse certa. Talvez eu estivesse indo exatamente onde queriam que eu fosse. Talvez aquele menino que me ofereceu o morango quisesse que eu entrasse aqui. Ou não. Ainda havia a possibilidade de eu dar de cara com a espada do encapuzado ou ainda algo pior. Mas eu tinha que fazer aquilo, de um jeito ou de outro. Eu precisava arrumar as coisas nesse lugar para voltar pro meu lugar. E além do mais, se eu quase desintegrei a mulher de preto, eu poderia desintegrar um encapuzado ou uma espada qualquer.
Respirei fundo, escutei as batidas do coração e puxei a porta, confiante, mas tudo o que eu fiz foi ferir meus olhos. A visão era chocante. Apavorante. Dentro do pequeno e apertado quartinho do lado de dentro da porta eu pude ver um garoto acorrentado, dentro de uma gaiola gigante. E para minha surpresa era ele, Calem. Ele estranhamente estava usando roupas todas brancas, desde a touca até as calças e tênis all-star. Senti que a minha missão era libertá-lo desde o princípio, então corri até a gaiola...
– Calem! Calem, está me ouvindo?
Mas ele não respondeu nada.
– Calem? Você... Está legal?
Mas o silêncio permaneceu por um longo tempo. O garoto estava segurando com força as grades pretas, mas seus olhos estavam fechados e ele parecia estar inconsciente.
– Calem, eu estou falando com você!
Mas o silêncio se fez outra vez.
– Calem, fala comigo! Por favor! É a Y, lembra?
Procurei por uma porta na gaiola, mas não havia. Isso significava que não havia chave para abrir a porta, eu teria que dar um jeito eu mesma. Afastei as mãos de Calem da grade e posicionei as minhas no mesmo lugar onde as dele estavam. Orei pedindo pra que isso desse certo. Respirei fundo, fechei os olhos e apertei o metal como todas as minhas forças.
Então eu senti como se as barras de aço fossem simples barrinhas de borracha, depois algum líquido até que a grade negra finalmente desapareceu, como se nunca estivesse ali antes. Mas Calem não parecia bem. Ele ainda estava dormindo e todo acorrentado. Fiz mais uma vez o ritual e desintegrei as correntes que prendiam seus punhos e tornozelos. Ele finalmente estava livre. Mas será mesmo?
Senti um calafrio e de repente tive a sensação de estar sendo observada.
Virei minha cabeça lentamente para trás, onde estavam parados dois meninos vestindo umas roupas pretas sujas de sangue coagulado. O Primeiro deles eu reconheci imediatamente. Era o garoto que havia me oferecido o morango, aparentemente uns sete ou oito anos de idade. O outro, eu não sabia quem era. Era mais velho. Devia ter uns treze ou quatorze, e era muito magro, esquelético. Talvez até anoréxico.
– Quem são vocês? Por que estão fazendo isso comigo?
– Tem certeza de que você não sabe quem é a gente? – A voz do garoto mais velho era extremamente familiar. Era Calem. E a julgar pela aparência, o pequenininho também era ele. Eu não iria questionar o porquê haviam três Calem em uma mesma sala, afinal, tudo no meu dia de hoje foi esquisito. – Entregue ele! – O mais velho disse, referindo-se ao Calem de Branco, desacordado ao meu lado.
– De jeito algum!
– Ora, ora... Y... Você acha que pode contra a gente? – O menininho mais novo falou com rispidez e secura. – Você está dentro da nossa mente! E dentro da nossa mente a gente pode imaginar qualquer coisa, como um terremoto...
O chão começou a tremer de uma hora pra outra. Eu pensei que a torre do castelo fosse desmoronar, então me lembrei de que era só a imaginação de Calem falando mais forte. Agora eu entendia tudo. Esse lugar sombrio e esses acontecimentos todos. Só podia ser isso. Estava escancarado na minha cara o tempo todo e a moça de preto fez questão de me avisar umas cinco ou seis vezes e eu não entendi. Agora era óbvio demais para não ser entendido.
Calem é um garoto muito reservado, muito sombrio e “gótico”, e a cabeça dele é um reflexo perfeito do mundo em que ele vive. Agora duas outras personalidades estão contra mim e contra o “Calem inconsciente”, que é Calem alegre e eu estou aqui para ajudar a libertar essa personalidade latente, esse álter-ego de luz.
– Eu não vou deixar vocês tocarem nele! Nem hoje e nem nunca! E sabem por quê? Por que ele é meu PARA TODO O SEMPRE! – Comecei a frase em um tom baixo e depois a raiva foi aumentando até sair um grito. Um grito de guerra, de força e poder. Um grito que me fez dar um soco duplo no chão, com os dois punhos e o grito que me fez derrotar os dois Calem’s do mal.
Quando meus punhos cerrados encontraram o piso daquela pequena salinha, uma onda de energia branca, como um clarão se ergueu e brilhou e brilhou, até tornar-se fogo. Não pensei duas vezes. Peguei Calem por um braço e me joguei da única janelinha do décimo terceiro andar. Era a solução, era a salvação e era o que a mulher sombria me disse pra fazer.
A única coisa que eu consegui enxergar foi o castelo pegando fogo. Parece que pegou uma combustão automática. Não se se foi porque eu liberei uma onda de poder nas duas personalidades malévolas ou se foi porque o Calem “branco” saiu da construção. Mas o fato é que estava tudo desmoronando e o chão se aproximava.
– Y?
Calem finalmente acordou, mas na hora errada. Meu pior pesadelo estava se realizando. O chão estava se aproximando e mais e mais. Faltava apenas dois metros. Depois um. Depois metade de um metro. E então o chão parecia amassar todo meu corpo em uma agonia de gritos em pesadelo.
– Aaaaaaaaaaaaaah!

– Y, calma, foi só um sonho! – Quando abri os olhos eu estava de volta no quarto, deitada ao lado de Calem.
– Ah, meu Deus! Isso foi real?
– O que foi? – Calem olhou pra mim como se não entendesse o que eu estava dizendo.
– Calem! Você... Você está falando novamente! Está melhor?
– Sim, acho que sim. Parece que ter você aqui do meu lado me fez mudar meu pensamento. Parece que me fez desligar do pensamento aqueles que já morreram... Minha irmã, Papai, Mamãe... Todos eles, afinal, o que importa é que nós ainda estamos vivos e nós temos que lutar para continuarmos assim. É incrível, é como se tivesse dado um estalinho na cabeça e de repente tudo já estava normal. Eu já tinha “mudado de ideia”.
            – Ah, Calem... Nem sabe o quanto eu fico feliz em ouvir isso! Você ficou assim... Mais mudo do que o de costume e grudado a essa parede pro pelo menos três dias. E... Nossa, parece que eu adormeci mesmo. Já está escuro. Vamos nos levantar, você tem que tomar um banho, comer alguma coisa. Ficou muito tempo no “Modo Zen”.
            – Você tem razão! Ajude-me aqui.
            Puxei Calem pela mão e ele se levantou com um impulso. E então aconteceu o que tinha que acontecer. Ele me abraçou e me beijou. Depois fixou seus olhos tão negros quanto seu cabelo nos meus.
            – Promete uma coisa?
            – O que?
            – Promete que você nunca vai me abandonar?
            Olhei para o lado e vi um Pokémon se aproximando. Na verdade Meowstic, que carregava uma vela na mão, com o mesmo olhar inexpressivo de sempre estampado na cara. Então voltei o olhar para Calem novamente e disse baixinho:
            – Prometo. Eu estarei do seu lado para todo o sempre!

Capítulo 13 - FOREVER & ALWAYS


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Anexos
* Imagem 1 – Meowstic no Mundo de Calem – Onde foi encontrada: http://poeniseinsombras.blogspot.com.br/2009/05/sombra-sem-luz_24.html (Aproveite para ler o belo poema encontrado na página)
* Imagem 2 – Meowstic e as velas – Onde foi encontrada: http://mundogothic.musicblog.com.br/48484/Poema-gotico/ (Outro poema “obscuro”)
* Imagem 3 – Morango Envenenado – Onde foi encontrada: http://flickrhivemind.net/User/laireen/Interesting (Créditos a laireen, flickr)
* Imagem 4 – O Encapuzado – Onde foi encontrada: http://www.magonerd.com.br/2013/10/os-10-lugares-mais-assombrados-no-mundo.html
* Imagem 5 – O Castelo – Encontrei a imagem aqui: http://www.fotolog.com.br/dark_lord/44945420/, mas a imagem veio originalmente daqui: http://imagens.kboing.com.br/papeldeparede/6655alone.jpg
* Imagem 6 – O Castelo por dentro – Onde foi Encontrada: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Beverley_minster_016.JPG
* Imagem 7 – O Órgão Assombrado  – Onde Foi Encontrada: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Beverley_minster_016.JPG
* Imagem 8 – Sister – Onde foi Encontrada: http://blitzkrieg-attack.blogspot.com.br/2011/08/o-enforcado.html
* Imagem 9 – A Lua –  Encontrei a imagem aqui: http://kellyadriani.blogspot.com.br/2012/07/lua-prateada.html/, mas a imagem veio originalmente daqui: silviamota.ning.com
* Imagem 10 – O Castelo em Chamas – Onde Foi Encontrada: http://pt.forwallpaper.com/wallpaper/castle-on-fire-885470.html

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Créditos
Pokémon XY Adventures || Forever and Always (Season 2) – Postado originalmente em Março de 2014 / Repostado em Dezembro do mesmo ano. – A cópia ou distribuição desse material é totalmente proibida.

A música citada na fanfic chama-se “Nightmare” da banda Avenged Sevenfold. Nenhum direito autoral foi violado, tendo em vista que a música NÃO foi reproduzida e NÃO foi distribuída de NENHUMA forma (isso inclui download grátis), apenas teve uma parte da letra citada.

~ Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos. ~
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Calem_1
Pare! Se ainda não leu o Capítulo, não prossiga!!
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-Sobre o Capítulo-
Bom, este capítulo (um dos mais difíceis dentre todas as minhas fanfics) foi um capítulo de teste. Sim, ele serviu para testar minhas habilidades como escritor. Eu até que gostaria e muito de fazer um livro assim (porque o primeiro que eu fui escrever não deu muito certo :P), talvez com a mesma temática ou com o mesmo ambiente sombrio. Não sei, mas que é tentador é.

Quanto à história, o Capítulo refere-se à uma viagem dentro da mente de Calem, que estava uma zona antes da Y aparecer. Múltiplas personalidades (que eu as batizei com meus nicknames antigos do blog) aparecem durante a história e um ar sombrio envolvendo cadáveres faz a história parecer mística. E de fato é. Pela primeira vez fiz o uso de símbolos na fanfic com significado oculto e é neste post que eu vou ajudar vocês a entender toda a história e interpretar de vez o que aconteceu.
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-Simbolismo-
Como eu disse antes, essa é a primeira vez que eu uso simbolismo nesta fanfic (e entre todas as outras também) e talvez tenham muitas (mais uma vez: MUITAS) coisas que passaram despercebidos por vocês ao lerem o capítulo. Vamos ver o significado de cada uma delas:

-A ÁRVORE-
O primeiro símbolo a surgir é a árvore (aquela com as folhas vermelhas). Segundo o site "Significado dos Símbolos", "a árvore transmite fundamentalmente a ideia de símbolo da vida em perpétua evolução (...) Abrange também em seu aspecto um simbolismo de transformação, morte e regeneração". No Caso a árvore no início poderia ser tanto a mente de Calem tentando se libertar (afinal essa é a única árvore com folhas antes da Y consumir com os corpos) quanto o "ponto de partida" da Y dentro da mente dele, representando um portal que faz com que o espírito dela (morte/regeneração) consiga encontrar o de Calem. Aí vai da interpretação de cada um, mas, pra mim, os dois significados estão corretos.

-A FRUTA-
O segundo e o mais gritante dos símbolos foi o "morango" que o pequeno Calem mostrou para Y. Assim que ela viu a fruta, ela ficou com fome e correu para pegá-la, mas era tudo uma armadilha e ela conseguiu ficar "sóbria" antes que fosse tarde demais. A fruta aparentemente envenenada representa as drogas e também pode fazer alguma referência à fruta comida por Eva, referindo-se ao pecado.

-CRUZ-
Outro símbolo é a cruz, um dos símbolos mais antigos do mundo, geralmente utilizado para representar a morte de alguma pessoa. Na fanfic foi utilizada para representar a morte das múltiplas personalidades de Calem (que eram um segredo até então), embora nenhuma delas ainda tivesse morrido de verdade. Mas o significado oculto da cruz seria outro. A cruz significa, na verdade, uma "totalidade" de mundo, onde o Céu e a Terra (supostamente) se encontram, uma vez que a parte debaixo da cruz esteja enterrada na Terra e a parte de cima está no ar. Novamente podemos associá-la à morte e/ou insuficiência das personalidades más do garoto.

-O CASTIÇAL/AS VELAS-
O Castiçal, ou seja, o "suporta para velas" não nos significa nada, mas se pensarmos nas velas que o compõem, podemos obter um pouco mais de conhecimento. A vela é "o símbolo da vida ascendente". Em uma visão mais voltada para a fanfic, seria a força vital do espírito de Y, o quão forte e o quão puro ele pode ser e a sua capacidade de iluminar a escuridão.

-A ESPADA-
A espada é um símbolo de cavalheirismo ou mesmo um elemento de conquista, podendo representar a bravura ou a forma de como o bem vence o mal. No entanto, na história, quem tema espada é o menino (Calem), que se tornou o encapuzado. O encapuzado na real era pra representar o mal e tudo o que ruim que poderia acontecer, sendo assim, o mal teria vencido o bem (visto que o encapuzado está segurando a espada) e estaria tentando vencer novamente, utilizando a espada para matar Y. Como a espada era pra ser um símbolo "do bem" nesse sentido, a garota consegue escapar por está do mesmo lado da força.

-A JANELA-
O Significado de Janela agora varia para o significado dos sonhos. Pra começar, "ver as janelas em seus sonhos, é um presságio de culminação fatal para as esperanças vivas", de acordo com o site Sonhos.co. Se você sonha em pular uma janela para entrar em uma casa (o castelo), "você vai ser encontrado enquanto estiver usando meios desonrosos para consumar um propósito aparentemente honroso". Aqui podemos notar claramente o que quer dizer. Quando Y estava com medo, ela podeira ser facilmente encontrada por "ELE", mas depois que ela se tornou poderosa e conseguiu fazer com que a mente de Calem desapegasse daqueles que já partiram, ela conseguiu ficar um grande período de tempo sem "encrencas" e só foi descoberta depois que encontrou o "Calem Branco".

-A GAIOLA-
O último e mais importante dos símbolos é a Gaiola, que tem como significado exatamente o que ela é: uma prisão. Alguém preso dentro da gaiola tem como significado oculto a morte dessa pessoa (por isso Calem estava inconsciente enquanto estava preso dentro dela), mas se a gaiola for aberta, significa que esta pessoa se libertou. Geralmente a gaiola é utilizada para representar a libertação do mal (pra não falar deabo) no mundo, mas na fanfic eu optei por ser menos satânico e fiz exatamente o contrário: o mal estava governando do lado de fora da gaiola, enquanto o lado do bem estava inerte, e é aí que você começa a entender todo o desvio de personalidade de um adolescente que se corta...

Fora esses existem também outros símbolos menores como os anjos, mas esses tem um significado explícito na própria fanfic, portanto, nã ovou escrever aqui.
.....
-Personalidades-
Outra coisa que vocês precisam saber é que Calem é o personagem que mais representa a mim mesmo. Seu aspecto sombrio e o interior, ou seja, sua mente, destroçada... Enfim, ele é como se fosse eu no mundo da fanfic. Só que neste capítulo vemos vários Calem e todos eles carregavam uma mensagem e/ou um dos meus antigos nicknames que eu utilizei na fanfic, em relação à minha vida na época em que eu utilizava esses nicknames.

-A CRIANÇA-
Criança tem por significado "pureza" e "inocência" (não coloquei isso nos símbolos porque pretendia falar aqui), logo, o Calem quando pequeno seria o "Kadu", aquele que foi deixado pra trás e aquele que via o mundo de uma forma colorida e despreocupada.

-O ENCAPUZADO E A ESPADA-
O Encapuzado significaria o mal e o lado mais obscuro da vida, que foi o caso de "Darkness_Lover" ou simplesmente "Dark", mais uma de minhas incarnações no mundo da escrita. Repare que em uma das cruzes estava escrito "Darkness" e em outra cruz estava escrito "Lover", separado. Isso porque o encapuzado significa o Darkness, enquanto o Lover seria a espada e/ou o morango envenenado.

-O ANORÉXICO-
A última personalidade "do mal" é o Anoréxico, que representa "Kevin". Durante a primeira etapa dessa fase em minha vida eu busquei incansavelmente por perfeição e por beleza, mas depois eu percebi que tudo era uma loucura e que eu estava começando a ficar doente da cabeça.

-O BRANCO-
O Calem Branco significa a pureza e a paz de espírito que aos poucos eu encontrei, ainda representando "Kevin", só desta vez, em uma "segunda etapa", um pouco mais avançado no tempo. Talvez este seja o melhor de todos os Calem's e o melhor de mim (enfim, nem sei porque que eu tô falando essas coisas).
.....
-A Mulher de Preto-
Será que alguém aqui gostou da Mulher Misteriosa? Cara, a partir desse episódio eu passei a amar a Meowstic (Especialmente Meowstic Fêmea, que é representada pela mulher de preto na mente de Calem). Vou explicar um pouquinho o porquê dela ser tão... "asquerosa" na mente dele.

Pra começar, Meowstic não é lá um pokémon muito "iluminado". Ele está sempre inundado em trevas e possui hábitos noturnos (isso explica o porquê da roupa preta). Outra coisa são as cicatrizes no rosto da mulher. As cicatrizes significam os inúmeros arranhões que Meowstic já deu em Calem (o garoto a vê como um demônio praticamente :P, mas a ama do mesmo jeito... Gatos são assim né gente?)

O Fato da Y não conseguir encostar na Meowstic até ela deixar mostra que ela tem poder na mente dos outros e podia muito bem manipular a mente de Y mas não fez isso porque não quis (embora a garota chegou a acreditar que a mulher tenha a usado).

Mas e porque Meowstic não fez tudo sozinha se tinha poder sobre a mente de Calem? Como a própria mulher falou na história "Y era pura e não havia ninguém ela", sendo assim, o poder de Y era muito maior que o de Meowstic, embora Y não soubesse usá-lo tão bem quanto a Pokémon.

Outra coisa é que a mulher misteriosa fala inúmeras vezes que Y a conhece, mas Y não identifica sua voz. De fato, pokémons não falam, pelo menos no mundo "externo". Não tinha como a Y saber que era a Meowstic. Só deu pra saber mesmo quando a Meowstic apareceu segurando uma vela e fazendo o seu olhar inexpressivo (que era o mesmo de quando a mulher de preto tocou o órgão).

Ai, gente não tem como não amar ela :3
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-Theme-
A Theme do capítulo é a música "Nightmare" da Avenged Sevenfold (confira a letra e tradução no Vagalume) e é uma música cheia de simbolismos ocultos (não tão ocultos assim :P) que fala basicamente do bem e do mal e do "seu pior pesadelo". Outra coisa foi a frase da música que eu utilizei no começo do capítulo: Men like you have such an easy soul to steal (Homens como você tem uma alma tão fácil de roubar) é a parte da música que resume basicamente toda a história. A alma de nosso querido protagonista que na verdade sou eu (ashuashuashuash, mais ou menos isso) foi roubada, infestada por besteiras (as personalidades más gritando mais alto) e obscuridade.

Aliás, não sei se a música tem a ver com a temática gótica (talvez sim, talvez não), mas o fato é que a música é "pesada" e eu queria passar essa sensação de "peso" com ela, portanto, essa é a minha escolha.
.....
-Outras Coisas-
O número do Capítulo, "13" e o título "Forever and Always" faz uma alusão à Taylor Swift (uma de minhas cantoras preferidas) que possui uma canção chamada Forever And Always (Para todo o Sempre!) e seu número da sorte (e o número que ela vive escrevendo na mão) é 13.
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-Próximo Capítulo-
Ainda não planejei o próximo capítulo, por isso não posso dar uma sinopse exata do que vai acontecer, mas a princípio o Capítulo se tratará de uma preparação para o próximo Ginásio, onde Y e Calem saem para capturar novos pokémons à noite. Talvez seja assim, mas ainda estou pensando em como será, portanto, não posso afirmar com certeza...
.....
-Dúvidas-
Ah, e outra coisa: Se vocês tiverem alguma dúvida referente ao capítulo (qualquer coisa), avisem-me pelos comentários e deixe sua dúvida, para que eu possa respondê-la e enfim esclarecê-la.
.....
Bom, por enquanto era isso, galera. Eu espero que tenham gostado desse capítulo com ar místico e espero que eu possa escrever mais capítulos da fanfic assim (mais maduros) ou mesmo um novo projeto de livro, quem sabe? Enfim, vou me despedindo. Até a próxima e não esqueçam de comentar ;)

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