— Eu achei que você fosse mais inteligente, Professora Marina... — Digo eu então apelando pelo emocional de minha captora. Eu tinha que achar um jeito de me salvar. — Todo este tempo que eu estive aqui e você não foi capaz de ME RECONHECER! Olhe para si mesma no espelho, mulher, e depois olhe para mim! Me diga quem eu sou! Me diga que por trás desses cabelos verdes, dessas lentes de contato fajutas e desse aplique muito mal feito, você não se parece exatamente como eu! Até nossas vozes são iguaizinhas! Como você pode me atacar assim? Ou melhor... Como você pode atacar A SI MESMA desta maneira?! Não está vendo, criatura? EU SOU VOCÊ, SUA IGNORANTE!!!
Anteriormente em Pokémon Laços: prophecies... Na tentativa de desfazer toda a desgraça que aconteceu em sua vida e na de seus amigos nos últimos tempos, Crystal está desesperada, buscando medidas extremas para consertar tudo. Ela então vai sozinha até a Ilex Forest, onde dizem que o Pokémon Mítico Celebi habita, capaz de viajar no tempo e, por conseguinte, alterar a realidade. Crystal quer pedir este favor a Celebi. Ela quer fazer tudo voltar a ser como antes, mas... Parece que ela tem um encontro com alguém que se parece MUITO com Celebi, mas não é ele... Seu nome é Mitei juuni, um ser misterioso que promete levar Crystal e sua parceira Meganium até a "coordenada" onde Celebi se encontra. No entanto, ao aceitarem o convite do Pokémon do além, elas são transportadas não apenas no tempo, mas também no espaço, indo parar em OUTRO MUNDO...
Ao chegarem na outra dimensão, Crystal e Meganium são presas por alguém que se parece muito com Crystal em sua juventude... Uma versão alternativa da treinadora, própria daquela realidade, chamada Marina Crystal. Marina é uma Professora e está formando um grupo de treinadores chamado "Sociedade Pokémon", a "Associação" daquele mundo. Ela pensa que Crystal está envolvida com alguém chamado "Shinjuku Jack" e por isso, a prendeu. Após conhecer as versões alternativas de Green, Gold, Sunstar, Moonstar, Red e Shield, que receberam seus Pokémon iniciais de Marina, Crystal tenta convencê-la de que é inocente e que não faz a menor ideia de quem é esse Shinjuku Jack, e que ela veio parar ali por conta de Mitei juuni. Marina então permite que Crystal batalhe contra cada um dos membros da "Sociedade" Pokémon a fim de provar sua inocência...
Agora:
— Espere! — Marina então mostra a palma da mão aberta para mim. — Você diz que veio de outra dimensão... E até tem o mesmo nome de família que eu... "Crystal", não é? Ademais, se parece muito comigo e tem até a mesma voz. Inclusive... A Sua Hanaryū tem um padrão floral diferente ao redor do Pescoço, algo que eu não consegui entender quando vi...
Hanaryū x Meganium
— Hanaryū? Está se referindo à minha Meganium? Onde ela está?!
— Você a verá em breve... Escute... Me desculpe. — Marina suspira, constrangida. — Me desculpe por colocá-la nesta situação. Não é que eu não acredite em você, mas é que o que você está dizendo é algo que é deveras difícil de provar.
— Então, por favor, me submeta a uma sondagem mental. Eu lhes dou meu consentimento! Eu só quero ir para casa!
— Eu tenho uma ideia melhor. — Então diz Marina, pegando-me de surpresa. — Se você é mesmo de outro mundo... Então seus Pokémon e suas técnicas de combate devem ser no mínimo "exóticas". Se você DERROTAR todos estes 6 treinadores aqui, em uma batalha, então você poderá ir.
— O QUE?! — Exclama Satoshi, triste por não poder me incendiar. — Mas você está louca, Professora? E se ela estiver mentindo? E se ela for MESMO uma das comparsas de Shinjuku Jack estiver tentando nos manipular? O nosso grupo... A "Sociedade"... Não foi criado justamente para ISSO? Para combater os crimes deste infeliz?
E parece que Satoko concorda:
— Como poderemos deixar uma peça tão valiosa no nosso quebra-cabeças simplesmente escapar?
— Eu sei, eu sei que eu recrutei todos vocês com a intenção de que me ajudassem a capturar o TIRANO e sei também que esta sujeita foi encontrada JUNTO a um dos maiores suspeitos nesta investigação, Mitei juuni, o Pokémon de Shinjuku Jack, mas acho que devemos dar a ela o benefício da dúvida... O que ela está afirmando é algo fantástico. Uma pessoa advinda de outra dimensão... Bom, se ela estiver mentindo, então ficará evidente na batalha. E se ela tentar qualquer coisinha, somos sete e ela, uma só. Ela não vai conseguir fugir, mesmo que eu devolva todas as pokébolas que tirei de seu bolso. Portanto, posso dizer que é seguro deixá-la provar seu ponto através de uma partida. Afinal, se ela for inocente, então não a teremos feito passar pela experiência de uma varredura ment... — ela deu uma pausa na fala e então eu senti que Marina já havia passado por um procedimento psíquico, por isso, ela não queria submeter outra pessoa à tal situação torturante. — Quero dizer... Se ela for MESMO inocente, poderá nos processar por temos a feito passar pela sondagem invasiva.
Então era isso? Novamente, fui reduzida a uma questão meramente monetária. Pelo menos dessa vez o medo de levar um processinho me salvou da tortura.
— Mas, Professora--
Satoshi então tenta contestar sua superiora Marina, mas é interrompido.
— PSIU! Eu tomei minha decisão. Como líder da Sociedade, eu deixarei que esta mulher batalhe contra cada um de vocês para que prove sua inocência ou sua culpa. Esta é minha PALAVRA FINAL.
Fui levada para a área externa do Laboratório, um local que eu conhecia como a palma da minha mão, afinal, em MEU mundo, aquele era o meu local de trabalho. Mas ali, naquela dimensão que eu sequer sabia como havia ido parar, o lugar parecia vazio, sem vida. Não havia uma alma viva sequer naquela planície, os Pokémon pareciam estar anormalmente recolhidos.
Ali, sobre a grama verde que outrora era florida, fui forçada a batalhar contra cada um dos seis treinadores que compunham a tal "Sociedade Pokémon". Eu não sei como eu poderia sair daquela situação de extremo mal-entendido, mas eu PRECISAVA dar tudo de mim naquelas batalhas... Afinal de contas, eu não perderia contra treinadores novatos, certo? Certo, mas o problema não era simplesmente vencer. Eu tinha a impressão que estava sendo julgada pelo quão bem eu me relacionava com os Pokémon e quanto do meu coração eu colocava em batalha. Então uma simples vitória não garantiria que eu me livrasse das algemas. Não. Eu precisava ir além. Precisava TOCÁ-LOS de alguma maneira, eu só não sabia como...
O primeiro que veio até mim com o ímpeto de batalhar foi Ray, a versão alternativa de Elio Sunstar, e seu recém escolhido Pokémon Inicial Cyndaquil, ou melhor... Igaroo.
— Vamos lá, Marill! Quero que dê tudo de si nessa partida!
— A Crystal me escolheu para uma batalha? Eu não credito! Não acredito!! *--* Eu amo batalhar! Amo batalhar! — Marill estava empolgadíssimo com aquela batalha. Havia anos que eu não o colocava para lutar, afinal eu própria não saía mais, só ficava o dia todo no Laboratório e alternando entre minha casa e a Universidade de Celadon, onde fica a base da Associação. Parece que mesmo com tanto tempo se passando, ele continuava a ter personalidade irritante de minha mãe.
Muito embora eu estivesse em posição de batalha, minhas mãos permaneciam algemadas e isso fazia com que eu me sentisse em uma posição inferior. Afinal, eu ainda estava correndo perigo. Aquele psicopata do Red, digo... "Satoshi", queria atear fogo em mim! Mas eu não podia deixar que minhas emoções me controlassem. Eu sabia que se eu queria ter o controle de meus poderes, eu precisava manter a calma e me concentrar, caso contrário, eu poderia entrar em colapso.
— Vamos começar! — Brada então Ray. — Igaroo, Investida!
O Pokémon que lembrava uma equidna, cheio de espinhos nas costas e um nariz pontudo começa a correr em direção a Marill, utilizando seu próprio corpo para causar impacto e infligir danos.
— Marill, evasiva!
Seguindo meus comandos, Marill salta para longe de Igaroo, mas ao fazê-lo, o pequeno roedor de corpo rechonchudo tropeça na própria cauda e acaba caindo em uma poça de lama que havia por ali...
— Aaaaaagh! Que nojo! Que nojoooo! x--x — Marill se contorcia, com nojinho da sujeira. Ele tinha dessas, não gostava que nada o sujasse e eu SABIA que isso poderia acabar com a batalha se continuasse acontecendo.
— Oh, oh! — Foi tudo o que eu consegui dizer enquanto pensava em alguma coisa para acalmar Marill. Mas Ray não estava nem aí. Em primeiro lugar, ele não ouvia os Pokémon, o que fazia com que ele não tivesse ideia alguma do asco que Marill sentia por sujeira, e em segundo lugar, mesmo que soubesse, ele não ligava. Ele queria vencer aquela partida, pois achava que eu era cúmplice desse tal "Shinjuku Jack", seja lá quem for...
— Marill, preste atenção. — Disse eu mentalmente, comunicando meus pensamentos através de telepatia. — Eu fui presa injustamente. Esse pessoal pensa que eu sou do mal. Eu preciso da sua ajuda para escapar. Por favor, limpe-se com o seu Revólver d'Água e continue batalhando! Por favor! Eu nunca te pedi nada!
Marill olhou para as minhas mãos e finalmente percebeu que eu estava algemada. Ele percebeu que aquela era uma luta séria. Mas ao mesmo tempo, ele tinha que lutar contra os próprios demônios e expulsar o nojinho que sentia por sujeira.
O Tipo Água, então, começou a espirrar água para cima, limpando a si próprio com eficácia, para seu alívio. Ray, que não estava entendo bulhufas, me questiona:
— Ao invés de me atacar, o seu Pokémon está preocupado com a beleza?!
— Você não entenderia... — Respondi.
Enquanto isso, eu estava tão absorta na batalha que acabei não percebendo, mas Marina estava falando alguma coisa com os demais membros da associação.
— Ela disse que aquele Pokémon AZUL se chama Marill? — Pergunta Marina, incrédula.
— É, foi isso o que eu ouvi. — Confirma Satoshi.
— Mas ele lembra muito um Mariru... — Marina faz uma conexão instantânea entre Marill e Mariru, sua versão daquele mundo. — Só que os Mariru são Rosa!
— Vai ver ele é um Mariru Shiny! — Cochicha Gloria.
— É, eu já ouvi falar que os Mariru Shiny são Azuis! — Continua Satoko.
— Não... Tem algo a mais. — Graças a Arceus, Marina tinha um olhar de Professora Pokémon. Ela sabia que Marill e Mariru tinham muito mais diferenças entre si do que apenas a cor. Em meu mundo, Marill sofreu a influência da névoa misteriosa que cobriu o globo em 2012 e transformou-se em um tipo Fada. Já o tal Mariru permanecia do tipo Água puro. Isso, por si só, não bastava. Eram características que não eram visíveis para serem notadas, mas havia diferenças externas também que a vista aprimorada de uma pesquisadora Pokémon experiente como Marina, era capaz de notar. Ela continuou sua insinuação, dizendo: — A cauda do Pokémon dela é em formato de ziguezague, enquanto os Mariru tem o rabinho reto. Além disso, as orelhas são muito menores e mais perfeitamente redondas do que as orelhas dos Mariru...
— Está nos dizendo que este realmente é um Pokémon de outra dimensão? — Pergunta Ailey.
— Eu não sei. Pode ser apenas uma forma regional da qual não temos conhecimento. Precisamos continuar observando a batalha e como ela e seus Pokémon se portam diante do adversário. — Concluiu Marina.
Enquanto isso, em campo, Marill seguia enojado.
— Eu mereço um SPA depois disso! — disse ele, sentindo-se grudento mesmo após ter espirrado água em si próprio para limpar o barro.
— No SPA as pessoas tomam banho de lama, sabia?! — Disse eu a ele, mentalmente.
— ECA! Então eu não quero mais! — Marill era um Pokémonzinho difícil, nem tudo era do seu agrado. Nesse momento, eu me perguntei por que eu não trouxe uma das feras lendárias comigo... Mas agora era tarde.
— Ataque Veloz! — Berrou Ray, e então, Igaroo, o Cyndaquil de Gelo, partiu para cima de Marill, atirando raios em forma de estrela no Pokémon adversário e causando dano a ele.
— MARILL! — Gritei, preocupada, após o Pokémon ser mandado rolando para longe, com a força do impacto.
Marill agora estava coberto por grama e sujo pra cacete! Eu nunca havia visto um semblante tão furioso em seus olhos.
— AGORA VOCÊ ME PAGA!! — Disse ele, mentalmente.
— Marill, espera aí! — Intervim. Eu não podia deixar que ele descesse a porrada em Igaroo. Não se eu queria convencê-los de que eu era uma boa pessoa. Então dei uma mentidinha para Marill, na tentativa de manipulá-lo.
— O que foi? — Perguntou Marill, furioso.
— Você acabou de ser HUMILHADO pelo oponente. Ele te deixou imundo! — disse eu, fomentando a raiva de Marill. — Mas você pode humilhá-lo ainda MAIS! — Menti. — Que tal se, ao invés de atacá-lo, você faça cócegas nele?
— Cócegas? — Perguntou Marill, via telepatia.
— É. — Continuei, fomentando a ideia. — Se você fizer com que ele sinta muita, mas muita vontade de rir, ele irá se mijar na frente de todo mundo, e então, você terá sua vingança!
Marill me olhou como se eu fosse uma gênia! Ele ADOROU a ideia. E então, foi isso mesmo o que ele fez. Marill avançou em direção a Igaroo e o atacou com a cauda em formato de raio, envolvendo-a debaixo dos bracinhos do Pokémon adversário, bem na região do sovaco, fazendo cócegas.
— GYAHAHAHAHAHAHAH!
Igaroo começou a rir descontroladamente. Marill estava tentando fazê-lo se mijar e eu só queria incapacitá-lo de batalhar sem ser violenta contra um Pokémon que recém conheceu seu treinador. Eu não queria ser vista como uma tirana. Eu só queria vencer de forma justa.
— É isso. — Declarei em alto e bom tom para que todos pudessem me ouvir. — Igaroo não pode mais batalhar. A vitória é minha.
Ray ficou me olhando boquiaberto diante da patacoada causada por Marill. Seu Pokémon não parava de rir. Marill estava determinado a fazê-lo se mijar, e não havia nada que parasse Igaroo de seu ataque de risos.
— Acho que ela tem razão. — Disse então Satoko, a versão de Leaf Green desta dimensão. — Sai pra lá, Ray. Deixa comigo e a Kurusu!
Consternado, Ray puxou Igaroo de volta à sua pokébola, apenas para o ódio de Marill, que queria vê-lo mijar-se nas calças, e então Satoko assumiu seu lugar na partida, colocando-se em posição ofensiva contra mim.
A primeira coisa que eu fiz foi recolher Marill de volta à pokébola e em seu lugar eu chamei Jigglypuff, que por mais que não fosse o meu melhor Pokémon, pelo menos não era nojento como o anterior.
— Kurusu, Mordida! Vai!
O Pokémon que lembrava uma versão bebê de Lapras e aparentemente incapaz de se mover com velocidade sobre a terra de repente me surpreende. Ao dar um salto, ele consegue propelir o próprio corpo em direção ao Jigglypuff adversário e cravar suas presas em torno dele. Jigglypuff gemeu e eu pude sentir que ele estava desconfortável devido ao nosso elo psíquico. Mas eu tive uma ideia:
— Jigglypuff, use sua suspensão para "crescer" e ficar grande demais para que Kurusu o abocanhe!
— É pra já! — Disse-me ele.
Jigglypuff então começou a inflar seu próprio corpo de tal modo que ele ficou o dobro, o triplo, o quádruplo, o QUÍNTUPLO de seu tamanho habitual. Com isso, sua densidade corporal baixa e ele passa a flutuar, ficando mais leve que o próprio ar. Kurusu então cai de boca no chão, finalmente o soltando.
— Bem feito! — Praguejou Jigglypuff ao ver a infeliz queda de seu adversário.
Ao mesmo tempo, Marina fazia alguns apontamentos, observando o quão estranho Jigglypuff era (para ela):
— Eu nunca vi esse Pokémon antes! — disse Marina. — Ele se parece muito com uma Barunda, mas a face é muito mais complexa e elaborada. Barunda é tem feições simples, talvez um dos mais simples organismos que atendem pelo título de Pokémon.
— Então ESSE é um Pokémon de outra dimensão? — Questiona Gloria.
— Eu não sei, Gloria. Eu não sei. — Continua Marina, que a essas alturas do campeonato, já estava começando a achar que eu era MESMO de outro planeta/dimensão. — Temos que continuar observando.
— Kurusu, ataque com o Revolver d'Água! — Ordenou Satoko, enquanto isso. Se com a Mordida, Kurusu poderia atacar de perto, com o Revolver d'Água, ele poderia atacar à distância. Foi isso o que ela pensou quando ordenou que seu Pokémon Inicial encharcasse Jigglypuff com um jato de água pressurizada.
— Jigglypuff, vamos acabar com isso de maneira pacífica. — disse eu. — Use sua Canção de Ninar e coloque seu oponente para dormir!
— Mas eu não gosto que as pessoas durmam quando ouvem a minha Canção! — Reclamou ele, rabugento.
— Eu sei, eu sei, meu amor. Mas esta é uma questão de vida ou morte. Por favor, faça o que eu digo.
Diferentemente de Marill, Jigglypuff era mais fácil de lidar. Foi só eu pedir com carinho que ele começou a entoar sua clássica melodia que fazia os olhos de Kurusu pesarem instantaneamente...
— J ♪ i ♫ g ♪ g ♫ l ♪ y ♫ p ♪ u ♫ f ♪ f ♫
Mas não apenas Kurusu foi afetado pelas ondas sonoras tranquilizantes. Parece que sua treinadora, Satoko, também.
— A vitória é minha! — Declarei, me sobressaindo sobre o segundo treinador sem utilizar violência. Mas eu não fazia ideia de por quanto tempo era possível continuar vencendo dessa maneira.
Satoshi, Gloria, Ailey e Ray se uniram para erguerem o corpo desacordado de Satoko e a levaram de volta para o banco. Enquanto isso, em seu lugar, Jimmy, que estava longe de ser o meu amado Gold, assume a posição de batalha.
Contra o Totodile modificado de Jimmy, recolhi Jigglypuff e escolhi Girafarig como minha próxima parceira. No passado, Girafarig pertencera à cruel membro da Equipe Rocket e Líder de Ginásio de Saffron, Sabrina, mas após estabelecer uma conexão mental comigo, ela escolheu ser minha parceira.
Ao contrário de Marill e Jigglypuff, no entanto, eu não fazia ideia de como tornar aquela batalha em algo soft com Girafarig. Enquanto eu pensava, Jimmy não deu trégua e atacou com seu Totodile que mais lembrava uma versão em miniatura de Feraligatr.
Enquanto isso...
— Oh! — Marina arqueou a sobrancelha, pasma. — Eu tenho CERTEZA que aquilo ali é um Kirinriki! — disse ela, para os demais membros da Sociedade, que a acompanhavam.
— Mas um Kirinriki possui outra cabeça na parte traseira, não possui? — Perguntou Gloria, que conhecia o Pokémon o qual Marina se referia.
— Sim. — disse a Professora, analisando Girafarig de cabo a rabo (literalmente). — Mas o Pokémon que aquela mulher está usando para lutar também possui outra cabeça, só que menor... Esférica.
— Então é um Pokémon de outra dimensão? — Questiona Satoshi.
— Eu já disse... Podem ser variações regionais de lugares extremos do mundo o qual ainda não estamos habituados. Não podemos tirar conclusões precipitadas! — disse Marina.
— Aff. Eu sou muito mais a favor de tacarmos fogo nessa lambisgoia e pegarmos o dinheiro da recompensa... — Bufou Satoshi.
Enquanto isso, a batalha se desenvolvia com agilidade. Parece que o Totodile era mesmo um Pokémon veloz.
— Talho, agora! — Ordenou Jimmy, e Totodile partiu para cima de Girafarig, fincando-lhe as unhas e causando um acerto crítico.
Girafarig estremeceu diante do corte e imediatamente me questionou por que eu não a estava dando ordens:
— Girafarig, por favor, leia minha mente. — disse eu para ela, através de nosso elo telepático. — Eu preciso que esse pessoal acredite em mim. Preciso que eles entendam toda a verdade.
Utilizando seus poderes psíquicos, foi fácil para Girafarig fazer uma varredura nos acontecimentos dos dois últimos dias guardados em minha memória. Ela me viu indo para Ilex Forest sozinha, sendo teletransportada para Deus-sabe-onde e depois sendo acusada injustamente de me associar a um bandido.
— Santo Arceus! — Exclamou ela. — O que podemos fazer?!
— Eu não sei... Confesso que estou começando a ficar sem ideias...
— Deixe comigo. — Disse-me Girafarig. — Acho que eu tive uma ideia.
Meu Pokémon, de tipos Normal e Psíquico, então usa seu poder da Confusão para não apenas causar danos em Totodile, mas deixá-lo lelé da cuca. O golpe foi usado com intensidade mínima, a intenção não era derrotá-lo brutalmente, mas apenas acalmá-lo.
— Totodile, não pare de atacar! Use Vento Congelante! Depressa!
Mesmo confuso, Totodile ainda podia abrir sua bocarra e soprar um vento gelado, capaz de congelar as antenas de Girafarig. Mas minha parceira de longa data não se deixou abalar. Ela se aproximou de Totodile e com seu pescoço alongado gentilmente o colocou sobre suas costas. Ao por Totodile em cima de si, Girafarig começou a usar a Agilidade para lá e para cá, correndo com o Pokémon em suas costas.
Como Totodile já estava confuso, aquele lhe pareceu um passeio de cavalinho, e quanto mais Girafarig galopava, mais ele se divertia. Ele até se esqueceu da batalha e parou de obedecer Jimmy, seu treinador.
Bingo! Mais uma vitória sem precisar usar da força bruta.
— Deixa comigo, pessoal! Eu vou extrair todas as informações dessa comparsa de Shinjuku Jack! — Disse então Ailey, a versão de Selene Moonstar daquela realidade, que assumiu o lugar de Jimmy na batalha. — Chikorino, é com você!
Recolhi Girafarig de volta à pokébola, mas não sem antes agradecê-la por tudo. Em seu lugar, mandei Little Miss, a Misdreavus que outrora pertencera ao Líder de Ginásio Morty, mas que foi me dada de bom grado pelo Líder.
— Este Pokémon eu não conheço. — disse Marina, muito observadora. — Certamente parece com o Muumaou, da Região de Nōsu, mas é menor e tem outras cores e formatos, quase como se fosse... Uma PRÉ-EVOLUÇÃO que não existe em nosso mundo!
— Little Miss, eu sei que você gosta de cantar, então, por favor, me dê uma mãozinha. Use sua Canção do Perecer.
— Opa! É pra já! ♪♫♪♫♪♫♪♫
Misdreavus tomou fôlego e então começou a entoar sua Canção Fantasmagórica, que apesar de ser um movimento ofensivo, lhe fazia mais mal do que bem. Isso porque todos os Pokémon em campo que escutassem a Canção do Perecer estavam fadados a serem nocauteados misteriosamente em poucos turnos, pelo efeito tardio da música amaldiçoada... Mas como Little Miss adorava soltar a voz, ela não parecia se importar com isso. De fato, sendo um Tipo Fantasma, ela ADORAVA essas coisas mórbidas.
— Ótimo, Little Miss. — disse eu, telepaticamente. — Agora fique paradinha, apenas desviando-se dos ataques do oponente, enquanto espera o efeito da Canção!
Misdreavus me obedeceu e fez exatamente como eu mandei.
Enquanto Chikorino atacava com múltiplos golpes, começando com o Chicote de Vinha, depois passando por várias sequências de Folhas Navalha e culminando finalmente em um poderoso Raio Solar, Little Miss simplesmente se desviava de todos eles flutuando elegantemente no ar, como uma bailarina nata.
No fim das contas, minha Pokémon era uma diva injustiçada e se sacrificou para ter a vitória em combate. Assim que ela caiu, Chikorino, o Chikorito amarelo, também foi ao chão. Esta foi a primeira vitória DE FATO que eu tive naquelas lutas, mas ainda assim, não foi algo violento. Foi mais para uma performance fantasmagórica do que uma batalha.
Assim que Ailey deixou o campo de batalhas, totalmente frustrada por sua derrota (ela deve ter achado que eu estava brincando com a cara dela, e de fato, estava), Satoshi, a versão psicopata do Red, assumiu o seu lugar.
Contra Honooguma, o Teddiursa flamejante, saquei Arcanine, outro tipo Fogo. Eu sabia que Arcanine era um Pokémon vaidoso e cheio de si, que fazia de tudo para proteger sua belíssima pelagem (e eu não o julgava, eu também tinha um amor incondicional pelo meu cabelo).
Mas Red, quer dizer... Satoshi, era um projetinho de "pescotapa" e queria me incinerar viva. Literalmente. Ele até tentou mirar o fogo de Honooguma em minha direção, mas Arcanine não deixou, é claro.
— Arranhão, depressa! — Ordenou ele. E Honooguma avançou em direção a Arcanine com suas unhas, arrancando uma boa quantidade de fios de seu pelo no processo.
— SEU DESGRAÇADO! — Gritou Arcanine! — Se eu quisesse um corte Furfrou, eu teria ido a um salão!!! Crystal, pare essa criatura! Entre na mente dele e o faça ficar doidão!
Arcanine estava me pedindo para usar meus poderes telepáticos e controlar Honooguma. Eu nunca fiz isso antes e nem pretendia. Mas de qualquer forma, isso parecia impossível, porque os Pokémon daquela dimensão... Não pareciam emitir nenhum pensamento na mesma frequência que os meus. Eu não conseguia ler suas vozes em minha cabeça. Era como se eles fossem "mudos" ou simplesmente como eu via todos os outros Pokémon, exceto Meganium, antes de Sabrina desbloquear minha telepatia por completo.
— Continue com a Roda de Fogo! — Gritou Satoshi. Ordenei que Arcanine fizesse o mesmo.
Os golpes então colidiram no ar e causaram uma enorme explosão que deixou ambos os Pokémon com os pelos carbonizados, para o HORROR de Arcanine.
— Aaaaai! Eu não quero mais lutar!!! — Reclamou Arcanine, com os olhos cheios de lágrimas.
— E nem precisa! — disse eu. — Olhe! Parece que Honooguma adora seus pelos tanto quanto você!
Era verdade, Honooguma estava chorando porque agora parecia um pequeno carvãozinho ambulante. Por mais que fosse do tipo Fogo, ele não curtia se queimar, então deixou Satoshi em uma saia justa, desistindo da partida tanto quanto Arcanine... Covardes! Ainda bem, não é? Isso me salvou a pele.
Enquanto isso, Marina observava Arcanine com atenção...
— Existem Arcanine também em nosso mundo, e eles são basicamente iguais ao que esta mulher está usando em batalha. No entanto, se ela é uma discípula de Shinjuku Jack, ela não deveria estar usando um "Uingu" ao invés de Arcanine? A versão distópica e amaldiçoada do Pokémon de Fogo?
— Isso é uma PROVA a favor dela? — Pergunta Ray.
— Não sei, mas a julgar pelo jeito como ela batalha, talvez estejamos diante de uma história verdadeira, rapazes... — Marina estava quase decidida, mas ela não poderia arriscar. Ela tinha que ter CERTEZA de que eu era do bem para me liberar, e não me soltaria a menos que a minha história fosse 100% confirmada.
Com o fim da partida contra Satoshi, então... Gloria, a última treinadora que eu ainda não havia desafiado, colocou-se em posição de combate contra mim, usando Happa, sua Chikorita. Esta, diferentemente de Chikorino, era verde, tal e qual uma Chikorita de meu mundo. De fato, tudo era igual, exceto seu nome e movimentos.
Só me restou lutar usando Meganium, o Pokémon mais forte naquela equipe e com quem eu tinha maior afinidade, embora eu e ela nos bicássemos de vez em quando. Meganium era um Pokémon especial, que voltou à vida recentemente após ter se sacrificado para salvar o mundo da ameaça de Hoopa. Mas na Região de Lental, graças ao poder das Crystablooms, flores especiais que dão aos Pokémon de lá um brilho único, transformando-os em "Pokémon Illumina".
Então, ao emergir da Pokébola, Meganium solta todo o seu brilho, com padrões únicos se destacando sobre sua pele encouraçada.
— Uaaau! — Exclama Gloria, impressionada com a beleza do Fenômeno Illumina.
Marina, assistindo de longe, torna a mencionar o fato de que o padrão floral de Meganium era diferente do de "Hanaryuu", como chamavam a espécie neste mundo.
— Além disso — Observou ela —, esse brilho é muito, muito estranho... Belo, porém estranho.
— Vamos ver do que ela é capaz em batalha! — disse então Satoshi, que estava P da vida por Honooguma ter desistido de batalhar.
— É, vamos observar. — Concordou Marina.
No campo de batalhas, eu estava convencida de que Meganium era o Pokémon que mais me ajudaria a vencer facilmente, isto porque ela é dona de um aroma inigualável, capaz de acalmar o espírito de luta de qualquer valentão. Então, eu ia ordenar que ela fizesse isso, mas Meganium estava muito, muito preocupada comigo.
— Crystal! Graças a Arceus! Eu estive tão preocupada! Essa gente te tirou de mim! Você está bem? Eles fizeram alguma coisa com você?! — Perguntou minha amada Pokémon Inicial, telepaticamente.
— Eu estou bem. Tirando essas algemas, que estão me matando! — Mostrei meus braços a ela, os punhos já estavam totalmente vermelhos por conta do aperto causado pelo metal.
— Oh, não! — Meganium estava verdadeiramente preocupada. Ela está se esqueceu que antes de tudo isso acontecer, eu e ela estávamos meio que de mal uma com a outra. E graças à nossa conversa, ela nem percebeu que Happa vinha avançando com tudo com uma Investida.
A pobre Happa bateu com tudo em Meganium, mas nem sequer a moveu do lugar. Meganium apenas olhou a pequena Pokémon de cima para baixo e me perguntou:
— O que é isso?
— Então... Eu preciso da sua ajuda, Meganium. Use seu efeito calmante e encerre essa batalha sem violência.
— É pra já! — disse ela, então exalando sua fragrância exageradamente doce, mas a tentativa parece ter sido falha, Happa continuava em uma posição ofensiva, frustradíssima por não ter conseguido emplacar dano com sua Investida.
— Oh, oh! Eu não contava com isso! — disse eu, em voz alta.
— Talvez por sermos da mesma espécie, isso não funcione com ela. — Mencionou Meganium, fazendo uma boa observação.
— É, tem razão.
Enquanto isso, Gloria continuava tentando me derrotar. Não sei qual a justificativa para isso, visto que eu consegui esnobar todos os seus colegas sem precisar usar da violência, e ainda mais que ela estava batalhando contra um Pokémon que tinha dezenas de vezes o tamanho da pequena Happa, mas ela insistia. Queria ser a vitoriosa dentre os jovens membros da "Sociedade".
— Semente Sanguessuga! — Bradou ela.
— Tsc! — Subestimei. — Esse ataque não funciona contra Pokémon de Tipo Planta!
Mas eu estava errada. Happa soltou três sementes que se grudaram a Meganium, criando pequenas plantinhas que funcionavam como uma praga...
...drenando um pouco da força vital da Pokémon ao final de cada turno.
— Parece que as coisas funcionam diferente por aqui! — disse eu, boquiaberta, ainda sem acreditar que Meganium estava sendo vítima de um ataque a qual ela deveria ser completamente imune.
E Gloria continuou a ofensiva, sem nunca parar de atacar. Meganium sabia que era INJUSTO batalhar contra sua pré-pré-evolução, então apenas aceitou de bom grado que levaria uma SURRA de Happa de graça, sem revidar.
— Folha Navalha!
Happa segue atacando e acerta Meganium com suas folhas afiadas. Minha Pokémon Inicial, no entanto, tem uma ideia:
— E se eu tentar falar com ela? Nossa espécie não costuma gostar de combates... Talvez ela se acalme!
— Boa ideia! — disse eu — Eu não consigo ler os pensamentos dela, nem de nenhum outro Pokémon aqui. Talvez você consiga se comunicar com ela se vocalizar diretamente.
— Vou tentar. — disse Meganium, via telepatia.
Ela então começou a emitir sons que uma Meganium normalmente emite, pela boca mesmo, tentando conversar com Happa.
— Mega, Mega! Meganium!
Mas Happa não parecia entender bulhufas!
— Oh, oh! Acho que ela fala outro dialeto! — disse-me Meganium.
— Que droga! Como vamos pará-las? Eu preciso provar minha inocência, não posso sair atacando-as!
— Que tal se... Que tal se eu mirar minha fragrância na TREINADORA ao invés de na Pokémon? Assim, ela pode comandar que essa "Chikorita" pare de atacar e fim de luta.
— Hã? — Surpreendi-me com a proposta de Meganium. Aquela parecia uma boa ideia, a princípio, mas depois alguns segundos refletindo, dei-me por conta que não. — Eu não quero parecer maligna direcionando ataques contra HUMANOS!
— Você não vai parecer maligna! — Disse-me então Meganium. — Afinal, meu aroma não é um golpe e eu não estarei ferindo ninguém, apenas acalmando o espírito de luta dela!
— É, talvez essa seja nossa última alternativa. — disse eu, reconsiderando. — Faça isso, Meganium. Seja o que Arceus quiser!
Então, em um último esforço para conter a debandada de ataques que Gloria e Happa estavam mandando em sua direção, Meganium exala seu perfume fortemente adocicado na direção da treinadora, que imediatamente inala a fragrância e começa a se sentir... Bem... Como eu posso dizer? ... "Chapada".
— Happa, paz e amor, mulher! Pare de atacar! — disse Gloria, finalmente desistindo de batalhar e cessando a partida.
— Deu certo! Deu certo! — Comemorou Meganium, feliz da vida que seu plano tinha funcionado. Mas eu não tinha tanta certeza. Eu estava me cagando de medo. E se mesmo assim, aquilo ainda não houvesse sido o suficiente para que acreditassem em mim? E se ainda assim quisessem atear fogo em meu corpo?
Gloria então recolheu Happa de volta à sua cápsula e se recolheu junto aos demais treinadores novatos da Sociedade. Foi então que a própria Professora Marina se aproximou de mim, com uma pokébola em mãos e disse:
— Último teste antes da sua execução, morena. Batalhe COMIGO!
A Líder da Sociedade colocou-se diante de mim e ela tinha um olhar determinado. Eu nunca pensei que me sentiria tão estranha quanto me senti naquele momento. Eu estava diante de MIM MESMA, batalhando COMIGO MESMA, e esta louca de medo de PERDER. Era estranho... E ao mesmo tempo, muito, muito desconfortável. Eu só queria que tudo aquilo acabasse e eu pudesse ir pra casa, ou, ao menos, que eu pudesse tirar aquelas malditas algemas que estavam me incomodando.
— Sui, eu escolho você! — disse Marina, arremessando uma pokébola para o alto e soltando o que à primeira vista me lembrou Suicune, mas depois me pareceu mais uma fusão entre Vaporeon e Ponyta.
— Uaaau! Ela tem um Pokémon Legendário! — Exclamou Ailey, surpresa com a escolha de Marina. Então aquele era mesmo o "Suicune" daqui?
Bizarro.
— Vamos, ataque! — disse-me Marina, instigando que eu abrisse fogo contra o seu Pokémon de Água, o qual Meganium normalmente teria vantagem. Mas... Ela sabia que eu não queria brigar.
— Não. Por que não começa você? — Sugeri.
— Ótimo, se é assim... Sui, use Raio Congelante! — Marina me observou atentamente para ver minha reação quando Sui, seu Suicune de Chernobyl, começou a emitir rajadas criogênicas capazes de mandar Meganium para o espaço!
Tudo o que eu consegui pensar naquele momento, foi pedir para Meganium não atacar nem revidar... Nem ao menos se defender. Aquela era a única maneira de VENCER aquela batalha: Perdendo.
— Meganium, fique calma. Você já se sacrificou uma vez por mim. Eu jamais pensei que diria isso, mas por favor, sacrifique-se de novo!
— Você quer que eu congele?! — Berrou Meganium, dentro de minha cabeça.
— Por favor... — disse eu, sabendo que não havia outra saída.
Eu pensei que Meganium iria desistir, ainda mais depois de ter brigado comigo. Mas ela acatou meu pedido e fez como eu mandei. Ficou paradinha no lugar, apenas esperando o poderoso Raio de Gelo, que com a força de um Pokémon Legendário, a congelou e a nocauteou, exatamente como previsto.
— Desculpe Meganium... Por favor, me perdoe. Eu não queria que isso acontecesse, de verdade... — disse eu a ela, mentalmente, sentindo-me verdadeiramente mal por deixar que isso acontecesse.
Mas então, Marina Crystal, a Professora Pokémon que havia me prendido e me acusado injustamente, levantou a voz para que todos pudessem ouvir, pegando-os (e inclusive a mim) de surpresa:
— Está decidido: Ela está falando a verdade. Não é uma das aliadas de Shinjuku Jack!!
— Aaah... — Reclamou Red/Satoshi, que ainda queria por fogo em mim.
Eu me surpreendi, positivamente, com a resposta de Marina. Então eu realmente podia CONFIAR EM MIM MESMA!!!
— Obrigada, Marina. Obrigada. — disse eu, quase chorando.
— Eu consegui ouvir. — disse-me ela, então.
— Hã? Ouvir o que? — Perguntei, sem entender nada.
— Eu consegui ouvir você falando com a Hanaryuu... Digo, com a "Meganium". Consegui ouvir tudo em meus pensamentos. Você estava conversando telepaticamente com ela, não é?
— Sim, e com todos os meus outros Pokémon. — disse eu.
— Bom, eu só consegui escutar o que você disse para a Meganium... Pediu para que ela se sacrificasse para provar que você era inocente. Isso me convenceu. Um Pokémon aliado de Shinjuku Jack seria extremamente egoísta e jamais faria o que Meganium fez para você. Além disso... Seu time parece verdadeiramente alienígena para mim! Você é realmente EU, só que de outra dimensão. Eu acredito em você.
— Obrigada. Muito, muito, muito Obrigada. — Eu estava emocionada. Parece que aquele pesadelo estava finalmente chegando ao fim.
— Agora, deixe-me tirar essas algemas... Você vai precisar ter as mãos livres para lutar ao nosso lado contra aquele que desolou esse país!
Continua...
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