Anteriormente em Digimon Laços:
Rei consegue digivolver Pal e Pul para Devimon e Igamon, respectivamente, salvando Taichi das mãos dos inimigos Shellmon e Tortomon. E com isso, todos os Domadores Humanos alcançam o Nível Adulto de Digivolução. Agora, eles seguem rumo ao Castelo HolyAngel e a próxima parada é em uma Cidade Digimon chamada Hospitown...
Agora:

Esta é Hospitown, a Cidade-Curandeira do Mundo Digital, com um enorme Hospital em seu centro! Entretanto, nossos heróis escolheram um momento muito ruim para visitá-la... Eles só não sabiam disso...





Mas o que quer que Zeromaru fosse dizer, ele mesmo se interrompe.


Rei aponta para o centro da cidade, onde ocorre uma enorme explosão, bem naquele momento, deixando um rastro de fumaça azeviche pelos céus. Hospitown estava sob ataque!
Enormes Digimons Dinossauros, do tamanho de prédios estavam destruindo a cidade, cuspindo jatos de chamas que carbonizam tudo o que tocam, destruindo os dados de residências, prédios, lojas, igrejas e outras construções de Digimons que formavam o espaço social daquela cidade.
Entretanto, antes que os jovens pudessem fazer qualquer coisa, os DarkTyrannomon percebem sua presença ali e começam a atacá-los.
Assim, todos começam a correr, na tentativa de escapar das chamas.


Tai puxa Rei para se esquivar do jato de fogo, e os dois correm a toda velocidade, adentrando pelas ruas e vielas.
Eles correm como se suas vidas dependessem disso (e talvez, de fato, dependessem), passando por várias e várias ruas, até que, para seu infortúnio, eles acabam parando em um beco sem saída.



O que eles não sabiam, no entanto, era que o ataque dos DarkTyrannomons e a separação do grupo eram sua menor preocupação naquele momento. Alguém os estavam vigiando, e pelo sorrisinho amarelo que estampava no rosto, era hostil.







Neo hesita.



Agora é a vez de Rei hesitar.

Taichi não sabia nada sobre a vida particular de Rei nem conhecia Neo, mas só por aquela conversa, através daquela troca de olhares, ele soube que a relação dos dois irmãos era conturbada.

Por fim pergunta Rei.






Então era isso? Neo Saiba era um adolescente rebelde que vendeu sua alma ao Digimon Diabo em troca de poder?



Aquela revelação deixa Taichi e Zeromaru chocados!


Eu batia na porta, mas ele não me deixava entrar. Eu não sei o que era pior, ele ou a briga dos meus pais... Ou saber que a briga DELES era por causa DELE. Neo já havia levado alguns pássaros mortos para a escola, mostrando-os para a turma, o que a professora considerou com uma bandeira vermelha. Agora, ele havia sido expulso da escola, pois além de não comparecer na maioria das aulas e entregar todas as suas provas em branco, ele bateu em um de seus colegas e quebrou seu braço.
Neo sempre foi muito agressivo. Sempre. Nunca teve amigos e as pessoas que ousavam se aproximarm dele, descobriam-no como um manipulador de coração frio. Neo jamais conseguiu manter uma relação com alguém por mais que cinco minutos. Na escola, ele lutava com os V-Pets e era brutal, quebrava o aparelho dos oponentes perdedores e se o seu Bichinho Virtual perdia, ele o matava, deletando os seus dados e reiniciando o aparelho.
Ele nunca se importou comigo, para falar a verdade. Nesse dia em específico eu bati na porta, para que ele me deixasse entrar. Então, ele abriu, mas irritado (como sempre), jogou uma almofada com força no meu rosto, o que fez com que eu caísse e batesse as costas na quina da mesinha da televisão, deixando-me paralítica aos 10 anos.
Por culpa do meu irmão Neo, eu sofri um acidente e perdi o movimento das minhas pernas!


Taichi então se lembra da primeira frase que a garota havia proferido ao rever o irmão: "Não vai me pedir desculpas?". Agora fazia sentido.









Os olhos de Neo brilham e o sorriso diabólico toma conta de seu rosto. Rei nem se surpreende com aquilo. O irmão não tinha sentimentos, nem mesmo por aqueles que se importavam de verdade com ele.

Rei estava devastada, ela não sabia nem o que falar. De joelhos bambos e mãos suadas, a garota encara o irmão, incrédula. Ela não conseguia aceitar a falta de empatia daquele ser que tinha a mesma mãe que ela.

Neo levanta os punhos, permitindo que Taichi visse que ele tinha dois Digivices igual ao seu, um em cada braço.






Aquela frase pega a todos de surpresa, perfurando o coração de Rei, que já estava partido. Agora, doía ainda mais.


A garota, cheia de lágrimas no rosto, ergue a cabeça e decide de uma vez por todas não mais chorar por quem só lhe traz sofrimento.


Neo cruza os braços, clicando nos dois Digivices simultaneamente e liberando de dentro deles, um Digimon para cada.
O primeiro, de nome Kuwagamon, era um inseto gigante de carapaça vermelha, cheio de garras e tenazes, um terror para qualquer Digimon menor. O segundo parecia-se com uma galinha gigante: um Digimon de pernas superdesenvolvidas, porém desprovido de voo, chamado Cockatrimon. Ambos eram Digimons de Nível Adulto.


Neo une os dois Digivices e isso provoca uma reação em cadeia: tanto Kuwagamon quanto Cockatrimon começam a ter seus dados fundidos, tornando-se um único e poderoso Digimon de nível superior.







Taichi ativa a digivolução em seu Digivice, apontando a luz para V-mon, que começa a brilhar e mudar...

No entanto, mesmo evoluindo para V-dramon, Zeromaru ainda não parecia páreo para Megadramon. O Nível Perfeito era superior ao Nível Adulto e Taichi deveria saber disso...

Das mãos de Megadramon saem pequenos foguetes vivos, que vão de encontro a V-dramon.


Zeromaru tenta se proteger dos ataques destruindo alguns foguetes, mas ele não consegue combater todos e a maioria dos mísseis vão para cima dele, causando uma explosão sem igual, que praticamente consome toda a energia de Zero de uma só vez.








Taichi põe-se a digitar rapidamente em seu Digivice, ordenando que Zero utilizasse o seu Soco Magnum contra Megadramon.


Neo desfaz a Jogress de Megadramon, que volta a ser dois Digimons: Kuwagamon e Cockatrimon. Isso acontece tão rapidamente, que tudo o que Zero consegue socar é o espaço vazio entre os dois Digimons particionados.






Cockatrimon abre seu enorme bico cheio de dentes e dispara um raio verde de energia contra V-dramon, mas o dragão escapa.

V-dramon mal se esquiva de um ataque e já tem de lidar com outro. Kuwagamon é um inseto robusto, de resistente exoesqueleto que voa para cima de Zero com suas pinças gigantes, apertando-o com muita força, perfurando-o.


Os olhos de Cockatrimon disparam um laser verde que paralisa Zero, impossibilitando-o de se mover até mesmo para falar.



Mas Zeromaru está literalmente petrificado. Ele não pode se mexer.







Mas não há escapatória. Zeromaru é eletrocutado pelo ataque de Kuwagamon, sem dó nem piedade.
Zeromaru cai no chão, inerte, tão ferido que não havia mais por onde sair sangue, ou melhor, não havia mais buraco por onde pudesse escorrer tanto fluxo de dados.





Taichi está encurralado. Ele sua frio, Zeromaru está sem reação nenhuma, seu corpo parece destruído. Ele está... Morto?


Taichi se desespera. O que ele pode fazer?



Megadramon envia um único míssil na direção de V-dramon e aquele único ataque, vindo de um Digimon de nível acima do Adulto, é o suficientemente forte para arrancar a última gota de energia de Zeromaru. Mas movido pela adrenalina causada pelo crescente medo que tomava conta de suas veias, Taichi aponta seu Digivice na direção de Zero e absorve o Digimon para dentro do Dispositivo, antes que fosse tarde demais.







Neo aponta seu Digivice para Megadramon e apaga os dados do próprio Digimon, matando tanto Cockatrimon quanto Kuwagamon, que estavam fundidos, no processo.







Taichi está pálido e Rei não consegue parar de chorar. Aquelas palavras haviam sido estupidamente destruidoras. O Domador de V-dramon está tremendo, não sabe o que fazer. Como aquela luta chegou àquele extremo em tão pouco tempo? O que ele iria fazer? Zero estava em um péssimo estado de saúde. Se ele não agisse agora, aquilo o que Neo disse far-se-ia verdade. Zero iria morrer e Taichi seria removido da equação.
Então, Taichi fez aquilo que jamais pensou que seria necessário fazer. Aquilo que disse que jamais faria: Ele pega na mão de Rei, e os dois viram-se de costas, correndo para longe da luta.

Mais tarde, no Hospital de Hospitown...




O doutor era um pequeno Digimon Fada cor-de-rosa, que voava alegremente na direção de Taichi e os outros Domadores, que agora estavam todos juntos, livres da ameaça dos DarkTyrannomons (graças ao empenho e esforço combinado de Hiro, Akira, Ken, Ryo e seus Digimons).


Taichi bate sua própria cabeça na parede, em um comportamento auto-destrutivo.


Rei era a mais afetada nessa história, mas ela era também a mais velha no grupo e, ainda que estivesse apenas na adolescência, já conseguia lidar com isso de uma maneira muito melhor que Tai e os demais. Até porque ela já conhecia o irmão, já estava calejada de tanto ouvir xingamentos e impropérios por parte de Neo. Taichi, entretanto, não conseguia processar tudo o que havia acontecido de maneira não-emotiva. Ele estava arrasado, tremendo da cabeça aos pés, sentindo-se um covarde e, tal como Neo dissera, um "Domador de Merda"... A culpa era dele por Zero estar sofrendo. A culpa era DELE. Só dele...

Taichi volta a bater a cabeça na parede, sentindo-se profundamente culpado por tudo o que tinha acontecido.






A enfermaria está em silêncio total. Em um quarto especialmente preparado com um computador reparador de dados, está Zeromaru, conectado a fios e cabos, enquanto seu corpo "físico" se recupera gradualmente através da restauração de seu estado original de DigiDNA, conforme informações impressas no seu Digicore, que era o coração, mente e alma de um Digimon.
Zero está descansando. Na verdade, estava assim desde que Taichi o salvara. Ele ainda não havia acordado. Até aquele momento...
Zeromaru abre os olhos repentinamente, mas não os abre normalmente.

Ele os ARREGALA, com um desespero que o acomete assim que volta à consciência. E a primeira palavra que sai de sua boca após todo aquele incidente é...


O Domador corre a braça o seu Digimon, contente por não tê-lo perdido.




Taichi levanta a mão para Zeromaru e ele cumprimenta com um high five. Mas nesse momento, o jovem domador, cuja mente está bastante frágil, desaba.
Ele não aguenta. Vendo o seu Digimon ali, naquele estado... Aquilo o fazia se sentir ainda mais culpado. Taichi havia se colocado naquela enrascada. Era culpa dele que Zero havia ficado entre a vida e a morte e agora era culpa dele que havia entrado em perigo. Rei havia avisado: "Você NÃO PODE lutar contra ele! Eu sou a única Domadora com 2 Digivices e 2 Digimons no grupo! Está claro que é MEU DEVER pará-lo!"... Mas Taichi não deu ouvidos. Por quê? POR QUÊ?!
TAICHI! O que houve?!


Taichi está desolado. O que fazer quando parece que você tomou somente as decisões erradas na sua vida? O que fazer quando você, sem querer, prejudica alguém que ama? Como olhar nos olhos dessa pessoa novamente? Como encará-la? Como pedir desculpas se você próprio não se perdoaria numa situação dessas? Como conquistar o perdão se você mesmo está se condenando ao inferno?
Taichi não sabia a resposta para nenhum desses questionamentos e era essa trava no processamento que fazia com que aquele sentimento negativo se acumulasse em torno de sua garganta, como se quisesse sair pela boca, até que ele não aguentou mais e berrou com todas as suas forças, expurgando aquilo que vinha se aglomerando dentro dele há bastante tempo...





E os dois se abraçam, até o amanhecer do dia seguinte...
Continua...
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