Anteriormente em Pokémon Laços - GS: A misteriosa Pokégear de Crys toca e ela acaba marcando um encontro, na Cidade de Violet com Silver e quem quer que esteja junto com ele. Além disso, nossos heróis já planejavam mesmo ir à Cidade, pois é lá que se encontra mais um ginásio e o líder, especialista no tipo Voador, deve ser capaz de ajudá-los a conseguirem a HM02 - Voar, a técnica que os permitirá voar durante sua jornada por Johto, para que não precisem mais usar o perigoso Trem Magnético.
Temporada 02 - Episódio 04
Viajando a pé pela Rota 32, Gold e Crys estão terminando sua última batalha de treinamento contra alguns treinadores antes de chegarem ao extremo norte: a prometida Cidade Violet.
Gold batalhava contra uma treinadora de Elite que usava um Hoothoot (seu nome era Frieda). Gold, por sua vez, usava o Mareep que Crys havia lhe dado de presente.
Hoothoot é capaz de marcar o tempo com precisão. Geralmente andam apoiados em apenas um pé, escondendo o outro em suas penas. Eles trocam de pé tão rapidamente que raramente é visto.
Hoothoot, Refletir!Hoothoot cria uma barreira com as sete cores do arco-íris em torno de seu corpo, mas não adianta de nada, porque Mareep não é uma atacante física.
Mareep, use Trovoada de Choques!À distância, Mareep consegue perfurar a barreira enviando raios elétricos para cima de Hoothoot, que não resiste e é derrotado.
Ah, não!
Ponto pro Mareep!
Enquanto isso, Crystal batalhava contra o irmão da treinadora de Hoothoot, Arthur. Ele usava um Furret, ela usava Natu.
As mamães Furret se enrolam em torno de seus filhotes quando vão colocá-los para dormir. Apesar das curtas patas, são ótimos corredores. São capazes de passar por becos estreitos para fugir de seus predadores.
Furret, Estrela Cadente! Agora!
Furret cospe várias lâminas estelares contra a mais recente captura da menina, acertando-o, mas...
Três... Dois... Um...
É nesse momento que a visão do futuro de Natu abre portais no céu e descem a porrada em Furret, deixando-o fora de combate.
Droga!
Muito Obrigado pela batalha, irmãos Week!
Vocês foram ótimos!
Que nada! Vocês é que arrasaram! Aqui, como recompensa por ter me derrotado, Crys. É uma Pedra Dura. Aumenta o poder de movimentos do tipo Rocha!
E para você, Gold, uma Poison Barb! Aumenta o poder de movimentos do tipo Veneno! Puxa, muito Obrigado!
Que incrível! Obrigada!
Se quiserem uma revanche, estaremos espalhados por Johto! Basta nos encontrarmos de novo!
Será que... Eu posso ficar com o seu número, gatinha?
Ah! É claro...
A audácia desse filho da p***!
Ora, não fica com ciúmes, garanhão! É só para que a gente possa batalhar de novo!
Ah, bom.
Pra que tudo isso, Gold? Você não é meu namorado. Ou é?
Não, mas... Mas...
O garoto fica vermelho da cabeça aos pés.
E nem que fosse, isso não te tornaria meu dono! Hehehe! Aqui está, jovem Arthur!
Obrigado!
Boa viagem para vocês!
Obrigada! Igualmente!
E assim, com novos itens em mãos, Gold e Crys avançam para a Cidade Violet, onde estavam prestes a receber um encontro inesperado.
Agora eu sei porque o nome da Cidade é Violet! Os tetos das casas são todos roxos! É um belo local para se morar! Vamos ao Ginásio?
Então, é nesse momento que chega pelas costa, uma pessoa que Crys reconheceu só pela voz.
Ah, que bom que você veio! Vovô?
Sim, sou eu, Crys!
VOVÔ!
A menina fica feliz de reencontrar o avô e corre para abraçar o baixinho. Mas ele não tinha uma expressão muito alegre...
Espera aí! O senhor não é o lendário fabricante de Pokébolas, o Sr. Kurt de Cherrygrove? Caraca! Crys, como foi que você não me contou isso antes?
Sou eu mesmo. Vejo que minha reputação me precede. E você? É o namorado da minha neta?
B-bem... Não.
Enrolou muito pra responder. Aí tem! Enfim... Crys, é muito bom vê-la aqui. Você ficou sabendo?
Sabendo do que?
É Mirei. Outra vez.
Mirei não é a sua mãe, Crys?
É sim. O que é que houve, vovô?
Quer mesmo saber?
Presídio Municipal de Violet:
Crys, você veio me ver!
Eu não acredito que você foi presa de novo, mãe!
Mirei estava vestida extravagantemente com roupas infantis, como sempre se vestia. Ela carregava um ursinho de pelúcia em formato de Marill e tudo parecia muito fofo e cor-de-rosa se ela não estivesse por detrás das grades.
Ah, acontece...
O que foi que ela fez dessa vez, Policial Jenny?
Estava causando tumulto e vendendo charlatanismo ao dizer que conseguia ler o pensamento dos Pokémon das pessoas!
E eu consigo mesmo! Eu posso ler o dos seus também se quiser, Oficial!
Poxa vida! Você me racha a cara, Mirei! Quanto é a fiança, Policial? Eu vou pagar.
Mais Tarde...
Obrigada por me libertar, Crys!
Da próxima vez, eu vou te deixar presa!
Ah, qual é! Você estava me devendo! Lembra quando EU te soltei em Cherrygrove?
Mas aquilo foi diferente! A Policial Jenny de lá me confundiu com uma delinquente!
A daqui também me confundiu! Fazer o que? A Polícia sempre teve algo contra as mulheres de nossa família!
Olha, mãe, eu to cansada dessa sua palhaçada! Quando é que você vai se comportar como uma adulta de verdade e passar a cuidar de mim e do meu irmão?
Adulta? Mas eu não sou adulta!
Pronto. Era o que me faltava...
Crys, tenha paciência. Você sabe que ela não está assim porque quer!
Paaaai! Ela brigou comigo! Vai me fazer choraaaar!
Calma, Mirei! Calma!
Eu cansei de resolver os seus problemas, mãe! Pra mim, já chega! Onde está o Gold, vovô? Nós temos assuntos mais importantes para resolver!
Assim, Crys se reúne novamente a Gold, que havia ficado esperando do lado de fora do presídio.
VAMOS EMBORA!
Crys, o que houve?!
Eu estou pistola!
Isso eu estou vendo! Mas o que foi que aconteceu? Quer conversar?
Aff. Se eu disser que não, vai ser mentira... Gold, eu não gosto de me abrir muito, mas só dessa vez, promete que não vai me julgar?
Prometo, Crys. É claro que eu não vou te julgar. Se eu não sou seu namorado, pelo menos seu amigo eu sou, não sou?
É, tem razão. Bobo! Só você para me fazer voltar a sorrir!
Então... O que você tem pra me contar? O que é que tá afligindo o seu coraçãozinho?
Bem... Esta é a história de como eu comecei a trabalhar para o Professor Elm, como assistente de laboratório... E não é uma história feliz, é a história de uma menina que foi abandonada pelos pais.
"Eu venho de uma família amaldiçoada. O clã dos 'Mind'. Carregar esse sobrenome é muito fácil pra um homem. Veja o meu avô, Kurt Mind. Ele cresceu, envelheceu, se tornou mundialmente reconhecido por fabricar Pokébolas a partir de Apricorns (Bolotas de Carvalho) e está aí até hoje, cuidando de minha prima Maizie.
"Infelizmente, ser uma mulher de sobrenome Mind não é fácil, pois a chance que temos de herdar o 'dom' do paranormal é de 50%, ao passo que os homens tem pouco mais de 0% de chances de desenvolver qualquer anomalia. Isso significa que de todas as mulheres que nasceram com o sangue amaldiçoado dos Mind, metade delas desenvolve algum tipo de habilidade psíquica de contato com os Pokémon, que é o meu caso e o caso de minha mãe.
"Dessas mulheres, as que desenvolveram o dom corretamente sem apresentar nenhum problema como delírios, alucinações, visões e perturbações espirituais, representam apenas uma minoria da família. A minha vó era uma dessas: ela falava com os Pokémon, de qualquer espécie, mesmo sem os conhecer. E foi a única Mind que eu conheci capaz de lidar com seus poderes sem perder o juízo.
"Minha tia, a mãe de Maizie, desapareceu há alguns anos. E você sabe como isso aconteceu? Ela estava 'ouvindo vozes' que a chamavam, até que ela decidiu seguir essas vozes e nunca mais voltou. Com a minha mãe, é a mesma coisa. Quando ela conheceu o meu pai, ela era normal, tinha a cabeça no lugar. Eles se apaixonaram, se casaram e tiveram primeiro a meu irmão mais velho, Eusine, e depois a mim.
"Meu pai morreu quando eu tinha apenas 2 anos, então ele sempre foi ausente na minha vida. Não que tenha sido culpa dele ter morrido, mas eu sempre senti falta da figura paterna dele, sabe? A minha mãe, entretanto, começou a perder o controle das próprias habilidades a partir daí.
"Com o passar dos anos, tudo foi piorando. Ela foi se tornando criança outra vez, enquanto Eusine e eu tínhamos de nos virar para sobrevivermos. Eusine, é claro, por ser um homem, não continha os genes amaldiçoados da nossa família e quando completou a idade mínima para sair em uma jornada Pokémon, ele se foi, me deixando para trás somente sob os cuidados de meu avô.
"Mas a convivência naquela casa era difícil demais. Eu não suportava ver minha mãe brincando com as minhas bonecas. Ela havia regredido, e tudo isso porque os poderes dela foram a engolindo, até que ela enlouqueceu por completo. Mas se este fosse o único problema, então estaria tudo bem. Acontece que a dona Mirei é encrenqueira e vive arranjando confusão. Certo ano, ela passou mais tempo na cadeia do que na nossa casa. E o pior de tudo, é que o que me faz ter aversão a ela, é o medo de me ver representada no futuro através da imagem da minha própria mãe. Louca, confusa, desorientada, sem noção da realidade.
"Ao atingir a idade necessária para me tornar aprendiz, então, eu entrei no Laboratório do Professor Elm, me mudando para New Bark, para que eu nunca mais precisasse depender dela. Aliás, eu nunca PUDE depender dela, já que ela nunca estava lá quando eu e o meu irmão precisávamos.
"Foi então que eu conheci a Chikorita e também é por isso que eu quero tanto defender, com unhas e dentes, esse meu primeiro emprego. Porque eu dependo dele para me manter estável, não só financeiramente como também psicologicamente.
"Eu não contei pra você, Gold, mas meus poderes também são uma faca-de-dois gumes e dependem muito da emoção. Se a pessoa não puder controlá-los, eles a controlam. E sabe? Acho que isso já está acontecendo comigo! Eu tenho visto uma criatura que tem me perturbado e tirado meu sono à noite.
"E isso só acontece quando eu me comunico com alguns Pokémon. Eu tenho medo de estar perdendo o controle e me tornando mais uma das mulheres da minha família que não suportaram o fardo de serem especiais."
Crys, do que você está falando? Ser especial, ser diferente... Nunca é um fardo! Isso só é verdade se você não se aceita do jeito que você é. E você é muito, muito perfeita para não conseguir enxergar a beleza que há em si própria!
Poxa, Gold... Muito Obrigada! Você não sabe o quão bom é ouvir isso...
Os olhos de Crys enchem-se de lágrimas e ela não se dá ao trabalho de contê-las, porque se sente segura ao lado de Gold.
Lembre-se que você é uma 10 de 10! E agora eu estou aqui, você não está mais sozinha! Eu vou te ajudar a recuperar o seu emprego e você não vai mais se sentir abandonada! Eu sei que isso não alivia o que você sente com relação à sua mãe, nem o medo que cerca os seus poderes de comunicação com os Pokémon, mas saiba que você sempre pode contar comigo e não precisa ficar guardando tudo para si. Você pode se abrir sempre que quiser. Quem sou eu pra te julgar? Estamos todos aqui aprendendo com a vida, não é? Então não se se sinta insegura! Fale comigo, por favor. Você é muito importante para mim.
Obrigada, Gold! Obrigada!
Crys então abraça o garoto, que a aperta fortemente, sem malícia, apenas para ela saber, no tato, que ele estava ali e não iria abandoná-la.
Poxa, agora eu me sinto mal, porque quando eu conheci a sua mãe, eu disse que ela era legal.
Está tudo bem, Gold. Você não tinha como saber!
E isso... Isso também explica a sua preocupação comigo quando eu comecei a agir diferente por causa de ter batido a cabeça.
Exatamente.
Poxa, esses útimos dias devem ter sido um inferno para você, Crys. Me desculpe por isso.
Está tudo bem. Só de você estar de volta, eu já me sinto aliviada.
CRYS! CRYS!
Prima Crys!
Vovô!
Que bom que você ainda não deixou a cidade!
Não se preocupe, eu vou ficar aqui mais um pouco. Eu não iria embora sem me despedir de vocês!
Eu soube pelo Professor Elm que você está em uma jornada Pokémon! O que aconteceu?
Muito drama para te contar agora, vovô.
Bem, se você está em uma viagem, nós temos um presente pra você. Dê a ela, Maizie. Aqui, prima!
Uma Bola-Isca?
Você sabe por que a sua mãe anda carregando um Marill de pelúcia, Crystal?
Não.
A Azumarill dela, que estamos cuidando junto de seu Wobbuffet, botou um ovo e teve um filhote, um Marill. Ela pensa que aquele Marill de pelúcia que ela aperta e vive carregando pra cima e pra baixo é o filhote da Azumarill, mas não é. Ele está aqui.
A esfera na ponta da cauda de Marill faz com que ele flutue na água. Ela impede que Marill se afogue mesmo em fortes correntezas. Sua cauda é muito flexível.
Você quer que eu fique com ele?
Leve-o consigo em sua jornada! Ele ainda é fraco, mas pode dar um bom parceiro e te tirar de muita enrascada, principalmente você que não sabe nadar!
Puxa, obrigada, vô! Eu vou levá-lo com muito carinho!
Vou sentir saudades, Marillzinho!
Maizie se despede de Marill e o entrega a Crys.
Vamos deixar vocês a sós. Sabe onde nos encontrar, Crys.
Espere! Vô!
Hum?
Diga à mamãe... Que eu a amo!
Pode deixar...
E assim, mesmo com muitos pesares, arrependimentos e preocupações, Crys revê sua família, revisita o passado e agora conta com um novo parceiro, ainda que ela tema que o pequeno Marill seja apenas uma metáfora de mau-gosto relacionando a quem ele pode evoluir no futuro, um novo Azumarill, com uma filha que não quer se tornar aquilo que a mãe se tornou...
CONTINUA...
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