Pokémon Laços: Teal & Indigo - Horizontes em Chamas - 03 : Vs. Liko III


03 - Vs. Liko III
Anteriormente em Horizontes em Chamas... Liko tinha apenas 4 anos de idade quando viu sua mãe ser brutalmente assassinada bem na sua frente. O acontecimento certamente deixou muitas marcas e traumas na mente da pobre garota, que cresceu atordoada. Seu pai, Alex, sempre quis se livrar da responsabilidade de criá-la, tendo como desejo enviá-la para estudar na Academia Indigo, um internato na Região de Kanto. E para isso, Liko teria que aprender o idioma Japonês. De acordo com Clavell, Diretor da Academia Pokémon da Cidade Mesagoza, onde Liko estuda atualmente, ela tem excelentes notas, exceto em japonês, o que indica que talvez ela esteja fazendo aquilo de propósito, para não ser mandada para longe. Mas Alex é muito intolerante e ele quer, de uma forma ou de outra, livrar-se da filha. Angustiado com essa situação e colocando-se no lugar da pequena Liko, o Diretor Clavell então resolve dar para a garota um Pokémon de Estimação (um pet): Fidough, e convence o pai de que aquilo é o melhor a se fazer para que Liko pudesse criar um senso de responsabilidade. Na verdade, Clavell estava fazendo aquilo para que Liko não se sentisse tão sozinha e abandonada, como vinha acontecendo... E funcionou. Fidough tornou-se rapidamente o melhor amigo de Liko. Mas cedo ou tarde, ela teria que enfrentar mais uma prova de suficiência no idioma japonês e seu pai não desistiria de mandá-la para longe...


Último dia letivo de 2003.

Quando Liko tinha quatorze anos, seu pai finalmente tinha juntado o dinheiro para enviá-la ao exterior. A grana que provinha de seu trabalho (ele era um desenhista) conseguia mal e porcamente sustentá-los, muito porque Alex gastava com putas, bebidas e cigarro, colocando a educação e a própria vida da filha em segundo lugar.

Mas durante todo esse tempo que esteve ao lado de Fidough, contando com a supervisão de um verdadeiro anjo da guarda, o Diretor Clavell, Liko se desenvolveu e mudou seu mindset. Antes, a menina reprovava de propósito, só para não ter que ser mandada para longe. Agora, passando pela puberdade, tudo o que ela queria era ver-se livre logo da abominável e sufocante presença de seu pai.

Alex estava em uma outra vida. Ele tinha uma nova família, com quem Liko não se dava bem... Teve outros filhos com a nova mulher (coitada!) e simplesmente estava tocando sua vida em frente, enquanto a menina crescia com a mente craquelada pelos traumas e abalos que sofreu desde a perda da mãe.

Agora, prestes a completar 15 anos, Liko havia se esforçado para valer e passado, enfim, no teste que determinaria sua suficiência para prestar intercâmbio na Academia Índigo, lá no Japão. Os professores tinham plena certeza que ela só não havia conseguido antes porque não havia feito a menor questão, afinal, não havia mente mais brilhante em Mesagoza do que a da menina Liko. Mesmo com todo o bullying e perseguição que ela sofria por parte de seus colegas, sendo constantemente humilhada por não ter uma mãe, por gostar de coisas macabras ou por simplesmente ficar sempre quieta, na sua, Liko conseguia ser Nota 10 em tudo o que ela se propunha. Clavell estava com uma dor no coração de deixar a menina partir, mas se era genuinamente da vontade dela, pelo menos desta vez, ele não tinha como segurá-la.

O Diretor, que a havia visto crescer, era a única figura paterna de verdade na vida de Liko. A única que fazia a diferença. Então, era inevitável que neste último encontro, lágrimas rolassem, por ambas as partes...

 Você tem certeza, Liko? Está realmente certa de que é isto o que você quer fazer?
  Tenho, Diretor. Eu estou decidida. É realmente o melhor para mim, no momento.
Liko dizia estar decidida, mas ao mesmo tempo, seu semblante era de tristeza. Talvez por esta ser uma decisão super difícil para qualquer um tomar (morar em outro país, onde você não conhece ninguém), imagine para uma adolescente! Mas talvez fosse porque ela nutria um tipo de vínculo ou conexão com o homem que estava ali à sua frente. O único que não dava risada quando ela fazia xixi nas calças e o único que não a criticava quando ela ralava o joelho sem querer na pracinha e começava a lamber o sangue, numa mistura psicótica de desejo com aversão.
 Você ainda é muito jovem, Liko... Seu pai sempre quis te enviar para longe. Você vai saber se cuidar?
 Eu... Vou ter que aprender, não é?
 Sabe, Liko... Como diretor desta escola, eu não posso te dizer isso, mas como esta é a última vez que a gente vai se ver, pelo menos por um tempo, eu preciso te dizer uma coisa...
 Hã?
 Com todo o respeito, mas... Seu pai é um CANALHA! Eu nunca concordei e nunca irei concordar com os métodos dele... E eu sempre fiz tudo o que estava ao meu alcance para te proteger. Se ele está te obrigando a fazer isso (mais uma vez!), saiba que nós podemos e DEVEMOS tomar medidas contra ele, Liko!
 Eu... Concordo.
 Hã?
 Ele é mesmo um canalha. Mas... Dessa vez não é coisa dele. Eu realmente quero ir para longe. Sumir, ir pra longe dessa gente que ri toda vez que eu passo. Quero sumir dessa inferno e começar tudo de novo, em um lugar novo, onde ninguém me conheça.
 Entendo, Liko... Mas quando estiver longe, eu não poderei te ajudar. Sabe disso, não é?
 Sim...
 Mas pode ficar com o meu telefone particular. Qualquer coisa que precisar, pode me ligar. Seja a hora que for. Está bem?
 Está bem, Diretor.
A garota se abraçou em Clavell com força, sentindo a dor da despedida, já que sua partida estava cada vez mais próxima. Então, pegando o Diretor de surpresa, Liko proferiu uma frase que penetrou profundamente no coração do bom homem, como uma flecha envenenada, causando uma dor lancinante e angústia profunda:
 Às vezes eu queria que o senhor fosse o meu pai...
O Diretor não conseguiu se conter e se debulhou em lágrimas, transbordando em emoções.
 Você é como uma filha para mim... Uma filha que eu nunca tive! Sempre foi, Liko.
Liko olhou fundo nos olhos do Diretor, que estavam vermelhos de chorar, assim como os dela. E então abraçou-o apertado mais uma vez... Uma ÚLTIMA vez.













2004.

Quinze anos. Liko está na porta da Academia Indigo, do outro lado do mundo. Um universo cheio de possibilidades se desdobra bem à sua frente... Novos rostos, novas experiências... Ela poderia começar tudo de novo ali. Do zero. Sem que ninguém soubesse do seu passado triste e sombrio. Ela finalmente poderia se esquecer que tem problemas em casa e focar completamente nos estudos que para ela eram uma espécie de refúgio.



A Escola toda estava reunida na pátio. Em frente ao palanque, o renomado Professor Carvalho, simplesmente a maior autoridade em estudos Pokémon do MUNDO, palestrava.


Foi através do discurso dele que foram apresentados aos estudantes os seus primeiros parceiros Pokémon e assim que Liko conheceu Sprigatito, mas isso você já sabe.






No começo, Liko e Sprigatito não se davam muito bem, afinal, Liko estava acostumada com a personalidade de um Pokémon cachorro (Fidough) e cuidar de um Pokémon gato era bem, bem diferente. Liko também conheceu uma garota com quem fez uma amizade logo de cara. Seu nome? Anne.


As duas batalharam. Liko perdeu porque Sprigatito simplesmente não a obedecia propriamente em batalha. Foi um caos.

No fim, as duas foram colegas de quarto e estava dando tudo muito certo até que...


Anne se cansou de acordar à noite com os gritos de Liko, tendo pesadelos com sua mãe morta, de madrugada, e foi até o diretor da Academia Indigo pedir para trocar de quarto.

Olhares começaram a surgir quando Liko passava pelos corredores.

Estava tudo se repetindo outra vez.

Mesmo do outro lado do planeta, ela ainda era uma estranha, e todos a julgavam por isso.

Todos, menos uma pessoa.

Uma pessoa que literalmente desceu dos céus e a selecionou especialmente dentre todos os estudantes da escola para ser sua discípula.

Uma pessoa com quem Liko aprenderia a manter uma amizade, mesmo após o fatídico dia em que ela se descontrolou e envolveu suas mãos em torno do pescoço dele, tentando asfixiá-lo até a morte.

Mesmo com todos os seus defeitos, esta pessoa jamais desistiu de Liko.

E ela era eternamente grata por isso.

Ela era eternamente grata a Friede por acreditar e confiar nela, tal como um dia, o Diretor Clavell confiou...

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