Digimon Witch-Hunt - Episódio 05 • Espécimes Raros, esses Humanos

Anteriormente em Digimon Witch-Hunt... As garotas recebem de Tinkermon a instrução de deixarem a Ilha Arquivo para que Zoe a encontre no chamado Continente Servidor. Mas enquanto elas não encontram meios para isso, elas estão sendo guiadas pelos Digivices para localizações onde aparentemente, conseguirão descobrir e atingir novas evoluções. Yolei já conseguiu evoluir Hawkmon para Holsmon e Ruki conseguiu fazer Renamon se transformar em Kyubimon. Quem será a próxima Digi-Escolhida a conseguir tal feito?


Episódio 05 • Espécimes Raros, esses Humanos

Desde que Ruki fora resgatada na zona desértica do Digimundo, já se passaram dois dias de pura caminhada e elas continuavam no árido oeste da Ilha Arquivo, passando agora por uma região conhecida como Savana Engrenagem, cercada por postes de rua em decadência e sem nenhum fio de conexão, e geoglifos no formato de enormes engrenagens esculpidos no chão - daí o nome daquela área.

As garotas estavam exaustas e a falta de notícias do Digivice as deixava um pouco aflitas com a situação, pois desde então, nenhuma outra Digi-escolhida recebeu coordenadas de Tinkermon. A floresta já estava a léguas de distância e retroceder não era mais uma opção.
Foi quando Ruki chamou a atenção das meninas por querer se separar do grupo por um tempo...
 Escuta, garotas, eu vou dar uma voltinha por aí... Daqui a pouco eu estou de volta.
 Você ficou maluca?
 É perigoso andar sozinha!
 Pode ir, Ruki. Meninas, ela consegue se virar.
 A Ruki já provou de uma vez por todas que dá conta do recado.
 Valeu. 
— Diz Ruki, sem olhar nos olhos de Zoe e se afastando do grupo.
 Vamos, Renamon.
 Certo.
Ruki e Renamon se afastam do grupo por um momento, mas o olhar calmo e materno de Renamon sabia que a menina estava escondendo alguma coisa. Depois de um tempo, quando as duas já estavam longe o suficiente do grupo, Renamon perguntou:
 O que está pretendendo, Ruki?
 Vamos treinar, Renamon!
 Treinar?
 É. Vamos adquirir experiência em batalha. Se algum inimigo nos enfrentar, teremos de estar FORTES e preparadas. As outras não parecem se importar com esse tipo de coisa, até estarmos em uma enrascada!
 Tudo bem... E quem é que vamos enfrentar?
 O primeiro que vier na nossa frente...
Ruki e Renamon seguem caçando oponentes que pudessem derrotar. E os primeiros a serem avistados são dois bocós que ficavam lutando entre si, batendo suas claves na cabeça um do outro.
O primeiro era Fuugamon, de pele castanho-avermelhado e com roupas das cavernas.
 
O outro era seu primo-irmão Orgemon, cuja pele era totalmente verde e suas roupas eram de látex justinho.
A briga deles parecia durar horas, senão dias, senão noites. Eles batiam a clava um no outro sem parar e não se cansavam nem por um minuto.
 OH, IDIOTAS!
— Grita, Ruki, chamando a atenção dos dois.
 Parem de Brigar!
Instantaneamente, ao perceberem a ruiva estava atrapalhando o duelo de gerações entre os dois arqui-rivais, eles se uniram e atacaram Renamon.
Emitindo um som rudimentar estilo Zumbi de The Walking Dead, o primeiro a irromper em um ataque foi Fuugamon, que veio com sua clava de osso.
Em seguida, Orgemon disparou socos, projetando à distância o formato de sua mão em energia.
 Aaah! Dois de uma vez, Ruki?
 Não se preocupem, Renamon! De tanto baterem na cabeça um do outro, eles estão mais lentos e bem, bem deteriorados!
Renamon se desvia com sua agilidade acima do normal para um Digimon de seu nível (Infantil).
 Agora acabe com eles! Digi-mudança: Snimon, a Lâmina de Aço!
As mãos de Renamon são acrescidas com os dados da carta de Snimon, uma das que Ruki juntou do baralho de Domador de Baronmon, transformando-se em enormes lanças afiadas, feitas de aço.
 Foices Gêmeas!
E assim, Renamon revida o ataque dos irmãos bobões.

Alguns minutos depois...
 (Arf) (Arf) O que achou?
 Aqueles dois são literalmente OGROS, eu sabia que não seria difícil derrotá-los. Precisamos melhorar a sua velocidade e focar mais na precisão dos golpes, Renamon.
 T-tudo bem, eu vou me esforçar, Mestra.
 Domadora.
 Domadora.
 Vamos encontrar outros maiores para derrotar.
Enquanto isso, no núcleo das meninas, que continuavam seguindo seu caminho rumo a sabe-se-lá onde, elas finalmente encontram uma CIDADE no Digimundo, por detrás de uma duna de areia. próximo ao mar, que trazia uma brisa agradável, aliviando o calor de 50 graus, não fosse pela fumaça exacerbada das indústrias naquele complexo feito inteiramente de metal.
 Uma Cidade! 😍
 Será que eles têm restaurante?
 Só se você gostar de comer energia elétrica, porque os Digimons que vivem aqui se alimentam de pilhas e baterias! Esta é uma cidade fabril, a Cidade Fatorial! Vamos lá!
 E é seguro?
 Até onde eu saiba...
 Mas e a Ruki?
 Ah, ela nos encontra!
 Com certeza!
E as Digi-Escolhidas descem em direção ao complexo industrial da Cidade Fatorial, vendo pela primeira vez algo que as lembrava de sua casa, o Mundo dos Humanos.
 Caramba! Esta Cidade é Gigante!
 Quem diria que os Digimons também pudessem conviver em sociedade e desenvolver uma civilização tão complexa?
 EI!
 Vocês estão nos chamando de burros?
 Cuidado com o que fala, Sora, ou nós vamos te "cancelar"!
 Calma aí, calma aí! Não foi minha intenção! De maneira alguma!
 Não culpem a Sora! No Mundo Humano, a única forma de vida que prosperou nesse sentido foi a raça humana!
Então, passando pelo portão inicial da Cidade, que dizia "Seja Bem-Vinde" (uma versão neutra de linguagem, já que segundo Bun, Digimon não tem gênero) em Digimoji.
 Ah, meu Deus! O que é aquilo? Um camelô!
 Eles têm restaurantes sim! Você estava errado, Bun!
 Eles têm até uma loja de videogames! (desenvolvidos com tecnologia própria!)
As meninas ficam encantadas com a Cidade e, esquecendo-se completamente do que disseram quando Ruki decidiu se afastar do grupo (que poderia ser perigoso), cada uma vai para um canto, impressionadas com a evolução tecnológica dos Digimons naquele paraíso de metal, uma cidade futurista no meio do nada, na Ilha Arquivo.
E Mimi e Palmon acabaram ficando para trás...
 O que foi, Palmon? Você anda meio tristinha...
 Sabe o que é, Mimi? Eu não gosto muito de coisas tecnológicas... Primeiro, passamos por um deserto, depois essa cidade sem nenhum verde... Talvez por ser uma planta, eu me sinta mais confortável na floresta.
 Mas você não faz fotossíntese?
 Mimi, você sabe o que é fotossíntese?
 Hmm... Ainda não.
 Então deixa quieto 😅
Naquele momento, então, o bolso de Mimi vibra. Era o Digivice da garota.
 ?
 Atenção, Digi-Escolhida Mimi Tachikawa.
 É a Tinkermon!
 Siga nesta direção.
E o Digivice então apontou uma localização dentro da Cidade Fatorial.
 Está nos mostrando onde conseguirmos nossa Digivolução, Mimi!
Então, uma voz chama a atenção de Mimi e Palmon, interrompendo-as e desviando-lhes o foco.
 Ora, ora! Mas o que temos aqui? Espécimes raros, esses humanos... 😈
 Aaaah! Um Robozinho! Que bonitiiinho!
O Digimon que estava atrás de Mimi era pequeniníssimo e tinha uma casca de metal, mas o seu interior era aparentemente, orgânico (dava para ver atrás de uma rachadura no local do olho) e possuía um  alongado cérebro mecânico que dava para ser enxergado através de um vidro que compunha seu crânio.
 Robozinho?
 É! Eu adoro robótica! Os meninos acham que meninas não são boas com essas coisas, mas eles só dizem isso porque ficam com inveja porque eu sou A MELHOR da classe e sempre tiro as notas mais altas!
 Talvez porque a sua família seja uma grande produtora de tecnologia no seu mundo, não é, Mimi?
 Não, Palmon! É porque eu realmente sou boa nisso! Eu amo lidar com robôs!
 Eu não sou um Robô, sou Nanomon.
 Nanomon? Então eu posso te chamar de Nanomonzinho? 💖
 B-bem! P-pode!
Nanomon, mesmo sendo de lata, fica completamente vermelho, todo sem jeito.
 Eu sou Mimi Tachikawa. 💖
 E eu sou Palmon. 💖
 M-m-mas então? O que estas duas senhoritas fazem por aqui, na Cidade Fatorial?
 Bem, nós estamos de passagem. Estamos tentando descobrir uma forma de deixarmos a Ilha e irmos para o Continente Servidor!
 Ora, mas esta é uma jornada longa! Perdoe-me, senhorita! Mas, qual o motivo de vocês quererem ir para lá?
 Ah... Eu não sei exatamente. Isso é coisa das minhas amigas.
Pobre Mimi, sempre tão inocente.
 Mas é uma raridade ver seres humanos aqui no Digimundo, especialmente na Ilha Arquivo. Digam-me, vocês não gostariam de conhecer um pouco melhor a nossa Cidade? Eu, o Grande Nanimon, sou o Prefeito daqui! 😇
 Oba! Vamos fazer um tour!
 É claro! Sigam-me! 😇
Nanomon oferece-se para guiá-las pelas ruas da Cidade Fatorial, cujas quadras eram compostas por residências inteiramente metálicas e fábricas que soltavam tanto poluição ambiental quanto sonora.
 Mimi, o que é um tour?
 Ahn... Eu não sei de verdade.
 Então deixa quieto.
 (Nanomon Pensando): Vai ser muito fácil enganar essas duas idiotas... Heheheheh 😈
 Nanomonzinho, que Digimons são aqueles?
 Aqueles? Ah, são os Mekanorimon! Eles são os responsáveis pela construção de automóveis e outros veículos para todo o Digimundo, mas eles se frustram porque nem todos conseguem pilotar as suas invenções!
Havia um bando de Mekanorimon trabalhando ao ar livre em máquinas que se misturavam às casas e departamentos da Cidade Fatorial. Eles pareciam muito interessados em seu trabalho e não levantavam a cabeça por nada nesse mundo.
 E aqueles ali?
 Aqueles? Ah, aqueles são os Guardromon!
 O que eles fazem?
 Os Guardromon foram construídos por nós da Cidade Fatorial para servirem de soldados e policiais para protegerem a nossa amada Ilha Arquivo, mas como não vêm humanos para cá... Q-quer dizer... Como não vêm muitos inimigos para cá, não precisamos usá-los, então eles se tornaram civis. 😇
 Olha aqueles! Que gracinha!
 Palmon, sua pervertida!
 Que foi?
 Não era você que não gostava de coisas tecnológicas?
 Aqueles lá são os Kokuwamon! Eles percorrem a Ilha Arquivo em busca de alimento para nós da Cidade Fatorial. Todo o tipo de pilhas, usadas ou não, baterias velhas, equipamentos eletrônicos descartados... Nós aceitamos.
 Aqueles ali parecem meio tristes...
 São os Hagurumon! Eles estão tristes assim porque antigamente havia um enorme relógio analógico na praça central da Cidade e o trabalho deles era servir de engrenagem!
 No entanto, toda vez que os Hagurumon trocavam de lugar para a mudança de turno, o relógios ficava parados por alguns segundos, o que desregulava os horários de toda a cidade. Portanto, tivemos que pensar em uma solução tecnológica e criamos um relógio digital para substituir o antigo, e eles ficaram sem emprego.
 Caramba, que triste...
 E aqueles pequeninos, quem são?
 Ah, ali temos um grupo muito interessante! Os menorezinhos são os Mamemon! Eles são grandes soldadores e trabalham nas esteiras diretamente com a produção de diversas máquinas aqui na Cidade Fatorial. Os de armadura são os MetalMamemon, que devido ao seu conhecimento bélico, são responsáveis pela produção de Armas e de Guardromons, e os maiores são os grandões, os BigMamemon são literalmente a bala de nossos canhões.
  
 Aquele parece o Wolverine!
 Vol o que?
 E aqueles ali, vocês sabem quem são?
— Diz Nanomon, apontando para uma criatura com cara demoníaca com uma motosserra na mão. Mimi tapa os olhos com as mãos e deixa apenas pequenas frestinhas para espiá-los, respondendo:
 N-n-ão!
 Aqueles são os Girimon! Eles derrubam árvores para utilizarmos como combustível para nossas máquinas a vapor!
 Que horror! É por isso que tem um deserto ao redor dessa cidade! Não gostei deles! 😡
Palmon fica aterrorizada com aquela informação. Nanomon olha com uma cara de desprezo para Palmon.
 E aquele lá, quem é?
— Mimi aponta para um Digimon humanoide, meio ciborgue, no topo de um enorme monumento de metal, sentado como que em um torno, observando a produção industrial da cidade. Ele estava olhando para outro lado, dando ordens para um bando de Mamemon e Guardromon que tentavam construir alguma coisa em uma esteira de fábrica mais adiante.
 Aquele lá é... O meu filho!
 O seu filho?
 Mas ele é tão alto!
 É que ele Digievoluiu! O nome dele é Andromon e ele é o chefão das empresas daqui, mas ele é um cara muito estourado e focado no serviço. Se eu fosse vocês, não o atrapalharia, porque ele fica IRADO quando alguém o interrompe em serviço. Fiquem bem longe dele, ouviram?
 T-tudo bem...
 Aaah! Chegamos!
 Chegamos? Aonde?!
 Esta é a minha casa! Querem entrar e conhecer? 😇
— Diz Nanomon, fazendo uma carinha receptiva e indicando com os braços robóticos, uma casa feita toda de metal.
 Mas é claro, Nanomonzinho! Ficaríamos honradas! 😍
 Por favor, entrem!
As garotas entram, passando por Nanomon e ele fecha a porta, trancando-a.
 Então, Nanomonzinho... É aqui que você mora?
A "casa" de Nanomon parecia na verdade um grande laboratório de tecnologias. Havia vários "brinquedos" humanos jogados em um canto no chão e o ambiente todo parecia cinza, cheio de máquinas e botões para onde quer que você olhasse.
Enquanto isso, em outro canto da cidade...
 Aaah, que sem graça, Bun! Você estava certo! Essa cidade só se alimenta de ferrugem e pilha velha!
— Diz Zoe, totalmente inconformada ao descobrir que o restaurante que ela avistara só tinha Kokuwamons se alimentando de eletricidade.
 Eu disse, não disse?
 Esses cacarecos não servem para nada! Mas, ei! Aonde estão as outras meninas?
 Ei! Zoe, aqui!
Sora acena para Zoe do outro lado da rua, mais adiante. Ela estava diante de uma vitrine que continha diversos artefatos eletrônicos, mas não dava para saber com exatidão o que era. Estava escrito em Digimoji o nome do produto e muito provavelmente, o seu preço, abaixo de cada peça.
 O que são essas coisas?
 Hummm... Aquilo ali é um Pegador de Atalho!
 Um o que?!
 Um Pegador de Atalho, nada mais é do que um teletransportador que recorta e cola os dados de um Digimon em um ponto distinto do Digimundo, instantaneamente.
 Puxa vida!
 Mas é só para Digimon rico!
 Dava pra gente ir pro Continente Servidor assim, não acham?
 Aaai.. Eu tenho medo!
 Me Diga, Piyomon... Um "Digimon Rico" é rico com o que?! Digo... Existem ¥enes* no Digimundo?
Nota do Autor: ¥ (iene) é a moeda do Japão.
 O que é isso?
 Que tipo de Moeda existe no Mundo Digital?
 Ah! Aqui na Ilha Arquivo a gente usa o Digicoin, mas como cada Digimon desenvolveu uma cultura e uma tradição diferente em cada canto do mundo, isso varia! Para isso, existe um Digimon que faz o câmbio--
Mas Bun é interrompido em sua fala.
 Aaai, meninas! Vocês não vão acreditar!!!!!
 Hum? Yolei?
A garota com roupa de aviadora estava eufórica.
 Eu encontrei um Digimon que prometeu nos dar UM CARRO! Não é demais?!
 Um carro? Como assim?!
 Um Mekanorimon prometeu me dar um carro se eu desse uma foto minha para ele!
 Uma foto do que?
 Bizarro!
 Ih... Não vai nessa que é golpe!
 Eu tentei avisar!
 Ei, garotas! Vocês viram a Mimi? Ela estava com vocês, não estava?
 Hmmm.. Não, comigo, não.
 E nem comigo! Essa não! Ela é a mais nova do grupo. Se a Ruki se separou com a gente antes, então quer dizer que...
  ELA TÁ SOZINHA!!

Enquanto isso, na toca metálica de Nanomon, já com a porta devidamente trancada...
 Eu não só moro como também trabalho aqui! 😈
 É? E o que você faz, Sr. Nanomon?
 Eu faço experiências!
 Que tipo de Experiências?
 Com HUMANOS e DIGIMON! BOMBA DIGITAL!!!
Das mãos de Nanomon saem pequenas bombas com o formato de diabinho cheio de dentes, e elas voam em alta velocidade para cima de Palmon, que não pode se defender e é pega pela explosão, voando contra a parede e caindo ferida no chão...
 Aaahh--
 Gyaaaah! PALMON!!!!
 Muahahahah!
 Nanomonzinho, eu não entendo! Por que está nos atacando?!?!
 Como é que vocês ainda não perceberam, suas burras? Eu as atraí com sucesso para a minha armadilha e agora vocês são oficialmente parte DO MEU EXPERIMENTO! Muahahahahah!
 Eu não to gostando disso! Eu quero ir embora!
Os olhos de Mimi começam a lacrimejar. a garota inocente está prestes a chorar... Mas então...
 Mimi...
 Hã? Palmon?
Palmon se arrasta até mimi. Ela está meio *verde*... Mais do que o normal...
 Mimi, eu não to me sentindo bem...
 Palmon!
 Fique longe do Digimon, espécime Humano!
Nanomon então joga uma chave de fenda entre Mimi e Palmon, para que elas mantivessem a distância.
 AAAHH! Por que você está fazendo isso?! Que feio!!!
 Eu vou repetir: Não se aproxime do espécime humano, Digimon, porque é ELE que eu quero estudar.
 Não me chame de "ele", eu sou meninA!
 Como eu ia dizendo... Se você interferir, acabará passando o vírus para ela...
 HÃ?!!!!
Palmon se assusta na hora, com a menção daquela palavra...
 Vírus?
 É isso mesmo. Aquele meu ataque, o "Bomba Digital", estava recheado com um vírus que eu aprimorei. Conhecido como "Partícula Minhoca" ou "Vírus X", como eu prefiro chamar, este Vírus consome os dados de um Digimon, com o objetivo de eliminá-lo por completo!
 O que...?
 Mimi...
Palmon estava ficando cada vez mais fraca. A visão estava ficando mais turva, as pernas trêmulas e o corpo já não conseguia mais sustentar o peso de sua cabeça de abóbora.
 Com o Digimon fora de ação, eu poderei finalmente estudar um ser humano pela primeira vez na história do Digimundo! Do que será que eles são feitos?! Ai, ai! Eu me tremo todo de alegria só de pensar que vou abrir essa barriguinha chata para ver o que tem dentro!
 Aaaahhhh!!!!
 Não adianta tentar fugir, garotinha! A sua Digimon vai morrer e a casa está chaveada. A menos que o seu soco consiga derrubar estas paredes de metal (o que eu duvido muito, já que os humanos são bem fraquinhos), você ESTÁ PRESA e prestes a chegar ao FIM! Muahahahahah!
 Não! Por favor, não!
 M-mi... Mimi... N-não deixa... esse... cara mau... te derrotar...
E Palmon desmaia por completo, caindo com a face virada para o chão.
 Palmon!

Do lado de fora, em outro ponto da Cidade, as meninas já estão todas reunidas, junto de seus Digimons vasculhando a área, à procura de Mimi.
 Ai, a Mimi é muito ingênua e ela não é de sumir assim... Tô com medo que tenha acontecido alguma coisa!
 Olha lá, galera! Tem um Digimon vigiando a cidade do alto!
 Vamos falar com ele! Talvez ele tenha visto alguma coisa!
Sora aponta para o enorme Andromon, que ficava visualizando a produção nas esteiras, que ocorria ao ar livre mesmo.
 C-com licença! Senhor?
 Hum?
Andromon se vira e observa as três meninas e seus Digimons da cabeça aos pés.
 Ora, ora! Então vocês são as crianças humanas que Tinkermon enviou a Digimundo para combater os humanos corruptos que devastaram o nosso país!
 Ahn... Oi...
Zoe fica meio sem jeito.
 Ah, desculpem, é que as notícias correm rápido no Mundo Digital. Sabe como é, eu me alimento de fluxo de dados, então de onde quer que eu conecte os meus fios, eu obtenho informações. Eu sou o Andromon, é um prazer.
Andromon estende a mão para as meninas. Era um Digimon verdadeiramente gentil e simpático, ao contrário do que Nanomon dissera.
 Eu sou Sora Takenouchi.
 E eu sou a Piyomon!
 Yolei Inoue.
 Hawkmon, ao seu dispor.
 Zoe Orimoto!
 E Badmon! Bun, para os íntimos...
 Sintam-se à vontade! Vocês são todos muito Bem-Vindos à Cidade Fatorial! Eu sou o Prefeito daqui!
Então era por isso que Nanomon pedira para Mimi ficar bem longe de Andromon, porque na verdade, ELE era o prefeito.
 Senhor Prefeito... Nós estamos procurando uma amiga nossa, que entrou na cidade e desapareceu!
 Uma amiga Humana?
 Isso. O nome dela é Mimi Tachikawa e a companheira dela é uma Palmon.
 Ela é mais baixa que a gente e usa um chapéu gigantesco, roupas vermelhas...
 O Senhor não a viu?
 Hmmm... Não, não que eu me lembre. Sabe, eu fico muito ocupado coordenando a produção aqui de cima e acabo me perdendo no trabalho...

Enquanto isso, Mimi estava realmente passando um enorme SUFOCO dentro do laboratório de Nanomon. Palmon estava realmente ruim e Mimi não podia tocá-la, pois agora que seu corpo também era feito de dados (como previsto por Ruki), ela própria poderia contrair o vírus e ser apagada.
Seu coraçãozinho doce estava despedaçado, ela jamais imaginou que o "Nanimonzinho" que tratou ela tão bem pudesse ser capaz de fazer uma coisa dessas...
 Por quê? Por quê?
Palmon estava desacordada e sua imagem tremeluzia, os dados sendo corrídos de dentro para fora pela ação do Vírus X. Ela definitivamente não parecia bem. Estava definhando e isso gerava muita aflição em Mimi, por ficar assistindo e não poder fazer nada.
 Assista, humana! Os últimos suspiros deste Digimon vegetal patético que é contra a derrubada de árvores pelo bem e pela evolução da tecnologia!
 Palmon... PALMON! PALMOOOOOOONNNN!


Mimi grita a plenos pulmões. Ela estava ficando bastante apegada à Palmon. Ver a Digimon naquele estado deixava a garota triste e com uma sensação de angústia muito grande. Por mais que estivessem juntas a poucos dias, desde que se encontraram, não se desgrudaram mais. Mimi não suportaria a ideia de perder sua amiga.

Ela se lembra dos sonhos que teve com Yuramon ainda no Mundo Humano, convidando-a para brincar e pedindo que ela viesse e se tornasse sua amiga. Ela se lembra de quando a pequenina Tanemon disse que esteve esperando por ela durante muito tempo no Mundo Digital até que Mimi finalmente chegou à Ilha Arquivo... Ela se lembra do medo que sentiu quando pegou Tanemon no colo e correu, com o Kuwagamon as perseguindo, e também se lembra da luz e da energia que saiu de dentro de si quando Mimi decidiu ficar e lutar ao lado de Palmon, fazendo-a Digi-evoluir.

Ela se lembra da Palmon tentando explicar o que era a dita cuja Fotossíntese e por mais que ela tentasse explanar, Mimi não conseguia entender de maneira alguma. Ela se lembra das noites mal dormidas em que Mimi ficava com falta de sua mãe ou até mesmo de sua preciosa cama e Palmon estava lá para confortá-la. Lembra-se de ter ficado presa na teia de Dokugumon e Palmon estar ao seu lado... Lembra-se de ver Ruki cair no buraco no deserto e Palmon prontamente se oferecer a ajudar, esticando suas vinhas para tentar alcançá-la. Lembra-se do radar de água que permitiu que Mimi e as garotas tomassem um banho no lago das torres de transmissão depois de horas correndo e suando em uma terra hostil e selvagem que deixava Mimi com medo e com vontade de ir embora. Em todos esses momentos, Palmon estava lá, antes ou depois de digievoluir e isso acabou criando um laço muito, muito profundo com a garota humana. 

E é esse laço que faz com que Palmon comece a piscar os olhos, recobrando a consciência por um breve período de tempo...
 M-mi...Mi... V-valeu...
 Poupe suas palavras, seu inseto! Quanto mais você fizer esforço, mais rápido o vírus que eu instalei no seu programa vai agir!
 Mimi... Valeu... V-v-aleu a p-pena...
 Palmon, do que você está falando?!
— Berra Mimi, com as lágrimas escorrendo violentamente de seu rosto, sentindo o corpo digital de Palmon ficar cada vez mais transparente.
 V-v-aleu a p-pena... ter... te c-c-conhecido.
 PALMOOOOOOONNNNNN!!!


Palmon fecha os olhos e então, com uma lágrima escorrendo por seu rosto que se esforçava para ser alegre naquele momento tão triste e dar um último sorriso a Mimi, se desfez por completo, não deixando para trás nem sequer uma Digitama, apenas um buraco...

...Contendo um grande, grande vazio....









Mimi baixa a cabeça... Seu chapéu cai para trás, mas ela não tem vontade de juntar.


Ela cai de joelhos no chão, sem externalizar qualquer reação e a luz do Digivice se apaga. Mimi está sem palavras... Mas seu corpo começa a tremer.


"Pobre Palmon... Ela... Se foi."

Mimi não sabe o que fazer. Ela não sabe como agir ou reagir. Ela está simplesmente em choque. Suas pernas e braços tremem e ela então sente em seu interior, algo mudar.
Ela estava queimando,

Queimando não só de tristeza, mas mais do que isso...

Uma outra força se sobrepunha à melancolia que a acometia, para invadi-la com tudo. Suas sobrancelhas se abaixam e se juntam, sua boca se estreita. Ela muda o semblante. Mimi chora enquanto queima,

QUEIMA DE RAIVA!



"Eu não vou perdoá-lo! NÃO VOU PERDOÁ-LO!"

Grita Mimi com toda a força que explodia dentro dela. Nanomon se assusta e dá um passo para trás.

 Hã? Vocês ouviram esse grito?
 É a Mimi!
 Ela deve estar em apuros!
 Essa não! Eu sei de onde esse grito está vindo! Temos de nos apressar!

 Por que você fez isso? Por quê? Por quê? Por quê?
 Para desarmá-la? Para ver como você reagiria? Ou simplesmente... PORQUE EU QUIS.
 V-você... Você não merece a minha bondade.
 Ora, querida. E pra que algo assim me serviria? São os próprios humanos que estão tentando colonizar o Digimundo. Uma bondade assim não me serve!
 Desgraçado!
 O que você disse?
 DES-GRA-ÇA-DO! E eu vou repetir quantas vezes for necessário até entrar nessa sua cabeça de lata que você não presta! NÃO PRESTA! É só um pedaço de lixo enferrujado que não tem amigos porque ninguém suporta ficar perto de gente como você!!! É VOCÊ quem não merece estar vivo!!!!
 ...
Nanomon fica sem palavras. Mimi Explode. Ela diz todas as coisas que estavam presas em seu coração. Aquilo que uma menina doce e delicada como ela "jamais deveria falar". Aquilo que a sua pureza mascarava, contendo dentro de si para não machucar aos outros: o ódio que sentia por aqueles que não correspondiam o seu amor.
 Você... Sua menina idiota! Agora você me deixou irritado! Prepare-se, pois o seu fim está próximo! Bomba Digital!
 Metralhadora de Mísseis!
Antes que Nanomon pudesse atacar, Andromon arromba a parede da casa com um único ataque, acertando e explodindo Nanomon.
 !!!!
 Mimi! Que bom que te encontramos!
 Você está bem?
 Cadê a Palmon?
 Ele a matou.
— Diz Mimi com toda a frieza que vinha de seu coração naquele momento.
   O QUE?!?!
 Eu disse que não toleraria mais as suas bizarrices em nome da ciência, Nanomon!
 A-a-Andromon!!!
 Espada Espiral!
Andromon rasga o ar com uma lâmina de energia, explodindo em fúria e cortando Nanomon ao meio. O Digimon cientista-maluco fica dividido por um breve momento antes de se separar em pequenos dados e fragmentar-se eternamente em poeira, voltando a ser um Digitama e tomando o seu rumo pelos céus do Digimundo.
 O que aconteceu aqui?
 Ele a matou. Ele a matou! ELE A MATOU!!!
 Mimi está em estado de choque!
 Espere! Nanomon matou a sua Digimon parceira, é isso?
 Ele colocou um vírus de computador e a matou! ELE A MATOU!!!!
Mimi grita e dessa vez, não consegue se conter. Ela berra em uma angústia extravasante, inundando a cidade das máquinas em um tom ainda mais cinza.

Algumas ((muitas)) horas depois...
 Aqui está. Este foi o melhor que eu consegui fazer.
— Diz Andromon, entregando um Digitama novinho em folha a Mimi, verde brilhante, como as cores de Palmon.
 Essa é a... Palmon?
 Quando Nanomon "apagou" os dados de Palmon, na realidade, ele não os deletou completamente, mas enviou para um espaço no sistema de sua casa, como uma "lixeira". Eu consegui restaurar os dados do corpo físico e até instalei um programa de Antivírus, para que ela se tornasse imune futuramente a este mesmo aplicativo malicioso, mas...
 Ela não vai ser mais a mesma, não é?
 Eu receio as memórias da Senhorita Palmon tenham se perdido todas...
 O-obrigada, Andromon!
Mimi pega o Digitama de Palmon e corre, corre para bem longe.
 Mimi! Espere!
 Não vá! É perigoso!
 EU PRECISO FICAR SOZINHA!
— Berra Mimi de volta, as lágrimas tornando a cair por seu rostinho outrora puro e inocente, agora corrompido pela triste realidade que a assolava...
 Deixem-na, meninas. É melhor deixarem-na ir.
 Mimi...
Zoe baixa a cabeça e reflete...
 Eu sinto muito...

CONTINUA...

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