— Como... Como ele pode ser tão forte? — Perguntei.
— Tínhamos um trato com um cientistas aí. — Respondeu Plumeria.
— Deveríamos roubar alguns pokémon publicamente para que eles os "salvassem", quando na verdade, estávamos repassando esses pokémon para que fossem feitos experimentos científicos não-autorizados pelo governo. Era tudo uma grande encenação, na verdade, mas no fim, saímos como vilões e eles, como mocinho. — Conta Guzma. — Este Greninja aqui era apenas um Froakie quando eu o levei. Mais tarde, quando ele retornou na forma de pagamento, estava diferente. Estava mais forte, treinado, evoluído e é claro... Era capaz de mudar de forma, era capaz de usar um Z-move!
— Zi muv? — Perguntou Zack, não entendendo nada.
— Um Z-Move, um movimento de socorro como aquele Hydro Vortex! — Explicou Wicked. — São ataques que não fazem parte do moveset básico de 4 ataques, mas que podem ser convocados sempre que algum pokémon precisa de ajuda, como um quinto ataque.
— Entretanto, um Z-Move só se pode usar uma única vez em batalha. — Continuou Darkstorm, que olhava fixamente para a corrente de ouro de Guzma, o que deu a entender que aquela pedrinha azul que emanava um brilho tão profundo era a chave deste quinto ataque. Puxa vida, aquilo era uma "variação de Mega Evolução" e os bandidos tomaram conhecimento disso antes dos mocinhos! Que sacanagem!
— Por falar nos diabos... — Guzma coça o queixo quando uma dúvida de repente lhe atravessa o pensamento. — Essa vadiazinha aí não lembra os cientistas? — E apontou com um gesto de cabeça para Lillie.
— É, parece. — Concordou Plumeria.
— Ela também se parece muito com nosso Big Bro, o Impulsionador Gladion! — Lembrou Darkstorm.
— Ela se parece com muitas pessoas que conhecemos! — Disse então Wicked. — Quem é ela?
Mas todos ficamos em silêncio. A verdade é que nem nós sabíamos ao certo quem Lillie era. Lucy era quem mais a conhecia, afinal, Lillie era sua assistente de laboratório.
— A mina fez uma pergunta. — Disse Guzma, aproximando-se de Lucy e apertando-a no maxilar com sua mão esquerda, aplicando bastante força. — RESPONDA!
— Largue-a! — Berrou Zack.
— Responda: quem é a vadia? — Indagou Guzma, não dando bola para os adolescentes revoltados ao seu redor.
— Vadia é a puta da sua mãe! — Respondeu Lucy, cuspindo na cara do marginal.
— Vai se arrepender por isso! Rainbow, a Shuriken!
Greninja cria e dispara sua Shuriken gigante, mas não tão gigante quanto da última vez. O alvo agora, Lucy, era menor e portanto, mais fácil de matar.
Imediatamente reagi, quando Greninja estava a ponto de lançar sua lâmina de água colossal. Lancei a primeira pokébola que me apareceu para cima e gritei: DEFENDA!
Foi quando Frogadier disparou sua Water Pulse na direção da Shuriken, defendendo e salvando Lucy.
— AH! CALEM!
Ela se emocionou quando me viu protegendo-a. Lucy era extremamente igual a sua irmã e isso só aumentava meu instinto protetor. Pela Y, eu faria de tudo para mantê-la salva.
— Um Frogadier? — Gozou Guzma.
— Gyahahaha! Acha que vai conseguir derrotar nosso mais-que-evoluído Greninja com sua pré-evolução fraca e sem dupla tipagem? — Disse Darkstorm, incrédulo.
— Não, eu não vou derrotar vocês com isso, mas eu posso fazer uma coisa com Frogadier!
De repente, me senti no comando. Eu sabia o que fazer, como se algo ou alguém estivesse me dizendo isso. Será que era Y me mandando um sinal? Será que ela estava vendo tudo isso que estava acontecendo de outra dimensão e me ajudando a vencer aquela batalha? Ou será que eu havia chegado a esta conclusão sozinho? Será que eu percebera aquilo tudo e organizara uma estratégia inconscientemente?
Não sei, mas que eu sentia uma presença, eu sentia. E foi através desta presença que a ideia se instalou em minha mente, clara como o dia.
— Frogadier, corte aquela corrente!
E com a mesma técnica de Cut que Greninja usava, Frogadier saltou em Guzma, removendo-lhe a corrente de ouro que carregava a pedra azul brilhante. Com um sobressalto, o líder da Team Skull tentou recuperar a corrente, mas Frogadier já a havia trazido para mim.
— Oh, oh! Isso é ruim! — Murmurou Wicked.
— E agora? O que faremos?! — Perguntou Darkstorm, apavorado, a seus superiores.
— Mantenham a calma! Ele não pode fazer nada com aquilo se não souber como usar! — disse Plumeria em um tom rígido, mas que por trás espelhava uma séria dúvida. Será que eles haviam perdido? E foi Zygarde quem respondeu essa pergunta.
Peguei o cristal azul e ergui ao alto, transmitindo todas as minhas emoções para aquela pequena pedrinha. Se funcionava do mesmo jeito que a Mega Evolução, então era assim que aquele cristal trabalhava: através do elo entre treinador e pokémon. E não é que funcionou?
O redemoinho de água que formava o Hydro Vortex foi ao pouco se dissolvendo, formando uma fina chuva que caiu de leve sobre a rota inteira e o lendário pokémon foi finalmente solto do dito "Z-Move".
Zygarde grunhiu, rangendo os dentes para Guzma e sua trupe e naquele instante, começou a reunir mais e mais células. Nosso pequeno Geleca estava crescendo de novo. Fios de luz verde fosforescente subiram aos céus. Eles vinham do todos os cantos, de todas as regiões. Fiquei me perguntando se Zygarde possuía suas lesminhas espalhadas por toda Kalos ou quem sabe até por todo o globo, bem no momento em que elas atingiram ao cão, que teve seu corpo reconstruído célula por célula.
— Z-Zygarde! — Lucy gaguejou quando viu a criatura completa, que agora lembrava uma silhueta humanoide.
— GROOOOOAAAARRR!
O lendário que mantinha seus tipos Dragão e Solo rugiu, iniciando um ataque provavelmente seria uma vingança terrível de força equiparada ao Hydro Vortex.
— Plumeria! Dark! Wicky! FUJAM! ABORTAR! ABORTAR! — Gritou Guzma, liberando seus capangas. Eram uns covardes afinal. Quando a luta estava ficando interessante, deram com o pé na tábua, mas quem não ficaria com medo de um monstrengo daqueles?!
Lillie cambaleou, mas conseguiu se manter de pé para presenciar aquele momento histórico. Observamos Guzma e a Team Skull correr de volta à saída da rota, no arco que ligava Vaniville a Aquacorde Town. E então, vimos Zygarde Perfeito terminar com o disparo de um laser de energia verde.
O ataque atingiu Rainbow, o Greninja, queimando uma marca de "Z" em seu peito e empurrando o tipo noturno com tamanha força contra o arco, que o fez em pedaços. O portal ruiu com um estrondo e caiu, fechando a rota. Mesmo assim, eu pude ver que Darkstorm, Wicked, Plumeria e o tal de Guzma continuavam correndo, continuavam fugindo para além daquele território e levando o Greninja finalmente nocauteado em seus braços. Se haviam aprendido a lição, nós não sabíamos, mas Geleca foi bom em lhes poupar a vida, embora não tivéssemos como prever se iriam tentar ferir Zygarde novamente.
Com tudo terminado, senti um alívio imediato no peito. Os outros também pareceram ter tido a mesma sensação, pois se jogaram no chão, dando "graças a Arceus" por tudo ter corrido bem.
— Zygarde...Voltei-me para o gigante, mas não mais o encontrei. Ele estava ali havia poucos segundos e agora era um cão novamente, do tamanho de Houndoom. Um Rival Perfeito, pensei.
— E agora? O que faremos? — Perguntou Tierno, preocupado.
— Não era uma descoberta, afinal... Era só o Zygarde do Diretor Chevalier. — Entristeceu-se Lucy.
— Mas claro que era! — Defendeu Shauna. — Alguém aqui sabia como era a forma completa de Zygarde? Aliás... Alguém aqui sabia que ele também era uma minhoquinha do tamanho de uma mão capaz de se reorganizar em conjunto com outras minhoquinhas?
— É, talvez você tenha razão, Shauna. — O tom de Lucy era triste e desiludido. — Mas eu vou ter que me desfazer de Zygarde do mesmo jeito. Eles vão voltar a procurá-lo. E se não voltarem, talvez outras pessoas o façam! Mas... Para onde podemos levar Zygarde? Onde podemos mantê-lo em segurança?
— Para o subterrâneo de Shalour?: — Perguntou Zack na inocência.
— Está doido? Todo mundo sabe agora da existência daquele lugar! Vai acabar virando ponto turístico! — Comentou Matthew, exaltado.
— É, tem razão... — disse Lucy.
— Que tal levarmos para o laboratório e espalharmos a notícia de que foi roubado? — Sugeriu Tierno.
— Ou talvez pudéssemos deixá-lo decidir o que seria melhor! Ele é um lendário, talvez saiba se comunicar com humanos. — disse Shauna.
— É uma boa. — Concordei.
— Mas e se voltarem a encontrá-lo no estado selvagem? — Perguntou Matthew.
— Olha, se ele se transformar nesse golem gigante toda vez que ficar em perigo, não vai ter ninguém que consiga derrotá-lo! — disse Lucy.
— Ah, nisso tu tens razão! — Assentiu Matt.
— Mas o que vamos dizer para a imprensa? — Perguntou Lucy.
— Temos que fazer o boletim de ocorrência primeiro. Quem sabe a polícia não sabe o que fazer com ele? — Perguntei.
— E deixar que o governo tome conta de Geleca? — Receou Lucy.
— É, talvez não seja uma boa ideia não. — disse Shauna.
— Ou talvez a gente devesse... Ahn... P-pessoal? — Zack nos chamou a atenção. — Onde ele está?
Quando olhamos aos nossos arredores, tudo o que vimos foi uma pequena rota onde crianças costumavam brincar completamente destruída e nenhum rastro de Zygarde.
— LILLIE! — Lucy exclamou. — Ela não está aqui também! Ela o levou!
— Do estado que ela tava, está mais para "ELE a levou!" — Comentou Shauna.
— Agora não, querida. — Repreendeu Tierno, lançando-lhe um olhar de advertência. Estávamos todos em uma situação muito delicada naquele momento. Aliás, parece que sempre que nos encontrávamos, alguma coisa ruim acontecia para arruinar tudo... SEMPRE. E daquela vez não foi diferente. Tudo havia virado de cabeça para baixo...
~Lillie
Quando o relógio bateu 8 horas da noite, o enorme cristal cor-de-rosa que decorava a cidade de Anistar, o famoso relógio de sol Sundial, emitiu um brilho especial e Zygarde uivou em sua direção. Senti uma coisa enauseante em minha barriga e então, o tempo parou, o espaço se alterou ao entrarmos no portal que se abrira.
Tudo ao meu redor girou e eu achei que fosse desmaiar de novo, mas quando abri os olhos, estava em um lugar completamente diferente, com um clima, aroma, essência e energia completamente diferente.
Tudo ao meu redor girou e eu achei que fosse desmaiar de novo, mas quando abri os olhos, estava em um lugar completamente diferente, com um clima, aroma, essência e energia completamente diferente.
Reconheci o Moondial, em sua estrutura cristalina azul no Distrito de Kalola, do outro lado do mar, na tropical região de Alola. Aquela era, afinal, a ligação entre as duas regiões: os misteriosos relógios esculpidos em cristal, receptáculos do sol e da lua, detentores do tempo e do espaço.
E ninguém fazia ideia disso. Ninguém fazia porque ninguém lia. Ninguém lia os livros antigos e aqueles que detinham o conhecimento das antigas escrituras, julgavam tudo como meras lendas. Mas Zygarde também era uma lenda e ali estava ele, certo? Então por que não apostar em outras coisas que foram desacreditadas com o tempo? Por que não pensar em algo grande?
E ninguém fazia ideia disso. Ninguém fazia porque ninguém lia. Ninguém lia os livros antigos e aqueles que detinham o conhecimento das antigas escrituras, julgavam tudo como meras lendas. Mas Zygarde também era uma lenda e ali estava ele, certo? Então por que não apostar em outras coisas que foram desacreditadas com o tempo? Por que não pensar em algo grande?
Verifiquei em meu bolso se a pedra ainda estava ali. Sim. Estava. Peguei uma pequena e antiga (muito, muito, muito antiga) caixinha que me restava de recordação de tempos infelizes e coloquei ali o cristal em formato de losango, sob um fundo falso que eu mesma inventara em tempos de crise. Aproveitei e coloquei as Key Stones de Calem e Lucy. Eles nunca deveriam ter se aproximado tanto de mim...
Peguei a caixinha com firmeza. Eu mal podia me manter de pé depois daquela viagem com as costas detonadas. Mas eu ainda tinha mais um lugar para ir. Eu precisava esconder aquilo. Algum dia eu poderia precisar.
E então uma imagem me atravessou o véu da memória. Uma Ilha de Alola muito reservada, onde as pessoas não costumavam se aproximar muito devido a diversos fenômenos naturais perigosos à saúde. Isso mesmo: Aniuea Island.
— Saia, Lapras!
Liberei meu transporte na praia e coloquei Zygarde, agora na minúscula forma nuclear de Geleca, dentro de minha bolsa, onde se acomodou sem problema nenhum. Montei nas costas de Lapras e viajei a noite todavia Surf.
Quando avistei as enormes cadeias de montanhas, eu sabia que havia chegado no Distrito da Ilha do Dragões, mas já estava amanhecendo e eu não havia dormido um bocado sequer. Mas valeria a pena futuramente, eu disse para mim mesma. Pisei na praia já procurando por um local onde eu fora muito quando criança. Uma antiga construção de pedra que guardava muitos segredos...
Passei pelo Pokémon que resguardava as ruínas e depositei a caixinha na parte mais profunda do lugar que um dia fora um mosteiro. Então peguei a pedra azul da Team Skull e escondi em outro lugar. Se alguém encontrasse um sequer desses objetos, ainda havia a chance de não encontrar o outro. Então prendi o pequeno cristal azul brilhante em uma rocha que formava a parede do local. Em breve, muito em breve, eu precisaria daquilo e ali naquele lugar oculto, longe dos olhos humanos, minhas valiosas aquisições estariam seguras, onde ninguém (NINGUÉM) jamais poderia encontrar.
No fundo, eu ria enlouquecidamente por dentro. Eu triunfara. Não foi nem Lucy nem a Team Skull que saiu por cima. Mas eu: Lillie, a garota estranha que gostava de livros e não falava absolutamente nada! Mal eles sabem que todos aqueles livros me deram conhecimento o suficiente para identificar Zygarde e ainda me ajudaram com maneiras de me aproximar dele, maneiras de me atrair e me relacionar com aquele pokémon tão fechado e receoso.
E deu certo, não deu? Agora Zygarde estava ali comigo, em minha casa, distante de ser achado. E tudo isso porque ele confiava em mim, algo que eu nunca faria se estivesse no lugar dele.
Agora, depois desse dia tão exaustivo, só havia mais uma coisa a se fazer, uma missão restante a ser cumprida... Parti para Melemele Island com mais uma vítima em mente.
2 Comentários
Afs, é uma pequena que acabou ;-;
ResponderExcluirRealmente gostei muito de todos os capítulos sem excessão ( só peço desculpa de não comentar todas as partes é que algumas completavam as outras e tal ). E esse Zygarde é pika (Tá parei).
Amo a sua escrita e não me canso de dizer isso e essa sua ideia foi mesmo genial a aparição de Wicked e Darkstorm foi incrível, eu quase não me lembrava deles ( figurantes para antagonista, que salto ), enfim dou-lhe meus parabéns pela sua obra e valeu muita a pena a leitura <3
Não precisa se desculpar hahaha Não te obrigo a comentar kkkk
ExcluirVocê é que é pika kkkkkk
Obrigado pelo comentário e pelos elogios! :3 :D
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