Pokémon Laços: Teal & Indigo 02: Um Ano Atrás... I


Parte 02
Um Ano Atrás... I

Sada apressou-se até a sala da Máquina do Tempo, e Liko foi atrás. Por sorte, o equipamento necessitava de isolamento acústico, então tudo o que acontecia dentro daquela sala, não podia ser ouvido do lado de fora. Além disso, a sorte estava a seu favor, porque os Trovonautas haviam "estacionado" sua aeronave bem em frente à sala. Bastava que Sada abrisse os portões e...

Voilà.

O dirigível já estava do lado de dentro.

A Professora então vira-se para Liko, que estava confiante no volante, pronta para a aventura.

"Você tem carteira de motorista?"

"Não."

"Você tem alguma noção de como pilotar isso?"

"Também não."

"Ótimo. Vamos ter que descobrir na viagem, então".

A Professora acionou várias aparelhagens que só ela parecia entender em um mar de fios e botões. Os motores rugiram. Geradores se acenderam e a máquina do tempo começou a ganhar vida. Sada preocupou-se. E se alguém ouvisse todo aquele barulhão? Mas ela tentou se acalmar dizendo para si mesma que aquelas paredes foram construídas para serem à prova de som, afinal, quando eles vieram estudar na Área Zero, eles não podiam interferir na vida dos Pokémon selvagens que aqui viviam, por isso, precisavam fazer o mínimo de barulho possível. 

"A primeira coisa que você precisa saber sobre a máquina do tempo é que... Bem, ela não é uma máquina do tempo. É uma máquina do Espaço-tempo". Começou a explanar, a Professora.

"Hã?"

Liko parecia não entender.

"Deixe-me explicar. A cada dia que passa, a Terra muda de lugar em relação ao espaço sideral, porque ela está orbitando o sol. Certo? Você pode pensar que no ano seguinte, no mesmo dia, a Terra volta para a exata mesma posição no Universo. Mas não é verdade, porque o sol não está parado em um único ponto. Ele também tem uma órbita, que leva muito mais tempo para ser completa. E mesmo assim, as estrelas ao seu redor também não estão paradas, elas estão "Migrando". Bem como a própria Via Láctea. Bem como o nosso aglomerado local. O próprio Universo está em constante expansão. Todas as estrelas estão se afastando, e à medida que fazem isso, afastam-se cada vez mais rápido. Isso quer dizer que, se nos locomovermos apenas no tempo, podemos acabar sendo teletransportados para o espaço vazio. Precisamos nos mover no tempo E no espaço, porque assim, podemos calcular a trajetória estimada da mudança da posição da Terra em relação ao Universo ao seu redor."

"E como se calcula isso?"

"Temos os computadores quânticos e as inteligências artificiais para isso. Eu não saberia lhe explicar em poucas palavras..."

"Então... Essa máquina funciona mesmo?"

"É o que vamos descobrir agora."

"E não há riscos?"

"Se ela não funcionar, simplesmente continuaremos aqui no presente. Mas se ela funcionar... Bem, quem sabe os riscos que uma viagem no tempo pode trazer para a continuidade deste Universo?"

"Você está falando em... Alterar a realidade?"

"Exatamente. Por isso, se viajarmos no tempo, não podemos fazer nada que, em teoria, altere o presente."

"Isso é estranho... Sinistro."

"Para mim, é excitante. Veja, existem três possibilidades de viagem no tempo:

  1. A primeira é a de que a história pode ser mudada. Ou seja, viajando para o passado ou para o futuro, pode-se alterar o curso da história.
  2. A segunda possibilidade é a de que a história não pode ser alterada de maneira alguma. A simples tentativa de interferência pode acabar sendo a causa daquilo que se tentava evitar.
  3. A outra possibilidade é a criação de um multiverso. Quando você viaja no espaço-tempo, você cria uma linha do tempo alternativa à sua, onde os efeitos da sua viagem são visíveis, enquanto que na linha original, tudo continua como estava."

"E a quarta possibilidade é de que a viagem no tempo não é possível..."

"Isso é o que vamos descobrir hoje. Ou melhor... O que vamos descobrir AGORA."

Sada apertou mais uma série de botões e ajustou mais trezentas configurações no painel de bordo, quando de repente lembrou-se de uma coisa. Mexeu em sua bolsa e de lá de dentro, retirou com muito cuidado uma caixinha, entregando-a para Liko.

A adolescente abriu rapidamente a caixa e dentro, notou que havia algo brilhante. Tão cintilante quanto as paredes cristalinas que envolviam o Laboratório Zero. Era um colar com um pingente em formato hexagonal.

"É lindo!" Exclamou Liko.

"Este pingente é um Tera Cristal. Ele permite que os Pokémon façam uso do Fenômeno Terastal em batalha."

"O Fenômeno Terastal... É o fenômeno que você descobriu, não foi, Professora?"

"Isso mesmo. Uma Mecânica de Batalha. Uma Transformação. Ela permite que um Pokémon ganhe um determinado tipo durante uma luta, mesmo que ele não tenha aquela tipagem sob condições normais."

"Vou guardá-lo muito bem." Disse Liko, fechando a caixa novamente.

"Não". Então intervém Sada. "Use-o no pescoço."

Sada pega o colar, enquanto Liko se vira de costas para que a Professora pudesse gentilmente prendê-lo em torno do pescoço da menina.

"Obrigada."

"Me agradeça mais tarde. Isso vai ser útil em batalha."

"Obrigada mesmo assim."

"Agora... Você prefere visitar o futuro ou o passado, Liko?"

"O passado, é claro."

"Por quê?"

"Quem não gostaria de mudar alguma coisa?"

"Mas hoje não vamos alterar NADA. Nossa viagem é meramente experimental. Afinal, não sabemos que consequências isso pode ter em nossa linha do tempo. Entendido?"

"Tudo bem."

"Para que ano você quer ir então, Liko? Você que escolhe."

"Err... Não sei...? Ano Passado?"

"Perfeito. 2004. Agora... Onde?"

"Como assim onde?"

"Para qual local do mundo?"

"Ahn... Eu não sei!"

"Vamos. Esta é uma viagem no espaço-tempo. Nossos computadores quânticos são capazes de calcular com exatidão a trajetória da Terra e em que parte do globo iremos aterrissar. Agora escolha um tempo e um lugar, e é para lá que vamos."

"Tudo bem. Que tal... A Região de Kanto? Na Academia Indigo."

"Certo. Kanto, Japão, na sua Escola, em 2004. Destino confirmado."

De repente, Liko sentiu-se um pouco nervosa. Ela tinha muito medo de tudo dar errado. Ela temia o desconhecido. Mas Sada estava confiante. Aquele era o projeto de sua vida. Ela conhecia todos aqueles equipamentos melhor do que a palma da própria mão.

"Vamos lá?" Perguntou a Professora.

Mesmo insegura, Liko toma uma postura firme:

"Vamos."

E assim, Sada aperta um último botão antes de tudo ser engolido por uma explosão de luz, e a nave dos Trovonautas desaparecer (com o perdão do trocadilho) num trovão.

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