Cinco meses haviam se passado desde que entramos na Ranger School e eu ainda tinha dificuldades de chamar Solana de Professora. Não me entenda mal, é que eu já a conhecia bem antes disso. E lá estávamos nós em mais uma de suas rigorosas aulas. E não me entenda mal novamente: Solana era uma ótima professora, mas a sua mania de perfeccionismo a tornavam extremamente severa, intransigente e austera. (Tudo isso para não dizer CHATA!)
Eu até me surpreendi quando ela disse que faria algo diferente no dia de hoje...




Que nada...





Chegando à base Ranger de Vientown, deparamo-nos com um monte de Rangers já formados correndo de um lado para o outro. A papelada (solicitações de missões feitas pelos residentes) só se acumulava na mesa do chefe Barlow, que delegava tarefas aos seus fiéis guardas. Estes, por sua vez, infelizmente não estavam conseguindo dar conta do recado. A demanda era altíssima.
Agora tinha a gente para ajudar. Eu só esperava que nossos colegas não fossem tão atrapalhados como Kellyn, caso contrário, isto aqui viraria um desastre.
Assim que nos organizamos em fila, Solana passou distribuindo a papelada com as missões.



Mas ela nem esperou ele responder. Já entregou um papel para o garoto, contendo sua primeira missão.

E então, ela finalmente avistou a gente.







Nível D - As Mais fáceis, como por exemplo, resgatar um Skitty que subiu e não conseguiu descer de uma árvore;
Nível C - Missões igualmente fáceis, porém que exigem mais tempo para solução, como por exemplo, procurar um Pokémon que desapareceu recentemente em uma área isolada;
Nível B - Missões intermediárias que são passadas para Rangers de até, no máximo, o Nível 5. Geralmente levam um dia inteiro para serem resolvidas e às vezes até mais.
Nível A - Missões para Rangers de Nível 5 em diante. São complexas, como por exemplo, infiltração em territórios inimigos, espionagem, investigação... E geralmente envolvem riscos.
Nível S - Missões reservadas apenas a Rangers de Nível 10 ou acima (Top Rangers). Missões de Prioridade Máxima e que envolvem a segurança da Região como um todo.







Solana nos passou a folha de papel com o resumo da missão.


Não sei se Solana ficou muito satisfeita, mas ela nos deixou ali e foi entregar mais missões para mais alunos.



Peguei o boletim que Solana entregara. Nele continha as seguintes informações:
Dois sujeitos foram detidos na noite de quarta-feira pela Polícia Ranger,Trata-se do "Magnífico Montanha" e a "Estupenda May Lee", os famosos lutadores de Veilstone City, Região de Sinnoh que, de acordo com os próprios, lutam em conjunto para combater o crime.Entretanto, os mesmos foram flagrados por câmeras de vigilância saqueando um caixa eletrônico.Após serem submetidos, com seu consentimento, a um teste da verdade realizado por Pokémon do tipo Psíquico devidamente treinados pela Ranger Union, constatou-se que Montanha e May Lee dizem a verdade. Eles não estiveram na cena do crime.No entanto, as informações prestadas não batem com as imagens. Os suspeitos permanecem detidos, até que tudo seja esclarecido.











Kate deu um tapão nas costas de Kellyn, empurrando-o para a frente, na direção das escadas que levavam ao subsolo. Eu não sei se a intenção era só dar um tapinha e acabou saindo de controle, mas funcionou, porque Kellyn se moveu na direção certa.
Chegando ao piso de baixo, somos barrados. Havia uma Policial Jenny munida de um Chatot (eu já estava ficando saturado da quantidade desses Pokémon em Almia!) controlando a entrada e a saída da prisão.


Ela reconheceu nosso uniforme verde.

Mostrei o papel com a ordem de missão. Jenny o pegou, leu, analisou e por fim concluiu:






A Policial Jenny assentiu com a cabeça, confiando em nós. Passamos pela barricada que impedia a entrada de qualquer um no recinto e adentramos na zona do presídio.
Encontrar o Magnífico Montanha não foi nem um pouco difícil. O cara deveria ter uns três metros de altura, porque dois era muito pouco para ele. Estava sentado, com a cabeça baixa, utilizando trajes de luta livre, fitando o chão da cela.

Chamei-o pelo nome que constava no registro. O homem voltou sua atenção para mim, de dentro da cela.

O homem então se levantou e ergueu os braços, espreguiçando-se. Eu não entendo como sua cabeça não bateu no teto da cela.

Disse eu, pois era importante persuadir O Magnífico Montanha a cooperar, mesmo que não acreditássemos de verdade naquilo.

E era uma possibilidade, contanto que fosse PROVADO que foi ele que cometeu o delito. Mas até que um veredicto tenha sido tomado, todos são inocentes perante a lei.



"Como super-heróis da Região vizinha, Sinnoh, a Estupenda May Lee e eu, o Magnífico Montanha, viemos para Almia a fim de investigar sonegações fiscais e rombos milionários na arrecadação de impostos que podem estar acontecendo no nome da gigante da indústria produtora de energia, a Altru Inc.
Ao chegarmos na Altru Building, as instalações da empresa, é claro que fomos barrados pelos guardas. Mas conseguimos extrair pistas importantes para continuarmos investigando o caso...
O que nós não nos damos por conta foi que eles haviam colocado agentes para nos seguirem...
À noite, quando estávamos procurando um quarto para ficarmos, em Pueltown, os pilantras deram as caras. Eles estavam munidos de uma máquina muito estranha, que emitia ondas sonoras... Ela era grande e vermelha. Lembrava uma fusão de caixa do correio com uma máquina de fazer café. Mas também me lembra muito um fogão... Ou um Aspirador de Pó gigante... Eu lembro dos nossos Pokémon, Politoed e Croagunk, ficarem confusos com aquele som esquisito que estava sendo emitido pela máquina e então, de repente, tudo apagou.
Quando eu voltei a mim mesma, eu já estava sendo levada pela polícia...








Assim, subimos até a Cidade investigar o que estava acontecendo. Eu pensei: Se a tal máquina que foi citada tanto no depoimento do Montanha quanto no depoimento da May Lee foi mesmo usada naquele beco, então haveria de haver indícios... Afinal, se era um aparelho eletrônico, tinha que ter uma tomada por perto, certo? E dependendo do tipo de energia que aquela máquina emitiu, talvez ainda fosse possível rastrear... Digo, medir a radiação deixada pelo equipamento.
A cidade de Puel parecia tranquila. Lá, todas as ruas eram pavimentadas e ao norte, existe um porto que permite aos habitantes atravessarem o mar para locais como Boyleland ou Haruba Village e mergulhar pelo Mar de Puel e pelo famoso Mar de Wailord. Mas a maioria dos cidadãos de Pueltown parecia descontente com a cidade. Por alguma razão, o local lhes era triste e deprimente. Talvez a coloração cinzenta das paredes da cidade lhes fosse um lembrete infernal de que eles precisavam trabalhar, e trabalhar, e trabalhar, como se os prendessem em uma segunda-feira sem fim...
Eu podia entender aquilo. Para uma cidade repleta de fábricas, serviço era o que não faltava. Mas talvez isso estivesse aniquilando a saúde mental dos moradores, que ficavam 24h por dia submersos em suas rotinas infindáveis dentro das usinas.








Horas depois...





Kate aponta para a direita e lá estava ele, o Hotel Coração de Almia, conforme relatado pela Estupenda May Lee e o Magnífico Montanha.

Ao lado do Hotel havia uma enorme parede de tijolos cinzentos que se ia até sumir de vista.



Assim, partimos todos em direção ao tal beco. A princípio, não havia nada de estranho naquele lugar, mas depois que contornamos os contêineres de lixo, deparamo-nos com algo que batia bem com a descrição dada por May Lee...





Coloquei Magnezone para escanear a máquina com sua habilidade eletromagnética. No entanto, o que eu não esperava era que assim que o Tipo Elétrico e Aço começasse a inspecionar o dispositivo, ondas sonoras começariam a ser emitidas, deixando nossos Pokémon em pânico total.
Magnezone foi o primeiro a ser afetado, disparando seu ensurdecedor Supersônico, que só amplificava ainda mais as ondas da máquina.


Bibarel e Staravia foram afetados logo em seguida, atacando Kate com seu Raio de Gelo e Ás Aéreo, respectivamente. Por sorte, a nossa caipira favorita era boa em se desviar de coisas vindo em sua direção, e com vários pulos, conseguiu contornar a ameaça oferecida por seus próprios parceiros.
Pachirisu também não ficou de fora e chocou (literalmente) o pobre coitado do Kellyn, que não tinha uma sorte sequer na vida.









Então, antes que novas teorias pudessem surgir, fomos interrompidos. Passos leves e furtivos surgiram às nossas costas e do interior escuro e sombrio do beco, surgem duas pessoas trajadas como bandidos, todas de preto, com toucas balaclava na cabeça. Um homem e uma mulher.
Em seu peito, havia um símbolo roxo que lembrava a cabeça de um demônio com um par de chifres pontiagudos, apontando para cima.







Nesse momento, todos os nossos parceiros Pokémon se voltaram contra nós. Magnezone, Staravia, Bibarel e Pachirisu dispararam seus melhores ataques em nossa direção.







De trás de Giant e Clair, os membros da Equipe Dim Sun, surgem duas figuras que eu reconheci de imediato... Um Politoed e um Croagunk! São os Pokémon do Magnífico Montanha e da Estupenda May Lee!




Estávamos Fritos! Os ataques dos parceiros de Montanha e May Lee eram devastadores, e estavam vindo com tudo em nossa direção. Não havia escapatória. Ou nós saltávamos para longe dos ataques dos nossos próprios Pokémon e caíamos nos ataques de Croagunk e Politoed, ou saltávamos para longe dos ataques de Croagunk e Politoed e caíamos nos ataques dos nossos próprios parceiros.
A situação estava complicada. Não parecia haver esperança, até que...
Do nada, o chão começa a estremecer e de debaixo do solo, eis que surge uma barbatana, depois um olho, dois pares de dentes, mãozinhas pequenas, pernas igualmente diminutas, um rabinho e é claro, uma boca enorme.




Gible fica bem na frente dos ataques de Politoed e Croagunk, defendendo-nos da ameaça, o que deixa Clair e Giant boquiabertos.



Pegamos nossos Capture Stylers escolares e com um clique, o pião rodou...
...formando linhas de luz que tracejaram ao redor de Magnezone, Staravia, Bibarel e Pachirisu, formando um círculo perfeito ao seu redor. A luz então é transferida do chão para o corpo dos Pokémon, que imediatamente se acalmam e voltam a obedecer nossos comandos, estando uma vez mais do nosso lado.

Croagunk e Politoed, que continuam sob o controle de Giant e Claire, graças aos efeitos nocivos da máquina a qual eles chamam de Unidade Gigaremo, colocam-se em posição ofensiva novamente e atacam nossos Pokémon com tudo.
Mas antes que a Picada Venenosa e a Explosão Focalizada pudessem arrebentar contra seus alvos, Gible saltou mais uma vez à frente, protegendo a todos dos ataques.

Mas Gible não estava disposto a ser controlado por ninguém. De fato, ele só estava interessado em uma coisa... BRILHAR!
O pequeno Pokémon Dragão foi envolto por uma luz cegante que obrigou todos nós a fecharmos nossos olhos, enquanto seu corpo crescia e se desenvolvia em velocidade supersônica. Agora com pequenas foices que cresciam de seus antebraços, Gabite, o Pokémon resultante do processo de evolução de Gible, soltou um rugido que fez os prédios ao redor estremecerem.


Mais forte e mais inteligente, pelo visto, porque assim que a luz da evolução cessou, Gabite utilizou seu novo corpo, afiado como uma lâmina, para dilacerar a Unidade Gigaremo...
...destruindo a Máquina e desfazendo o controle que a Equipe Dim Sun tinha sobre Croagunk e Politoed.


Com a Máquina finalmente desativada, todos os Pokémon estavam calmos novamente, mas "calmo" era apenas o modo de dizer, pois eles estavam prontos para bombardear a Equipe Dim Sun com seus melhores ataques.







Todos os ataques combinados serpentearam em uma única espiral até fundirem-se e tornarem-se um só, viajando na velocidade da luz até Giant e Clair, que se propuseram a correr dos ataques em uma velocidade ainda maior (se é que isso era possível)...
E os dois capangas então desaparecem correndo no horizonte, deixando para trás os fragmentos vermelhos do que um dia foi sua máquina de controlar Pokémon à distância...




Então, à tardinha, de volta à Base Ranger de Vientown...






















Continua...
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