Paralelas XY 06

Side Story 06

#Challenging the Brave


            – Atrás dele!
            – Não deixe esse Flare fugir!
A única coisa que dava para ouvir claramente em meio à noite eram os gritos de alerta da poderosa treinadora vestida de branco e de seu detetive particular. Eles corriam sem parar pelas ruas de Kiloude City atrás de um elemento estranho que utilizava um chamativo terno vermelho.
            Desceram as escadas ao lado do Centro Pokémon voando e em seguida correram em linha reta, em direção ao campo, onde seus sapatos e meias encharcaram por inteiro. O sereno estava caindo mais do que nunca e a grama parecia mais com um riacho. O vento soprava forte em direção à colina e a visibilidade estava bastante dificultada por causa do céu vermelho, pronto para chover.
            Os dois seguiram correndo por mais um espaço estreito entre as plantações e então perderam o inimigo laranja de vista. Não havia alternativa senão chamar ajuda...
            – Rhyperior! – Gritou o garoto de boné vermelho, que lançara sua pokébola bem para o alto.
            A criatura rochosa logo respondeu ao chamado, saindo da pokébola com um berro assustador, que ecoou pelo vale inteiro, como um sinal de alerta.
            – Use Flash Cannon! – A enorme criatura de pedras então abriu a boca e disparou uma rajada de luz prateada que clareou a escuridão como em um passe de mágica. O raio então colidiu com um arbusto à sua frente, e a luz se apagou completamente, retornando ao breu anterior...
            – Conseguiu enxergar alguma coisa?
            – Mas é claro! Ali está ele! Vem!
            Eles correram mais rápido ainda, agora avistando o ladrão, que tropeçara inconvenientemente no meio do pasto. Mas ele já havia se levantado e começou a correr de novo, dando rápidas passadas dos mocinhos.
            – X... Vai deixar essa pra mim ou você quer batalhar?
            – Depois de tudo isso, eu acho que mereço uma batalhazinha, Diantha! – Respondeu X, o garoto de boné vermelho, para a moça de branco.
            – Tudo bem, então! O Flare é todo seu!
            E o garoto deixou-se levar, correndo mais rápido ainda atrás do sujeito com aquele terno vermelho, chamativo. Ele correu mias um pouco. E mais um pouco. Até que a mão de X conseguiu agarrar o colarinho do terno, parando o marginal.
            – PARADO! Você está preso! – Gritou, X, dirigindo-se diretamente ao Flare.
            – E se eu não quiser? – Falou o homem do terno, pela primeira vez.
            – Aí você via ter que sentir a fúria do meu Frogadier! Vai! – X lançou mais uma pokébola, revelando outro de seus pokémons.
            – Froa! – Gritou o Pokémon, ao sair da bola.
            – Mas não mesmo! – O homem de cabelos vermelhos pegou o braço de X – que estava puxando seu colarinho – e girou o braço do garoto, livrando-se dele. – Houndoom, é com você!
            E a pokébola do homem misterioso voou no ar, revelando um Pokémon terrivelmente feroz. Um cão sombrio, e que aparentemente ardia em chamas.
            – Rooooar! – O Pokémon rugiu ao sair da pokébola, mostrando os dentes para Frogadier, que era bem menor em estatura.
            – Frogadier, use Power-Up Punch!
            O sapo então saltou bem alto, e seu punho se fechou, formando uma “luva” de energia ao redor da mão. A gravidade então começou a fazer efeito e ele começou a ser puxado em direção ao solo e com isso, o punho de energia foi puxado também, mas Frogadier direcionou o ataque para um ponto específico: Houndoom.
            Foi inevitável. Houndoom recebeu um poderoso murro na cara, sendo derrubado bruscamente no chão.
            – Houndoom! – O treinador correu para socorrer o Pokémon, mas Frogadier já estava preparando um próximo ataque: “Smack Down”.
            O sapo então dispara uma bombinha em Houndoom, formando uma explosão que lança o Pokémon de fogo para os ares em questão de segundos. Depois, Frogadier salta velozmente para cima, evolvendo seus braços ao redor do Pokémon sombrio, que é lançado de volta, com brutalidade, para o chão.
            Vitória. Dois movimentos superefetivos um atrás do outro e Houndoom já estava fora de combate, sem ao menos ter acertado um golpe em Frogadier. X estava ficando bom no que fazia.
            – Houndoom, não! – O homem se ajoelhou, ao lado de seu Pokémon, que estava desacordado.
            – @-@! – Mas Houndoom estava revirando os olhos, em outra dimensão.
            – Está preso! Vai ter que vir com a gente! Por bem o por mal!
            O homem então rapidamente recolheu Houndoom de volta à pokébola e disparou correndo, em direção à Kiloude City.
            – Nem pensar! – Diantha gritou, quando de repente, o corpo do Flare começou a levitar, sendo totalmente controlado por vibrações psíquicas de altíssimo nível. E o responsável por isso não podia ser ninguém menos do que...
            – Gar...
            A GARDEVOIR DE DIANTHA! O Pokémon mais famoso, mais poderoso e ainda o mais cobiçado de toda a região de Kalos!
            – Direto para o xilindró! – Diantha deu uma risadinha medonha, ao ver o desespero do marginal, e ficou se sentindo mais leve, ao ver mais um caso bem sucedido.

A chuvinha batia nas telhas, proporcionando um barulhinho aconchegante. O primeiro dia do inverno já havia se estabelecido, mas o clima dentro da delegacia estava completamente o oposto do lado de fora.
            A placa dizia claramente:

"POLÍCIA CIVIL"

            Mas lá dentro parecia mais assunto de governo. Assunto escondido à sete chaves pelo FBI ou alguma informação supersecreta de tecnologia alienígena descoberta pelos exploradores espaciais.
             – Vai falar ou não vai? – Perguntou Diantha, já impaciente.
            – NUNCA! – Recusou-se o Flare.
            – Gardevoir?
            E a Pokémon começou a produzir em suas mãos uma esfera de luz multicolorida. Estava carregando um poderoso Psybeam que, obviamente, seria direcionado ao vilão.
            – Vai falar ou eu vou ter que deixar a Gardevoir cuidar de você?
            – Não! Por favor, piedade! Por favor! Por favor! – O Grunt se atirou no cão, de joelhos, e juntou as mãos – por mais que estivesse algemado –, implorando por um ato de misericórdia. Ele sabia que tinha errado. Sabia que tinha feito coisas terríveis e agora estava se arrependendo, pagando por todos os seus atos cruéis.
            – Decidiu falar? – Perguntou X, que agora entrara na sala do interrogatório com duas canecas enormes de chocolate quente.
            – Não sei... Já decidiu? – Perguntou Diantha para o interrogado.
            – EU FALO! POR FAVOR! EU FALO! MAS PELO AMOR DE ARCEUS! NÃO ME MATE!
            – Então nos conte! Conte-nos tudo! Qual é o Objetivo da Team Flare? – Perguntou X, entrando na conversação.
            – Tudo bem... – O Flare suspirou, aliviado. – Vamos por partes. Tudo começou há dois anos. Eu estava sendo perseguido pela polícia. Tinha roubado comida para alimentar minha irmãzinha de três anos com a ajuda de meu Houndoom, na época um simples Houndour...

O único lugar que não estava repleto de guardas ou de civis e onde eu poderia me esconder era a floresta de Galatan (Hoje a atual Santalune). Sim, aquela floresta enorme próxima ao primeiro ginásio da região. Eu sabia que lá não era um bom lugar para se esconder com um Gym Leader tão próximo, mas era a minha melhor e única alternativa.
            Eu Não tinha mais pra onde ir. Estava com fome. Com frio. Não tinha dinheiro. Não tinha casa. Não tinha amigos com quem contar. Não tinha nada. Apenas minha irmãzinha. Eu sabia que era arriscado demais envolvê-la em uma perseguição policial e por isso, pretendia deixa-la na casa de alguém. Abandoná-la, mas não tinha solução. De repente a polícia de “Parisia” era muito mais eficiente com ladrões de comida do que com Equipes tiranas que só planejam fazer o mal, mas fazer o que... Eu tinha errado. Sim. Tinha roubado com a ajuda de um poké e eu merecia uma punição, mesmo que fosse para salvar a vida de minha irmãzinha.
            E foi então que ELE apareceu. A primeira e única pessoa a me estender a mão: “Lysandre”, um homem alto, genuinamente ruivo. Devia ter uns dois metros de altura, boa pinta. À princípio eu estranhei o que um cara como aquele, todo de terno e com um perfume importado, estava fazendo na floresta, mas ele começou a me explicar tudo direitinho e o que queria comigo...
            – Hey! – Me assustei quando ouvi o grito de Lysandre. – Anda fugindo da polícia? Tem espaço pra você no meu grupo!
            – Quer dizer então que ele já chegou anunciando que tem um grupo de fugitivos e te convidou para entrar, é isso? – Perguntou Diantha, desconfiada.
            – É. Ele disse que se eu não cooperasse quem iria sofrer era minha irmãzinha. Mas ele também disse que se eu aceitasse trabalhar para ele, nós dois, tanto eu quanto minha irmã teríamos um teto pra morar, água e comida. Seria tudo por conta dos patrocinadores dele.
            – E você aceitou?
            – Na hora! Quem nunca passou fome na vida não sabe como é ter que apelar para poder se alimentar! Lysandre me ofereceu uma casa e muita “boia”. Não tive como recusar. Além do mais, estaria salvando minha irmãzinha também.
            – Certo... – Diantha sentou-se à mesa, bem à frente do homem. – E o que mais ele falou?

Bom, em primeiro lugar, Lysandre disse que o que eu teria que fazer era muito simples. Meu primeiro trabalho era ser um guarda. Simples assim. Eu deveria vigiar os depósitos e laboratórios do Team Flare. Até então nada demais e o pagamento era ótimo. Aceitei na hora e decidi ir com ele.
            Então, eu e minha maninha adentramos na floresta, passando por pontos sombrios demais para se enxergar, mesmo à luz do dia.
            E então, quando eu tinha a certeza de estarmos no centro da floresta, por causa da aglomeração de árvores, que estavam muito, muito próximas umas das outras, o local mais escuro que poderia haver por ali, Lysandre lançou sua pokébola, liberando um Pokémon muito esquisito. Malamar. Sim, acho que seu nome era esse.
            Lysandre ordenou que a criatura cheia de tentáculos, parada bem à sua frente, utilizasse o movimento “Flash”. De repente, toda a escuridão desapareceu. Os padrões arredondados na barriga de Malamar se acenderam, iluminando a parte sombria da floresta.
Malamar_Hypnosis_3
            Foi então que avistei um enorme helicóptero, coberto por palha de pinheiro. Malamar balançou seus tentáculos mais compridos (os que pareciam braços) e começou a produzir um som estridente, que fez o metal do veículo estremecer, balançando as palhas que o cobriam e removendo-as por completo. Acho que Lysandre falou algo como... “Round”.
            – E vocês entraram no helicóptero? – Perguntou X, curioso.
            – Sim. Ele era enorme por dentro. Tinha uma espécie de “laboratório” exclusivamente feito para os Cientistas da Equipe!
            – Cientistas?
            – Sim. Quatro mulheres vestidas de minissaia laranja com cabelo colorido, e um grandão com um penteado esquisito. “Meio Careca”.
            – A princípio, Lysandre me disse que objetivo da Equipe era arrecadar dinheiro. Ficarem ricos. Mas eu sabia que não era só isso. Alguma coisa me dizia que tinha algo a mais nessa história toda.
            Certa vez, quando eu estava cuidando do Quartel-General, ouvi sem querer a conversa dos cinco cientistas. Eles falavam alto. Então eu percebi que o objetivo de cada um dos cientistas era diferente. Cada um queria conquistar uma coisa dentro da Equipe.
            Xerosic, o grandão que é “meio” careca disse que queria coletar dados para um projeto ultrassecreto que ele vem desenvolvendo sozinho.
            As meninas disseram coisas diversas: uma delas disse que queria se vingar de algum inimigo que ela tinha; outra disse que queria governar a região; outra ainda disse que queria fazer as pessoas sofrerem; mas a que mais me chamou a atenção foi Mable, que disse uma coisa muito sensibilizante:
            “Eu só quero conquistar o amor da minha filha.
– Filha? Mas que filha? – Perguntou X.
– Eu não sei...
– Mas não se lembra do sobrenome dela ou alguma coisa do tipo?
– O Nome de guerra dela é Mable, mas certa vez ouvi dizer que ela era da família Yvelgress, e que era uma únicas que ainda acreditavam na teoria religiosa Yvelgreassista!
– Yvelgress... – X balbuciou surpreso com a resposta. – Ah, meu Arceus! Já entendi Tudo! TUDO!
            “BOOOOM”! – Nisso, a Delegacia inundou-se em poeira, interrompendo o interrogatório. Alguém havia invadido o prédio e estava pondo tudo pra baixo.
            – Ah, meu Arceus! – Exclamou X. – São eles! São eles!
            – X, não saia daqui! Fique cuidando dele!
            – Mas eu não...
            “BOOOOM”! – Uma segunda explosão atingiu o prédio e a Gardevoir de Diantha decidiu criar uma barreira em torno de todos, para protegê-los do que obviamente estava por vir.
            – Gardevoir, Mega Evolução! Agora!
            O corpo de Gardevoir começou a se encher de energia. Um brilho rosado que ardia nos olhos. E assim, suas células foram se alterando e sua aparência física mudou rapidamente, revelando um novo ser, mais poderoso, mais destemido: Mega-Gardevoir.
            – Gar...
            E um vidro quebrou às costas do Flare. Pokémons saltaram, mostrando seus dentes e garras aos uivos e berros.
 
            Em seguida, surgem os treinadores. Duas mulheres. Uma de cabelos roxos e outra de cabelo Verde. Minissaia. A descrição confere. Eram duas das quatro cientistas da Equipe Vilã.
            – Entreguem nosso agente e vazamos daqui! – Disse Celosia, a Flare com cabelo púrpuro.
            – Mas de jeito nenhum! Vamos prender vocês duas como fizemos com ele!
            – Ah, não vão não! – As duas falaram junto, ao mesmo tempo em que seus pokémons ferozes saltaram em Mega-Gardevoir.
            – Manectric, Thunderbolt!
            – Mightyena, Bite!
            Mas Gardevoir ergueu uma barreira à sua frente, protegendo-se de ambos os ataques simultaneamente.
            – Gardevoir, use Psybeam! – Ordenou Diantha.
            E a Pokémon mega-evoluída disparou uma rajada de luz multicolorida em Manectric, empurrando o Pokémon elétrico pra cima de seu parceiro tipo dark, Mightyena.
            – Mightyena, use Hyper Beam!
            – Não mesmo! – Disse X, sacando sua pokébola. – Vai, Frogadier!
            E de dentro do objeto redondo surge Frogadier, o sapo ninja superpoderoso que havia derrotado o Flare Grunt horas atrás!
            – Frog!
            – Use Grass Knot! – E Frogadier começou a brilhar em um tom de verde-folha, invocando um campo de grama abaixo dos pés de Mightyena. O Pokémon sombrio então ficou preso na grama, caindo de cara no chão.
            – Gardevoir, use Moonblast!
            E o Pokémon de Diantha gerou uma esfera de luz cor-de-rosa, lançando-a na cara de Manectric e gerando uma grande explosão.
            – Diantha, temos que levar ele daqui! – Gritou X para a companheira de serviço.
            – Leva ele que eu te dou cobertura! – Respondeu Diantha.
            – Vocês não vão pra lugar algum! – Respondeu uma voz masculina extremamente familiar para X.
            – LYSANDRE! – Gritou Diantha, ao reconhecer o homem atrás dela.
            – Mega-Gyarados, Hyper Beam!
            E um enorme dragão com escamas e nadadeiras gigantes entrou na sala de interrogatório, disparando uma rajada energética que destruiu tudo ao seu redor.
            A explosão energética destruiu tudo ao seu redor, empurrando a todos pra longe. Diantha, X e o Flare caíram no chão, desacordados.
            – Missão Concluída! – Disse Lysandre. – Agora vamos levá-los! Não podemos deixar que esse detetive barato e a Campeã da Liga interfiram em nossos planos!
            – Mas, Chefe... – Bryorny discordou, mas logo foi interrompida por Lysandre, que lhes deu novas ordens:
            – Os trancafiem e retirem todos os seus pokémons! Não vamos nos dar ao luxo de perdermos nossa chance! Nossa chance de conquistar Kalos e MUDAR O MUNDO!!

Continua...



Pokémon XY Adventures || Forever and Always (Season 2) – Publicado originalmente em Janeiro de 2014 / Republicado em Dezembro do mesmo ano – A cópia ou distribuição desse material é totalmente proibida.
Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo.

~ Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos e nenhuma obtenção de lucro com a escrita dessa história. ~

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