XY Adventures (Alpha Storm Book) 08

Ainda naquela manhã, Anna e seu namorado Alex, mais conhecido como X, partiram em direção ao Norte de Lumiose, pela alaranjada Rota 14. Seria um caminho difícil, eles sabiam, pois o rosto de X agora estava estampado em todos os jornais como o menino que acordou de um coma e fugiu do hospital. Além disso, como um detetive profissional, ele precisava manter-se discreto, mesmo que isso lhe custasse a vida. Seus planos não podiam ir por água abaixo, o que significava não deixar Anna conversar com nenhuma amiga no meio do caminho.
        Era quase meio dia quando eles finalmente chegaram à Rota. Uma enorme placa com o número 14 em um tom muito prateado estava plantada bem na entrada. X sentou-se debaixo dela e revirou a mochila pela milésima vez. Onde estariam os óculos de visão noturna que ele tanto precisava?
        — Ai, eu não aguento mais caminhar! — Queixou-se Anna.
        — Mas, Anna... Recém saímos de Lumiose! Não levamos mais do que 15 minutos pra chegar aqui! Depois que tivemos que voltar duas vezes na sua casa pra você pegar simplesmente um tênis e uma nova minissaia. Se caminhamos bastante, a culpa foi sua.
        — Ora... Como se atreve, X?! Parece que os Flares realmente fizeram uma lavagem cerebral em você, seu imbecil! Faz parte da minha classe de treinadora como uma Lass usar minissaia! E... os tênis, são pra caso a gente precise caminhar muito até chegar aonde o Looker está!
        — Ei, não grite isso! Alguém pode ter ouvido!
        X olhou ao redor com o coração na mão. Por sorte, não viu ninguém.
        — Ei, Anna! Tenha mais cuidado, viu?
        — Talvez, talvez... Mas enfim, onde é que eles estão? Você disse que estariam por aqui! — A garota também deu uma olhada ampla ao redor e não viu nada.
        — Bem... A Rota 14 é bem grande e faz parte de um detetive esconder precisamente sua localização, ainda que esteja bem debaixo do nariz dos bandidos.
        — E isso então quer dizer que--
        — Sim. Eles nos disseram que estavam na Rota 14, mas vamos ter que procurá-los.
        

POKÉMON XY ADVENTURES APRESENTA:

Season 3 — Capítulo 8
α Laverre Nature Trail! VS Simisear


"Viu? Eu não disse que valia a pena voltar em casa pra pegar os tênis?" era só o que Anna dizia, o caminho todo. Enquanto isso, X engatinhava para passar por espaços estreitos entre a vegetação, pulava em cipós e cordas, passava sorrateiramente por treinadores que queriam batalhar com o primeiro que vissem e depois, é claro, tinha que esperar por Anna que, de acordo com a 1ª Lei das Lass, nunca devia recusar um desafio.
        — Vamos, Anna! Acabe logo com isso! — X já estava enraivecido com a demora da garota.
        — Tudo bem, tudo bem! Froslass, acha que pode agilizar o processo?
        — Fros! Lass! — O pokémon de Anna concordou balançando afirmativamente sua cabeça, embora X duvidasse muito....
        O estranho espírito do gelo conhecido como Froslass, era uma pokémon extremamente peculiar e emplastada, que levava horas para reagir ao ataque do oponente. Mas não porque ela era mal treinada. Não, muito pelo contrário. Seus poderes eram incríveis, mas Froslass se distraia de instante em instante, parando a batalha para observar as flores, as árvores laranjas, o céu anil...
        Desta vez, porém, parecia que Froslass estava se entendendo com o pokémon oponente, um Gengar sinistro.
        — Gen, gen, gen, gen! Gengar!
        — Fross...
        — Gengar, genga, gen!
        — Lass--
        Ninguém entendia o que estavam dizendo, mas Froslass ficou vermelha da cabeça aos pés à barra da saia.
        — Oh, não é maravilhoso? — A oponente com olhos de louca e um cabelo lanzudo que precisava urgente de uma escova, tinha uma voz etérea mas profunda, que parecia vir lá do interior de sua alma. Era uma daquelas feiticeiras fanfarronas que se diz capaz de conversar com espíritos e agora estava extremamente excitada ao ver dois fantasmas conversando fluentemente no meio da batalha. — Como o amor é lindo!
        — Amor? — Anna ficou vermelha ao perceber que Froslass poderia estar sendo "elogiada" por Gengar.
        — Ora, pelo amor de Arceus! Temos o que fazer, Anna! Lembra? — X puxou a menina por um braço e então sussurrou em seu ouvido. — Você não devia ter parado, muito menos ter dado a atenção para essa maluca!
        Nisso, ouviu-se um enorme estalo e uma Froslass revoltada esbofeteando a cara de Gengar.
        — Fros, fros, fros!
        — Ei! Olhe o que essa exibida fez com o meu Pokémon! — A Feiticeira parecia extremamente revoltada com a atitude de Froslass. — Primeiro dá mole pro meu garanhão depois o apunhala.
        — Garanhão? — X riu. — Tá mais pra fanfarrão.
        — Escuta aqui! Não ofende a minha pokémon, sua bruxa! Froslass, Shadow Ball!
        — Fros! Lass!
        E o pokémon meio tipo gelo, meio tipo fantasma dispara uma bola de energia negrta contra Gengar, causando uma explosão de luz e poeira roxa.
        — Ora, vamos mostrar a elas o que é um Shadow Ball!
        E irritado pelo comportamento da dama, Gengar cria uma esfera de energia exatamente igual à de Froslass e a dispara.
        — Gaaaar!
        Mas pela primeira vez em tempos, Froslass reage, esquivando-se do golpe com uma subida evasiva.
        — Agora, Froslass! Use o Ice Beam e acabe logo com isso!
        Da boca de Froslass surgem raios cintilantes que avançam até Gengar, congelando tudo o que tocavam pelo caminho.
        — Evasiva, Gengar! — Bradou a feiticeira.
        Mas Gengar não consegue se locomover tão rápido e é atingido pelo golpe em cheio, sendo congelado por completo.
        — Gar...
        — Ora, não desista, meu garanhão! Use Night Shade!
        Mas por fim a Feiticeira convenceu-se que Gengar não podia se mexer enquanto congelado.
        — Termine com o Ice Shard!
        Froslass cria e dispara uma esfera de energia, mas dessa vez não uma negra e feita de sombras, mas uma brilhante e clarinha, feita de gelo puro.
        O resultado, é claro, não podia ser outro! A esfera estoura ao ser atirada contra o corpo congelado de Gengar e provoca uma explosão de luz branca que atira o pokémon da feiticeira pra longe, completamente desacordado...
        — Gen... @-@!
        — Essa não! Vocês... Vocês derrotaram o meu Gengar!
        — E com muito prazer... "Garanhão"! u.U — Anna já estava por aqui com a feiticeira (e X bem que avisou).
        — Como você é rude, menina! Mas pelo menos não é como aqueles vândalos que estiveram aqui ontem a noite! Aqueles deixaram eu e minha irmãzinhas plantadas aqui, sem nem ao menos aceitarem meu desafio!
        — Vândalos? — X ligeiramente se interessou pelo que a mulher dizia.
        — Ah, sim. Colocaram fogo na floresta. Depois pela manhã, várias árvores foram encontradas encharcadas. Alguém provavelmente apagou o fogo com água e foi utilizando algum pokémon! Me admiro que não saibam de nada! Está estampado na primeira página disso que vocês chamam de "Jornal"!
        A feiticeira atira um exemplar do Portal Laverre em Anna, que consegue apanhá-lo bem a tempo.
        — Aqui diz que os culpados foram presos! — Diz Anna, lendo a linha miudinha abaixo da manchete.
        — Ah, é claro, querida. Os da Team Flare, é óbvio! Acha que a polícia ia culpar aquele bando de crianças que não pareciam ser muito mais velhos que vocês?
        — Adolescentes, você quer dizer? — X ficou cada vez mais intrigado. Afinal, se alguma coisa tinha acontecido na noite anterior, era exatamente por isso que Riley e Looker estavam por aqui. Investigando o acontecido. E se Looker veio, é porque era óbvio que tinha alguma relação com a Team Flare.
        — Sim, sim. Adolescentes. E dos piores. Mal educados, barulhentos, desfilando com aquelas pulseiras brilhosas! Ah... Tinha... Tinha um menino de cabelos azuis de mãos dadas com um platinado. Tinha também... Tinha também uma menina de cabelo de rosquinha, um gordinho saltitante e um anãozinho ruivo. Um gótico e um com cara de arrogante e cabelos púrpuras, mas que pareciam ser naturais (assim como os meus) e uma garota de cabelo arruivado, por aqui assim. — A bruxa mostrou a altura dos cabelos colocando a mão em horizontal traçando uma linha próxima ao pescoço.
        — Ah, meu Arceus! Não me diga que--
        X saiu correndo em direção ao norte da rota.
        — Desculpe, temos que ir. — Gritou Anna dando as costas à bruxa.
        — Ei! Não me deixem aqui falando sozinha! VOLTEM AQUI! VOLTEM AQUIIII!
        Aos poucos os gritos roucos da feiticeira foram desaparecendo no meio da vegetação espessa. E espessa mesmo. À frente havia uma parede de árvores que cresciam tão juntas que era impossível passar sem abrir caminho. Mas X tinha algo em mente, como uma intuição, ainda que muito desagradável.
        — O que foi, Alex? Por que correu assim? — Anna arfava com desgosto. Odiava correr.
        — Não use o meu nome, Agente "A"! Estamos em território perigoso. Agora me chame apenas de X.
        — Agente A? Nossa, que prega? Que tal... Bulletproof? Ou... Quicksilver? Talvez a X-Girl...
        — Aff, que garota pentelha. Escuta, "X-Girl", será que você não percebe que isto é uma operação séria? Tudo se encaixa! É por isso que Looker está aqui! Ele não viria só por causa de um ataque básico da Team Flare. Algo mais sério está acontecendo. Algo envolvendo Y e seus amigos de escola! Matthew, Zack, Shauna... Os outros eu não conheço, mas provavelmente são todos da Escola de Shalour! Eles saíram da área de segurança que a polícia internacional traçou!
        — E isso quer dizer o que?
        — Quer dizer que Y está desprotegida e correndo risco, junto com vários outros adolescentes!
        Anna ficou pensando um pouco. Não sabia se sentia ciúmes da "Uai" ou ficava preocupada com a situação.
        — E o que vamos fazer?  Por fim disse a garota, mas X não precisou responder. Naquele mesmo instante, alguma coisa explodiu ao longe, levantando faíscas vermelhas para o céu.
        Instintivamente, eles sabiam que tinham que correr até a origem do barulho. Poderiam estar mais perto do que imaginavam.
        — Gogoat, vá!
        — Leafeon, é com você!
 
        Uma combinação dupla de Leaf Storm com Leaf Blade e o caminho já estava livre. Não demorou muito mais do que um minuto e a vegetação já havia sido completamente removida fogo contra fogo, quer dizer, folha contra folha.
 
        — Pode voltar, Gogoat!
        — Você também, Leaf!
        E os pokémons foram tragados de volta pra dentro de suas pokébolas. E assim, os dois treinadores seguiram em ritmo apressado, agora evitando o máximo possível outros treinadores. Talvez Anna deva ter visto a cara de preocupação de X e o quão sério era aquilo com que estavam lidando. Ou talvez X tenha corrido tanto na frente de Anna que ela podia se perder se parasse pra uma batalhinha básica.
        — Estamos ficando mais próximos! — Gritou X olhando para trás e percebendo que Anna lutava com sua minissaia para correr e não mostrar a Cloyster.
        E de fato estavam perto, porque agora seus ouvidos eram inundados com barulhos metálicos, sons indecifráveis e mais e mais sons de explosão.
        — Vamos, Anna!
        — Tô indo, tô indo!
        Mas quanto mais corriam, mais pareciam que os barulhos estavam longes, ainda que estivessem cada vez mais audíveis.
        "Por aqui!"
        "Aaaah, acho que vi uma cobra!"
        "Calma, é só uma Ekans!"
        Por fim, tiveram de se sentar e descansar em uma clareira toda detonada, as árvores ao redor todas carbonizadas.
        — F-foi aqui! Foi aqui que tacaram fogo! — Anna examinou um tronco completamente enegrecido caído no chão à sua frente.
        — Mas será que... Será que não foi o grupo da Y?
        — Talvez, X. Mas onde você anda com a cabeça? Eles estavam batalhando contra a Team Flare, é óbvio! Team Flare... Flare... "Labareda" em Inglês! Isso não te diz nada?
        — Ah, é claro que diz. Eles só usam tipos Fogo. Exceto por seus membros mais altos e ele... Aquele que... Derrotou a mim e a Campeã Diantha! (Mas eu ainda pego ele).
        — Espero que esse seu "ainda pego ele" não seja como um tô pensando.
        — Isso não é hora pra piadas, Anna! Escute! Tem algo se mexendo...
        E naquele exato instante, algo ou alguém voou por de trás da copa de uma árvore e caiu duro, de costas no chão. Era um pobre Riley com um visual totalmente diferente de quando X o conheceu, obviamente por causa de sua arriscada profissão.
        — Essa não! RILEY!
        Todo ensanguentado, o pobre Riley urrava de dor. Alguma coisa tinha dado errado em seu plano de se encontrar com X ali.
        — Agente... Agente X... É bom te ver...
        — Não se esforce, pode piorar os ferimentos! — Anna apareceu, já pegando uma de suas pokébolas para tentar dar um jeito nos inúmeros machucados ao longo do corpo do rapaz, cobrindo-o completamente de sangue. Mas que pokémon tentar? Por um momento ela lembrou-se de que nenhum de seus pokémons tinha poderes de cura.
        — E agora?
        Então ouviu-se mais um estalo e alguém veio correndo da direção em que Riley foi arremessado. Era Krookodile, seu fiel escudeiro.
        E mesmo muito fraco, Riley arrisca a dar ordens para seu pokémon:
        — Stone... Stone Edge!
        E Krookodile dispara pedras pontiagudas por trás das árvores, a uma velocidade realmente incrível. Do que é que ele estava se defendendo, afinal?, pensou X. Com o que é que estavam lidando?
        — Se prepara, X... — Riley, com muito esforço e ajuda de Anna, sentou-se no chão coberto de folhas, todo duro e dolorido. — E não me chama de Riley... Ai! Agora eu sou Jerry, o Guitarrista.
        — Não é tempo pra isso, Ri-- digo, Jerry! Ah, f*da-se!
        Nisso mais um estouro enorme atinge o ouvido de todos e um tufão de fogo atinge Krookodile em cheio, jogando-o contra uma árvore carbonizada, que desaba no chão...
        — Dile--
        — Mas o que--
        E de trás da mata fechada surgem então, duas pessoas, um homem e uma mulher, de roupa alaranjada, óculos estilosos e perucas parecendo o tufo de pelos de um Chimchar, mas também fazendo alusão à chamas em movimento. Era a Team Flare!
        — Tem mais deles! — Berrou o homem.
        — Fennekin e Simisear, Flamethrower! — Ordenou a mulher emperucada imediatamente e dois pokémons saltaram de trás deles, atacando X e Anna com seus golpes de fogo.
 Fennekin_Flamethrower
        — Aaarrgh!
        E com um salto para a esquerda, conseguiram escapar das chamas quer produziram fagulhas vermelhas enviadas para o céu, proporcionando diversas explosões.
        — AAAAAAAHHH! Mas o que é isso?
        — Calma, Anna! Eles são assim mesmo! Atacam as pessoas ao invés dos pokémons! Mas eu tenho aqui um pokémon que pode cuidar deles... Greninja, vaaaai!
        O sapo ninja conhecido como Greninja saiu de sua pokébola e permaneceu em silêncio, apenas encarando seus oponentes do tipo fogo.
        — Bom, se eles querem brincar com fogo, vamos entrar na jogada deles também! Talonflame. vá! — Anna pega uma pokébola toda arranhada e rachada, possivelmente a mais usada, e de dentro dela é disparado em um jato de luz azul-brilhante, uma ave enorme, com asas incrivelmente compridas.
        — Flame! — O pokémon cuspiu um mini jatinho de fogo.
        — Quem diria... Parece que o Frogadier evoluiu! — Riley, quer dizer, Jerry parecia impressionado com o tamanho de Greninja. Seu corpo havia mudado muito desde que era um Frogadier.
        — Não temos tempo pra ficar discutindo! Greninja, Water Shuriken!
        — Talonflame, use Brave Bird!
 
        Greninja cria e dispara uma lâmina de água contra Fennekin enquanto Talonflame energiza seu corpo com energia do tipo Voador, mergulhando em um turbilhão de fogo pra cima de Simisear.
        — Ah, mas esses pirralhos não sabem de nada mesmo! — Resmungou o Flare, que dava risada sozinho, como se fosse muita burrice atacá-los.
        — Qual é a graça, foguinho? — X não gostou nem um pouquinho do deboche.
        — Acontece que estamos preparados pra isso! Simisear e Fennekin: Evasiva Combinada!!
        Imediatamente Fennekin corre para Simisear que o pega em seus braços e o joga para cima de uma árvore. Em seguida, Simisear, mais do que agilmente escala a árvore e os golpes, por questão de meio segundo, atingem o chão, Talonflame caindo e se arrebentando todo, o Water Shuriken explodindo em água salgada.
        — Que ágeis! — Exclamou Anna.
        — Por que eles estão te atacando, Ri-- Quer dizer, Jerry?
        — Bem, digamos que eu tentei atacá-los pelas costas... E falando em costas, ai como doem as minhas...
        — E vamos fazer o favor de te atacar mais por causa dessa brincadeira, seu engraçadinho! — Dessa vez a mulher tomou as rédeas da batalha. — Fennekin, Hidden Power!
        Muito rapidamente o pequeno Fennekin cria uma esfera de energia e dispara contra Greninja, que é atingido antes que pudesse se dar conta de que estava sendo atacado (e olha que ele é um ninja).
        — GRENINJA!
        X gritou, mas era tarde. Greninja já havia sido atingido pelo que parecia ter sido um Golpe Crítico e mais do que efetivo.
        — De que tipo é esse Hidden Power? — Jerry admirou-se ao ver o jeito como Greninja sofria.
        — Do tipo Grama, desgraçado! — respondeu o homem, grosseiramente.
        — Estamos preparados para combater qualquer tipo de oponente, ainda que tenhamos pokémons do tipo fogo! — A Flare mulher deu uma risadinha enviesada e então continuou. — Simisear, use Leer!
        Os olhos de Simisear começam a brilhar e uma raiva intensificada começa a percorrer o campo de batalhas, como uma energia negativa ou algo do tipo, mas muito eficaz contra pokémons, pois Talonflame e Greninja começaram a tremer, e até Krookodile foi atingido com aquilo.
        — Está diminuindo nossa Defense!
        — Simisear também foi trabalhado para que seu Leer fosse amplificado por nossos aparelhos. Assim, ele consegue atingir vários pokémons ao mesmo tempo e não apenas dois, como é convencionalmente!
        — Vocês fazem... "Mudanças" em Pokémons? Como podem? — Aquilo era uma ofensa pra X. Era como tratar mal uma criatura inocente.
        — Fazemos sim, e para o "Bem Maior"! É óbvio que pirralhos como vocês não entenderiam! Agora vamos acabar com isso logo de uma vez e-- ARGH!
        O homem da Team Flare é golpeado, caindo rapidamente no chão. Em seguida a mulher é atingida nas costas e é derrubada com a mesma facilidade.
        — Mas o que é isso?
        — É o Croagunk de meu pai! — Exclama Jerry, ao perceber um pokémon bochechudo cuspindo espinhos venenosos nos membros da Team Flare.
        — ISSO É POR MACHUCAREM MEU FILHO, SEUS IMPOSTORES! — E uma voz muito conhecida para X irrompeu de trás da mata fechada, revelando um rosto há muito tempo esquecido.
        — Looker! — Anna fixa o olhar no homem vestido com um enorme casacão sobre um terno verde.
        — Não me chame assim! Meu nome agora é Handsome!
        — Hã... Tudo bem, Sr. Hand!
        — Croagunk, use o Dynamic Punch no Simisear! — Looker ignora o apelidinho carinhoso que Anna acabara de inventar e já parte para o ataque.
        — Talonflame, Fire Blast! — Anna faz o mesmo.
 
        — Sear!
        Mas Simisear é ágil e esquiva-se de Croagunk, evitando ainda o Fire Blast que tomou conta de uma árvore já previamente carbonizada, tudo isso com um salto de macaco.
        — Vocês... Pensam... Que vão nos derrotar fácil... Mas não vão... — O homem da Team Flare conseguia levantar apenas a cabeça após o Poison Sting de Croagunk, mas mesmo assim, sua voz grave e com um quê de sedução não deixava de intimidar ninguém. — Temos treinado dia e noite para subirmos... Ai... Para subirmos de posição... Na Team Flare! Queremos... Queremos nos tornar Administradores... Ou quem sabe até... Cientistas?
        — Ah, vejam só! Eles atacam pessoas só pra ganharem uns trocados a mais! Eles querem uma promoção no serviço, vejam só! — Looker ironizou a situação toda.
        — E olhem só pra isso! — Riley Jerry apontou para o outro lado da clareira, onde havia sangue seco no chão. — Esse sangue não é meu!
        — Então é verdade! Alguém esteve aqui ontem a noite! — Concluiu X.
        — E foi por isso que esses dois aqui foram mandados pra cá! Para se certificarem de que esse alguém não iria voltar. — Comentou Looker.
        — Então isso quer dizer que esse alguém...
        — Bem, está em movimento, posso lhes assegurar. — Looker captou que X sabia do que estava acontecendo. Não duvidava, afinal as habilidades do garoto como detetive eram muito, mas muito boas. Com certeza descobriria sozinho porque eles estavam ali e porque os Flares também estavam.
        Mas nisso, alguém gritou "AAAARGH" e todas as cabeças voltaram-se para Riley, que tinha o pescoço preso pelo braço peludo de Simisear.
        — Sear! Sear, sear, simi!
        O pokémon do tipo fogo parecia ameaçar aos treinadores ali parados. Estava com receio de sofrer agora que os seus Flares haviam caído envenenados.
        — Não dissemos? — A mulher ria-se sozinha, o veneno a corroendo por dentro. — Estamos preparados para o que der e vier. Psybeam!
Psybeam
        E da boca de Fennekin surge uma rajada psíquica multicolorida, formando aros e arcos que enlaçavam-se e giravam até atingir seu alvo, Talonflame.
        — Talon--
        Mas algo parecia estar acontecendo com Talonflame. Estava ficando diferente ao ser atingido pelo raio. Num minuto parou de gritar e parecia agora estar sentindo prazer ao ser atingido pela rajada de energia.
        — Talonflame, mas o que está fazendo? — Anna apavorou-se ao ver o pokémon atacando Greninja com um Steel Wing. E a coisa toda saiu fora de controle, os Flares no comando.
        — Flamethrower! — Conseguiu ordenar o homem, que agora estava ficando verde e com cara de quem tem ânsia de vomito.
        Foi um caos. Simisear cuspiu um jato de fogo que chamuscou os cabelos do guitarrista Jerry, que continuava feito de refém, e ainda por cima atingiu Croagunk.
        — Croa--
        — Droga! Temos que fazer alguma coisa! Croagunk, Poison Jab--
        Mas antes que o sapo venenoso pudesse atacar, Fennekin já tinha disparado vários Hidden Power do tipo Grama ao mesmo tempo e para todos os lados. Dois deles atingiram Krookodile, um pegou em Greninja e o outro em Croagunk.
        — Não podemos deixá-los tomar conta! Talonflame, use Brave Bird!
        Mas Talonflame não obedeceu Anna. Estava completamente confuso e tudo o que fez foi bater a própria cabeça repetidas vezes contra uma árvore enegrecida por chamas.
        — Greninja, use Water Shuriken!
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        Greninja cria mais uma vez suas lâminas orientais e a dispara contra Fennekin, mas o pequeno pokémon do tipo fogo esquiva-se em um pulo, indo pra perto de Simisear, que segurava Riley firme pelo pescoço.
        — Se atacarem, ele vai sofrer as consequências!
        O homem da Team Flare já estava de pé e a mulher se apoiava em sua perna, tentando se equilibrar.
        — Droga! — Riley corou, vendo que ele estava agindo como um empecilho (e não era a primeira vez).
        — Krooo!
        Mas Krookodile enraiveceu-se e avançou pra cima de Fennekin com um Dragon Claw.
        Resultado: Caiu de cara no chão e o tipo fogo ainda disparou um Flamethrower em suas costas, tostando-o como uma torrada passada do ponto.
Fennekin_Flamethrower
        — Um só passo e ele morre! — O Flare antão aproximou-se de Riley e puxou-o pelos cabelos, ainda com o Simisear apertando-o no pescoço.
        Então um longo silêncio seguiu-se enquanto quatro pokémons do time dos mocinhos ficavam ali parados, assistindo aos dois pokémons dos bandidos darem risadinhas debochadas. Estavam vencidos, e Riley tão preso quanto um Wailord encalhado.
        — E agora? — Looker falou baixinho, pensando com os próprios parafusos.
        — Temos que acabar logo com isso... Se eu pudesse ao menos jogar mais uma pokébola... — Anna também parecia pensar alto.
        — Ouse a fazer isso, menina, e você ficará tão queimada quanto essas árvores! — ameaçou a mulher, que agora tirara aqueles óculos ridículos e os encarava com olhos vermelhos e demoníacos.
        E então, para a surpresa de todos, uma voz esganiçada e fantasma aproximou-se da clareira.  "Voltem Aqui! Voltem Aqui!" Todas as cabeças voltaram-se para a direção sul e de lá surgiu alguém já conhecido, a feiticeira maluca.
        — Mas o que é que está acontecendo aqui? — Perguntou a mulher, vendo Riley ali feito de refém. — Ah, mas só podia ser esses Flares malditos! Vá, Gengar!
        Uma pokébola passou voando pela cabeça de todos, flutuando com uma energia telecinética invisível, como se espíritos a carregassem. E de dentro dela, eis que surge Gengar, envolto não em uma luz azul cintilante como sempre, mas em uma fumaça negra.
        — Gaaaar!
        E imediatamente o pokémon começou a atacar, só de ver o uniforme laranja da Team Flare ou talvez a bruxa não fosse tão charlatona como todos pensavam e de fato é capaz de se comunicar com fantasmas.
        E com uma esfera de energia negra atrás da outra, Gengar ataca Fennekin, a mulher Flare e ainda consegue explodir uma perto de Riley, Simisear e o homem.
        — Vivaaa! — Anna comemorou e naquele mesmo instante, X esqueceu completamente sua aversão à mulher.
        — Fennekin, Flamethrower! Simisear, use o mesmo golpe! — A Flare mulher até tenta revidar, mas agora todos os outros estavam aptos a atacar, pois o Flare homem havia caído, Simisear tinha largado Riley e Talonflame bateu com a cabeça tantas vezes na árvore que agora não estava mais confuso.
        — Greninja: Water Shuriken!
        — Croagunk: Poison Jab!
        — Talonflame: Fire Blast!
        — Krookodile: Aerial Ace!
 
 
        E tudo termina numa grande explosão, enviando raios de cores distintas para todos os lados. Fumaça levantou-se para onde quer que se olhasse e os pokémons da Team Flare foram massacrados, ficando mais do que derrotados. Primeiro Fennekin, que era mais fraquinho, depois Simisear e então seus donos os colocaram de volta nas pokébolas e, sabe-se lá como, desapareceram. Talvez correndo, talvez se teletransportando... Ninguém sabe.
        — Muito obrigado, Srta. Anina! — X cumprimentou a Feiticeira, que parecia horrorizada com os jovens de hoje em dia.
        — No meu tempo eles iam pra cama comigo se eu salvasse o dia... — e Blá blá blá. Saiu resmungando floresta a dentro.
        — Bom, X... Tenho que te dizer... É muito bom tê-lo de volta. — Looker abraçou o garoto, que parecia um pouco constrangido. — E Anna, que veio que veio junto! Temos muito trabalho para só três pessoas!
        — Aí, gente... Será que dá pra me levarem de uma vez pra algum hospital? Eu tô sangrando pra carValho aqui sabia?!
        Anna e X colocaram-se ao lado de Riley e passaram os braços do detetive por cima de seus ombros, carregando-o lentamente para o fim da rota, todo ensanguentado e com cortes bem feios à mostra. Não demorou muito e chegaram à uma plaquinha dupla com uma setinha indicando:

14 - Laverre Nature Trail 

 Cidade de Laverre

        Então X olhou para trás com um pesar e disse baixinho de modo que só ele mesmo pode ouvir...
        — É, eu estou de volta.
        E seguiu rumo à cidade de Laverre, carregando Riley enquanto discutia com Looker e Anna sobre os planos da Team Flare e por que estão perseguindo Y.

Continua nos capítulos αlpha...


Pokémon XY Adventures || Nothing Lasts Forever and Ever (Season 3) – Escrito em Janeiro de 2014 – A cópia ou redistribuição desse material é totalmente proibida.
Pokémon e todos os respectivos nomes aqui contidos pertencem à Nintendo.

Ao escrever a fanfic o autor não está recebendo absolutamente nada, ou seja, não há fins lucrativos e nenhuma obtenção de lucro com a escrita dessa história. A fanfic foi projetada apenas como uma forma de diversão, de entretenimento e passatempo para outros fãs de Pokémon. ~

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2 Comentários

  1. Ri demais com este capítulo, adorei a Anna xD se tornou uma das minhas favoritas, ela é muito engraçada, a batalha dela e da Froslass com o Gengar foi ótima, shippei eles viu :v
    Mais uma vez tenho de elogiar suas batalhas, você as descreve com grande intensidade, seja um simples combate de rota, ou contra os inimigos, você consegue mostrar as personalidades dos Pokémon e isso é algo que eu adoro e se vê muito pouco, geralmente são bem genéricos, mas a forma como você descreveu a Froslass indo cheirar as flores e se distraindo fácil, mostra um grande diferencial e isso me atrai muito na sua história.
    X é um otimo personagem também, não é fácil um agente secreto ter sua cara estampada nos jornais, ele tem dado o seu melhor.
    Bom, gostei muuuuito desse capítulo, fico ansiosa pela próxima semana ^^

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    1. Bom, depois que o Aventuras em Sinnoh acabou, acho que a minha é uma das únicas fanfics, modestamente falando, que não são "genéricas". Lembro-me da geração de escritores de 2013... Ah, como tinham ótimos escritores. Mas em 2014 parece que foi decaindo... E hoje as histórias estão cada vez menos complexas... Não sei, mas eu tento dar originalidade pra minha história e tento mostrar tudo nos seus mínimos detalhes.

      (Me odeio por estar dizendo que as histórias dos outros não estão no mesmo nível que a minha. Faz parecer que eu me acho. Mas o fato é que não tem como negar. A maioria das histórias das fanfics são, como você disse "genéricas")

      Então é por isso que eu tento dar essa dramaticidade pra trama toda. Por que eu quero ser um escritor e se eu não evoluir o meu trabalho assim como muitos dos escritores de fanfic de hoje em dia, eu nunca vou conseguir escrever meu primeiro livro e nunca vou atingir meus objetivos.

      Bem, mais uma vez muitíssimo obrigado por ter comentado! A sua opinião é muito importante e mesmo que aparentemente você esteja a pouco tempo lendo a minha história, gosto tanto do seu senso crítico e apuração com os fatos e detalhes que muitas vezes passam despercebidos aos olhos do autor, que acabou se tornando minha leitora favorita <3

      Muito obrigado por reconhecer meu trabalho. E torce por mim, viu? Torce pra que um dia eu seja reconhecido pela Arte. Pela Arte das Palavras. ;)

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