Anteriormente em Pokémon Laços - GS: Gold vai finalmente batalhar contra Bugsy, o Líder de Ginásio de Azalea, mas Crys nota que a personalidade do garoto está muito alterada. Após o fim da luta, Gold é levado às pressas para o hospital local, pois Crytal acha que ele possa ter batido à cabeça na luta contra Silver na noite anterior. Agora, a garota vai explorar as redondezas da cidade enquanto seu amigo está internado, partindo em direção ao famoso ponto turístico de Azalea, o Poço dos Slowpoke.
Temporada 02 - Episódio 02
O poço dos Slowpoke, assim como o nome sugere, é um poço artesiano cavado em uma das saídas de Azalea, habitado por diversos Slowpoke em seu interior, que na realidade, era constituído de uma caverna com um lago.
Ao chegar à localidade, que estava vazia, Crys fez o que qualquer visitante faria: desceu pelas escadas do poço, que conduziam à caverna logo abaixo. Lá dentro era escuro e os olhinhos dos Slowpokes brilhavam em um tom horripilante, mas a garota sabia que nada tinha a temer, pois aqueles eram monstrinhos muito, muito, MUITO pacíficos.










Aquilo a deixava deprimida. Ela não conseguia pensar em uma jornada sem Gold ao seu lado. E é então que ela houve sussurros. Não. Não eram sussurros. Eram pessoas conversando distantes dali. Ela não sabia o porquê, mas tinha uma forte intuição de que DEVERIA escutar o que estavam falando.






Dois Rockets haviam desaparecido! Era isso mesmo o que Crys havia escutado? Então ela se lembrou... Silver já havia pronunciado aqueles nomes antes... "Chermaine e Keane".
Foi no momento em que o garoto havia derrotado dois Rockets na clareira da Ilex Forest e roubado então seus Slowking e Magcargo, no fatídico dia em que lutou contra Gold e o fez bater com a cabeça, resultando na internação hospitalar atual.

Então era deles que estavam falando... O que significava que Silver REALMENTE não era da Equipe Rocket. Mas se não era, então qual o envolvimento dele com esta equipe? E além disso, como foi que o Professor Elm viu nas câmeras de segurança que o próprio garoto vestia a Letra R, sendo que ele tinha uma Letra Z?
Enfim, não era hora de se perder em pensamentos, pensou Crys. Ela deveria era prestar atenção no que estavam conversando.









Espere! Esses nomes... Ariana... Archer e Proton... Crys também já havia ouvido falar. Antes de Silver ter derrotado Keane e Chermaine, ele havia mencionado para os Rockets de terninho estilo executivo que ele havia derrotado a própria mãe, esnobando os treinadores de Magcargo e Slowking. O nome dessa mãe, pelo que deu a entender, era Ariana.

Então era verdade. Silver estava derrotando a Equipe Rocket e raptando os membros, teleportando-os para longe... Mas para onde ele os mandava e o que com eles fazia, ainda era um mistério. Então Crys se lembrou de uma frase muito impactante que Silver havia dito naquele dia...




***

"São vocês que estão trabalhando para a Equipe Rocket, e não eu!". O que Silver queria dizer com aquilo, afinal?

Quando Crystal percebeu, já era tarde demais. Ela havia falado em voz alta e atraído a atenção dos Rockets Atilla, Hun e Domino para si.


Crys colocou as duas mãos sobre a boca, mas não havia o que fazer. Os Rockets que estavam em busca de Chermaine e Keane se voltaram contra ela.




De repente, de uma postura totalmente na defensiva, Crys começa a berrar em alto e bom tom, enfrentando os três Rockets que agora a cercavam por todos os lados.
















Os Pokémon da Equipe Rocket eram titãs colossais totalmente evoluídos. Crys sabia que não tinha nenhuma chance, mas a probabilidade dela vencer seria menor ainda senão tentasse, então encarou firme e aceitou a luta que estava por vir e chamou seus parceiros.





O time de Crystal era muito fraco quando comparado aos Pokémon da Equipe Rocket, mas ela não tinha saída. Sem Gold ao seu lado, ela teria de enfrentar tudo SOZINHA.




Bayleef ataca criando uma chuva de folhas cortantes que caem sobre Nidoqueen. Heracross, por sua vez, dá um chifrada em Steelix e Elekid tenta paralisar Muk com um choque elétrico. Mas os golpes mal fazem cócegas em seus alvos.






Os Pokémon de Hun, Atilla e Domino atacam sem piedade. Eles são certeiros, precisos e acima de tudo, poderosos, derrotando seus alvos com uma única batida.




Todos os Pokémon de Crys estavam fora de combate. Não havia o que a garota pudesse fazer.




Crys se viu em apuros. Ela não tinha saída. O único Pokémon que havia lhe restado era a Smoochum que ganhou de Pryce, mas Smoochum era uma Pokémon-Bebê, não conseguiria lidar com todos aqueles evoluídos sem ajuda. Foi então que a garota olhou para os lados e viu que na verdade, ela não estava sozinha.
Havia tantos Slowpoke ali aparados apenas assistindo a tudo acontecer, enquanto processavam sua existência em uma faixa de tempo completamente diferente da de todos ao seu redor. Mas não custava tentar, não é mesmo? Crys resolveu fazer uso de seus dons de comunicação com os Pokémon para pedir ajuda.

A súplica era tão grande que mesmo Pokémon lentos como os Slowpoke começaram a se mobilizar para proteger a menina.
Em um instante, todos se alinharam e puseram-se entre a garota e a Equipe Rocket, formando uma barreira natural cor-de-rosa.



Cada um dos Slowpoke ali presentes começou a abrir a boca e bocejar, emitindo uma vibração contagiosa que cercou os Pokémon dos meliantes.

Crys estava aliviada por ter conseguido a ajuda de tantos Slowpoke, mas ao mesmo tempo, sabia que a ameaça estava longe de acabar. Aqueles Pokémon, como a própria pokédex dissera, eram tão inteligentes quanto um Wobbuffet e tão velozes quanto um Caterpie. Não havia muito que eles pudessem fazer contra Steelix, Nidoqueen e Muk.



Sozinha, então, Nidoqueen começa a enfrentar todos os Slowpoke, varrendo-os para longe com seu Hiper Raio. O golpe era tão forte, que os pequenos Pokémon que habitam aquele outrora pacato poço não conseguiam resistir ao impacto e eram derrotados na hora.

Hun então se volta para Crys e ordena um ataque direto contra ela, sem agora a proteção dos Slowpoke.

Steelix aproxima do corpo minúsculo de Crys, em comparação ao dele, sua cauda, a fim de prender a garota com ela.

Crys grita e fecha os olhos, com os braços em torno da cabeça, com medo da enorme serpente de aço a envolver em um aperto mortal, como algumas espécies de víboras normalmente fazem para sufocar a vítima e danificar sua estrutura óssea. No entanto, após alguns segundos sem sentir nada a apertando, Crys abre os olhos, apenas para contemplar a repentina aparição de uma criatura assustadora de cabelos flutuantes à sua frente, o que fez com que Steelix parasse de se mover.

A besta erguia-se sobre quatro patas, com duas caudas em formato de fita se erguendo no ar a partir de seus quadris. Possuía dois chifres que se conectavam em um padrão de hexágono e seu cabelo voava magicamente como o movimento ondular das águas.

Os olhos, no entanto, eram vermelhos como sangue e revelavam uma fúria infernal, banhando a menina com os gélidas fluidos do medo.
.

Rockets, recuar!
Hun, tem certeza?!
Não temos forças para combatê-lo! Não no momento!
M-m-mas chefe--
Sem "Mas"! É uma Ordem! E você, menina, fique sabendo que não é de nosso feitio fugir! Agora que já sabemos sua cara, jamais descansaremos até te encontrar!
P-por favor... Vá embora!
Já passou, Crystal... Já passou... — Ela disse para ela mesma, na tentativa de banir o medo e a angústia que se apossaram de seu coração e não queriam mais largá-lo.
Toc, toc. Posso entrar?!
Crys! Mas é claro. E aliás... Você já entrou!
Bobo! Eu estava pensando em você...
Eu também...
V-você estava pensando em mim?
É... Eu... Droga! Nem sei por onde começar... Eu... Eu fui um boy lixo com você. Te tratei muito mal. Espero que um dia você possa me perdoar!
Ora, Goldzinho! Mas não foi culpa sua! A sua cabeça foi lesionada, seu cérebro estava literalmente machucado!
Ainda assim, eu não consigo acreditar que eu fui capaz de dizer todas aquelas coisas, Crys... Aquele não era eu... Era o "Jimmy"...
Quem?
Eu não sei! Algum monstro que assumiu a minha personalidade! Alguém que vê o mundo como um lugar onde todos devem lhe servir!
Mas você está perdoado, Goldzinho! Está tudo bem! Eu estou aqui, agora!
Sniff... M-me desculpa, Crys... Me desculpa!
Ah, não chora, Goldzinho, senão eu vou chorar também! Olha, limpa essas lágrimas que eu trouxe uma coisa para você!
O que é isso?
É uma pokébola antiga. Ainda há quem as produza em Johto, acredite se quiser. Para abri-la, o treinador deve girar a válvula no topo manualmente, tanto para capturar quanto para soltar um Pokémon!
Ela é linda!
No caso, você só vai precisar girar a válvula para soltar o Pokémon, porque eu já coloquei um aí dentro para você!
Você capturou um Pokémon para mim?!
Sim. Pensando no seu time como um todo, já que você adora batalhas, acho que estava faltando um tipo Elétrico para balancear, então capturei um Mareep para você.
Quando a lã de Mareep acumula muita eletricidade estática, pode se encher, dobrando o seu tamanho. No verão, perde toda a sua lã, que cresce novamente dentro de uma semana.
CRYS! Nossa, você é DEMAIS! Eu Te Amo!
Eu Também.
Err... A propósito, eu estou treinando todo o seu time enquanto você está acamado. Cada um dos seus Pokémon subiu pelo menos 1 nível por dia sob os meus cuidados.
Eu não mereço tudo isso!
Merece sim! E mais: a análise das Pokégears ficou pronta! Elas estão totalmente limpas e funcionando perfeitamente, portanto, acho que você pode ficar com essa!
Que ótimo!! Crys, você se importa se eu der uma ligadinha para a minha mãe? Ela deve estar preocupada...
Tudo bem, não tem problema! Fico feliz que a sua se importe contigo!
Gold, é você?
Alô. Mãe? Sou eu!
Graças à Deusa! Eu reconheci só pela respiração! Você está bem?!
Estou sim!
Que ótimo! Nós aqui também estamos bem. A sua namorada nos contou que você está hospitalizado!
Quem? A Crys? E-ela não é minha namorada!
*Pensando* Que saia justa! Ainda bem que eu estou me retirando...
Quando você terá alta, filho?!
Hmm... Amanhã, talvez. Não sei ainda.
*Pensando* Goldzinho... Agora que você entrou na minha vida, eu não quero mais ficar longe desse sorriso. Por favor, não o apague novamente.

Ao mesmo tempo que o demônio emitia uma aura azul eletrizante, os Slowpoke adjacentes fugiam assustados. Por fim, só havia restado ele contra a Equipe Rocket. O que Crys não sabia era que seu pedido de socorro não tinha se restringido apenas aos pacíficos habitantes daquele poço, mas também àquele estranho ser que cruzava o corpo d'água que banhava os abismos da caverna.

Os olhos de Hun se arregalam e sua respiração fica ofegante, igual à de Crys. Ambos estavam profundamente assustados.





Aquela foi uma ameaça direta à Crys, cujo coração bombeava sem parar, a adrenalina a fazendo vibrar de tantos nervos. Mas Hun e a Equipe Rocket era o que menos a preocupavam no momento. Agora a garota tinha medo era do que ela própria havia provocado... De quem ela havia TRAZIDO para perto.
Os Rockets então partiram às pressas, com medo da figura que se impunha divinamente, com um ar sobrenatural de dar arrepios. Subiram as escadas e deixaram o poço, terrificados.
O olho vermelho do monstro era sanguinário e talvez para ele, todos ali fossem inimigos, e não apenas àqueles que Crys via como oponentes. Esta ideia aterrorizava a menina, pois ela não sabia como proceder. Fechou os olhos novamente e esperou que tudo acabasse, afinal, ela sentia que a presença dele ali estava ERRADA. E tudo isso era por sua causa.

Quando Crys abre os olhos, dois segundos depois, ela já estava só. Não havia ninguém à sua frente, apenas um monte de Slowpoke meio boiando, meio afundando, no lago que se formava ali em baixo, agora mais uma vez silencioso.

Mais Tarde, no Hospital de Azalea...
Crys não parava de pensar na besta que havia se materializado e desmaterializado no Poço dos Slowpoke. Mas havia também outro ser que competia acirradamente pelo pensamento da menina. Uma pessoinha muito especial que ela fazia questão de visitar todos os dias mais de uma vez ao dia, para saber se estava tudo bem. E dessa vez, pela primeira vez desde a internação, o moço que ela tanto admirava estava acordado.




Por essa Crys não esperava. A garota corou na hora.




Gold parecia visivelmente abalado e arrependido por seus atos, e isso se fazia nítido porque lágrimas genuínas despencavam por seu rosto naquele momento.



Aquelas palavras fizeram Gold se lembrar da Cidade Ecruteak quando Crys estava arrasada porque havia mentido no Concurso das Garotas de Kimono e então sido desmascarada na frente de todo mundo. Na ocasião, foi o que ele disse a ela: que tudo ficaria bem.


Crys mexe na bolsa e tira de lá de dentro um estranho objeto esférico, entregando-o para Gold. O menino, ainda em prantos, se surpreende e passa a prestar atenção naquilo, e não nas sensações de culpa e vergonha que o consumiam.










Agora foi a vez de Gold ficar vermelho. O garoto não sabia como reagir. Aquilo meio que escapou da boca de Crystal e nem ela sabia o que fazer. Que tal... Mudar de assunto?



Crys entrega a Gold uma das Pokégears que Silver havia lhes dado.



Crys se afasta enquanto o garoto disca o número de sua casa, o qual ele sabia de cor. As Pokégears funcionavam como um telefone portátil, então, se estavam limpas, não havia pq não usar e abusar do dispositivo. A mãe do rapaz atendeu em um toque.









E assim, enquanto saía pela porta, apesar de tantas mancadas em um só dia, Crys não podia deixar de admirar Gold, pois quando assim o fazia, sentia um calor no coração e (ela não gostava de admitir para si própria essa última parte) Butterfrees no estômago.

Gold estava feliz e bem, e era isso o que importava no momento. Aquilo reconfortava Crystal, pois enquanto admirava a beleza interior completamente restaurada de seu colega, ao passo que a exterior continuava encantadora como sempre, ela não sentia os calafrios, o medo e a preocupação que surgiam ao, nem que seja por um instante, relembrar o espectro azul de olhos demoníacos que foi atraído até ela devido suas habilidades paranormais, que ela já nem sabia se chamava de dom ou de maldição...
CONTINUA...
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