XY Adventures (Reboot) - Season 04 - EP17


XY17 - Dazzling Gleam

Era 8 da manhã de uma terça-feira qualquer quando Y foi acordada por alguém batendo apressada na porta de seu quarto. Era sua colega Shauna.
— Calem! Telefone pra você! — Chama ela. — Tá acordada?
— Estou! Um minuto. — Y já estava acordada, só não estava de pé ainda. Colocou um chinelinho de pelo que comprara na promoção em uma das milhares de lojinhas de Lumiose e saiu estabanada. Ela não conhecia ninguém, pelo menos não verdadeiramente, naquele mundo. Então por que alguém direcionaria uma telefonema a ela?
— Alô? — Diz Y pegando o telefone da mão de Shauna, telefone esse cuja linha estava inclusa no pacote de internet e do aluguel do apartamento. Shauna sai da sala para dar privacidade à colega.
Y. É AZ. — O líder do ginásio da Cidade de Coumarine era a única pessoa viva que desconfiava que Y não era dali. Ou melhor, ele não desconfiava, ele sabia. — O casulo está se manifestando de uma forma diferente. Está ficando mais violento a cada dia que passa. Em breve Yveltal irá se reerguer e junto a ele, a outra lenda de Kalos, Xerneas, também surgirá.
— O que nós vamos fazer? Não podemos deixá-lo aí por muito tempo! — Diz Y.
Não se preocupe. Eu já lidei com Yveltal uma vez, sei como lidar de novo!
— Ai, AZ... Eu estou tão preocupa... É que... Está tudo acontecendo tão depressa e agora o meu Delphox... Ele... Está estranho, está doente. Acho que ele está ficando cansado... Não temos batalhas há algum tempo e eu estou aqui já faz mais de cinco meses, sem nenhum resultado!
Doente...? — Pergunta AZ, intrigado.
— É, ele tem estado com umas dores de cabeça e vive se queixando! Acho que está com febre, mas não sei dizer ao certo, porque por ser do tipo fogo, ele já quentinho por natureza! Está deitado, comendo pouco e perdendo muito líquido. Preciso fazer algo, e rápido. Nem mesmo a mágica da Enfermeira Joy do Centro Pokémon da Cidade de Lumiose conseguiu resolver!
Eh... Eu tenho uma dica. É uma velha amiga... A tenda dela fica na Cidade de Anistar!
— Tenda? — Pergunta Y. — Ela é curandeira?
Digamos que... Sim. E cartomante, também. Você vai gostar dela. O nome da moça é Merilyn Flame, uma velha bruxa.
— Arceus! Olympia não está mais na cidade de Anistar, mas a bruxaria continua por lá! — Surpreende-se Y, dando um tapa na própria testa.
Quem?
— Muito obrigado pela dica, AZ. Eu vou até lá. — E Y desliga, com o coração na mão. Delphox não estava nada bem e ela era muito insegura com relação ao miticismo, mas se o seu próprio Pokémon era um ser esotérico de ascendência à feitiçaria, então talvez AZ estivesse certo e essa fosse realmente a solução.


A Cidade de Anistar é uma velha cidade portuária da região de Kalos, conhecida por seu enorme relógio solar: um gigantesco cristal cor-de-rosa que dizem ter vindo do espaço e, segundo pesquisas recentes, emana uma energia de seu interior que é exatamente igual à energia que liberam os Pokémon durante a Mega Evolução.
E lá estava Y, lembrando-se que em seu mundo, aquela era a cidade do ginásio de Olympia, uma vidente totalmente fora da casinha.
Mas aqui, o líder de ginásio era outro. Um homem: especialista no tipo Metálico. Mas a vida de Y se tornara uma missão impossível, algo tão preocupante que ela nem sequer achava mais graça na Liga Pokémon. Ela só queria vencer, mas não vencer de um jeito competitivo, vencer em um jeito de conseguir salvar milhões e milhões de pessoas e Pokémon do desastre.
Acatando o conselho de AZ, ela foi parar na tenda de uma misteriosa mulher de cabelo ruivo e visual vampirístico. Uma velha bruxa do mar, cuja tenda situada próxima ao relógio solar atraía turistas para o ganha pão da mulher, que além de jogar cartas (tarot), prometia ler a mão dos clientes, ver o futuro através de uma bola de cristal e muitas outras cositas misteriosas más.

— Parada, forasteira! — Disse a mulher, egocêntrica e exótica como Y nunca viu na vida.
— F-forasteira? — Y tinha medo do que podia vir por ali. Na verdade ela tinha medo de tudo o que advinha desse tipo de coisa... Talvez até ela não tivesse antes, devido ao seu ceticismo, mas depois de tudo o que viveu, ela começou a odiar o futuro. Para ela, era melhor deixar como estava.
— Eu tive uma visão! — Disse Merilyn Flame, a bruxa — Eu previ que você viria! — Merilyn visualiza a imagem de uma menina com boné vermelho e roupa azul. Olhos claros. Era Y. Com certeza era ela. Ela estava sendo seguida por um trio de iniciais, mas eles eram ligeiramente diferentes. E um Pikachu e atrás... Um sombra maligna, cortando o céu no formato de um ípsilon gigante...


Serena Render by Alex2424121, deviantArt

"Eu previ que uma jovem e talentosa treinadora de uma outra morada chegaria a este mundo mágico para realizar uma missão impossível... E que ela buscaria em meus aposentos, a cura para a enfermidade astral de alguém muito, muito querido."
— Sente-se. Eu vou buscar um copo d'água. — Diz a mulher misteriosa, terminando seu discurso de forma súbita.
— Não precisa! Obrigada, eu não estou com sede!
— Quem foi que disse que é para beber?
Merilyn sai da sala, passando por uma "porta" de penduricos que incluíam sinos de vento, filtros dos sonos, uma bruxinhas que acendia os olhos e dava risada quando alguém passava por debaixo dela e um esqueleto fosforescente.
Ela volta com um copo na mão e uma colher gigante com três pedaços de carvão em brasa.
— O que é isso? — Pergunta Y, já ficando com medo, os olhos maiores do que a cara.
— É uma velha magia para tirar o quebranto de nenês e... Para purificar quem quer que seja de energias pesadas e negativas. Você está aflita, minha filha. Muito aflita! — Comenta Merilyn.
— E-eu... Eu sei.
A velha bruxa começa a falar algumas coisas inaudíveis, talvez em alguma língua que não fosse comum à de Y, projetando com a colher, um sinal da cruz sobre o copo e sobre a cabeça da menina. Merilyn coloca então o primeiro carvão na água, que borbulha e solta uma fumacinha. O pedaço de carvão vai parar no fundo do copo.
— Hmm...
— O que?
— Pesado. Muito pesado.
Merilyn coloca o segundo pedaço de carvão em brasa e acontece a mesma coisa.
E depois, o terceiro.
— Muito! Muito pesado. Menina, você está carregada! — Comenta a Bruxa.
— Eu vim aqui para resolver o problema do meu Delphox! — Diz Y, interrompendo-a.
— Eu sei. Agora que já está devidamente benzida, por favor... Deite Delphox sobre a mesa. — Pede Merilyn.
A bruxa então pega a bola de cristal que jazia posta sobre a longa mesa redonda coberta por uma toalha branca e a retira, abrindo espaço para que Delphox pudesse se deitar.
Y tira a pokébola de Delphox e a lança para cima.
O Pokémon de tipos fogo e psíquico está de pé, mas está fraco. Ele dá um gemidinho assoviado e se ajoelha, caindo exausto no chão.
— DELPHOX! — Grita Y, vendo a deplorável situação de seu inicial.
— Não se preocupe, menina. É assim mesmo. — Diz Merilyn, colocando o braço de Delphox por cima de seu ombro. — Ajude-me a carregá-lo.
E juntas, as duas colocam Delphox em cima da mesa.
— Sente-se à mesa, feche os olhos, concentre-se e me dê as suas mãos.
Y faz como o ordenado. Fazendo um círculo com os braços em torno do desacordado Delphox, fechando os olhos e dando as mãos à bruxa. Merilyn então inicia uma sessão espírita com a menina Y com Delphox como centro de atividades.
— Ó, venerada Circe... Estenda sua mão sobre as barreiras físicas que impedem a transcendência astral de nos contar a verdade. Hécate, Rainha da Magia e do mundo do oculto! Revele através do terceiro olho oculto no oráculo de Delfos, a sombra por trás do sofrimento deste irmão de sangue e de profissão! Ó, venerada Circe... Estenda sua mão sobre as barreiras físicas que impedem a transcendência astral de nos contar a verdade. Ó, venerada Circe...
Merilyn fica repetindo e repetindo aquilo, até que de súbito, ela abre os olhos, com uma audível interjeição de surpresa:
— !!!!!!!!!!
— O que foi? — Y abre os olhos.
— Eu já descobri. Você quebrou os protocolos. E isso já faz... Mais ou menos meio ano! Caramba! — Diz Merilyn. — Você sabe de onde vêm os poderes psíquicos dos Pokémon?
— Hã...? De sua cabeça?
— Não. Do Universo. Os poderes Psíquicos que mantém os Pokémon deste tipo em alerta vêm do Universo. E você não está no seu Universo. Delphox não está em seu Universo. Você negligenciou a saúde do seu parceiro, pedindo que ele utilizasse demais os seus poderes aqui, estando tão longe de casa, e tão longe de sua fonte cósmica de sabedoria! Ele gastou todos os estoques de energia e não consegue recarregar, porque o Universo em que estamos... É outro. Como conseguiu isso, menina do além?
— E-eu... — Y havia ficado perplexa. Como a mulher sabia daquilo tudo? Será que o AZ havia dito alguma coisa para a bruxa? Que Y viria procurá-la? — Por acaso o Az... Ele foi--?
— Você está subjugando minhas capacidades neste exato momento, assim como fez desde o primeiro pé que você colocou nesta sala. Não tema, minha pequena guerreira. A vida é que é feita de mistérios, eu só os interpreto. A verdadeira bruxa é a natureza. Eu sou só uma transmissora.
Y a encara, com ao mesmo tempo que uma cara de espanto, ainda um vestígio de ceticismo e descrença.
— Como estão os seus outros Pokémon? — Pergunta Merilyn.
— Bem. Eles... Não estão comigo. Não aqui. Eu só vim com Delphox. — Explica Y.
— Hmmm... E o Pikachu que você capturou depois que chegou está bem, não é? — Solta Merilyn. Como diabos ela SABIA que Y tinha capturado um Pikachu depois que chegou a este mundo?
— E-ele.. Ele está Sim! Está!
— É claro! Porque o Pikachu é daqui. — Diz Merilyn, fazendo mais e mais acertos a cada frase emitida. — Ele não é do tipo psíquico, mas mesmo não sendo, sua fonte de energia vem de um universo em específico. Trocá-lo de mundo não seria muito saudável para ele. Fez bem em deixar seus Pokémon guardados longe do espaço-tempo.
O que? Novamente a mulher acertou. Como ela sabia que seus Pokémon estavam "longe do espaço-tempo?"
— Mas Delphox... Eu entendo, ele foi o seu primeiro Pokémon. — Diz Merilyn.
Novamente. A bruxa acertou novamente! Como ela sabia de tudo isso?
— Seria difícil demais deixá-lo, não é? Ele representa tudo o que você viveu até o momento, mas veja bem... Carregar "este fardo", do passado, só está fazendo mal. Para ele e para você. Temo que esteja na hora de deixar Delphox seguir seu próprio caminho, querida, assim como terá de fazer escolhas entre viver o que está vivendo agora e deixar o que já passou para trás. — Aconselha a bruxa.
— O que... O que eu faço com o Delphox? — Pergunta Y, sem saber o que fazer com seu Pokémon naquele estado.
— Nada. Não há nada a se fazer. — Diz Merilyn.
— O QUE?! — Y se assusta, com medo de a morte ser a única saída.
— Nada a não ser deixá-lo aqui comigo. Eu posso curá-lo, mas não vai ser da noite para o dia. Terei de treinar a mente e o subconsciente de Delphox para aceitar este novo Universo como sua casa, para poder utilizá-lo como receptor e transmissor de energia. Mas vai levar algum tempo...
Merilyn se levanta, pega um punhado de folhas e as queima.
— Sálvia. — Diz ela. — Mais conhecida como "Revival Herb" ou "Erva do Reviver". Afasta espíritos, mas sua principal função é... O cheiro.
  
Merilyn, a bruxa, coloca o pedaço da Erva do Reviver em chamas debaixo do nariz de Delphox e, a julgar pela expressão no rosto do Pokémon desacordado, era horrível.
Delphox se levanta de um pulo de cima da mesa, com os olhos grilados. Estava acordado. 
— Delphox! Você está bem?
— Phox! — Delphox sorri feliz para Y. Estava realmente melhor.
— Delphox... Eu... Preciso que você entenda uma coisa. — Começa Y. — Para você ficar melhor, eu preciso... Que seja treinado por esta... — bruxa — Mulher. O nome dela é Merilyn, ela vai ficar com você por algum tempo. O que você acha disso?
Delphox vira-se para a bruxa e a olha dos pés à cabeça.
— Eu sei o que está pensando. Vai usar o seu "Visão do Futuro" para tentar prever quem eu sou, não é verdade? Mas eu sei que muito em breve seremos grandes amigos, Delphox. As cartas não mentem.
— Cartas? Que cartas? — Questiona Y, muito curiosa.
— Tarot. Eu jogo tarot Pokémon, além de ler mãos e uma série de outros esoterismos que você está doida para experimentar, mas está com medo de pedir.
Y congela. É verdade. Aquela mulher estava dentro dos seus pensamentos. Ela sabia o que Y pensava ou deixava de pensar. Como era possível?

Cinco minutos depois, lá estava Y sentada à mesa, conferindo um punhado de cartas postas por Merilyn Flame.
— Hmmm... — Merilyn fica gemendo e falando sozinha, como se elas estivessem na presença de uma terceira pessoa... Só que do Além. Y arrepiava toda, só de pensar.
Merilyn embaralhou as cartas e as cortou em três pequenos montinhos, revelando 8 delas e fazendo sua respectiva leitura e interpretação.
— Podemos começar? — Pergunta ela.
— S-s-sim. — Diz Y, toda insegura.
— A primeira carta... — Diz Merilyn, virando a primeira das oito para cima. — É "Aromatisse". A Moça. Ela representa você. Jovem, cheia de vida, com tudo pela frente. Sozinha, esta carta não nos diz muito. Vamos ver como ela se comporta em relação à carta que se abrir ao lado dela...
— Interessante. É a carta do Aprendizado. Pangoro, um Pokémon que para crescer e evoluir, precisa encontrar o seu lado sombrio. Mas não apenas isso, encontrar essa metade das trevas se aliando a ela. Você consegue ver isso em si própria, mocinha?
Y mal conseguia acreditar! Como aquelas cartas poderiam prever isso? Que ela estava em uma missão nesse mundo contra "O LADO SOMBRIO" dela própria e que esta é uma forma de aprender e evoluir? Mas até então, estava muito intuitivo. Y decidiu ficar quieta. Esperar pelas próximas cartas que estavam por vir.
— Agora temos um problema: a carta do Malamar. Ela é a inversão. O seu mundo se encontra de cabeça para baixo. Ao mesmo tempo, assim como a carta de Pangoro, é um prenúncio de evolução. Talvez a evolução que você tenha conquistado como Pangoro passe por uma turbulência e esse lado dar trevas se volta contra você ou talvez... Talvez você precise se ALIAR à escuridão, e não só aprender com ela. Você precisa SER ela. Você precisa fazer uma leitura dela, você precisa perdoá-la, você precisa compreendê-la.
— A carta seguinte é a Chave, portada pelo Klefki. Este é um Pokémon chaveiro que carrega consigo chaves de todos os tipos. Muitos dizem que algumas de suas chaves são conexões para outros mundos. Talvez seja um presságio de que você tenha de conhecer este e outros mundos que ainda estão por vir. É como se... Fosse necessário viajar para outras realidades, deixar que essas portas sejam abertas. MAS tais portas só são abertas com aceitação. É como se essa leitura que eu faço fosse um pedido para que você aceite e perdoe a si mesma. Não consigo entender, mas aí, no seu fundo, você deve entender o que eu estou falando. Ademais, a carta da chave CONFIRMA as cartas que a antecedem.

— Em seguida temos a carta... Do Gogoat, que significa a Montaria! Significa que apesar das dificuldades, você crescerá com o auxílio daqueles que confia. Gogoat é um Pokémon que, quando algum treinador toca em seus chifres, forma um elo com ele, transmitindo e se conectando em sentimentos e emoções, deixando apenas os mais bravos subirem em suas costas. Ela é uma carta boa, mas aqui eu interpreto como resistência. Solidez. Você vai resistir até o último momento. Não vai ceder à escuridão, mas você precisa dela. É uma forma de vencer a si mesma e de encontrar o seu caminho.
— A carta seguinte é a do Guardião, Zygarde. Zygarde é um Pokémon que protege o ecossistema de Kalos e quando a vida e a morte estão em desequilíbrio, ele aparece para intervir. Esta carta indica que você está em uma missão para com o bem maior e enquanto estiver nessa jornada, estará segura e protegida por forças que nem eu ou você compreendemos. Os espíritos lá de cima te ajudarão e te guiarão neste árduo percurso, você só precisa seguir o seu destino.
— E a próxima carta é... Ah, não. O "Corte": Aegislash. Aegislash é um Pokémon espada e escudo, mas que nunca consegue ser os dois ao mesmo tempo: ou ele fica no modo de ataque, ou ele fica no modo de defesa. A carta que você tirou é o modo de ataque, ou seja, a proteção que você tem acaba por aqui. É a carta do final de um ciclo, ela "corta" o que veio diretamente antes. Você não está mais protegida, você está sozinha, despida, desamparada.
— Poxa vida! E eu não queria terminar assim, mas a lei das ciganas é sempre falar a verdade descrita pelas cartas. Me é proibido ocultar qualquer informação que se dê por presente em uma leitura. A última carta é a carta da "Morte": Yveltal.

— Yveltal? — Y se surpreende. Mas como assim? Que coincidência é essa?
— Yveltal é o Pokémon que absorve a energia vital dos outros para sobreviver, a destruição pokésonificada. Mas aqui, ele se aplica em um conceito diferente. Não se pode traduzir literalmente esta carta como uma morte, mas talvez, o fim de um período, assim como com a carta do Aegislash, mas desta vez, um ciclo inteiro e definitivo.
— Puxa... — Y suspira. Ela nem sabe o que dizer. Em sua cabeça, aquelas cartas podem ser interpretas da seguinte maneira:
A carta de Aromatisse representa ela, mas não só ela em carne e osso, a própria Y deste mundo: Yvonne Gabena, uma menina "das trevas" como Pangoro e duas caras como Malamar. E Y precisará protegê-la e ajudá-la, como confirma Klefki e solidifica Gogoat. Contudo, é um caminho difícil, ela tem a proteção celeste (talvez do povo draconídeo, que há muito além do espaço e do tempo, têm utilizado dos portais do multiverso para prevenirem catástrofes intra e interdimensionais), como aplicado com Zygarde, mas este vínculo está para acabar, como conta Aegislash, se por ventura vier... A Morte e a destruição, como prediz Yveltal. 
— Santo Arceus! — Y está perplexa. O que fazer? Como encarar esta missão tão pesada? Seus ombros serão fortes o suficiente para aguentar tamanho peso?
— Não se preocupe. — Diz Merilyn Flame. — Lembra-se da primeira coisa que eu disse, assim que você pisou aqui em minha tenda?
— Hã? — Y já nem se lembra, está perdida em debates e teorias internas quanto ao futuro que lhe foi predito.
— Eu tive uma visão com você. — Revela Merilyn. Realmente foi a primeira coisa que ela disse assim que Y chegou. — Eu vi muito sucesso e muito triunfo, mas com uma condição... O perdão. E agora, colocando estas cartas, eu pude perceber... Se trata de perdoar a si mesma. De encontrar a si mesma.
— M-muito obrigada, Srta. Flame! — Y se levanta e empurra educadamente a cadeira de volta em direção à mesa, deixando um punhado de dinheiro para pagar pela "consulta" espiritual de Merilyn. — Eu... Preciso ir. Acha que consegue curar meu Delphox?
— Consigo. Mas vai levar um tempo. Como eu falei, a doença que acomete sua Delphox é astral e tem a ver com o fato de ele não conseguir se conectar com o Universo Astral daqui. 
— E agora? Como posso ficar sem o meu Pokémon? — Y se desespera, a ponto de chorar. Delphox se aproxima dela e com a patinha, enxuga a lágrima que se formou, impedindo a descer bochecha abaixo.
— Você tem o Pikachu. Ele não é o melhor Pokémon do mundo em quesito espécie, mas ele está bem e firme e forte. Ele será o novo cabeça do seu time. E aliás, para realizar essa sua missão, é bom que você tenha um time forte. Mas notei... Que você anda tão distraída ultimamente que não tem treinado. — Mais um acerto! Caramba! A mulher sabia que além de Delphox, Y só tinha o Pikachu. Como ela sabia de tudo isso? Y só podia inferir uma coisa: que era verídico. Não se tratava de uma charlatã, mas de uma verdadeira médium, com conexões paranormais para além do compreendido pela humanidade.
— Eu... Eu... — Y gagueja. Ela não sabe o que falar.
— Treine. Monte um time. Você precisará dele. — Aconselha Merilyn. — Como você espera vencer do inimigo sem a ajuda de bons Pokémon ao seu lado?
— Ah, meu Arceus! Eu perdi muito tempo! Como vou criar um time a partir de agora se meus alunos já estão indo para o sexto ginásio de Kalos?
— Bom, você é mais experiente do que qualquer um em seu grupo. É o que eu vejo. É o que eu te digo. — Termina assim, Merilyn. — Você tem poder e sabedoria para gerir isso. Ainda há tempo. Você perdeu muito, mas ainda há tempo.
— O-obrigada, Srta. Flame.
— Merilyn, apenas. E... Antes de ir. Só mais uma coisa: Pegue isto.
 
Merilyn entrega uma Bola-Prêmio a Y. Uma pokébola totalmente branca com a linha central de abertura em vermelho. E estava recheada. Dentro havia um Pokémon.
— O nome dela é Delphine. — Apresenta Merilyn. — É o meu bem mais precioso, mas não posso te deixar partir sem nada. Leve-a consigo em sua jornada e quem sabe, um dia, quando ela estiver crescida o suficiente, não possa formar um par romântico com o seu Delphox?
Y lança a bola prêmio para cima e de dentro dela, sai uma Fennekin Shiny. 
— Uma Fennekin? — De repente, uma sensação de nostalgia acomete Y. Fennekin fora seu inicial, e depois Braixen e depois Delphox.
— Encare como um recomeço. — Diz Merilyn. — Vai ser uma nova jornada, com novas emoções! Mas você ainda vai ter que pegar, para ser dos mestres, a melhor!
— Que nostálgico! — Y pega a Fennekin no colo, tão linda, tão brilhante. Radiante.
Ele então olha para Delphox, parado a lado da Madame Flame e começa a chorar.
— Não, não chore! Delphox, mostre seu apoio a ela! — Comanda a bruxa, agora oficializando sua aliança com o Delphox de Y.
Delphox fica animado e incentiva sua treinadora a ir com a Fennekin e deixá-lo para trás.
— O-obrigada Delphox...
Y se abraça em Delphox e fica assim por um bom tempo, sentindo seu calor e sua energia. Delphox a esquenta e a convence de que o melhor para eles, naquele momento, era se separar.
Fennekin se despede de sua antiga mestre com lambidinhas no rosto e então, parte no colo de Y.
— Eu tenho alguns endereços de algumas pessoas que... Talvez possam lhe ajudar. — Diz Merilyn.

"O primeiro fica em Orsay City, para onde você deve ir imediatamente, assim que deixar meus aposentos."
E assim, Y partiu para uma cidade grande, onde junto ao cais, encontrou um enorme Shopping, a localização da qual dera a Srta. Flame.
Dentro do Shopping, Y procurou, procurou e procurou... Até que encontrou o local que queria. O endereço estava correto. Sala Comercial de número 13.
E neste mesmo número...
Não? Seria possível? A mulher a direcionou para um... Salão de Beleza?
Bonjour. Seja bem-vinda! — Diz um homem, atacando-a na porta. Por um momento, Y achou que tivesse sido enganada pela profeta, mas quando viu aquele homem e o reconheceu, então tudo parecia se encaixar. Era o Professor Sycamore. — O que vamos fazer hoje? Cortar? Tingir? Temos várias opções belíssimas para uma garota belíssima como você!
— Desculpe-me... Como é o seu nome? — Pergunta Y, querendo comprovar.
Oui. Meu nome é Sicômoro. — E aquela era uma confirmação. — Seja bem-vindo ao meu salão, onde tratamos não só DO SEU visual, como também do do seu Pokémon. Você tem algum Furfrou aí? Porque temos novas opções de tosa!
 
Caramba! Como tudo varia de um mundo para o outro! Em sua dimensão, Y conhecia aquele homem como sendo o pesquisador Pokémon mais renomado da região de Kalos. Aqui, ele era um cabeleireiro desesperado para vender o seu corte.
— Eu... Na verdade eu vim aqui para conseguir uma... "ajuda"! — Diz Y.
Imediatamente, o olhar de Sicômoro muda. Ele entende o que ela quer dizer.
— Qual é a senha? — Pergunta ele.
Arco do Triunfo. — Responde Y, lembrando-se do que Merilyn havia lhe dito.
— Muito bem. Pode passar. A sua encomenda se encontra no fundo do salão, na última porta à esquerda.
— Com licença. — Y dá as costas para Sicômoro e vai até o local por ele indicado. Batendo lá, uma menina de mais ou menos a mesma idade que ela (talvez até um pouco mais velha) abre.
 
— Qual é a senha? — Pergunta a garota.
— De novo?
— Só por garantia.
— Arco do Triunfo.
Oui. Pode passar. — A menina abre a porta para Y e adentra no que parece ser um covil de tráfico ilegal. É um Day Care escondido atrás de um salão de beleza. As paredes estão lotadas de ovos Pokémon de todas as cores, tamanhos, tipos e formatos. — O meu nome (de guerra) é Millis. Cada um desses custa $5000. Os daquela parede ali custam $1000.
 
— E esse aqui? — Pergunta Y, que tem sua atenção voltada para um ovo simples, de cor simples e tamanho simples, sem nada de muito especial.
— Este aí está $15000.
— Por que ele é tão caro? — Pergunta Y.
— Por que fui EU quem reproduziu ele. É o ovo da minha Chesnaught em conjunto com um Ditto, então só pode dar um Chespin. — Diz ela. — Os ovos do qual se tem certeza de qual espécie são, saem mais caro!
— Muito bem, então eu quero esse. — Diz Y, pegando tudo o que sobrou do dinheiro que recebera como estagiária na Academia Lumiose naquele mês e dando para Millis.
— Ele é seu então. Boa sorte. — Diz Milli, colocando o ovo em uma embalagem e o entregando a Y.

"E o outro lugar fica em Avignon Town. Esse vai ser mais difícil de encontrar." — Afirmara a bruxa. Mas Y seguiu seus instintos. Partiu para a tradicionalíssima e antiquíssima cidade de Avignon, seguindo o curso daquele mesmo rio, conhecida por seu enorme castelo no topo de um aclive montanhoso por onde se desenvolvera a cidade.
Lá, Y andou pelos becos e partes baixas da cidade à procura de alguém em específico. O nome do sujeito? Nem ela sabia. Merilyn apenas demonstrara uma grande admiração por tal pessoa.
— Com licença. Com licença. — Y vai empurrando para poder passar por entre as pessoas do povoado, que faziam compras nas feirinhas espalhadas pelas calçadas.
— Eu estou procurando pelo "Ninja".
Y olha ao redor e nada...
Então, como que de súbito, ela sente alguma coisa prendendo em sua barriga. Ela vai olhar e... ECA! É uma língua!
E então, essa língua a puxa para um beco afastado. É um Greninja e seu treinador é, obviamente...
 
— O NINJA!!! — Surpreende-se Y.
— Me chamou? — Pergunta o mascarado, que pula de cima de um telhado e cai de pé no chão, como um Pokémon felino.
— Eu vim sob recomendação de Merilyn Flame! — Diz ela.
— Pff. Merilyn... O que me traz dessa vez? — Diz ele, esbanjando um sorriso ao ouvir o nome da bruxa.
— Eu preciso do "prodígio". — Diz Y, exatamente como Merilyn dissera para ela fazer.
— Hah... E o que me convenceria a te dar o meu mais raro Pokémon? — Pergunta ele, sendo totalmente sarcástico.
— A Carta da Morte. — E então, Y pega e mostra a carta de Yveltal, exatamente como Merilyn Flame disse que era para ela fazer.
O Ninja branqueia os olhos.
— S-se você está posse de uma das cartas de Merilyn, então é porque alguma coisa está realmente para acontecer... — Diz ele, assustado. — Certo, acho que não nos apresentamos direito. O meu nome é Riot.
— Y! Prazer!
— E este aqui... — Riot pega uma Pokébola do bolso, uma Bola Cereja para sermos mais exatos. — É o Prodígio.
  
— Muito obrigada. — Diz ela. — Merilyn te mandou esta carta também.
Y entrega uma carta de volta para o homem, que fica vermelho da cabeça aos pés. Ela sabia que Riot tinha recebido uma cartinha de amor da vidente maluca de Anistar, mas fingiu não saber do que se tratava, para não deixá-lo mais constrangido ainda. Pegou a pokébola e vazou dali, de volta para Lumiose.

Em seu quarto, depois de horas e horas caminhando, Y se senta em sua cama e fica parada, olhando para aqueles três Pokémon à sua frente. Seu time estava começando a se formar. Ela só não entendia... Como uma raridade dessa podia ter se unido para ajudá-la a combater o grande mal que estava por assolar aquela região de Kalos...
— Destino, destino, destino? O que será que ela quis dizer com destino? — Y está perdida em pensamentos, e simplesmente está estupefata demais para fazer qualquer outra coisa que não seja apreciar a beleza dos três iniciais Shinies da região de Kalos, se perguntando porque aquilo estava acontecendo com ela e se essa bênção (ou, diria ela, coincidência) não seria algo divino, de ordem maior. A dita cuja "Proteção" descrita pela carta de Zygarde?
  
O Chespin, que havia rachado do ovo no caminho de volta à Lumiose feito à pé pela treinadora, e agora descansava em uma Bola da Cura...  A Fennekin chamada Delphine, dada pela cartomante que acertou praticamente tudo na vida de Y...  E o "Prodígio", o Froakie branco que ela adquiriu colocando medo em um ninja profissional só por lhe mostrar uma carta. 
— Será que isso tá acontecendo mesmo, ou é só um sonho?
— Ches, ches!
— Fennekin-fen!
— Froooooaaa...
Y estava ficando louca, alucinada da cabeça. Preferiu ir dormir (em conjunto com seus três novos Pokémon e Pikachu), para passar a dor lancinante que a impedia de pensar. Por um momento, Y achou que fosse uma loucura ter trocado um Delphox totalmente evoluído por uma Fennekin nível 5, depois, começou a achar que nada daquilo era coincidência e que o futuro realmente estava nas mãos dela, o Universo conspirando para ajudá-la. Se era muito OP, ela não queria nem saber, porque agora tinha 3 Pokémon abaixo do nível 10 e ela precisa treiná-los e evoluí-los mais rápido do que toda a progressão que seus alunos tiveram em 5 meses de estudo.
— Quer saber de uma coisa? — Diz Y para si mesma, tomando uma decisão, enquanto era esquentada, dormindo abraçadinha com seus novos Pokémon. — Eu sempre ganhei! Não vai ser agora que eu vou me dar por vencida!

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