Vs. Roy
Meu nome é Roy. Eu tenho 13 anos e eu resolvi começar falando sobre mim mesmo, e não sobre aqueles que eu admiro, porque... Bem, houveram tentativas... É o que eu posso dizer.
Friede! Friede!Hã? Roy?Por favor, Friede. Posso te gravar?Gravar?É, para um trabalho da escola!Err... Pode ser outra hora, Roy? Eu estou meio que ocupado aqui.Ocupado? O que você está fazendo?N-n-nada!Bom, se você não está fazendo nada, então podemos gravar AGORA!NADA que venha ao caso, Roy! Por que você não procura a Liko?A Liko? Mas ela nunca dá bola para o que eu falo...Bom, quiçá você não anima ela um pouquinho? Ela está precisando de atenção ultimamente...É, tem razão. Vou tentar falar com ela...*Friede fecha a porta do seu quarto*Ele já foi?Já. Podemos continuar de onde paramos?
***
Ei, Liko!Likooo! Eu sei que você está aí dentro! Tem um minuto? Preciso da sua ajuda...P-p-precisa... da minha ajuda?É, eu tenho um trabalho da escola para fazer com as pessoas da minha família e preciso que você me fale um pouquinho sobre você.Família? Mas... Você e eu...Ah, qual é, Liko? Todos aqui no Brave Asagi somos uma grande família!Eu... Não sei se posso te ajudar, Roy. Não é um bom momento...Se não é um bom momento, vamos conversar! Quem sabe eu não te ajudo a transformar esse momento ruim em algo bom?Roy, eu...Não posso. Eu... Realmente não estou me sentindo bem hoje. Me desculpa.Ah, Liko... Você nunca dá bola para o que eu faço! Por favor, me dá uma mãozinha? Só dessa vez?Eu já disse, Roy... Não dá...Por favor! Por favorzinho!Aaah! N-n-não é a Liko que está falando?E SÓ AGORA VOCÊ FOI PERCEBER? SOME DAQUI OU EU VOU--
Ai, ai... Onde eu estava? Ah, sim. Eu disse que vou falar um pouco sobre mim. Ainda há outras pessoas que eu desejo entrevistar, mas achei mais fácil começar comigo. Sei lá, talvez eles vendo a minha gravação, não fiquem tão receosos de me ajudar com essa pesquisa.
Como eu ia dizendo, meu nome é Roy... Eu tenho 13 anos e estou a bordo de um incrível dirigível chamado Brave Asagi. Dizem que eu estou sempre alegre e é verdade... Posso dizer que eu sou uma pessoa feliz. Eu fico triste às vezes, mas é só às vezes... Eu sempre tento extrair o melhor de todas as situações e não deixo que o que vem de baixo me atinja.
Eu nasci em uma Ilha ao sul da Região de Kanto e cresci com o meu avô. Meus pais morreram em um naufrágio quando eu tinha apenas dois anos. Eu sei que é feio, mas... Eu não posso dizer que sinto falta deles. Pelo contrário, eu jamais os conheci. Como eu posso sentir falta de alguém que eu só vi por fotos? E quanto ao amor e carinho que eu deveria receber deles... Bom, isso nunca me faltou! Meu avô sempre me mimou e eu nutro por ele uma consideração enorme. Uma espécie de amor incondicional que eu não sei explicar, mas que me transborda o peito. Que vai além, como se eu já o conhecesse de outras vidas! E um sentimento que, eu tenho certeza, mesmo depois que nós nos formos, continuará existindo, pois eu levarei comigo desta para a próxima!
E falando no meu avô... Ele foi um Treinador Pokémon incrível que sempre me inspira a me tornar a melhor versão de mim. Algum dia, eu quero ser como ele! Não. Talvez melhor. Não que eu esteja perto de sequer me comparar com ele, mas... Acho que eu tenho chances de resolver o grande mistério da jornada dele, que meu avô jamais conseguiu solucionar.
Certa vez, ele encontrou este objeto, que se parece com uma pokébola, mas... Ele simplesmente não abre. Durante mais de 40 anos como treinador Pokémon, ele carregou este objeto consigo, na esperança de um dia descobrir para que serve. Mas ele nunca conseguiu. Então, no dia que eu parti para a Academia Indigo para ter um ensino de qualidade, como meus pais sempre desejaram, ele me deu esta "Pokébola Ancestral" para que, a partir do momento que eu iniciasse a minha própria jornada, eu seguisse trilhando o seu caminho.
E é por esta razão que guardo esta bola com muito carinho. Porque ela representa as minhas origens e se tornou um símbolo da pessoa que eu mais amo no mundo. Na verdade, um símbolo da confiança que ela depositou em mim. Isso significa que meu avô vê potencial na minha pessoa. Ele acha que eu posso me tornar um treinador tão grandioso quanto ele foi um dia. E esse é meu objetivo. Esse é meu sonho.
Agora, junto aos Trovonautas, um grupo de pesquisa liderado pelo Professor Friede, eu me sinto capaz de realizar qualquer feito. Eu nunca estive mais empoderado. Talvez porque eu esteja viajando o mundo e conhecendo os mais diversos Pokémon que eu jamais imaginaria que poderiam compor a minha equipe...
Talvez porque eu tenho essa sensação de que eu estou perto, muito perto de descobrir o que esta relíquia significa. Se algum dia eu vou descobrir? Não sei. Mas eu torço para que sim.
Então como é ser eu? Bem... Ser o Roy é sonhar constantemente. Eu simplesmente não faço outra coisa senão projetar o meu futuro na minha mente e eu faço isso sem jamais esquecer de olhar para o passado com o mesmo amor e carinho que me deram. E por isso, dizem que eu sou o mais carinhoso de todos os Trovonautas e que eu sempre vejo o melhor de todo mundo. Também já me disseram que isso é ingenuidade, que eu não consigo ver o mal nas pessoas... Não sei se é verdade, mas eu sempre trato todos com respeito e admiração, como eu gostaria de ser tratado, independentemente se essa pessoa gosta ou não de mim...
O que importa no final, é que ninguém jamais vai apagar a minha luz. Eu jamais deixarei de sonhar por conta do que as pessoas dizem ou fazem. Eu tenho um objetivo a cumprir. Eu quero deixar o meu avô orgulhoso antes que ele parta, e eu certamente farei de tudo para alcançar este sonho!
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