Pokémon Laços: Teal & Indigo 3 - (Parte V): VS Iron Valiant


Intro

Liko, uma garota cujo corpo tem apenas 17 anos, mas sua alma já viveu 1 bilhão...

Roy, um jovem entusiasmado apaixonado por Pokémon...

Dot, uma tímida menina prodígio que entende tudo de computadores...

Amethio, o ex-Campeão da Terra de Kitakami, que é a ironia em pessoa...

Lang, um jovem estudante que dá vida à drag queen Violet, la Violent...

Orla, a engenheira mecânica que vê nas máquinas, sua paixão...

Mollie, a médica Pokémon que detesta a profissão...

Murdock, o bem-humorado chef de cozinha que nunca perde as esperanças...

Ludlow, o vovô mais badass que você poderá encontrar...

Juntos, eles são os Trovonautas... Um grupo de pesquisadores que viaja o mundo em busca de novos conhecimentos, unidos pelo amor e paixão que sentem por Pokémon! A bordo do Old Castle, um castelo flutuante, eles agora partem rumo à Região de Paldea para desvendar os mistérios da Área Zero, na Grande Cratera que existe no coração da Espanha, e dar fim de uma vez por todas às anomalias e abominações decorrentes do experimento da viagem no tempo, dos Professores Sada e Turo...

Liko                   Roy                    Dot                Amethio            Lang
Orla                Mollie                Murdock            Ludlow            Friede
 


Anteriormente em Pokémon Laços: Teal & Indigo... Liko foi convencida pela Professora Sada a viajar no tempo sozinha com ela. Entretanto, ela descobriu que Sada era um robô e a estava usando. Após jogarem-se um bilhão de anos no passado, ela e a robô são congeladas em um cristal Terastal pelo Pokémon Lendário Terapagos, que habitava um colar encontrado pela verdadeira Sada e entregue à Liko pela Inteligência Artificial que assumiu o lugar da professora de carne e osso. Um bilhão de anos depois, o Professor Friede, o único membro restante dos Trovonautas (o grupo ao qual Liko pertencia) luta para encontrar respostas, viajando até a Terra de Kitakami para entender mais sobre o Fenômeno Terastal. Depois de conquistar dois títulos de Campeão, Friede consegue, finalmente, trazer seu grupo de volta ao presente, e agora com os demais reunidos, eles vão atrás de Terapagos, para ressuscitar Liko. Ao voltar, a garota captura Terapagos para si e choca a todos quando revela que durante todo esse tempo, ela esteve consciente, vivendo como um fantasma vagante pelas profundezas da Área Zero, em Paldea...


É tardinha e os dois grupos dos Trovonautas ainda não se encontraram. Mollie, Liko, Roy e Dot seguem sua jornada pelo interior da Grande Cratera de Paldea, quando de repente...
 Arf, arf, arf... Eu... E-e-eu não aguento mais...
 Hã? Liko? Você está bem?
 C-c-cansada... Preciso... Dormir... Podemos parar por hoje?
 ..........
 Mas nós nem caminhamos muito.
 É o estresse de estar de volta em um corpo físico, não é?
 S-s-sim... Não estou mais acostumada. Depois de tanto tempo sem um corpo, sensações como dor, frio, calor, fome, sede e cansaço são mais intensas, já que eu não experimentei nenhuma dessas coisas por um período absurdo!
 Está bem. Não vou dizer que eu compreendo, porque eu não compreendo. Mas podemos acampar por aqui, o dia já está se esvaindo mesmo.
 O-o-obrigada, Mollie. Eu só preciso... Só preciso dormir um pouquinho...


Mal Liko fechou os olhos e ela já estava em outra terra... Mas desta vez foi diferente. Não foi confuso e nublado, como qualquer outro sonho, foi lúcido. Liko estava consciente do outro lado, em um plano astral. Sentia possuir um corpo, capaz de se movimentar livremente e até voar, um corpo mais leve que este no qual ela habita, e o mais engraçado de tudo é que ela tinha pleno controle deste corpo. Se quisesse virar à esquerda, viraria à esquerda. Se quisesse virar à direita, viraria à direita. Ela estava viva. Acordada no sonho. Ciente de si, do ambiente ao seu redor, e de que aquela era uma experiência onírica.

Foi então que ela começou a ser bombardeada com recordações muito preciosas... O coração de Liko começou a se encher de emoção enquanto ela se lembrava daquele momento tão especial. Nascida em Paldea, a menina havia sido enviada para um internato na Região de Kanto, com o objetivo de aprender mais sobre Pokémon... A Academia Índigo. A mudança era um grande passo, e Liko sentia tanto a empolgação quanto o nervosismo de estar em um lugar novo e distante de sua casa.
No primeiro dia de aula, o renomado Professor Carvalho reuniu os novos estudantes da academia. As bancadas estavam repletas de Pokébolas, cada uma contendo um Pokémon Inicial. O professor começou a apresentar as opções, descrevendo as características e os tipos de cada Pokémon.
Liko observava com atenção, mas foi quando o Professor Carvalho trouxe Sprigatito à frente que algo dentro dela se acendeu.


Sprigatito, o adorável felino de tipo Planta, estava sentado elegantemente sobre a bancada, seu pelo verde reluzente exalando um aroma doce e seus olhos vermelhos brilhando com curiosidade. Foi paixão à primeira vista. Liko sentiu uma conexão imediata, como se Sprigatito estivesse destinado a ser seu parceiro. Com o coração acelerado, ela se aproximou e, pela primeira vez na vida, segurou uma Pokébola. Com um gesto delicado, encostou a esfera na testa de Sprigatito.

A luz vermelha piscou e, em um instante, Sprigatito foi sugado para dentro da Pokébola. Liko ficou olhando para a esfera, sentindo uma mistura de euforia e responsabilidade. A partir daquele momento, Sprigatito era seu primeiro Pokémon, e ela era oficialmente sua parceira humana!

Entretanto, ao ser liberado novamente, Sprigatito parecia indiferente à sua nova treinadora. Liko se lembra bem... Com sua empolgação e inexperiência, teve dificuldades para conquistar a confiança de Sprigatito. O Pokémon de grama era independente e ardiloso, não respondendo muito bem às tentativas de comando de Liko. Ela lembrava-se agora, durante o sonho, de como Sprigatito se esquivava de seus toques e olhava para ela com uma expressão de leve desdém.

Uma das memórias mais vívidas que surgiram foi a primeira batalha de Liko contra sua colega de quarto Anne e seu parceiro Oshawott. Na época, Liko pensou que aquela garota se tornaria sua melhor amiga... Quem diria que após alguns dias convivendo com ela no mesmo local, a garota pediria para trocar de quarto após os surtos noturnos de Liko, que acordava o prédio todo gritando com seus pesadelos...


Liko, determinada a mostrar suas habilidades, posicionou-se com Sprigatito à sua frente. Anne era extrovertida e alegre e por isso, estava confiante. Ao menos, era isso o que demonstrava. Enquanto isso, Liko sentia um misto de ansiedade e entusiasmo. Chegava a dar ânsia de vômito. E assim que a batalha começou, tudo desandou...


Sprigatito, ao invés de seguir os comandos de Liko, fazia o que bem entendia. O felino saltava de um lado para o outro, atacava pelas costas (sem honra!) e, muitas vezes, ignorava completamente os comandos de Liko.


Oshawott, com uma disciplina invejável, respondia prontamente a cada ordem de Anne, lançando Revólveres d'Água precisos que deixavam Sprigatito ainda mais irritado.

Liko dava risada agora, lembrando-se de como Sprigatito se recusava a usar Folhagem quando ela mandava, preferindo brincar com as folhas ao redor. E quando finalmente obedecia, errava o alvo completamente. Anne, tentando conter o riso, assistia enquanto Oshawott vencia facilmente a batalha.
Apesar do desastre, aquela experiência foi um ponto de virada para Liko. Ela percebeu que precisaria ganhar a confiança de Sprigatito, entendendo sua personalidade mesquinha e trabalhando de forma a conseguir sintonizar com o Pokémon. Sem isso, ela jamais conseguiria comandá-lo em batalha. Eles precisavam tornar-se um só. Decidiu então dedicar-se a conhecer melhor seu Pokémon, descobrindo o que ele gostava e como poderia construir esta harmonia com ele.

Mas antes que ela pudesse progredir na lembrança, o sonho mudou. De repente, ela estava em outra memória, de acontecimentos que ocorreram logo depois da aquisição de Sprigatito como seu primeiro Pokémon...

O pátio da Academia Índigo estava tranquilo, com o som dos alunos treinando ao longe. Liko, nervosa e com o coração acelerado, segurava uma Pokébola na mão. À sua frente, um Ralts solitário e desconfiado olhava ao redor, claramente afetado pela desconfiança de ter sido abandonado pelo seu treinador anterior... Ao seu lado, seu inicial, Sprigatito, um gato ardiloso e independente, estava pronto para a batalha.


Originário da Região de Hoenn, Ralts era um Pokémon raro em Kanto. Vê-lo ali fez com que Liko automaticamente quisesse capturá-lo. Mas ela nunca havia feito isso... Então a ansiedade e o nervosismo atacaram. A garota respirou fundo, tentando acalmar-se. Mas a tensão da primeira vez não ajudava. Ela sabia que Ralts era um poderoso e sensível Pokémon do tipo Psíquico, tipo este que futuramente veio a se tornar o mais abundante em sua equipe. Mas na época, isso a paralisava, porque sabia que estava lidando com um Pokémon muitíssimo inteligente e, acima de tudo, forte. Ela precisava ser cuidadosa.

Sprigatito, percebendo a tensão de Liko, avançou rapidamente. Sem esperar um comando claro (já que Liko não parecia criar coragem para começar a batalha nunca...), ele usou a Folhagem, lançando uma rajada de folhas afiadas em direção a Ralts. As folhas atingiram o alvo, já que aparentemente de joelhos dobrados, é impossível correr, mas o pequeno Pokémon Psíquico resistiu, seus olhos brilhando.
Sem perder tempo, Ralts contra-atacou com o Psíquico, no que uma força invisível arremessou Sprigatito para trás.
E logo na sequência, o anteriormente treinado e, portanto, experiente Ralts, retalia com o Poder Oculto, um ataque único que varia em tipo dependendo do Pokémon que o utiliza, sendo supereficaz em Sprigatito.
O golpe foi forte, talvez até demais, mas Sprigatito, ágil como um gato, recuperou-se rapidamente. Ele voltou a atacar, desta vez com Arranhão, suas garras afiadas causando danos no pequeno Ralts.
Ralts, ainda determinado, usou Fogo Fátuo, um golpe inesperado que acabou lançando chamas sinistra para cercarem Sprigatito, causando uma queimadura leve. Liko mordeu o lábio, preocupada com o estado de seu Pokémon inicial. Sprigatito, no entanto, mostrou-se resiliente, ignorando a dor da queimadura e avançando mais uma vez com um Ataque Rápido. Ele se moveu com uma velocidade impressionante, atingindo Ralts antes que o adversário pudesse reagir.
Ralts recuou, visivelmente enfraquecido, mas seus olhos ainda brilhavam com desconfiança. Liko sabia que precisava agir rapidamente. Com a Pokébola na mão, ela tentou lançar, mas seu nervosismo fez com que errasse o alvo, tipo... MUITO. A Pokébola foi lançada em um ângulo totalmente perdido, caindo no chão sem efeito, se espatifando e ficando completamente inutilizada.
Liko pegou mais uma Pokébola, desta vez tentando focar-se mais. Ela lançou outra vez, mas a Pokébola passou longe de Ralts. Sprigatito olhou para trás, impaciente e revirando os olhos para a própria treinadora. Então, sem esperar que Liko o desse novos comandos, ele usou mais um Arranhão, enfraquecendo ainda mais Ralts.
Com um último suspiro de confiança, Liko lançou a Pokébola uma terceira vez. A esfera voou pelo ar e, novamente, fez uma curva não planejada que a enviaria para longe do alvo. Mas Sprigatito pulou, deu uma cabeçada e com essa ajudinha não esperada, a esfera finalmente atingiu Ralts. A Pokébola abriu-se, sugando Ralts para dentro em um feixe de luz vermelha. A esfera caiu no chão, balançando de um lado para o outro.
Liko observava com o coração na garganta enquanto a Pokébola continuava a se mover. Aqueles segundos pareceram-se com uma eternidade, ela se lembra bem. Mas quando ela finalmente parou, emitindo um clique alto que ecoou pelo pátio, a sensação que veio a seguir foi de puro alívio. Liko havia capturado seu primeiro Pokémon.
Sprigatito, com a expressão típica de um gato que apenas fez seu trabalho, olhou para Liko. Ela correu até a Pokébola, pegando-a com um sorriso radiante no rosto. Esse momento marcava o início de sua carreira como treinadora, uma memória que ela sempre guardaria com carinho, especialmente a luta árdua e as tentativas frustradas de lançar a Pokébola.

Logo mais, o sonho mudou novamente. Desta vez, os raios de sol filtravam-se pelas copas das árvores, criando padrões dançantes de luz e sombra no chão da floresta. Era um dia quente e perfeito para o que estava acontecendo: uma viagem de estudos programada pelos Professores. Liko, determinada a cumprir sua missão da Academia Índigo, estava acompanhada de seu calmo e controlado Ralts. A tarefa era capturar um Pokémon que tivesse vantagem sobre seu inicial, uma forma de os professores incentivarem os alunos a superarem as adversidades em batalha e aprenderem mais sobre as efetividades de tipo na prática.

Eles haviam explorado a floresta durante horas, até que finalmente avistaram um raro Fennekin selvagem. O Pokémon do tipo Fogo estava brincando entre as folhas caídas, sua cauda fofa balançando alegremente. Liko sabia que aquele era o Pokémon que procurava. Com um aceno silencioso, ela instruiu Ralts a preparar-se para a batalha. Embora a missão envolvesse Sprigatito, Liko optou por utilizar Ralts, trapaceando na tarefa, mas acreditando que seria mais eficaz...


Ralts, com sua expressão séria e calma, avançou. Fennekin, com sua personalidade energética e gritona, percebeu a aproximação e preparou-se para o confronto. Ele lançou um Feixe Psíquico, um raio peculiar que atingiu Ralts com força, mas sem muitos danos. Ralts resistiu ao golpe, mas sentiu a confusão começar a se formar em sua mente.
Liko, preocupada, observou enquanto Ralts balançava a cabeça, tentando clarear seus pensamentos. Fennekin, aproveitando o momento de vantagem, usou o Uivo, aumentando suas estatísticas ofensivas e preparando-se para um golpe mais forte.
Ralts, finalmente recuperado da confusão, contra-atacou com Vento Congelante. Uma rajada de ar frio envolveu Fennekin, diminuindo sua velocidade e causando danos.
Fennekin recuou, mas seus olhos brilhavam com determinação. Ele lançou Brasas, pequenas chamas que atingiram Ralts, causando uma queimadura leve.
Ralts, sentindo as queimaduras enfraquecerem seu ataque físico, manteve-se firme. Ele concentrou sua energia e usou Psíquico, uma força telecinética abrupta que lançou Fennekin para trás. O impacto foi significativo, mas Fennekin ainda estava de pé, respirando com dificuldade.
Fennekin então avançou com Arranhão, suas garras afiadas cortando o ar e atingindo Ralts. O golpe foi preciso, mas Ralts manteve a calma, planejando seu próximo movimento. Liko sabia que precisava agir rapidamente.
Ralts, aproveitando a proximidade de Fennekin, utilizou Fogo Fátuo, lançando uma chama sinistra branco-azulada que envolveu o corpo de Fennekin, na tentativa de causar queimaduras, mas o que a iniciante Liko não sabia é que esse truque não funciona contra Pokémon de Tipo Fogo! Fennekin recuou, mesmo com o vacilo de Ralts, pois acabou percebendo que lutava contra um adversário melhor do que imaginava inicialmente.
Soprou de longe suas Brasas, uma vez mais, e atingiu Ralts com tamanha força que empurrou o pequeno Pokémon de Liko, revidando aquele Psíquico anterior.
Mas Ralts, diferentemente de Sprigatito, era um Pokémon obediente e aguardou os comandos de sua nova treinadora, a quem ele havia criado um vínculo muito forte, após perceber que Liko era diferente de seu antigo humano e jamais a abandonaria. Liko, vendo sua oportunidade, pediu que Ralts usasse o Psíquico novamente e desta vez, o pequenino usou a cabeça: ao invés de atacar com sua força telecinética bruta, usou a força dos pensamentos para fazer uma fruta despencar do alto de uma árvore, caindo bem em cima da cabeça de Fennekin, atordoando o Pokémon selvagem com forte senso de justiça.
Liko então pegou uma Pokébola vazia da mochila. Com um movimento rápido e preciso, ela lançou a esfera em direção a Fennekin. A Pokébola voou pelo ar e atingiu o Pokémon do tipo Fogo, sugando-o para dentro em um feixe de luz vermelha. A esfera caiu no chão e começou a balançar de um lado para o outro. Liko e Ralts observaram com expectativa, seus corações acelerados. Após alguns momentos de suspense, a Pokébola parou, emitindo um clique alto que ecoou pela floresta, e faíscas estelares que irradiaram luz em meio à mata.
Liko havia capturado seu segundo Pokémon. Ela correu até a Pokébola, pegando-a com um sorriso radiante no rosto, e foi assim que o sonho mudou de rumo uma vez mais, levando Liko para mais uma situação de seu passado...
Liko está de despedida da Academia Índigo. Ela já aguentou o que tinha que aguentar ali. Achou que seria um recomeço, mas nada daquilo fazia sentido se ela não conseguia fazer amigos. A briga com Ann ainda era recente e ardia no peito. Por sorte, o Professor Friede desceu de seu majestoso dirigível, o Brave Asagi, e a escolheu especialmente dentre os alunos da Academia, para ser sua bolsista. Roy, o outro bolsista, foi escolhido por intermédio de um torneio realizado na escola, o qual ele venceu ao lado de seu Fuecoco paspalhão.

Naquela noite, no entanto, Liko estava insegura de si. Seu olhar exalava ansiedade e ela não conseguia dormir. Estava no pátio da escola, tentando treinar Sprigatito na calada da noite. Mas ela ainda não havia conseguido compreender seu Pokémon inicial, de modo e maneira alguma...


Com a ajuda de Fidough, seu Pokémon que estimação que veio junto com ela de Paldea para Kanto, ela tentava ensinar Sprigatito a levar as batalhas a sério e a obedecer seus comandos, mas o Pokémon felino não parecia interessado. Enquanto Fidough atacava com Lambidas e mais Lambidas, Sprigatito apenas se esquivava...
    
...e se punha a afiar as unhas no pátio da escola, com seu novo movimento, Garras Afiadas.
Não estava nem aí para Liko, muito menos para Fidough, a quem Sprigatito desprezava. Liko então se enfureceu. Bufando com o Pokémon que só lhe dava trabalho, ela se aproximou de Sprigatito pisando firme no chão, mas o felino ágil e astuto, percebendo o tom de cólera da treinadora, sacou suas garras para arranhá-la no rosto.
Foi quando Liko foi mais ágil que seu Pokémon, pela primeira vez. Ela segurou o braço de Sprigatito, impedindo-o de avançar com as garras. Sprigatito se assustou. O pelo do felino desconfiado, estava duro e espinhoso, mas Liko não recuou, ela permaneceu firme, segurando-o.
Esta era a primeira vez que isso acontecia: Ele olhou nos olhos da treinadora, e ela, nos dele. E foi então que toda a ira de Liko se dissipou, como se nunca ali estivesse estado. Liko compreendeu, pela primeira vez, o "modus operandi" de Sprigatito: o Pokémon estava constantemente na defensiva, porque não conseguia confiar em ninguém. Assim ela. Assim como a própria Liko, que passou a vida inteira passando de mão em mão, sem nunca encontrar alguém que a amasse de verdade!
Foi então que tudo ficou claro, e ela, abraçando Sprigatito, jurou que a protegeria do mundo hostil e cruel, mas que em troca, gostaria de sua colaboração... O pelo do Pokémon foi ficando macio novamente e o brilho que se sucedeu iluminou a escola toda, expondo a localização de Liko aos guardas. Mas valeu a pena.
Valeu a pena porque agora, Liko estava abraçada a Floragato. E aquelas palavras marcaram o início de uma bela amizade. Agora que Liko tinha conquistado a confiança de seu Pokémon Inicial, ela jamais o deixaria partir...

O sonho mudou novamente e agora, Liko se perguntava por que estava revendo todas aquelas coisas. Mas ela não obteve sua resposta. Um cenário desolador de árvores queimadas e vegetação destruída se estendia por toda a Floresta de Arboliva, em Paldea. As chamas devastadoras deixaram cicatrizes profundas, e muitos Pokémon selvagens estão feridos, lutando para sobreviver.
Liko, agora um membro dos Trovonautas, caminha cautelosamente pelo local, seus olhos atentos a qualquer sinal de vida. Ao longe, ela avista uma Steenee ferida, tentando se proteger entre os restos carbonizados das árvores.


Liko aproxima-se lentamente, sua intenção de ajudar clara em seus gestos suaves. No entanto, Steenee, orgulhosa e cheia de si, recua e dá tapas com suas "orelhas" de folha, afastando Liko. A Pokémon do tipo Planta está visivelmente ferida, mas sua desconfiança a impede de aceitar ajuda.

Liko compreende que, para ajudar Steenee, ela precisará capturá-la. Sacando a Pokébola de Braixen, seu Fennekin já evoluído, Liko prepara-se para a batalha. Braixen, com sua personalidade energética e senso de justiça, está mais do que pronto para enfrentar o desafio.


Braixen avança rapidamente, seus olhos fixos em Steenee. Então neste momento, Liko tem um estalo: ciente do estado frágil de Steenee, ela decide não usar movimentos de fogo, para não assustá-la ainda mais, já que a Pokémon acabou de sobreviver a um incêndio! Braixen inicia a batalha com Feixe Psíquico, lançando seu raio energético peculiar que atinge Steenee. O ataque causa danos moderados e, para sorte de Liko, não confunde a adversária.
Steenee, furiosa com o ataque, responde com Tempestade de Folhas, criando um turbilhão de folhas afiadas ao redor de Braixen. O golpe é poderoso, mas reduz drasticamente o ataque especial de Steenee, deixando-a ainda mais vulnerável.
    
    
Braixen, movendo-se com agilidade, utiliza Arranhão, desferindo golpes rápidos e precisos com suas garras. Steenee recua, mas sua determinação a mantém de pé. Ela usa Aroma Doce, liberando um perfume que reduz drasticamente a evasão de Braixen, tornando-o um mais fácil.
Steenee então avança com Tapa Duplo, desferindo uma série de tapas rápidos e fortes em Braixen. O ataque é repetido várias vezes, causando danos significativos. Braixen, porém, não se deixa abater e permanece firme, pronto para continuar a batalha. Liko observa atentamente, sabendo que precisa capturar Steenee antes que ela se machuque ainda mais. Braixen lança outro Feixe Psíquico, atingindo Steenee com precisão e enfraquecendo-a consideravelmente.
    
Com Steenee visivelmente exausta e ferida, Liko aproveita a oportunidade e saca uma Pokébola. Com um movimento firme, ela lança a esfera em direção a Steenee. A Pokébola voa pelo ar, atingindo a Pokémon do tipo Planta e sugando-a para dentro em um feixe de luz vermelha. A esfera cai no chão e começa a balançar lentamente. Liko e Braixen observam com ansiedade, esperando que a captura seja bem-sucedida. Após alguns momentos de suspense, a Pokébola para, emitindo um clique alto que ecoa pela floresta destruída.
    
    
Liko corre até a Pokébola, pegando-a com um sorriso de alívio e gratidão. Agora, com Steenee em segurança, Liko poderia levá-la até Mollie, a médica dos Trovonautas, para que pudesse receber o tratamento necessário.

E o sonho muda... DE NOVO!!

Os Trovonautas estavam visitando a Região de Galar, explorando as fascinantes Minas de Galar. De repente, uma forte dor de cabeça atingiu todos os membros do grupo simultaneamente. A dor era intensa e insuportável, forçando-os a parar e tentar compreender a origem dessa sensação.
Liko, no entanto, não sentia nada. Ela olhou ao redor, vendo seus amigos se contorcerem de dor. Intrigada, percebeu que a proteção vinha das ondas psíquicas emanadas por sua Gardevoir, agora evoluída e majestosamente bela. O vínculo entre Liko e Gardevoir era forte, permitindo que Liko estivesse protegida de qualquer interferência psíquica.


Seguindo o rastro psíquico da dor, Liko e Gardevoir caminharam pelas profundezas das minas. A escuridão e a umidade aumentavam a tensão do ambiente. As paredes ecoavam com os sons de gotas d'água e os passos cautelosos de Liko. Guiadas pela sensibilidade psíquica de Gardevoir, elas finalmente encontraram a fonte do distúrbio: Hatenna.


Hatenna estava escondida em um canto escuro, suas longas orelhas sensíveis tremendo. O Pokémon do tipo Psíquico estava claramente ferido, absorvendo muitas emoções negativas dos humanos ao longo do tempo. Como forma de autodefesa, Hatenna agora emitia ondas psíquicas que causavam dor de cabeça para manter as pessoas afastadas.

Liko se aproximou lentamente, percebendo o sofrimento de Hatenna. Ela sabia que uma abordagem direta de batalha não era a solução. Em vez disso, ela se concentrou, estabelecendo uma conexão telepática através de Gardevoir. As ondas psíquicas de Gardevoir se sincronizaram com as de Hatenna, permitindo que Liko transmitisse suas intenções puras e benevolentes. Os olhos de Gardevoir brilharam com uma luz suave, e Liko sentiu a mente de Hatenna se abrir. A sintonia mental entre as três se fortaleceu, criando uma sensação de paz e segurança mútua.

Liko, com um sorriso gentil no rosto, abaixou-se lentamente. Ela retirou uma Pokébola de sua bolsa, movendo-se com cuidado para não assustar Hatenna. Com um toque suave e delicado, ela encostou a Pokébola na cabeça de Hatenna. A pequena Pokémon foi sugada para dentro da esfera e tal como nas outras visões que teve durante o sonho, como os outros Pokémon, foi capturada.
Liko voltou para seus amigos, agora livres da dor de cabeça, com a certeza de que tinham feito uma diferença positiva na vida de Hatenna...
E não demorou muito para que a paisagem mudasse novamente!

Liko e Roy, a mando do Professor Friede, estavam realizando uma pesquisa de campo nas profundezas de uma floresta qualquer. As árvores altas e o denso sub-bosque dificultavam a navegação, mas isso era o menor de seus problemas. Um enxame de Beedrill havia surgido, cercando-os com suas lanças ameaçadoras e ferrões venenosos.
Liko, determinada a proteger seu grupo, lançou Floragato. Ao seu lado, Roy enviou Crocalor, o enérgico e cômico Pokémon do tipo Fogo, evolução de Fuecoco. Os dois treinadores e seus Pokémon começaram a enfrentar o enxame com todas as suas forças.


Floragato atacou primeiro, utilizando Folha Mágica. As folhas perseguidoras atingiram uma vespa, derrubando-a, mas ainda havia muitas outras. Crocalor seguiu com Lança-Chamas, cuspindo uma intensa rajada de fogo que queimou outro Beedrill. No entanto, o enxame parecia interminável.
Os Beedrill avançaram, seus ferrões venenosos zumbindo no ar. Floragato mostrou sua agilidade com Acrobático, desviando dos ataques e atingindo mais um Beedrill, que por pouco, não atingiu Liko. Crocalor, em um movimento exagerado e cômico, usou Circular, sua canção ecoando pela floresta e afastando alguns dos insetos momentaneamente.
Floragato até mesmo se arriscou com seu novo movimento, a Bomba de Sementes, criando múltiplas explosões destrutivas que poderiam colocar Roy e Liko em perigo, se estes não estivessem em movimento.
Apesar de seus esforços, a situação estava ficando desesperadora. Eles estavam longe depois de um lago ou qualquer coisa do tipo, para escaparem nadando... Floragato e Crocalor estavam lutando bravamente, mas os Beedrill continuavam a atacar incansavelmente. Liko e Roy começaram a sentir o peso da batalha, percebendo que não conseguiriam escapar sozinhos! De repente, a pequena Hatenna, que estava escondida no capuz de Liko, saltou para fora. Seus olhos ocultos pela franja azul bebê brilharam intensamente enquanto sentia o tumulto e o perigo ao seu redor. A tensão da situação ativou algo dentro dela: Hatenna começou a brilhar com uma luz intensa, seu corpo se transformando. Em um flash de luz, ela evoluiu para Hattrem.
Hattrem, agora maior e mais poderosa, emanava uma aura de fúria.


Decidida a silenciar todo o tumulto, ela utilizou seu novo movimento: Balanço Violento. Hattrem balançou seu corpo com força, criando uma onda de choque que se espalhou por toda a área.
A força do ataque foi devastadora. Os Beedrill foram lançados em todas as direções, incapazes de resistir ao poder de Hattrem. O enxame foi disperso completamente, deixando a floresta em um silêncio súbito.

Liko e Roy observaram com espanto e alívio. Floragato e Crocalor, exaustos mas vitoriosos, retornaram para o lado de seus treinadores. Hattrem, sua expressão ainda determinada, olhou ao redor para garantir que o perigo havia passado. Liko se aproximou de Hattrem, um sorriso de gratidão no rosto. Ela sabia que, sem a coragem e o poder de Hattrem, eles não teriam conseguido escapar. Roy, sempre exagerado e gritão, deu um suspiro copioso de alívio e um tapinha no ombro de Crocalor. 

E o sonho toma outro rumo, desta vez mostrando o interior do falecido dirigível dos Trovonautas... Liko, ou melhor, Riko, sua segunda personalidade psico/sociopata, estava furiosa. As emoções negativas, exacerbadas pela influência de Hatterene, haviam tomado conta dela. Riko, com os olhos ardendo de raiva, avançava em direção ao Professor Friede com a intenção clara de agredi-lo.


O Professor Friede recuava, tentando acalmar a situação com palavras, mas Riko não parecia ouvir nada. A aura de Hatterene ao seu lado brilhava intensamente, alimentando-se das emoções sombrias que emanavam de Riko. A Pokémon Bruxa da Floresta estava claramente se divertindo com a angústia alheia.
Foi neste momento que Riko envolveu suas mãos sangrentas em torno do pescoço de Friede, tentando esganá-lo. Mas neste momento, graças ao bom Arceus, uma das pokébolas de Liko se abriu espontaneamente, trazendo para fora o pequeno Fidough, que na ausência do pai incompetente de Liko, jurou proteger a menina. Com um Rugido, o pequeno disparou suas ondas sonoras e fez Hatterene voltar, automaticamente à pokébola.
Mas este não foi o único feito do urro do canídeo: os demais Pokémon de Liko ouviram o chamado e foram se libertando, um a um, para intervir na agressão, em um esforço desesperado para salvar sua treinadora e proteger o Professor Friede. Delphox, Gardevoir, Tsareena e Meowscarada se materializaram no laboratório, prontos para agir...


Delphox foi o primeiro a se mover, lançando o Choque Psíquico. A estranha onda psiônica se materializou e atingiu Liko diretamente, tentando neutralizar a influência negativa. Liko parou por um momento, mas a raiva de Riko queimando em seu interior, ainda era forte.
Gardevoir, percebendo a gravidade da situação, utilizou Circular. A canção suave e hipnotizante ecoou pelo laboratório, na esperança de acalmar as emoções turbulentas de Liko. O som parecia alcançar uma parte profunda dentro dela, mas não o suficiente para desfazer o que Hatterene havia feito.
Tsareena avançou com rapidez, desferindo um Chute Tropical. O golpe intenso não apenas atingiu a garota, mas a derrubou, enfraquecendo temporariamente a fúria de Riko. Liko cambaleou, mas a influência de Hatterene ainda era forte.
Meowscarada, com um movimento ágil, lançou sua Bola de Pólen. A nuvem de pólen explodiu ao redor de Liko, tentando restaurar seu equilíbrio e clareza mental. A explosão de pólen causou danos leves, mas mais importante, começou a restaurar parte do HP mental de Liko.*
Fidough, percebendo a necessidade de uma abordagem diferente, utilizou Bocejo. O grande bocejo do pequeno Pokémon lançou uma onda de sonolência em direção a Liko. Aos poucos, os olhos de Liko começaram a pesar, a raiva de Riko enfraquecendo enquanto o sono se aproximava.
O combate interno continuava, com cada Pokémon de Liko lutando desesperadamente para trazer de volta a personalidade querida de sua treinadora. E o esforço deu certo! A combinação dos golpes de cada um acabou criando uma mistura de restauração e sonolência que quebrou o controle de Hatterene, colocando a personalidade malévola para dormir.

Finalmente livre da influência de Hatterene, Liko caiu de joelhos, exausta e confusa. Riko havia desaparecido, deixando apenas Liko, desorientada e vulnerável. O Professor Friede, aliviado, aproximou-se com cautela.
Os Pokémon de Liko se reuniram ao seu redor, garantindo que ela estava segura. Liko olhou ao redor, seus olhos cheios de lágrimas, por compreender o que havia feito. Seus Pokémon haviam salvado não apenas o Professor Friede, mas também sua própria mente e coração.

E o sonho muda outra vez...

Liko agora está em um local escuro, de frente apenas para um ser misterioso, que caminha calmamente em sua direção. Aquilo não era uma lembrança. Ela não se lembra de jamais ter vivido algo assim!

"MENTIROSA!" Gritou o ser, em sua mente.
 Q-q-quem é você?
 Eu pude sentir sua energia se aproximando... Sua energia de mentirosa!
 Q-q-quem é você?! O que quer de mim?!
 As suas mentiras me despertaram. Venha me encontrar.
Aquela frase ecoou na mente de Liko... "Venha me encontrar". E então, ela se ACORDOU, no susto.
 Uuuuuuugh!
 Liko! O que foi?!
 Está tudo bem?
 Quanto tempo eu dormi?
 Hã? Você dormiu?
 Estava acordada há um minuto atrás...
 Sério?! Nossa, pareceram horas!
 Então você já descansou para podermos seguir viagem?
 Não nesse sentido, bobão! É que... Bom... Deixa para lá. Deve ter sido só um apagão, mesmo.
Mas Liko sabia que havia algo muito, mas muito suspeito naquele sonho. E seus receios se confirmaram quando a voz metálica do ser cromado retiniu em sua cabeça, como um lembrete da última conversação que tiveram.
 Venha me encontrar. Sozinha.
As pernas de Liko afrouxaram. Ela estremeceu. Quem era aquele ser e por que a estava perseguindo em sonho? E por que queria encontrá-la a sós? Então, percebendo que os demais não entenderiam sua colocação, assim como jamais entenderam qualquer tópico sobre sua conturbada vida, Liko decidiu se afastar e resolver isso sozinha...
 Ei! Aonde você vai, Liko?
 Eu... Já volto. Só preciso tomar um ar.
 Tudo bem, não vá muito longe.
 Pode deixar.



Só de saber que Mollie, Roy e Dot não estavam por perto, já era um alívio. Mas ainda assim, Liko estava nervosa. Ela queria entender quem diabos estava a procura dela. E seus anseios só se intensificaram quando, uma vez afastada dos demais, ela tornou a ouvir a voz mecânica em sua cabeça: 
 Os seus amigos sabem que você MENTE para eles?
 Quem é você?! Onde está? Mostre-se!!!
Apesar de tentar dialogar, não ouve resposta. Nesse momento, Liko já estava surtando, mas a voz resolveu se manifestar novamente depois de um bom tempo de silêncio, dizendo:
 Eu vou lhe mostrar onde fico. Venha até mim.
De repente, uma imagem se formou na mente de Liko e ela sabia exatamente onde ir. Poderia ser uma cilada? Poderia, mas depois de toda as visões que teve, refrescando sua memória bilionária, quer dizer, sua mente de um bilhão de anos, Liko tinha certeza de que estava bem acompanhada. Seus Pokémon estavam todos ali com ela, exceto, é claro, por Houndstone (que Arceus o tenha!).
A garota caminhou por alguns metros até se deparar com um declive. Havia uma caverna lá embaixo, a qual ela reconheceu. Era a imagem que havia sido plantada em sua cabeça pela coisa, robô, criatura, ou o que quer que fosse.
 É aqui...
Entretanto, mesmo com toda a cautela do mundo, ao aproximar-se demais do declive, um pedaço de rocha acaba se desprendendo e Liko cai ladeira abaixo!!!
 Aaaaahh!
Depois do susto, a garota se levantou, contou os dedos para ver se ainda tinha todos, viu sim que sim e então tirou o pó da roupa.
 Tô inteira! Tô inteira!
Então, Liko ficou prostrada de frente para a entrada da caverna. Era escuro lá dentro, mas ela podia ver diversos cristais Terastal em seu interior e deduziu que aquele local seria um den de Tera Raid Battle.
 Entre.
A voz falou. Liko, vacilante, colocou a mão sobre suas pokébolas e foi, pé por pé, adentrando no território sinistro da criatura metalizada. Mas não precisou ir muito longe para dar de cara com ele, o robô de seus sonhos, que estava parado, não representando nenhuma ameaça, pelo menos, não uma ameaça física. Se ele era capaz de entrar em seus sonhos, o verdadeiro perigo era mental.
 Você!
 Olá, Mentirosa.
 Quem é você, e por que me chama assim?!
 Perdão pelos meus modos, eu sou Ferropaladín.
 Ferropaladín?
Liko saca então seu Rotom Phone, que começa a dar informações mais detalhadas sobre o Pokémon:
 Ferropaladín, o Pokémon Paradoxo, de Tipos Psíquico e Lutador*. Acredita-se ser a criação de um cientista louco. Um artigo em uma revista suspeita fala de uma teoria de que este Pokémon é, na verdade, um robô - o produto dos esforços de um cientista louco para criar o Pokémon psíquico mais poderoso de todos. O artigo descreve Ferropaladín como semelhante a Gardevoir e Gallade. Ferropaladín também é considerado cruel o suficiente para pegar sua lâmina brilhante e cortar qualquer um que a enfrente sem hesitar.
 Este seu dispositivo mente. Tanto quanto você. Mas de uma coisa, ele está certo... Eu sou o mais poderoso Pokémon Psíquico. Minhas habilidades telepáticas vão além das de qualquer outro Pokémon deste tipo.
 Pare de me chamar de mentirosa!!
 Contra fatos não há argumentos. Eu sei o que você anda escondendo, Liko...
 Como sabe meu nome?!
 Eu sei tudo sobre você. TUDO. Vasculhei a sua mente e encontrei feridas colossais que a tornam um verdadeiro caos psíquico, uma tempestade turbulenta de emoções prestes a explodirem. Você me pareceu perfeita no momento em que a vi. Isto é... No momento em que a SENTI.
 Então você invadiu a minha mente?! Sem minha autorização?!?!?!
 Há males que vêm para o bem. Você é a pessoa mais manipulável que eu consegui detectar num raio de 10 km.
 Manipulável?!
 Perdoe o meu linguajar. A pessoa com maior tendência a aceitar minha proposta...
 Proposta?! Do que DIABOS você está falando?!
 Eu posso lhe ajudar, se você me ajudar.
 Hã?
 Eu me ofereço para te ajudar a manter a mente no lugar com os meus poderes psíquicos. Em troca, você me captura e me tira daqui, desse buraco altamente militarizado que vocês, humanos, chamam de Área Zero.
 Mas e se... E se eu recusar?
 Se você se recusar, então eu terei que contar aos seus amigos sobre o que você anda escondendo deles...
 !!!!!
Aquela ameaça caiu como um raio sobre a cabeça de Liko, injetando adrenalina em todas as suas artérias e veias. Parece que Ferropaladín, ao vasculhar a mente da garota, descobriu algo que ela mantinha só para ela. Algo que ela não queria que ninguém mais soubesse... Talvez fosse só um blefe, mas dada a aparição do Pokémon robótico em seus sonhos, Liko tinha certeza que não, que não era apenas uma ameaça vazia, mas que Ferropaladín sabia mesmo o que ela vinha escondendo este tempo todo, desde que voltou de sua Terastalização forçada.
 V-v-você não ousaria...!!
 Oh, querida. Você sabe tão bem quanto eu que sim. Eu ousaria. E muito.
Liko ficou em silêncio por um momento. Ela não sabia como reagir. Até agora, sua "mentirinha" tinha passado despercebida por todos. Todos, menos Ferropaladín. Acontece que a garota realmente tinha um segredo e ela não queria que a verdade chegasse a público. Portanto, ela faria de tudo para que essa informação não vazasse.
 Tudo bem. Eu aceito o acordo. Vou ajudá-la a sair daqui.
 Mas eu quero que você me trate como trata os outros.
 Os outros? Que outros?
 Seus outros Pokémon. Eu vi como você os trata. Quero ser tratada daquele jeito, e não como o coitado Fidough que você ceifou.
 Sinto que eu não teria capacidade de te "ceifar", Ferropaladín, mesmo se eu quisesse...
 Acho bom... Agora, por favor, me capture. Tire-me já desta selva terrível.
 E você vai me deixar que eu te aprisione em uma pokébola assim, de mão beijada?
 Claro que não, eu só estava te testando!
Em um movimento surpreendente, Ferropaladín começou a brilhar de forma intensa. Liko assiste enquanto o Paradoxo começava a Terastalizar. Uma sequência de luzes mágicas envolveu Ferropaladín, e uma joia em formato de bulbo surgiu sobre sua cabeça. Em poucos segundos, o Pokémon oportunista havia se transformado em um Tipo Tera Elétrico.
 Hatterene, eu escolho você!
 Hahahahahah!


A lua cheia iluminava o campo de batalha, suas sombras alongadas pelo brilho prateado. Diante de Liko e sua Hatterene maluca, estava Ferropaladín, o Pokémon Paradoxo que lembrava uma fusão de Mega Gallade com Mega Gardevoir. Ambos os Pokémon se encaravam, prontos para a batalha. Ferropaladín avançou primeiro, suas lâminas brilhando com uma energia ameaçadora. Ele utilizou Visão do Futuro, preparando um ataque psíquico devastador que atingiria Hatterene somente daqui a dois turnos. Liko sabia que precisava agir rapidamente.
Hatterene, com sua habilidade Antecipação, sentiu a intensidade do movimento e previu os ataques futuros. Liko aproveitou essa vantagem.
 Hatterene, use Agilidade!
Hatterene relaxou e iluminou seu corpo, aumentando drasticamente sua velocidade. Seus movimentos se tornaram rápidos e fluidos, pronta para desviar dos ataques poderosos de Ferropaladín, que por sua vez, não perdeu tempo e lançou-se com um Corte Furioso. Suas lâminas cortaram o ar com precisão, atingindo Hatterene. No entanto, devido à sua agilidade aumentada, Hatterene conseguiu minimizar os danos, esquivando-se e sendo atingida apenas de raspão.
 Hatterene, responda com Feixe Psíquico!
Hatterene concentrou sua energia e disparou um raio peculiar de energia em Ferropaladín. O ataque psíquico atingiu o adversário com força, mas não conseguiu confundi-lo. O robô, ainda firme, preparou seu próximo movimento, o Soco Dreno. A energia elétrica ao redor de suas lâminas aumentou a intensidade do golpe. O soco atingiu Hatterene, drenando sua energia e restaurando parte do HP de Ferropaladín. Hatterene recuou, sentindo o impacto, mas ainda estava determinada, com sua gargalhada maquiavélica demonstrando parte de seu sadismo.
 Hahahahahah!
De repente, o ataque preparado por Visão do Futuro atingiu Hatterene com uma força devastadora. O raio psíquico fez Hatterene recuar, mas a antecipação da Pokémon ajudou a minimizar os danos.
 Hatterene, ela pode não ser do Tipo Aço, mas seu corpo é feito de metal, então as chamas podem ser um problema! Use Fogo Místico!
Hatterene respirou fundo e lançou um fogo especial e quente em Ferropaladín. As chamas envolveram o Pokémon Paradoxo, causando danos e simultaneamente reduzindo seu Ataque Especial. Ferropaladín rugiu de frustração, suas lâminas cintilando com eletricidade.

Ferropaladín, não querendo dar tempo para Hatterene recuperar-se, lançou Talho Noturno, cortando o ar com suas lâminas sombrias. O ataque atingiu Hatterene, mas sua habilidade de antecipação a ajudou a minimizar os danos mais uma vez!
 Você é boa!
 Obrigada!
 Eu não estava falando de você.
 Ah! Claro...
 Hatterene é um Pokémon-problema, assim como você... Como ela podia continuar ao seu lado?
 Foi o Professor Friede. Ele... Não abandona ninguém! Por mais que ele tenha me pedido para jamais usar Hatterene novamente em sua presença, ele nunca quis que eu me desfizesse dela. Pelo contrário, ele queria que eu a treinasse para evitar que ela roubasse e distorcesse as emoções humanas, causando o meu descontrole.
 Este Professor Friede parece ser um grande homem...
 Bom, ele até pode ser... Mas por trás de todo bom homem, tem uma grande mulher! E neste caso, somos nós! Hatterene e eu!
 Hahahahahah!
 Hatterene, vá e retalie com sua Garra Sombria!
Hatterene se concentrou e materializou uma garra afiada feita inteiramente de sombras. Ela avançou rapidamente, serpenteando e cortando Ferropaladín em um golpe crítico! Ferropaladín cambaleou, mas ainda estava de pé, a energia elétrica ao seu redor brilhando intensamente. Com mais um movimento oscilatório de sua foice, o Pokémon Paradoxo lançou uma onda de lâminas cortantes com o Talho Noturno na direção de Hatterene...
 Hatterene, esquive-se usando a Agilidade novamente!
Hatterene iluminou seu corpo mais uma vez, aumentando drasticamente sua velocidade. Seus movimentos tornaram-se quase impossíveis de seguir com os olhos, deixando Ferropaladín em uma desvantagem significativa. Isso possibilita com que a Pokémon de Liko se esquive completamente dos cortes de Ferropaladín, mas as lâminas atingem os cristais de Terastal às costas do Pokémon de Liko, ferindo Hatterene com os cacos que voam por toda a caverna.
 Haaaat! >w<
Ferropaladín, percebendo a necessidade de um ataque rápido e eficaz, lançou seu Corte Furioso uma vez mais. Suas lâminas rasgaram o ar repetidamente, cada golpe mais forte que o anterior. Hatterene, no entanto, conseguiu esquivar de alguns dos ataques graças à sua velocidade aumentada.
 Isto não é um pega-pega! Vamos, lute de verdade!
 Você quer uma luta de verdade? Então tome isso: Feixe Psíquico, agora!
Hatterene concentrou sua energia e disparou um raio energético em Ferropaladín. O ataque psíquico atingiu o Pokémon Paradoxo com força, fazendo-o cambalear. Hatterene usou essa oportunidade para lançar Fogo Místico logo na sequência, envolvendo Ferropaladín em chamas especiais que reduziram seu Ataque Especial.
Ferropaladín, furioso, contra-atacou com Talho Noturno, suas lâminas sombrias cortando o ar em direção a Hatterene, à medida que rompia as chamas que o cercavam. O golpe foi poderoso, veloz e supereficaz, sobrepujando a capacidade de Hatterene se esquivar com Antecipação e Agilidade.
 Vamos acabar com isso, Hatterene! Use Garra Sombria!
Hatterene materializou sua garra feita de sombras e avançou com velocidade impressionante. O golpe crítico atingiu Ferropaladín em cheio, causando danos significativos e deixando o Pokémon Paradoxo visivelmente enfraquecido.
 (Vendo a oportunidade) Agora é a hora! Vamos capturá-la!
Liko retirou uma Bola Prêmio de sua bolsa, uma Pokébola especial destinada a capturas importantes. Com um movimento firme e decidido, ela lançou a esfera branca em direção a Ferropaladín. A Pokébola voou pelo ar, atingindo o Pokémon Paradoxo e o sugando para dentro em instantes.
A esfera caiu no chão e começou a balançar violentamente. Liko e Hatterene observavam com expectativa, seus corações acelerados. Após alguns momentos de suspense, a Pokébola parou, emitindo um clique alto que ecoou pelo campo de batalha.
 (com um sorriso de alívio) Conseguimos, Hatterene! Conseguimos!
Hatterene relaxou, sua energia psiônica diminuindo enquanto se aproximava de Liko. O vínculo entre elas havia se fortalecido ainda mais após essa intensa batalha. Liko pegou a Bola Prêmio do chão, sentindo a satisfação de ter conquistado um novo e poderoso aliado. Eis então que a garota ouve a voz de seu novo Pokémon em sua mente: "Tenho a sensação de que você e eu ainda seremos boas amigas..."...





 Liko, onde você estava?!
 Capturando um Paradoxo!
 O QUÊ?! Você não ia só tomar um ar?
 É, me ocorreu que com Terapagos longe, meu time está incompleto...
 Aham, sei.
 Você não precisa acreditar em mim, Mollie. "Contra fatos, não há argumentos".
 Teremos nossa conversa depois! Agora precisamos ir!
 O quê? Por quê?!
 Ouvimos alguém gritando em desespero!
 Alguém, não! Foi o meu tio! Foi o meu tio!
 Você está certa, Dot. Foi o Murdock. E se ele está gritando, é porque algo aconteceu com o outro grupo...

Continua...

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