Algumas horas atrás...










Agora...
Chegar à Nabiki Beach não foi difícil...

Perguntamos informações a alguns turistas (que também relataram ter ouvido gritos) e logo estávamos passando por um pequeno portal numa parede de rochas.

Mas não sem que antes eu tenha pedido ajuda a um Taillow selvagem, capturando-o. Eu não sabia que tipos de desafio nos aguardavam no interior daquela caverna, mas se tem uma coisa que eu aprendi foi a sempre estar preparado em uma missão, capturando todos os Pokémon possíveis das áreas ao seu redor.
Aí estava: a Marine Cave de Almia. Não pude deixar de mencionar que na Região de Hoenn, de onde venho, tem uma localidade com o exato mesmo nome, um fato curioso. Assim que entramos, percebemos que o local era grande demais e que poderíamos acabar nos perdendo se não prestássemos atenção...
Mapa ripado por InMooseWeTrust (deviantArt)
Então, colocamos Kellyn para capturar um Pokémon que nos seria útil... Nosepass, um Pokémon bússola, cujo nariz vermelho em formato de seta está sempre apontando para o norte.
Desastrado como sempre, Kellyn errou ao manejar o Capture Styler e o disco traçou um círculo em torno de um Squirtle selvagem, capturando-o ao invés de Nosepass.
Mas estava tudo bem, porque Kellyn era um sortudo danado e suas trapalhadas no final sempre davam certo. Com o Squirtle ao seu lado, ele tornou a ir atrás de Nosepass, mas desta vez utilizou a Poké Assistência do tipo água pego por engano para imobilizar o tipo Pedra e assim, concluiu sua captura mais facilmente.
Mas uma boa visita a uma caverna não poderia se dar sem que fôssemos atacados por um indesejado bando de Zubats...

Mas Kellyn deu um jeito neles utilizando a assistência de Pachirisu, observando que movimentos do tipo Elétrico têm vantagem contra Pokémon do tipo Voador. Uma pena que, como o Kellyn é desastrado, todos nós acabamos levando choque...
Mas o problema estava resolvido!
Sem os Zubat em ação, pudemos avançar ainda mais para o interior da caverna, onde começamos a escutar alguns gritos, tal como o morador das proximidades havia relatado.




Independentemente já havíamos escutado aquela voz antes ou não, precisávamos continuar focados em chegar até a origem do som. Por isso, utilizamos de todos os meios disponíveis para remover os obstáculos no caminho. Pedi a Taillow que utilizasse seu Movimento de Campo Cortar para derrubar uma pequena cerca que impedia nossa passagem.
E Kellyn acabou utilizando nossa bússola Nosepass para abrir caminho através de uma rocha enorme que bloqueava o cruzamento, destruindo a pedra com o seu Field Move.
Até que finalmente chegamos à origem do pedido de ajuda...




Tento me aproximar do pequeno e dentuço Gible, estendendo-lhe a mão, mas Gible recua, com medo. Ele estava preso em uma galeria cuja saída havia sido bloqueada por pedras rígidas demais para que ele pudesse escavar através delas. E além disso, aquela parte da Marine Cave estava começando a inundar com o aumento da maré.
Mas não era uma aguinha quentinha para aproveitar no verão... Não. Era uma água extremamente gelada, resfriada ao máximo por aquelas paredes de pedra. E todos sabem que Gible é duplamente fraco a Gelo, portanto, aquilo deve tê-lo deixado em pânico.
E foi então que tudo começou a ficar estranho.
Gible energizou seu punho direito e veio com tudo em minha direção, desferindo um soco em meu rosto.
A última coisa de que eu me lembro foram os gritos de de Kellyn e Kate, desesperados...


A partir daí, minha consciência foi para outro lugar... distante... quase inalcançável... um lugar de uma paz inefável, além da compreensão humana. Eu me via no mar. Novamente no mar. Sempre no mar.
E foi então que eu senti uma presença extremamente familiar a me aquecer... Uma luz brilhante surgiu bem à minha frente, iluminando o interior do oceano. Quando a luz se dissipou, um ser pequeno e cintilante estava parado, fitando-me com um sorriso no rosto. Esfreguei os olhos, sem acreditar no que estava vendo.





Lembrei-me do ataque especial de Manaphy, que me permitiu assumir minha verdadeira forma no passado.





Quando Manaphy disse aquilo, lembrei-me de tudo o que aconteceu com o Go-Rock Squad e a revolução violenta que eles queriam instaurar. No fim das contas, eu percebi que concordava com os objetivos dos mesmos, só não concordava com o método...

Huh... Você faz perguntas demais, meu jovem. E eu entendo. Eu também sempre fui muito questionador. É por isso que eu questiono tanto a União Ranger como um todo. Afinal... Se ele é um sistema tão bom assim, porque é que tantos Rangers foram obrigados a se mudar para outras regiões, onde as pokébolas são permitidas...?
Que Regiões? Eu nunca ouvi falar disso...
Ora... É claro! Porque aqui em Fiore é proibido falar disso! Kanto e Hoenn são o maior exemplo de regiões para onde os Rangers antigos, os que usavam pokébolas, imigraram! Ao acaso você nunca viu alguns treinadores utilizando roupas laranjas, geralmente com um chapéu ou uma boina e carregando uma corda? A maioria deles utiliza Pokémon do tipo Planta e carregam consigo sempre berries e itens de cura que são compartilhados com aqueles que os derrotam.
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Já...
Pois é... Eles são RANGERS também. Na verdade, são os Rangers que anteriormente vivam em Fiore (ou os filhos deles), e que foram obrigados a sair da região por não concordarem com a extinção das pokébolas. Quase metade da Região foi abrigada a se mudar. Por isso, Fiore hoje é tão pequena...
Meu pai...
Diga-me: Com quantas pessoas que NÃO SÃO Rangers você conservou desde que chegou aqui, oh novato?
Ahn... Eu... Não sei.
Tentei contar, mas não pude me lembrar de ninguém. Sério mesmo. Teve a Oficial Jenny e a Enfermeira Joy, mas elas também trabalhavam para os Rangers. Será que eu estava começando a concordar com o Esquadrão Go-Rock?Se tivesse conversado, você saberia...
Mas você também Ranger, não é, Aria? *Ou pelo menos, era*
Infiltrada, é claro. Palhaço.
Mas por que isso não se resolve de maneira pacífica? Por que vocês não levam as suas reclamações e os argumentos que a sustentam para um debate democrático?
E por acaso nós, que não concordamos com o sistema, temos alguma abertura para mudá-lo senão através de uma revolução? Não. Porque quem está no poder, não quer sair. Quem está no poder, não quer ver a classe dominada dominando. Porque não é vantajoso... Então não há debate. Simples assim.
...
Escute, jovem: A ideia de um "Ranger" (Guarda ou Patrulheiro Pokémon) é antiga. As civilizações que nos precederam construíram esse templo ao lado dos Pokémon, em uma época na qual as pokébolas ou qualquer outro dispositivo de captura ainda não existiam. Os povos antigos que habitaram Fiore foram precursores na relação humano x Pokémon, tendo utilizado as habilidades dos Pokémon Selvagens que viviam na natureza para construir sua sociedade. Foi a partir destes costumes antigos que surgiu a ideia de alguém que captura um Pokémon selvagem e logo após usá-lo, descarta-o na natureza. Mas isso só funciona se utilizado de maneira amigável, para fins amigáveis. E não como Hastings planeja: para manter o povo comum afastado dos Pokémon, sem a possibilidade de capturá-los e mantê-los sempre por perto, como nas Regiões que possuem Liga Pokémon, como Kanto, Johto, Hoenn ou Sinnoh... Isto porque um ser humano que não tem um Pokémon ao seu lado é indefeso. É controlável. Manipulável. E é isso o que eles querem. Mas eu discordo disso. Quero reivindicar a liberdade do povo!
A sociedade com pokébolas é mais livre para os humanos, e menos para os Pokémon...
Você já andou de carro? Pois o carro é como uma pokébola. Uma cápsula a qual entramos para sermos transportados. Além disso, um Pokémon não passa 100% do tempo enclausurado, somente quando se está em viagem, tal qual um humano em seu veículo, não é mesmo?
É, nisso eu concordo (...)


Manaphy começa a nadar pelo mar escuro em um rodopio, afastando-se de mim.

Manaphy vira para trás de novo, fitando-me nos olhos.

De repente, eu começo a imaginar os mares da Região de Almia e a imagem deles começa a se projetar através de minha consciência, como se os meus pensamentos se expandissem.
Em poucos segundos, estávamos em um oceano completamente distinto...


Ao falar nele, a paisagem muda novamente. Agora estávamos em águas mais profundas, de um azul muito mais intenso. Destroços de embarcações naufragadas pintavam o solo marinho, criando novos ambientes onde a vida pode prosperar.
Nesse momento, um próprio Wailord (Pokémon que dá nome àquele mar) passa em minha projeção mental, tornando o espaço ao nosso redor tão apertado...




Manaphy estava muito enigmático, como sempre... Por que não me falava tudo o que sabia, de uma vez?

Eu tento levar a mão para alcançá-lo, mas Manaphy se afasta rápido demais e tudo começa a ficar preto, até minha visão desaparecer completamente.
Acordei com a Enfermeira Joy da Ranger School enfiando uma lanterna em meus olhos para verificar a dilatação da pupila.




Fiquei surpreso. Três horas desde que eu havia apagado? Mas pareciam ter passado apenas cinco minutos. A dimensão dos sonhos era mesmo muito intrigante.
Virei o rosto lentamente (a pancada ainda doía) e pude perceber que ao lado esquerdo da Enfermeira Joy, uma Miltank que usava o Sino da Cura incessantemente, espalhando sua energia sobre mim.



Neste momento, então, irrompem na porta da enfermaria, ambos os meus colegas de missão...























Naquela noite, posei na Enfermaria da escola, enquanto Kellyn e Kate foram para seus respectivos dormitórios. Mas uma coisa não queria sair da minha cabeça... O que Manaphy me disse...
Os Pokémon também têm suas vidas e também têm seus objetivos, certo? Quero que se lembre disso.
O que será que aquilo significava?
Continua...
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